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Fundos financeiros deitam na farra da entrega fatiada da Cedae

Como tenho comentado aqui com alguma insistência, os fundos financeiros (capital sem rosto) avançam sobre as empresas da economia real para ter o seu controle e propriedade que chamam de ativos.

Em especial os fundos avançam para ter o controle das empresas que estavam sob controle estatal e estão sendo entregues, desde 2016, na bacia das almas, a preço de xepa.

Agora foi a vez da Cedae esquartejada em blocos, por exigência do desgoverno federal, dentro do tal plano de recuperação do ERJ. Com todos os problemas, a Cedae dava lucros. Assim, mais uma estatal é entregue com forte apoio da mídia que ganha seu quinhão nessa farra patrocinada pelo fundos financeiros que merecem ser conhecidos.

Na mídia o nome dos fundos e corporações aparecem encobertos com pela definição “consórcio” e um nome de fantasia.

Engraçado é que mais de 80% do capital que estes grupos entram no leilão é financiado pelo BNDES que não se dispõe a emprestar para a própria Cedae expandir sua atuação como seria desejável. Para este leilão, a Cedae foi fatiada para os leões do mercado financeiro.

No certame encerrado há pouco, o leilão teve como vencedor do Bloco 1, que envolve a Zona Sul do Rio e alguns municípios o Consórcio Aegea que também levou o Bloco 4, área do Centro e Zona Norte da capital e outros municípios. Esse “consórcio” é controlado pela empresa financeira Equatorial Energia, a mesma que tem participação na Light e controla diversas outras empresas, também concessionárias de serviços púbicos, só que de energia elétrica, no Rio Grande do Sul, Pará, Maranhão etc.

Já, o Bloco 2 da Cedae que envolve Barra da Tijuca e outros municípios fluminenses, ficou com a Iguá Saneamento que é controlada pelo fundo FIP Iguá (Fundo de Investimento em Participações Multiestratégica) e também pelo fundo de pensão canadense, Pension Plan Investment Board (CPPIB) que, em março agora, de olho na concessão da Cedae aportou R$ 1,178 milhões no Iguá.

Ou seja, uma ironia, os trabalhadores canadenses são donos agora de uma parte da Cedae esquartejada e privatizada.

Assim, o setor de infraestrutura no Brasil (rodovias, concessionárias de energia elétrica e saneamento, aeroportos, petróleo, gás, etc.) é cada vez mais controlado pelos fundos financeiros e quase sempre com empréstimos generosos do BNDES.

Ah, um detalhe, nenhum consórcio ou fundo quis a fatia do Bloco 3, a região mais pobre do Rio, a zona oeste. Por que será?

*Roberto Moraes/247

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Opinião

Bolsonaro se elegeu fazendo, junto com Guedes, discurso de horror a pobre

É do conhecimento de todos que Guedes e Bolsonaro tinham um projeto antipobre para colocar em prática, e colocaram.

Guedes ultrapassa o limite de um tecnocrata clássico, é uma múmia pinochetista que ainda vive, em pleno 2021, a ideia de um sonho dourado dos Chicago boys que era, em última análise, o início da pandemia neoliberal que varreu o planeta com a produção de um caos econômico e, consequentemente social que só via razão numa política econômica em que o mercado fosse um deus supremo e que qualquer busca por equilíbrio social era uma irresponsabilidade com as contas públicas.

Portanto, o objetivo de Guedes, mas também da mídia que o apoiou e segue apoiando seus desatinos, é manter uma política econômica subordinada apenas ao mercado. Ou seja, o Estado deve servir ao mercado, Estado este mantido pela população.

Essa chupeta, como a que se faz em carros, que suga gostosamente o sangue da sociedade é a principal lógica que coloca no mesmo saco qualquer um que tenha mais apego pelo dinheiro do que pela vida das pessoas, pode ser um banqueiro ou um assaltante, os objetivos e métodos são praticamente idênticos. O que diferencia um do outro é que assaltante, geralmente pobre, não tem grana para fazer lobby na mídia nem no Congresso para transformar o seu roubo em algo legal, como é o caso de todo o complexo do sistema financeiro do qual Guedes é um súdito fundamentalista.

Guedes jamais, antes ou depois da eleição de 2018, fez qualquer promessa de melhoria de vida para os brasileiros pobres, ao contrário, disse logo no começo de sua gestão que não tinha o menor compromisso com questões sociais, mas com a garantia dos rentistas e banqueiros e colocaria seu ministério a serviço disso.

Não é sem motivo que, além de produzir mais de 400 mil mortes por covid, essa política, que provocou a segunda maior quantidade de vítimas fatais no mundo, revela uma segregação pandêmica que faz com que morram três vezes mais pobres do que pessoas das classes média e alta.

Talvez por isso Guedes tenha deixado escapar a frase saída da própria alma, que o problema da saúde pública no Brasil, que é um sistema que atende basicamente aos pobres, é que todos querem viver mais de 100 anos, e conclui, foi isso que quebrou o Estado, e que os pobres acabam sendo um problema para as contas públicas.

Guedes não criticou o aumento da expectativa de vida dos ricos, o “todo mundo” que ele disse, referia-se aos pobres, porque dos ricos, ele comemora porque eles têm condições de alimentar a milionária indústria da saúde privada.

Guedes é exatamente aquela figura que o grande Milton Santos chamou de “fundamentalista do consumo”, que é o grande problema do neoliberalismo que inverte os valores quando o ser humano deixa de ser o centro das preocupações humanas e que o centro dessas preocupações passa a ser o mercado.

