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Cotidiano

Mulheres acusam filho de Olavo de Carvalho, o guru de Bolsonaro, de estupros e tortura

Tales de Carvalho, filho de Olavo de Carvalho, nega acusações de estupros, tortura e violência psicológica feitas por ex-mulheres.

Quatro mulheres entrevistadas pela coluna nas últimas semanas afirmam ter sido vítimas de estupros, tortura física e psicológica cometidas pelo astrólogo e empresário Tales de Carvalho, filho do escritor Olavo de Carvalho e um dos proprietários da escola de cursos Instituto Cultural Lux et Sapientia (ICLS). Os relatos incluem depoimentos de uma das ex-mulheres de Tales, Calinka Padilha de Moura, e das duas filhas mais velhas do casal, Julia Moura de Carvalho e Ana Clara Moura de Carvalho. Elas narram episódios de sadismo e crueldade que teriam ocorrido ao longo de mais de duas décadas, além da formação de uma espécie de seita, em torno do ICLS.

A coluna também conversou com outras três ex-mulheres de Tales. Sob a condição de anonimato, uma delas aceitou gravar entrevista. Todas as denunciantes detalham experiências duras, que podem despertar gatilhos emocionais. Portanto, se este conteúdo for desconfortável para você e possa lembrar alguma experiência, talvez seja importante buscar um especialista no assunto para falar sobre isso ou não prosseguir na leitura.

Tales foi notícia em março deste ano, quando a família de uma estudante de Goiás conseguiu na Justiça decisão que obrigava a moça, então com 18 anos e havia dois meses morando com Tales de Carvalho em Curitiba, a retornar ao estado e dizer perante um juiz se, por vontade própria, havia viajado ao encontro do empresário e decidido morar com ele.

Para cumprir a decisão judicial, a família teve que mobilizar, com a ajuda de um advogado, a Polícia Federal e a polícia do Paraguai, já que a estudante foi localizada na cidade paraguaia de Presidente Franco, fronteira com Foz do Iguaçu, na casa de Luiz de Carvalho, outro filho de Olavo e irmão de Tales. Dias antes da decisão judicial, por ordem de Tales de Carvalho, a moça havia ido para lá.

Olavo de Carvalho com a família no Rio de Janeiro

Luiz Gonzaga de Carvalho, o Gugu, irmão de Tales, é, segundo palavras das ex-mulheres do empresário, o “guru” do ICLS. Famoso na ultradireita, Gugu foi durante muitos anos respaldado pelo pai — Olavo certa vez gravou um vídeo em que recomendava os cursos do ICLS e, empolgado, dizia que Gugu era “o máximo”. A entidade oferece cursos cujos conteúdos vão de temas como religião, astrologia e segredos para se ter um bom matrimônio a leituras de autores clássicos, como Platão e Shakespeare.

De acordo com as denunciantes, o ICLS é usado por Tales de Carvalho para obter dinheiro de “benfeitores”, como são chamados os alunos que, após um longo processo de convencimento sobre a necessidade de seguir os preceitos estabelecidos pela entidade, contribuem com quantias mensais, além das assinaturas, e que em alguns casos chegariam a cifras como até R$ 100 mil. Mas o ICLS, segundo elas, não serviria a Tales somente para captar dinheiro, mas também esposas. Sim, no plural.

Tales de Carvalho chegou a ter quatro mulheres ao mesmo tempo, sob o mesmo teto. A primeira a se casar com Tales foi Calinka de Moura, em setembro de 1997, quando ela tinha 18 anos e ele, 22. Hoje, ela tem 46, e ele, 50. Os dois eram budistas à época, mas o astrólogo converteu-se ao islamismo em 1998 e convenceu a mulher a fazer o mesmo. Naquele tempo, os dois moravam em São Paulo, conviviam pouco com Olavo, já separado de Eugênia, mãe de Tales, e tinham uma vida normal na comparação com o que Calinka conta que viria depois.

Com cerca de quatro anos de casamento, de acordo com Calinka, Tales comunicou que pretendia ter uma segunda esposa: uma criança de 12 anos. O empresário, ouvido pela coluna, negou que a menina, hoje com 35 e ainda casada com Tales, tivesse essa idade. Na nota enviada por seu advogado ao Metrópoles, Tales afirma que ela tinha 14, idade a partir da qual uma relação sexual não caracterizaria estupro de vulnerável. Calinka lembra que o novo relacionamento do marido caiu como uma bomba em seu casamento, inclusive porque a menina era enteada da mãe de Tales, Eugênia.