Também por isso, ele fez piada com o fato da empregada doméstica poder viajar para a Disney no período de Lula e Dilma, fazendo lembrar os piores escravocratas do século XIX. Agora, ele reproduz o mesmo discurso quando, em outras palavras, diz que o filho de um porteiro, através de Fies, pode cursar uma universidade.

Para Guedes, pobreza é uma condição inapelavelmente definitiva, nasceu pobre, que morra pobre. O que tem que valer é o Brasil dos sobrenomes e quem não os tem que não fique por aí perambulando em busca de melhoria de vida, que cumpra seu papel servil às classes dominantes e não encha o saco.

Parou de produzir para os ricos, então, que morra. E que produza com cada vez menos direitos, menos ganhos e com o menor poder de compra possível.

Temos novamente que lembrar, não há qualquer surpresa nisso, como também não há qualquer surpresa no processo de segregação que esse governo vem produzindo contra indígenas e quilombolas.

Quando Bolsonaro fez seu discurso racista em pleno Clube da Hebraica no Rio dizendo que não demarcaria um centímetro de terra dos indígenas e que os negros quilombolas tinham que ser pesados como animais, por arroba, foi efusivamente aplaudido, mais que isso, conseguiu mais apoio da grande mídia na sua campanha.

O que não se pode esquecer é que Bolsonaro e Guedes são um produto conjugado que inclui a classe dominante, uma mídia servil a ela, que mais uma vez mergulha o Brasil numa crise econômica que remonta governos neoliberais fracassados como os dos militares, Sarney, Collor, Fernando Henrique Cardoso e Temer, todos enxovalhados pelo povo com índices de reprovação que mostram o tamanho da ojeriza que a população brasileira tem deles, a mesma população que deu a Lula 87% de aprovação.

Por tudo isso, o governo Bolsonaro produziu em um ano mais de 7 milhões de desempregados e mais 15 milhões de miseráveis, como mostra o IBGE, com a metade da população vivendo em insegurança alimentar, sem saber se vai comer no dia seguinte.

Por outro lado, mesmo com a economia enterrada até o pescoço numa areia movediça, o Brasil deu à lista da Forbes 11 novos bilionários, o que revela que a pobreza foi a grande alavanca que impulsionou a fortuna dessa gente, através de uma política econômica malandra que faz com que, quanto mais o país decresce e o pobre fica ainda mais pobre, o 1% da população fica mais rico.

As declarações de Guedes são parte de um método para incendiar o eleitorado fiel de Bolsonaro que quer, acima de tudo, como sempre quis, antes mesmo de ser bolsonarista, que os pobres se explodam, porque a grande maioria é formada por cidadãos médios, banqueiros e empresários que sempre tiveram horror a pobre e, por isso o ódio doentio a Lula.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Política

Dois caciques do bolsonarismo carioca caíram, o último está nas mãos de Arthur Lira

Nas voltas que o mundo dá, o que ainda ontem era glória, hoje é só treva. Sim, a rotação da terra produz a noite, e a noite produz a treva, o sobrenatural.

Toda essa gente de natureza dupla está se diluindo em névoa, evaporando. O primeiro filho das sombras do mundo bolsonarista a cair, foi Crivella, anunciando pela boca da aurora que o segundo grande espetáculo a cair em desgraça seria Witzel que, em pleno processo de CPI da covid, recolhe-se e desaparece da vida brasileira.

Mas falta um para que a fauna inteira dos pesadelos nacionais vá para o esgoto, para tanto, basta que Lira afrouxe um pouco a mão para que Bolsonaro caia e sua canoa vire, pelo menos, em última análise, foi isso que Ciro Nogueira deixou claro no encontro que teve com banqueiros e empresários, que o horizonte de Bolsonaro estava tão escuro na CPI quanto os processos que derrubaram Crivella e Witzel.

Depende de um assovio de Lira para que Bolsonaro tenha o mesmo destino dos outros dois trevosos que aparecem com ele na foto em destaque e que pegaram carona na calda do cometa bolsonarista.

Podemos citar também outro que já foi para o vinagre que, assim como os que foram desembarcados da política, foi eleito no embalo da histeria bolsonarista no Rio, o deputado Daniel Silveira, que segue o mesmo caminho do matadouro que já engoliu Crivella e, agora, Witzel, mas que falta pouco para que este que protagonizou a barbárie com a placa de Marielle tenha o mesmo destino, porque preso e, agora réu, não terá a menor chance de seguir com a sua curta carreira de deputado federal, o que enfraquece e amedronta ainda mais Bolsonaro, fortalecendo e aumentando o apetite de Lira no balcão das negociatas políticas.

A pergunta é, Bolsonaro tem cacife para bancar sua própria cabeça diante de um Lira com prato e garfo na mão para devorar o governo de seu protegido?

Como disse o senador Ciro Nogueira, a CPI não vai dar em nada, mesmo que provem que o governo Bolsonaro cometeu as maiores barbaridades que resultaram em mais de 400 mil mortes por covid, Lira não permitirá que o impeachment entre em votação, só não disse quanto isso vai custar a Bolsonaro.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Vídeo: Bolsonaro foi escrachado com protestos em SP no leilão da Cedae: “recua, genocida”

O presidente, junto com deputados governistas, esteve no local para participar do leilão da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) e foi alvo de protestos do MTST.

O presidente Jair Bolsonaro, acompanhado de uma comitiva com deputados governistas, como Hélio Negão (PSL-RJ) e Carla Zambelli (PSL-SP), foi alvo de um escracho promovido pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), na tarde desta sexta-feira (30), em São Paulo (SP).

O presidente esteve no prédio da Bolsa de Valores para participar do leilão da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae). Ao sair do carro para entrar no prédio da Bolsa, Bolsonaro foi recebido com gritos de “recua, genocida”.

Os manifestantes carregavam faixas e cartazes com frases como “não aguento mais” e “fora, Bolsonaro”, e chegaram a atirar um ovo contra a comitiva presidencial. A ‘ovada’, por pouco, não atingiu o grupo bolsonarista.

“Se por um lado, Bolsonaro segue ignorando a letalidade da doença, incentivando o não uso de medidas de proteção como a máscara e tentando atrapalhar como pode a CPI da Covid-19, por outro, está lado a lado com os magnatas do mercado a fim de passar toda a boiada de privatizações, destruição completa das leis trabalhistas e da previdência social. Em paralelo a isso o povo brasileiro enfrenta a falta de vacinas, as novas cepas do vírus, o desemprego e a fome. Não há outra palavra para descrever Bolsonaro que não seja genocida”, diz nota do MTST sobre o protesto.

Confira:

*Com informações da Forum

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Política

A reconstrução dos EUA com Joe Biden é um nó na cabeça dos “liberais à brasileira

Os Estados Unidos sempre viram no Estado o papel de indutor do desenvolvimento de longo prazo. Não se trata da visão nacional-desenvolvimentista da América Latina. Tem contextos, texturas, estruturas e história próprios.

Muito se tem falado e escrito no Brasil, com lentes brasileiras, sobre o Governo Biden e seus planos. Contudo, e isso não é novidade, tais lentes distorcem e deturpam ao fazerem ver um país que não existe e jamais existiu. Conta-se, por exemplo, uma história no Brasil de que o desenvolvimento dos Estados Unidos se deu pelo papel preponderante da iniciativa privada. Não há ideia mais errada do que essa para quem conhece a história deste país em que vivo há mais tempo do que no Brasil e no qual finquei as bases da minha carreira como economista, a qual passa hoje por uma espécie de transição. Os EUA sempre viram no Estado o papel de indutor do desenvolvimento de longo prazo. Não se trata da visão nacional-desenvolvimentista da América Latina, tampouco pode ser compreendida com lentes sulistas. O desenvolvimento norte-americano e a atuação do Estado têm contextos, texturas, estruturas e história próprios.

Pode ser uma história pouco contada no Brasil aquela segundo a qual os EUA se industrializaram por meio de políticas de substituição de importações e muitas práticas protecionistas inspiradas na obra de 1791 do primeiro secretário do Tesouro norte-americano, Alexander Hamilton. Em seu Report on the subject of manufactures, Hamilton delineou os conceitos de indústria nascente e apoio estatal, que, mais tarde, influenciariam não apenas a industrialização de seu país, mas a da Alemanha, a do Japão, a da França, chegando à América Latina nos anos 1930, quarenta e cinquenta.

A obra de Raúl Prebisch e o que ficou conhecido como pensamento Cepalino cita Hamilton recorrentemente, e não é por acaso. O Estado indutor norte-americano seria revisto e reinventado ao longo de toda a história, passando pela corrida espacial da Guerra Fria, o surgimento da Internet, o desenvolvimento do setor de tecnologia, sobretudo o de bioteconologia, que tanta relevância tem tido na atual pandemia. Para que as vacinas gênicas, as mais sofisticadas contra covid-19, saíssem dos laboratórios para os nossos braços, o Governo de Donald Trump fez a enorme Operação Warp Speed. Logo, no mundo real se deu o contrário do que sustenta o ministro da Economia brasileiro, e não haveria Moderna ou Pfizer sem a atuação vultosa do Estado.

Então entra em cena o atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Muitos no Brasil têm interpretado os planos de Biden como uma ruptura em relação ao passado, seja o passado recente, seja o longínquo. Também entendo que há ruptura; mas penso não ser a que imaginam. A ruptura que se deu nas eleições de 2020 foi a passagem de um país liderado por uma pessoa despreparada para o cargo e com instintos nitidamente autoritários para outra com largo, orgulhosamente reclamado histórico político e um democrata, não somente pelo nome do partido ao qual pertence. Quanto ao resto, não há rompimento: os planos de Biden, vulgarmente apelidados de “Bidenomics”, são profundamente marcados pela tradição norte-americana do Estado indutor. Há, sim, diferenças marcantes, que reanimam essa tradição.

Os planos de Biden, literalmente trilionários, compreendem o American Rescue Plan, o American Jobs Plan e o American Families Plan. Todos eles aparecem em destaque no site da Casa Branca, em que são apresentados de forma clara e resumida, com acesso à integra do documento e convite a compartilhar como a política econômica lhe pode ajudar. Para entender melhor essa política, tomemos o American Families Plan, o seu segundo. Trata-se, como disse a Casa Branca, de um plano de “infraestrutura humana”, isto é, de uma agenda que parte do foco nas pessoas, em particular, das famílias, para dar forma a um Estado de Bem-Estar Social. Lembro aqui que, entre as economias maduras, os EUA são o único país que não têm as redes de proteção social robustas, como seus pares europeus. O nome do plano toma as famílias como elo de articulação das políticas de redistribuição de renda. A escolha reflete a percepção compartilhada de que a família é a unidade de cuidado por definição na sociedade norte-americana, como também é, por sinal, no Brasil.