A união de Tales de Carvalho com quem em algumas famílias seria considerada uma irmã, disse Calinka, envolvia um contrato, que previa a consumação do casamento apenas quando ela completasse 16 anos. A ex-mulher do astrólogo afirma, no entanto, que isso aconteceu quando a jovem tinha 15 anos. Assista a esta parte da entrevista de Calinka.

Tales de Carvalho e Calinka de Moura

A coluna obteve um e-mail enviado por Tales a Calinka em 2003, em que ele fala sobre “algo muito forte” que sentia pela menina. Na mensagem, ele pede à esposa “compreensão” por querer uma segunda mulher e relata ter tido visões sobre um “destino glorioso” à espera do futuro trio.

“[….] Embora você saiba que eu te amo mais que tudo (sic) eu não posso negar que eu sinto algo forte por ela, eu sei que é difícil para uma mulher compreender isto, por isso eu não espero que você me perdoe e me compreenda. Eu tive varias visões e sonhos aqui sobre este assunto. […] Nestas visões varias (sic) pessoas apareciam tendo um destino glorioso inclusive (sic) você, eu, [a moça com 14 anos na época, cujo nome a coluna, por entender que ela até hoje é uma potencial vítima, decidiu não informar], [pai da moça com 14 anos na época], e pasme, minha mãe. Portanto, não tenha maus sentimentos com relação à [moça com 14 anos na época] e minha mãe, você sempre será superior a elas para Allah e para mim”, escreveu Tales a Calinka em um trecho do e-mail.

No fim de 2006, Tales manifestou o desejo de levar a menina para morar na mesma casa em que ele vivia com Calinka, o que a levou a decidir sair de casa e voltar com as duas filhas, Julia e Ana Clara, para perto de sua família, em Curitiba. A ideia dela era que fosse uma separação, sem divórcio.

*Guilherme Ammado, Metrópoles

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Mundo

Caso Assange: ONU alerta que fundador do Wikileaks pode sofrer tortura se extraditado aos EUA

Especialista das Nações Unidas sobre Tortura teme que fundador do Wikileaks sofra maus-tratos e punições nos Estados Unidos.

A relatora especial da ONU sobre Tortura, Alice Edwards, pediu nesta terça-feira (06/02) que Reino Unido suspenda a possível extradição de Julian Assange para os Estados Unidos, que pode ser decidida neste mês de fevereiro.

Ela apelou às autoridades britânicas para que considerem o apelo do ativista e fundador do WikiLeaks com base em suspeitas de que, se extraditado, corre o risco de sofrer tortura ou outras formas de maus-tratos e punições.

Edwards também relatou o delicado estado de saúde do jornalista, que “sofre de um transtorno depressivo recorrente e de longa data”, informando que é “avaliado como estando em risco de suicídio” caso sua extradição ocorra.

Nos Estados Unidos, Assange enfrenta inúmeras acusações, inclusive de espionagem, por supostas liberações ilegais de telegramas e documentos diplomáticos via página online conhecida como WikiLeaks.

As acusações do governo norte-americano contra Assange são relacionados aos vazamentos de documentos do Pentágono sobre a atuação dos Estados Unidos no Iraque e do Afeganistão.

“Se for extraditado, Assange poderá ser detido em isolamento prolongado enquanto aguarda julgamento. Se condenado, ele poderá ser sentenciado a até 175 anos de prisão”, alertou Edwards.

Para a especialista da ONU, o risco de ser colocado em confinamento solitário prolongado, apesar do seu precário estado de saúde mental, e de receber “uma sentença potencialmente desproporcional levanta questões sobre se a extradição de Assange para os Estados Unidos seria compatível com as obrigações internacionais do Reino Unido em matéria de direitos humanos”.

A relatora especial da ONU argumenta que os Estados Unidos podem falhar em garantir os direitos de Assange, afirmando que suas “garantias diplomáticas não são suficientes para proteger Assange contra tal risco”.