O que salta a olhos de “liberais à brasileira” como excessivo é o entendimento de que, quando as desigualdades são demasiadas, políticas incrementais de proteção social não resolvem os problemas econômicos, sociais, e políticos. Primeiro, para equacioná-los pode ser importante ter um horizonte de igualdade, a qual é inalcançável, mas nem por isso precisa deixar de ser buscada. Sua busca pode criar condições que tornam a liberdade possível.

Segundo, políticas incrementais dificilmente têm o condão de reconstituir um senso de união nacional, de identidade comum, em sociedades extremamente fragmentadas e polarizadas. Quando Biden falava em unificação durante a campanha, a necessidade da ousadia estava explícita. Não viu quem não quis, ou quem não soube interpretar por desconhecimento. É realmente muito difícil entender os Estados Unidos e suas contradições quando não se vive no país: a máxima de Tom Jobim sobre os principiantes e seus olhares não vale apenas para o Brasil.

Tenho visto gente no Brasil dizer com grande confiança que a agenda de Biden está fadada ao fracasso no Congresso. A afirmação se baseia no fato de que os democratas têm uma maioria muito estreita no Congresso, sobretudo no Senado. Mas, novamente, essa é uma visão equivocada sobre as transformações que acometeram os partidos políticos daqui, especialmente o partido Republicano. Sob Trump, o partido Republicano deixou de ser aquele que defendia a “responsabilidade fiscal” na representação de déficits e dívida baixos. As reduções tributárias de Trump e os aumentos de despesas em 2017 levaram os EUA ao maior déficit em décadas, e esse cenário se produziu com o aval dos Republicanos no geral e, em particular, dos Republicanos mais tradicionais, como os Senadores Mitch McConnell e Lindsey Graham. Tivesse Trump sido um político mais dedicado, teria conseguido emplacar seu próprio plano de infraestrutura, no valor de 1,5 trilhão de dólares, alardeado por Steve Bannon durante a campanha de 2016 e tantas vezes mencionado nos anos trumpistas. É curioso que algumas pessoas tenham escolhido apagar isso de suas memórias.

O partido Republicano, hoje, tem dificuldades de enfrentar agendas que preveem grandes despesas, sobretudo se essas despesas forem facilmente sentidas e compreendidas pelas pessoas, pelas famílias. A aprovação de Trump subiu no início da pandemia quando seu pacote de assistência passou no Congresso, assim como a de Biden aumentou desde o início de seu Governo, mesmo o país estando muito dividido.

Aqui nos Estados Unidos há eleições a cada dois anos: no ano que vem haverá eleições legislativas. O custo para os Republicanos poderá ser alto caso eles rejeitem por completo a agenda de Biden ―e o partido sabe disso. É claro que os Republicanos haverão de se opor aos aumentos de tributação sobre corporações, os mais ricos, os ganhos de capitais, que devem financiar parcialmente os ambiciosos planos. Porém, apostar no fracasso da agenda Biden é nada entender do que aconteceu com os Republicanos e com os Democratas nos últimos quatro anos. Enquanto Republicanos buscam novos caminhos e narrativas políticas, Democratas se reinventaram a partir de algumas noções básicas de justiça social. Sim, básicas, pois os democratas mais à esquerda estão muito longe daquilo que brasileiros consideram ser “de esquerda”.

Com Biden, os Estados Unidos estão fazendo aquilo que sempre fizeram de melhor: se reimaginando e reiventando. Por certo, há lições aí para o Brasil. Mas elas estão longe de ser o que tantos regurgitam nos jornais ou na TV.

*Monica de Bolle/El País

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À espera de Mourão: Generais críticos a Bolsonaro articulam uma “terceira via” para as eleições de 2022 e não descartam impeachment

Segundo reportagem da Agência Pública, em 27 meses no cargo, o general Hamilton Mourão construiu uma trajetória bem diferente da dos vices nos últimos 60 anos. Ele tem atribuições de governo e comanda efetivamente nichos importantes da política ambiental e de relações exteriores. É, por exemplo, mediador de conflitos com a China, processo iniciado com um encontro com o presidente do país, Xi Jinping, em 2019, restabelecendo a diplomacia depois de duros ataques feitos por Jair Bolsonaro ainda na campanha.

Mourão esforça-se para não parecer que conspira, mas é visto por militares e especialistas ouvidos pela Agência Pública como um oficial de prontidão diante de uma CPI que pode levar às cordas o presidente Jair Bolsonaro pelos erros na condução da pandemia.

“Como Bolsonaro virou um estorvo, os generais agora querem colocar o Mourão no governo”, diz o coronel da reserva Marcelo Pimentel Jorge de Souza, um dos poucos oficiais das Forças Armadas a criticar abertamente o grupo de generais governistas que, na sua visão, “dá as ordens” e sustenta o governo de Bolsonaro.

Ex-assessor especial do general Carlos Alberto Santos Cruz na missão de pacificação no Haiti, Jorge de Souza está entre os militares que enxergam o movimento dos generais como uma aposta num eventual impeachment e ascensão de Mourão – que, por sua vez, tem fechado os ouvidos para o canto das sereias.

“Mourão jamais vai ajudar a derrubar Bolsonaro para ocupar a vaga. O que ele pode é não estender a mão para levantá-lo se um fato grave surgir. Honra e fidelidade são coisas muito sérias para Mourão”, diz um general da reserva que conviveu com o vice-presidente, mas pediu para não ter o nome citado.

A opção Mourão é tratada com discrição entre os generais que ocupam cargos no governo. Três deles, Braga Netto (Defesa), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional, o GSI) e Luiz Eduardo Ramos (Casa Civil), formam o núcleo duro fechado com o presidente. Os demais, caso a crise política se agrave, são uma incógnita. Mas são vistos como mais acessíveis à influência dos generais da reserva que romperam com Bolsonaro e articulam a formação de uma terceira via pela centro-direita.

“O que fazer se a opção em 2022 for Lula ou Bolsonaro? É sentar na calçada e chorar”, afirma à Pública o general Sérgio Etchegoyen, ex-ministro do GSI no governo Michel Temer (MDB).

Embora se recuse a fazer críticas ao presidente, Etchegoyen acha que os sucessivos conflitos entre Executivo e Judiciário criaram no país um quadro grave de “instabilidade e incertezas”, que exigirá o surgimento de lideranças mais adequadas à democracia.

O Brasil não precisa de um leão de chácara. Precisa de alguém que conheça a política e saiba pacificar o país”, diz o general.

O ex-ministro sustenta que 36 anos depois do fim do regime militar, com a democracia madura, a reafirmação do compromisso das Forças Armadas contra qualquer aventura autoritária a cada surto da política tornou-se desnecessária e repetitiva. E cutuca a imprensa: “Alguém ensinou um modelo de análise à imprensa em que a possibilidade de golpe está sempre colocada”, diz, referindo-se à crise provocada por Bolsonaro na demissão de Fernando Azevedo e Silva, ministro da Defesa, e dos comandantes militares. Para ele, a substituição é parte da rotina de governo e das crises decorrentes da política. “Ministros são como fusíveis que podem queimar na alta tensão da política. Quem não tiver vocação para fusível que não vá para o governo”, afirma.

Generais articulam terceira via para eleição

As articulações por uma terceira via são comandadas por generais da reserva, que já ocuparam cargos em governos e, até o agravamento da pandemia do coronavírus, se encontravam com frequência em cavalgadas no 1º Regimento de Cavalaria de Guardas (RCG), sede dos Dragões da Independência, grupamento do Exército sediado no Setor Militar Norte de Brasília, encarregado de guarnecer o Palácio do Planalto.

Os ex-ministros Etchegoyen e Santos Cruz e o general Paulo Chagas, ex-candidato ao governo do Distrito Federal, embora em diferentes linhas, fazem parte do grupo. Têm em comum o gosto pela equitação e bom trânsito com o vice, que também gosta do esporte e frequentava o 1º RCG ao lado de outros generais, o ex-comandante do Exército Edson Pujol e civis como Aldo Rebelo, ex-ministro da Defesa, ex-PCdoB, hoje pré-candidato à presidência em 2022 pelo Solidariedade.

Mourão defende Exército e “vai ficar na cara do gol”

Nas ocasiões em que foi sondado para substituir Bolsonaro diante da probabilidade de impeachment ou para se colocar como terceira via, Mourão rejeitou as duas hipóteses. Segundo fontes ouvidas pela Pública, ele “não se furtaria” a assumir, mas só o faria dentro de limites constitucionais, ou seja, em caso de vacância no cargo.

“O Mourão se impôs um limite ético para lidar com a política. Não disputará contra Bolsonaro e nem imporá desgaste a ele. É um homem de visão de mundo diferenciada, entende muito do que fala, compreende o país e tem trânsito confortável na política externa. Seu perfil não é do interesse do presidente e nem oposição”, avalia a fonte próxima ao vice.

Em entrevista à TV Aberta, de São Paulo, na quinta-feira, 22 de abril, Mourão disse que, por lealdade, não disputará com Bolsonaro em 2022 e apontou como seu horizonte a candidatura ao Senado ou simplesmente a aposentadoria. Em janeiro, quando veio à tona notícia sobre um assessor parlamentar da vice-presidência que falava com chefes de gabinete de vários deputados sobre a necessidade de se preparar para um eventual impeachment, Mourão o demitiu, marcando sua postura pública sobre a questão.

Crítico corrosivo de Bolsonaro e um dos mais empenhados na construção da terceira via, o general Paulo Chagas vê Mourão como um reserva preparado tanto para um eventual impeachment quanto como nome viável pela terceira via. “Benza Deus que ele aceite! Mourão tem toda capacidade para colocar ordem na casa democraticamente, mas isso agora não interessa ao presidente nem à oposição, que quer ver Bolsonaro sangrar até o fim do governo”, diz.

O coronel Jorge de Souza pensa diferente. “Mourão não vai em bola dividida. Ficará na cara do gol”, afirma, referindo-se ao provável desgaste que Bolsonaro enfrentará com o avanço da CPI da Covid, o que, na sua opinião, poderá desengavetar um dos mais de cem pedidos de impeachment parados na Câmara.

Nesta segunda, 26 de abril, em entrevista ao jornal Valor Econômico, o vice defendeu a caserna e antagonizou mais uma vez com Bolsonaro. Afirmou que o Exército não pode ser responsabilizado pela atuação do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. E disse que chegou a aconselhar o ex-ministro a deixar o serviço da ativa quando ele assumiu o combate à pandemia. À tarde, logo depois de ter recebido a segunda dose da vacina Coronavac, se recusou a falar sobre a CPI. “Isso aí não tem nada a ver comigo. Sem comentários”, desvia-se.