Assim, Edwards fez um apelo ao governo do Reino Unido para que reveja a ordem de extradição de Assange a fim de garantir “o pleno cumprimento da proibição absoluta e inderrogável de retorno forçado à tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes”.

Ela pediu ainda que as autoridades britânicas tomem todas as medidas necessárias para “salvaguardar a saúde física e mental de Assange”.

Um último recurso interno, após uma longa batalha legal sobre a extradição de Assange, está agendada para ocorrer no Supremo Tribunal de Londres, de 20 a 21 de fevereiro.

Julian Assange enfrenta 18 acusações criminais nos Estados Unidos pelo seu alegado papel na obtenção e divulgação ilegal de documentos confidenciais relacionados com a defesa nacional, incluindo provas que expõem alegados crimes de guerra. Ele está detido no Reino Unido desde 2019, na prisão de segurança máxima de Belmarsh.

*Opera Mundi

 

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Explode tortura de presos no governo Bolsonaro; 2022 deve ser recorde

Conselho Nacional de Justiça recebeu 44,2 mil relatos de tortura de pessoas que haviam sido presas poucas horas antes; ministério silencia, diz Guilherme Amado, Metrópoles.

Os relatos de tortura de presos a juízes em audiências de custódia explodiram no governo Bolsonaro e devem bater o recorde neste ano. Pelo menos 44,2 mil denúncias desse tipo, feitas nas primeiras 24 horas da prisão, foram colhidas até agora pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) na gestão Bolsonaro. Nos três anos anteriores, de 2016 a 2018, o total foi de 20,9 mil.

Essas denúncias foram feitas em depoimentos a juízes durante audiências de custódia. Nessa audiência, uma pessoa presa há no máximo um dia é ouvida por um magistrado e é questionada se sofreu algum abuso no momento da detenção.

Em seguida, o juiz decide se a prisão é devida e se foi feita dentro da lei. Também participam dessa audiência o Ministério Público, a Defensoria Pública ou um advogado. O preso tem o direito de permanecer em silêncio.

Esses casos são registrados pelo CNJ como “tortura/maus tratos”. Os dados começaram a ser organizados em 2015, quando o órgão era presidido pelo ministro Ricardo Lewandowski. Nesse ano, os números ainda eram incipientes. Em 2016, foram 4,3 mil relatos de tortura; em 2017, 8,4 mil; em 2018, 8,2 mil. Os dados englobam o fim do governo Dilma e o início da gestão Temer, com uma média anual de 7 mil denúncias.

Sob Bolsonaro, os números dispararam e passaram a uma média anual de 12,6 mil: 13,9 mil relatos de tortura em 2019; 6,6 mil em 2020, no auge da pandemia; 12,4 mil em 2021; e 11,2 mil entre janeiro e julho de 2022. Se o ritmo deste ano se mantiver, o contingente se aproximará dos 19 mil e será o recorde da série histórica.

Muitos dos relatos dos presos se assemelham ao de dez homens detidos pelo Exército em 2018, durante a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro. Durante a audiência de custódia, os homens apresentavam lesões, que foram fotografadas pelos defensores públicos. Uma das imagens ilustra esta reportagem.

Um dos homens, Marcos Vinicius, disse à juíza que havia sido atingido por três tiros de balas de borracha à queima-roupa e agredido no rosto e nas costas. As sessões de tortura aconteceram em um quartel do Exército no Rio de Janeiro.

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Ataque de Eduardo Bolsonaro a Miriam Leitão motivou divulgação de áudios de tortura na Ditadura

Segundo o pesquisador Carlos Fico, responsável pela compilação de áudios, os próprios ministros do STM faziam “piadas” com as vítimas da Ditadura: “morreu mesmo e está enterrado”.

A divulgação de áudios inéditos que comprovam que o Superior Tribunal Militar (STM) sabia da tortura a mulheres grávidas durante a Ditadura foi motivada pelo ataque que o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) fez com o que houve com a jornalista Miriam Leitão, da Globo, que foi presa pelo regime autoritário juntamente com uma cobra quando estava grávida.

A divulgação dos áudios foi feita pela própria jornalista no jornal O Globo e no programa Fantástico nesse domingo (17).

O material está sendo compilado pelo historiador e pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Carlos Fico, que explicou ao jornal Extra, o motivo de tornar público os áudios.