A CPI deve pegar Bolsonaro em pontos frágeis: o insistente apelo à população pelo uso de medicação sem eficácia, o boicote ao distanciamento social, a falta de remédios para intubação e de oxigênio para UTIs, a recusa em comprar vacina a tempo de evitar o espantoso aumento de mortes e a demora em prover a saúde de insumos necessários ao combate à pandemia.

Reforça as acusações – 23 delas listadas pelo próprio governo em um documento encaminhado a todos os ministérios – um pedido de impeachment da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no qual um parecer do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ayres Britto sustenta existirem indícios fortes de crime de responsabilidade cometido pelo presidente. O parecer afirma que Bolsonaro sabotou as medidas que poderiam aliviar a tragédia, o que acabou transformando o vírus numa espécie de arma biológica contra a população. A OAB entretanto ainda não protocolou o pedido, e pode fazê-lo em pleno vigor da CPI.

“Mourão é mais preparado e mais perigoso que Bolsonaro”, diz um coronel da reserva.

Um dos principais aliados de Bolsonaro na ala militar, o general Chagas afirma que o momento não é de presidente “estufar o peito e sair dando porrada”
Mourão concentra políticas para a Amazônia nas Forças Armadas

Vice-presidente centraliza diretrizes, recursos públicos e informações para atrair apoio de investidores insatisfeitos colocando-se como alternativa a Salles e Bolsonaro.

Mourão defende Exército e “vai ficar na cara do gol”

Nas ocasiões em que foi sondado para substituir Bolsonaro diante da probabilidade de impeachment ou para se colocar como terceira via, Mourão rejeitou as duas hipóteses. Segundo fontes ouvidas pela Pública, ele “não se furtaria” a assumir, mas só o faria dentro de limites constitucionais, ou seja, em caso de vacância no cargo.

“O Mourão se impôs um limite ético para lidar com a política. Não disputará contra Bolsonaro e nem imporá desgaste a ele. É um homem de visão de mundo diferenciada, entende muito do que fala, compreende o país e tem trânsito confortável na política externa. Seu perfil não é do interesse do presidente e nem oposição”, avalia a fonte próxima ao vice.

Em entrevista à TV Aberta, de São Paulo, na quinta-feira, 22 de abril, Mourão disse que, por lealdade, não disputará com Bolsonaro em 2022 e apontou como seu horizonte a candidatura ao Senado ou simplesmente a aposentadoria. Em janeiro, quando veio à tona notícia sobre um assessor parlamentar da vice-presidência que falava com chefes de gabinete de vários deputados sobre a necessidade de se preparar para um eventual impeachment, Mourão o demitiu, marcando sua postura pública sobre a questão.

Bolsonaro não conseguiu barrar a CPI e ainda terá de enfrentá-la em desvantagem, já que o controle da investigação, pelo acordo fechado, será exercido pela oposição.

“A CPI vai render manchetes diárias, mostrará nomes, extratos, vai revolver a política”, alerta o general Etchegoyen, com a experiência de quem teve sob seu controle a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e enfrentou as muitas crises do governo Temer.

Na visão de Paulo Chagas, Bolsonaro fracassou na condução do governo e agora está com a “cabeça na guilhotina” da CPI. Segundo o coronel Jorge de Souza, os generais têm até um plano para a hipótese de uma reviravolta que ponha Mourão no Palácio do Planalto: um pacto para enfrentamento da pandemia e dos efeitos desta na economia, seguido da demissão de ministros tidos como exóticos ou alinhados ao extremismo alimentado pelo presidente. Ele acha, no entanto, que o perfil real do vice é diferente do que é vendido pelo marketing. “Num hipotético cenário de delegacia, em que o preso é torturado para falar, Mourão faz o papel do bom policial. As pessoas gostam dele porque é informal, brinca no ‘gauchal’ e tenta passar para a imprensa a imagem de maleável. Mas que ninguém se engane. Se forçar uma pergunta que não goste, ele explode. Mourão é autoritário”, diz.

O coronel conta que assistiu, no QG do Exército, em 2016, o hoje vice-presidente, num inflamado discurso à tropa, chamar o coronel Carlos Brilhante Ustra, um dos nomes ligados à tortura nos anos de chumbo, de herói e combatente anticomunista. “Mourão é mais preparado e mais perigoso que Bolsonaro. Ele comanda o Bolsonaro, e não o contrário”, afirma o oficial.

Para Souza, os generais terão a paciência necessária para aguardar que o agravamento da crise “consolide a ideia de Mourão é o cara”.

*Da Agência Pública

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Mundo

Washington Post: Autoridades dos EUA pressionaram o Brasil a rejeitar a vacina Sputnik V da Rússia

Segundo matéria de Antonia Noori Farzan e Heloísa Traiano, publicada no Washington Post, enterrado nas profundezas do seco relatório anual de 72 páginas do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, há uma admissão surpreendente: Autoridades de saúde dos EUA, sob o presidente Donald Trump, trabalharam para convencer o Brasil a rejeitar a vacina contra o coronavírus Sputnik V da Rússia.

O documento, lançado em janeiro, chamou pouca atenção a princípio. Mas isso mudou na segunda-feira, quando a conta oficial do Twitter para a vacina Sputnik V postou uma captura de tela da alegação anteriormente negligenciada, citando um relatório da Brasil Wire, e criticou os Estados Unidos por bloquear efetivamente as tentativas da Rússia de diplomacia da vacina.