“É importante que o estado e que as autoridades se manifestem sempre em defesa dos direitos humanos, e é o que a gente não tem desde a eleição do atual presidente. É preciso sempre, permanentemente, defender os direitos humanos, coisa que o governo Bolsonaro não faz. Em todos os governos, mesmo os mais conservadores, como Collor e Sarney, mais ao centro como o FHC e à esquerda com Lula, todos defenderam os direitos humanos. Tem o ineditismo do governo Bolsonaro, que é péssimo para sociedade porque afloram esses sentimentos de negacionismo”, disse o pesquisador.

*Com Forum

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Mundo

Documentos revelam que prisioneiro da CIA foi usado para interrogadores praticarem tortura

Ammar Al Baluchi, detido em Guantánamo desde 2006, foi submetido a uma técnica chamada “parede” por até duas horas de cada vez, o que o deixou com lesão cerebral entre “moderada a grave”.

Documentos recentemente desclassificados revelaram que a Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) dos EUA usou um detido no Afeganistão para que interrogadores em treinamento praticassem técnicas de tortura.
De acordo com um relatório de 2008 publicado pelo The Guardian, Ammar Al Baluchi foi usado para ensinar uma técnica de tortura chamada “parede”.

De acordo com a descrição da CIA, isso consiste em atrair o detido em direção ao interrogador e, em seguida, empurrá-lo com força contra uma parede de madeira compensada para fazê-lo voltar na direção do interrogador.

De acordo com os documentos, esse método foi aprovado pelas diretrizes de “técnica de interrogatório aprimorada” enviadas pela sede da CIA.

Um ex-aluno relatou que “todos os alunos do interrogatório fizeram fila” para praticar essa tortura no detento e que seu instrutor “poderia atestar sua capacidade de usar a técnica”.

Ammar Al Baluchi, 44, foi “emparedado” por até duas horas de cada vez, deixando-o com “danos cerebrais moderados a graves”, de acordo com um documento recentemente desclassificado como parte de uma demanda judicial de seus advogados para ele passar por um exame médico independente.

De acordo com o relatório, “no caso particular da ‘parede’, o [Escritório do Inspetor-Geral] teve dificuldade em determinar se a sessão foi projetada para obter informações de Ammar ou para garantir que todos os interrogadores em treinamento recebessem sua certificação”. No entanto, o fato de os interrogadores terem feito fila para torturá-lo sugere que “a certificação era fundamental” para o processo, conclui.

O detido, de origem kuwaitiana, foi acusado de participar dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 e está sob custódia norte-americana na Baía de Guantánamo desde 2006.

*Com Sputnik

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Vídeo: Adélio vive em condições análogas à tortura, denuncia perito que o visitou no presídio federal de Campo Grande

Segundo reportagem de Joaquim de Carvalho, no 247, José de Ribamar de Araújo e Silva integra o Mecanismo de Nacional de Prevenção à Tortura, entidade criada por acordo do Brasil com a ONU e esteve no estabelecimento onde Adélio vive isolado .

O perito José de Ribamar de Araújo e Silva visitou Adélio Bispo de Oliveira no presídio federal de Campo Grande, que tem regras mais duras do que qualquer outro estabelecimento penal de segurança máxima.

Segundo o relato dele, dado ao ativista de direitos humanos Marconi Burum, ao chegar no presídio para verificar se havia tortura, pessoas do presídio disseram para ele falar com Adélio. E ele falou.

Adélio cumpre medida de segurança no local, por ter sido considerado inimputável pela Justiça Federal em Juiz de Fora.

O perito conversou com o ativista de direitos humanos Marconi Burum, do canal Resistência Contemporânea. Marconi é formado em letras e tem especialização em Direito Público.

A Defensoria Pública da União, que entrou no caso depois de receber uma carta de Adélio reclamando do advogado Zanone Manuel De Oliveira Júnior, entrou na Justiça para que ele fosse transferido a um hospital psiquiátrico.

O juiz de primeira instância em Campo Grande determinou a transferência. A Justiça Federal em Juiz de Fora foi contra. E estabeleceu-se um conflito de competência.

Em agosto, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, depois do caso passar pelo Tribunal Regional Federal da 1a. Região e STJ, confirmou liminar do ministro Kássio Nunes, indicado por Jair Bolsonaro, e autorizou a permanência de Adélio no presídio, onde sua rotina, segundo Ribamar, é comparável à de tortura.