“Acreditamos que os países devem trabalhar juntos para salvar vidas”, dizia o tweet. “Os esforços para minar as vacinas são antiéticos e estão custando vidas.”

O Brasil, que tem o segundo maior número de mortes por coronavírus em todo o mundo, tem lutado para obter suprimentos adequados de vacinas. Mas o escritório do Adido de Saúde dentro do Escritório de Assuntos Globais do HHS pressionou o país a recusar ofertas de ajuda dos russos no ano passado, de acordo com o relatório.

Na seção intitulada “Combatendo influências malignas nas Américas”, o relatório do HHS afirma que países como a Rússia “estão trabalhando para aumentar sua influência na região em detrimento da segurança e proteção dos EUA”. O escritório de assuntos globais coordenou com outras agências governamentais dos EUA “para dissuadir os países da região de aceitar ajuda desses estados mal-intencionados”, diz ele.

Em uma declaração na noite de segunda-feira, a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil disse que seus diplomatas “nunca desencorajaram o Brasil de aceitar vacinas contra a Covid-19 que foram autorizadas por seus respectivos órgãos reguladores”. Mas essa resposta não significou uma negação total, uma vez que os reguladores brasileiros ainda não aprovaram a vacina Sputnik V.

Um porta-voz do HHS disse ao The Washington Post que o departamento “não está em posição de comentar sobre vacinas que não foram autorizadas pela Food and Drug Administration para uso nos Estados Unidos” ou “desencorajar o Brasil ou qualquer outra nação de aceitar vacinas que foram autorizados por seus respectivos reguladores. ”

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil afirmou que “a Embaixada do Brasil em Washington não recebeu consultas ou ações de autoridades ou empresas dos Estados Unidos a respeito da possível compra, pelo Brasil, da vacina russa contra Covid-19”.

As negociações sobre a compra de vacinas “foram guiadas por princípios como o senso de urgência e a escolha soberana dos fornecedores”, afirma o comunicado.

Um porta-voz do Kremlin se recusou a comentar diretamente sobre o relatório do HHS na terça-feira, segundo a Reuters, mas disse que o Sputnik V nunca teve uma chance justa de sucesso porque muitos países estão sendo instados a não comprá-lo.

“Em muitos países, a escala de pressão não tem precedentes”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, segundo o jornal.

O ceticismo inicial em relação à vacina russa contra o coronavírus estava enraizada em mais do que apenas política: a injeção foi lançada antes que os testes médicos fossem concluídos. Mas agora foi aprovado em mais de uma dúzia de países. Um recente estudo de revisão por pares na respeitada revista médica britânica Lancet descobriu que sua eficácia estava no mesmo nível das vacinas Pfizer-BioNTech e Moderna.

E com as nações mais ricas acumulando vacinas “ocidentais”, um número crescente de nações se voltou para a Rússia, dando ao Kremlin um impulso de imagem em todo o mundo.

Até o Brasil aderiu, apesar da aparente pressão e do fato de seus reguladores ainda não terem assinado. Na semana passada, o governo anunciou que havia fechado um acordo para comprar 10 milhões de doses da vacina Sputnik V.

O governo federal anunciou a compra da vacina Sputnik V um dia depois de os governadores dos estados terem assinado um acordo com a Rússia para trazer quase quatro vezes mais doses ao Brasil.

O presidente brasileiro Jair Bolsonaro e seu governo têm enfrentado críticas generalizadas sobre as lentas negociações para comprar vacinas de empresas estrangeiras. No ano passado, Bolsonaro rejeitou repetidamente a ameaça representada por covid-19, a doença causada pelo coronavírus. Ele também testou positivo duas vezes para o coronavírus em julho.

Enquanto isso, o vírus continua a se espalhar rapidamente no país, sobrecarregando um sistema de saúde já sobrecarregado. Apenas 2,3 por cento da população recebeu as duas doses da vacina AstraZeneca ou Sinovac.

*Foto/Arte: Angela Dewan via CNN/Getty Images

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Política

Ciro Nogueira comemora pizza na CPI e diz que Arthur Lira não colocará impeachment em votação

Mônica Bergamo: CPI não vai dar em nada para Bolsonaro, diz senador Ciro Nogueira (PP-PI) em encontro reservado com banqueiros.

Pelo que diz a matéria de Mônica Bergamo, publicada na Folha, Ciro Nogueira faz essa afirmação com um desprezo nojento às 400 mil mortes de brasileiros por covid, sem defender a inocência de Bolsonaro. Ao contrário, ele tem certeza da culpa dele por essa situação trágica porque passa o Brasil, mas também tem certeza da impunidade, porque, segundo ele, Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, não encaminhará o pedido de impeachment, porque tanto Nogueira quanto Lira são cúmplices da política genocida promovida pelo governo Bolsonaro.

Certamente, a afirmação de Ciro Nogueira de que Arthur Lira é o garante de Bolsonaro e que nada passará sem seu crivo, está no fato de que se absteve por completo de qualquer sentimento humano com as 400 mil vidas perdidas, sem falar de um número sem fim de sequelados pela covid e seu sofrimento somado aos de familiares e amigos.

A festa que Ciro está fazendo pela pizza, que ele afirma que Lira vai garantir, certamente está no número de benefícios pessoais que os defensores da política genocida que os apoiadores terão com a lealdade com quem produziu esse morticínio.