O defensor que entrou com a medida para que Adélio deixasse o presídio federal me disse que o caso deveria ser remetido às cortes internacionais dos direitos humanos.

O defensor público da União é Valber Rondon Ribeiro Filho e sua declaração foi dada antes do relato do Ribamar se tornasse público e sem que tivesse conhecimento dessas informações.

“Adélio é um caso único, escandaloso, que precisa ser denunciado”, disse o defensor público.

Ele não recorreu às cortes internacionais por ter sido transferido a Brasília. Segundo ele, a transferência não tem relação com o caso Adélio.

Veja o vídeo com os principais trechos da entrevista do perito José de Ribamar de Araújo e Silva.

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Rodrigo Pilha entra em greve de fome contra torturas em cadeia de Brasília; leia a carta

Leia a carta de Rodrigo Pilha sobre sua prisão e a greve de fome que começou ontem (9/07).

Por Rodrigo Pilha

Queridos familiares e amigos,
Após refletir bastante na última madrugada de cárcere, decidi que inicio a partir de hoje uma greve de fome sem data para acabar.
Tendo em vista que o Judiciário segue me proibindo de falar ,conceder entrevistas, e agora me mantém preso , mesmo eu tendo conquistado o direito ao regime aberto, optei por usar meu corpo e a resistência pacífica para protestar contra estes e diversos outros absurdos que seguem ocorrendo no sistema penitenciário do DF,por conta do autoritarismo policial e judicial.
Bem mais que não desejar comer aquela lavagem que chamam de comida, entregue aos apenados, lá naquela espécie de campo de concentração contemporâneo chamado de “Galpão” , minha greve de fome tem o intuito de denunciar e chamar a atenção da sociedade para os maus-tratos, as péssimas condições de cumprimento de pena e toda a sorte de violações de direitos humanos que continuam a ocorrer dentro do sistema prisional do DF, sob a vista grossa de um Judiciário que muitas vezes lava as mãos, passa o pano e acaba sendo conivente com tais atrocidades.

Ameaças de castigo e agressão, xingamentos e maus tratos por parte de policiais penais, seguem ocorrendo, e inquirições de apenados SEM a presença da defesa (fato que só comigo , já ocorreu em três oportunidades),são práticas corriqueiras.
As celas e alas seguem hiper lotadas, com pessoas dormindo por cima das outras, e até no chão sujo em meio a baratas e escorpiões.
O banheiro mais parece uma pocilga e os banhos de sol são de meia hora apenas.
Castigos excessivos e por razões banais, com o mero intuito de causar a regressão penal dos presos, acabam por institucionalizar a tortura psicológica por parte do estado no cotidiano dos presídios.
A diretoria penitenciária de operações especiais (DPOE) é acusada de espancamentos gratuitos , mutilações e até de ser responsável pela morte de presos após a prática do procedimento chamado de “extração” ou “guindar” apenados.
Por fim, sei dos riscos que corro, mas estou convicto de que minha greve de fome é o mais acertado a se fazer neste momento, para trazer luz ao terror existente nos presídios do DF, e , lhes garanto que as mazelas do sistema prisional são bem mais radicais e maléficas à vida das pessoas do que a atitude que hoje adoto como forma de protesto.
Ante ao exposto e já que não me deixam falar, peço que FALEM POR MIM e divulguem ao máximo esta carta-denúncia,afim de que o maior número de pessoas saibam da barbárie que hoje impera no sistema prisional do DF.
“… podem me prender, podem me bater,podem até me deixar sem comer, que eu não mudo de opinião…”
Com os versos de protesto do sambista idealizador da “Voz do morro”, Zé Keti, me despeço agradecendo a todas e todos por todo apoio e carinho recebidos até aqui.
Um forte abraço e hasta la Victoria siempre!!!
Com carinho,
Rodrigo Pilha

*Com informações do Jornalistas Livres

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Vídeo: O dia em que Dilma arrasou com Agripino Maia ao falar sobre a tortura na ditadura

Durante uma sessão da Comissão da Verdade no Senado, a ex-presidente Dilma Rousseff, quando era chefe da Casa Civil do governo Lula, fez uma fala corajosa a respeito dos horrores cometidos pela ditadura.

Hoje, 36 anos após o fim da ditadura no Brasil, estamos sob o comando de um psicopata adorador da ditadura e de torturadores.

Vale a pena assistir ao vídeo abaixo para lembrar a força moral de Dilma Roussef, cruelmente torturada durante a ditadura quando foi presa durante três anos, dos 19 aos 21 anos de idade.

Uma mulher forte, honesta que foi eleita a primeira presidenta do Brasil e arrancada da presidência por uma escória que, em seu lugar colocou o que tem de pior em termos caráter, Temer e, tempos depois, Bolsonaro.

Assista:

*Da redação

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General Etchegoyen, que conspirou para derrubar Dilma, agora tergiversa sobre risco de ruptura

“Nunca os militares se manifestaram para corrigir para lá ou para cá”.

Esta assertiva patética e risível foi feita pelo general da reserva Sérgio Etchegoyen ao jornal Valor Econômico em entrevista [8/1/2021].

Este general não é nenhum desinformado ou alienado. E, menos ainda, alguém alheio à acidentada história do Brasil no último século. Ele sabe, mais que ninguém, o quanto seu avô, seu pai, seu tio, seu último comandante [Villas Bôas] e ele mesmo conspiraram e intervieram para “corrigir” o país.

Sérgio Etchegoyen legou da família a tradição da intromissão antiprofissional dos militares na política brasileira pelo menos desde a 2ª metade dos anos 1920.

Seu avô Alcides, então 1º tenente, atuou na conspiração para derrubar Washington Luís, impedir a posse do eleito Júlio Prestes e instalar Getúlio Vargas na presidência. Duas décadas depois, em 1955, e já como general, vovô Alcides conspirou para impedir a posse de Juscelino Kubitschek e João Goulart como presidente e vice eleitos.

Em 1964, o pai dele – Leo Etchegoyen – e seu tio Cyro Etchegoyen participaram do golpe que derrubou Jango. Em recompensa, ocuparam postos relevantes na ditadura.

Em depoimento à Comissão Nacional da Verdade, o coronel Paulo Malhães apontou o tio Cyro Etchegoyen como responsável pela Casa da Morte – um conhecido centro macabro e de tortura do Exército em Petrópolis/RJ.

O próprio Sérgio Etchegoyen, honrando tal tradição familiar, conspirou para derrubar a presidente Dilma. Como se lê no livro de um dos ideólogos golpistas do MDB, Denis Rosenfield, mesmo ele sendo Chefe do Estado-Maior do Exército nomeado pela presidente Dilma, o traidor acompanhou o então comandante do Exército, general Villas Bôas, outro traidor também nomeado pela presidente Dilma, em encontros secretos com o também traidor e conspirador vice-presidente Temer. Tais encontros começaram 1 ano antes do golpe.

Não por coincidência, em 12 de maio de 2016, no mesmíssimo dia em que o Senado afastou Dilma da presidência na farsa do impeachment, Sérgio Etchegoyen entrou para a reserva no Exército e, simultaneamente, assumiu como ministro do Gabinete de Segurança Institucional [GSI] do governo usurpador.

No GSI, Etchegoyen empoderou as Forças Armadas, recompôs as áreas de informação, controle e inteligência do Estado desde a perspectiva militar e iniciou o processo de colonização e aparelhamento do Estado por militares, que hoje se traduz em quase 10 mil postos civis de trabalho e comando do setor público ocupados por militares.

Na entrevista ao Valor, Sérgio Etchegoyen ainda tergiversou defendendo Bolsonaro e responsabilizando ministros do STF por atentados à Constituição: “Qual a atitude efetiva do Bolsonaro, em termos de desapreço à Constituição Federal, comparável a de alguns ministros do STF que não se constrangeram em agredir a gramática para dar sustentação à esdrúxula tese de apoio à reeleição, na mesma legislatura, dos presidentes das duas Casas do Congresso?”, desafiou o general.

É claro que Etchegoyen tem razão quanto à absurda discussão, pelo STF, da reeleição das presidências do Congresso. Mas, se tivesse mínimo apego à verdade, ele reconheceria que Bolsonaro já cometeu vários atentados à Constituição e ameaçou o fechamento do Congresso e do STF inclusive em frente ao Quartel General do Exército e na rampa do Planalto – com o agravante de estar acompanhado nesta escalada golpista por militares da ativa e da reserva.