De acordo com Bergamo, Ciro Nogueira foi didático: “ainda que o relatório de Renan Calheiros seja aprovado, nada acontecerá, muito menos o impeachment. Por motivo simples: o presidente da Câmara do Deputados, Arthur Lira, não deixará nenhum pedido de afastamento de Bolsonaro ser discutido”, funcionando como uma sólida barreira.

Ou seja, o senador não teve qualquer preocupação de defender um governo indefensável, o que ele deixou claro é que Arthur Lira vai garantir a impunidade, mesmo que a CPI revele e prove uma lista sem tamanho de crimes cometidos contra a vida do povo brasileiro que já deixou um rastro que coloca o Brasil na trágica marca de segunda maior nação de vítimas fatais por covid.

Isso é um escracho com o parlamento, mas acima de tudo, com a sociedade brasileira.

Não se sabe qual foi a reação dos banqueiros e empresários presentes no encontro reservado com Ciro Nogueira, porque, se não ficaram indignados com essa declaração canalha, são iguais ou piores que essa escumalha bolsonarista.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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IBGE desmente Paulo Guedes e mostra que Brasil tem novo recorde de desemprego

Enquanto Paulo Guedes, no twitter, tem a cara dura de dizer que tem excelentes notícias na economia, afirmando que todos os setores em todos os estados criaram empregos, exaltando o setor de serviços, o IBGE escancara o vexame do ministro da Economia que, além de exalar ódio de classe, é um mentiroso contumaz, sem paralelo na história, dados do IBGEque fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Penad), mostram a mentira com o rabo de fora que Guedes é.

O IBGE revela que a taxa de desemprego no Brasil, de dezembro de 2020 a fevereiro de 2021, de 14,4%, é recorde na série histórica. O resultado representa alta de 2,9%, com mais de 400 mil pessoas desocupadas em relação ao trimestre anterior (setembro a novembro de 2020), ocasião em que a desocupação estimada era de 14,1%.

Guedes, que é uma espécie de Alice no país das maravilhas, como disseram  grandes empresários brasileiros, vive num país imaginário.

Mas como a moda é desprezar dados socioeconômicos como o censo para fingir que o Brasil não tem 36 milhões na extrema pobreza e metade da população passando por necessidades com o massacre neoliberal, certamente, Guedes seguirá ignorando os dados do IBGE, em um governo que o lema é, “negar tudo o que é não espelho”.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Opinião

A lista feita pelo governo para a CPI mostra que não foi por acaso que o Brasil chegou a 400 mil mortes

A gestão de Pazuello no Ministério da Saúde, repleta de absurdos, não foi acidental. Houve ali a intenção de executar uma política de baixíssima qualidade, a começar pelo próprio gestor, escolhido por Bolsonaro, que não tinha qualquer talento como administrador nem para a essência cômica de sua suposta virtuose em logística. Nada prestou.

Pazuello, como o próprio disse, “um manda e o outro obedece”, apenas reproduziu o que já estava combinado com Bolsonaro.

As palavras, pesquisa e ciência foram descartadas do receituário, e o que se teve no Brasil diante de uma crise sanitária mundial foi um animador de tragédia que, de forma mórbida, deu a um maníaco todas as possibilidades de produzir dor e morte.

Os bolsonaristas tentam o impossível a partir de uma tática “genial” do governo, que consiste na ideia de criar uma espécie de “vitória do fracasso” como principal legado do governo Bolsonaro no combate à pandemia com uma frase tosca, “foi pra isso mesmo que votei em Bolsonaro”.

Isso, para muitos, pode parecer bizarro e absurdo, soar até como piada, como de fato é, mas a exploração do absurdo para uma turma que tem obsessão em defender Bolsonaro naquilo que ele tem de pior, levando ao extremo conceitos animalescos, tem mais a ver com o próprio orgulho do bolsonarista de não querer parecer palhaço votando errado num personagem que se transformou numa das criaturas mais horrendas da história recente da humanidade, com limitações intelectuais gritantes.

O bolsonarismo, mais do que o próprio Bolsonaro, tornou-se um clássico da estupidez, um personagem à parte da versão do governo que aí está.

Para um governo que, na área da saúde, fez uma gestão propositalmente genocida, não há qualquer defesa, por mais que queiram criar, forçar comparações com problemas de desvios éticos de prefeitos e governadores.

O terror é tanto que nem os bolsonaristas mais zumbis estão interessados em uma ação conjunta em defesa dessa tese e, portanto, acham mais fácil defender o conjunto da obra de horror num cenário dominado por um momento trágico na nossa história com uma repercussão internacional que beira o extravagante, por uma paixão sem qualquer link com a realidade, mesmo diante de tantas vidas perdidas, com tanto sofrimento dos familiares e amigos das vítimas fatais da covid.

Então, vem a pergunta inevitável, se até os bolsonaristas assumem que as políticas não implementadas pelo governo para combater a pandemia foi proposital, com roteiro e direção saídos de dentro do Palácio do Planalto, tendo expressamente Bolsonaro como protagonista,  nada do que ocorreu nessa tragédia até agora que arrastou mais de 400 mil brasileiros para a morte, foi involuntário, ao contrário, teve um criador e o nome do autor desse desastre que transformou o Brasil num filme de terror é Jair Messias Bolsonaro.

Tudo o que vier desse crepúsculo será revelado pela CPI da Covid e só poderá ter como resultado a sua cassação política. Nenhum passo atrás.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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