Etchegoyen outra vez tergiversou ao analisar os riscos do Bolsonaro promover em 2022 o mesmo que Trump no Capitólio. E ele outra vez defendeu Bolsonaro e desdenhou da ameaça de ruptura como mera “retórica oposicionista” [“narrativa”]: “Dizer agora que a invasão do Capitólio é uma prévia do que pode acontecer aqui é antecipar o reforço a uma narrativa que hoje se opõe incondicionalmente ao governo Bolsonaro, é torcer pra isso acontecer, é trabalhar contra o país”, disse ele.

Etchegoyen sabe que se o país não estivesse sob um regime de exceção com tutela militar, Bolsonaro sequer poderia ter concorrido, quanto menos eleito presidente. E ele também sabe que é graças a este garrote jurídico-militar sobre as instituições e poderes de Estado que Bolsonaro ainda não foi removido do cargo e preso.

Mas o general pensa que todo mundo é otário, e então tergiversa à vontade. Não é o caso de classificá-lo como um hipócrita ou cínico, mas sim de lembrar que Etchegoyen age assim porque tem uma mente militar adestrada para dissimular, confundir, executar operações psicológicas e promover táticas diversionistas para estontear os adversários e enganar os inimigos no campo de batalha.

E, ao final da guerra, quando se percebe a realidade concreta, que é antagônica à paisagem bucólica pintada por ele com sua fala dissimulada, aí já é tarde demais.

Não é prudente, portanto, confiar-se nas palavras dele. Afinal, como confiar num general com currículo de conspirador como Sérgio Etchegoyen, que em pleno 2021 ainda sustenta que “Nunca os militares se manifestaram para corrigir para lá ou para cá”?

*Jeferson Miola/247

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A psicopatia obscena do presidente que debocha da tortura; Dilma, sinta-se abraçada

AVISO DE GATILHO: NARRATIVA VIOLENTA – Não haverá inferno suficiente para este homem. Só uma mente doentia e completamente corrompida pela depravação moral, como a de Bolsonaro, é capaz de rir e debochar de seres humanos torturados.

Uma sala com pouca iluminação, abafadiça e úmida, em local desconhecido. O corpo trêmulo de nervoso e o coração acelerado deixam a respiração um pouco ofegante. O soco na lateral da face é tão forte que um gosto amargo vem na garganta, os dentes se batem, alguns trincam e toda a cabeça fica quente instantaneamente.

Os gritos confusos na voz ensandecida são interrompidos por mais socos no rosto. Puxado pelos cabelos, o corpo se dobra para a frente e recebe joelhadas. Elas pegam na boca, nariz, no peito. Em meio ao desespero e à dor aguda, um líquido escorre pelo rosto. Claro que é sangue.

Minutos depois já não dá para mover o pescoço e abrir a boca. O inchaço não permite a abertura dos olhos. Até os gânglios perto do ouvido ficam dilatados, arranhados, tão sensíveis e machucados que doem para respirar.

O estrondo metálico batendo contra a madeira vem junto com uma dor incontrolável e com berros desordenados. Foram os dedos que se esmagaram. Estão quebrados agora. Dilacerados.

Quase inconsciente, cheio de sangue e com a cabeça pulsando, como se o cérebro estivesse dilatado, o medo horripilante da humilhação sexual parece se concretizar. As calças são abaixadas com violência, fios e fragmentos metálicos gelados furam a genitália. Uma dor indescritível irradia a partir da pélvis em impulsos elétricos. Os choques provocam contrações em todas as partes. O corpo destroçado, formigando, urina e defeca.

A tortura é o mais covarde dos horrores. O torturado é desumanizado e o torturador não é humano.

Não haverá inferno suficiente para este homem. Só uma mente doentia e completamente corrompida pela depravação moral, como a de Jair Bolsonaro, é capaz de rir e debochar de seres humanos torturados.

Toda minha solidariedade à presidenta Dilma Rousseff e a todos os seres humanos que tiveram que passar por isso, em qualquer lugar do mundo.

*Henrique Rodrigues – Jornalista e professor de Literatura brasileira/Forum

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