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Jair de Souza: A insuperável podridão das classes dominantes ocidentais

Desde que a história dos seres humanos começou a ser retratada com base em estudos amparados em dados confiáveis, as classes dominantes de origem europeia vêm despontando como o que de mais sórdido e nefasto a humanidade já gerou.

Não pretendo de modo algum dar a entender que as elites de poder dos povos não ocidentais se caracterizam por sua pureza e bondade. Esta, absolutamente, não é minha intenção.

O que estou procurando destacar é o insuperável nível de crueldade e insensibilidade daqueles que têm estado no comando das rédeas das nações de extração europeia, em contraposição ao que ocorre em todos os demais grupos humanos.

Inegavelmente, em todas as oportunidades em que forças vindas de outras partes avançaram sobre regiões já habitadas por outros grupos humanos, os resultados sempre foram de fortes sofrimentos para os povos subjugados.

Contudo, as desgraças provocadas pela expansão ocidental ao redor do planeta ultrapassam em muito toda a perversidade que temos conhecimento de ter sido praticada ao longo da história.

Tão somente com um breve repasso da presença usurpadora das forças do Império Romano naquele lugar que hoje denominamos de Oriente Médio, ficam evidentes as marcas deste desrespeito ao direito de os povos continuarem vivendo nos territórios que tradicionalmente já ocupam há muito tempo.

Estamos nos referindo exatamente àquela região associada à figura de Jesus, cujos nome e simbolismo costumamos respeitar e valorizar.

Por que as legiões de um Império sediado na Europa Ocidental deveriam comandar os destinos de terras localizadas em outro continente e habitadas por povos que nada tinham de europeus?

A resposta a esta indagação nos remete aos primórdios do conceito que atualmente designamos como colonialismo. Assim, a grosso modo, podemos estabelecer nesta etapa os marcos iniciais do expansionismo europeu, que nos afeta negativamente até os dias atuais.

Convém recordar que, para exercer seu domínio sobre aquelas pessoas que nada tinham a ver com a etnia e a cultura romanas, as forças colonialistas se aliaram aos setores das classes dominantes locais. Estas, por sua vez, recorriam à manipulação da religião para garantir a manutenção de seus privilégios.

Devemos ter sempre em conta que as práticas de Jesus representavam uma luta ferrenha em favor das classes mais humildes, com o propósito de ajudá-las a sair do estado de penúria em que eram forçadas a viver.

Assim, é também de muita relevância que não nos esqueçamos do fato de que ele foi preso e executado por soldados ocupantes romanos por orientação dos líderes religiosos locais de então.

Isto explica a razão pela qual a adesão a suas pregações tenha surgido e se desenvolvido inicialmente entre as massas de gente humilde, e não entre as camadas ricas e poderosas.

Por então, seus seguidores tinham de se reunir às escondidas, para fugir das perseguições das autoridades romanas e dos líderes do judaísmo oficial.

A partir das experiências desenvolvidas nessa etapa inicial, as classes dominantes romanas aprimoraram sua destreza em manipular os conceitos e as palavras para, desta maneira, usá-los em favor de suas ambições e seu egoísmo.

Tanto assim que foram capazes de se apoderar do legado de Jesus, de modo a atribuir-lhe um significado diametralmente oposto ao de seus propósitos originais.

Como já expusemos mais acima, a pregação do Nazareno se caracterizava por seu desejo de defender as causas dos setores sociais mais carentes e explorados.

Entretanto, os representantes dos interesses imperiais e colonialistas das classes dominantes ocidentais se dedicaram a falsificá-lo e deturpá-lo com o objetivo de torná-lo um poderoso instrumento para reforçar sua hegemonia sobre as massas populares e para facilitar sua devastadora expansão sobre todas as demais nações de todos os outros continentes.

Foi assim que, apesar de que seu intuito original era atender e socorrer os mais necessitados, a figura de Jesus foi alvo de um monstruoso processo de manipulação.

Com isto, produziu-se uma completa metamorfose, da qual surgiu uma ideologia político-religiosa que desempenharia um papel fundamental na expansão do colonialismo europeu: o cristianismo.

Desta forma, o cristianismo se tornou uma portentosa arma destinada a subjugar e exterminar povos e nações ao redor do mundo, com vista a fazer prevalecer os interesses materiais do colonialismo ocidental.

Portanto, é muito importante que tenhamos em mente que essa religião, criada e impulsionada pelas classes dominantes ocidentais, nada tem a ver com aquele de cujo nome ela se aproveita.

Na verdade, o que se consolidou desde sua elevação à categoria de religião oficial do Império não foram as pregações e os ensinamentos daquele que perambulava entre os setores populares da Palestina de seu tempo, senão que sua desvirtuação completa, com a perda das bases humanitárias que lhe serviam de sustentação.

Foi com base nesta ideologia inteiramente contrária ao legado de Jesus, mas recorrendo fraudulentamente a seu nome, que as classes dominantes ocidentais se lançaram à empreitada que veio a representar o maior morticínio já causado entre os seres humanos por outros seres humanos.

Em decorrência, nas Américas, na África, na Ásia e na Oceania, as classes dominantes da Europa Ocidental assassinaram milhões e milhões de pessoas, exterminando quase que por completo inúmeros povos, nações e culturas, em genocídios de proporções inimagináveis.

Embora a presença do flagelo da escravidão possa ser detectada em várias situações há muito tempo, tão somente as classes dominantes europeias a transformaram num modo de produção aplicado de forma generalizada para fins de obtenção regular de lucros comerciais.

Decididamente, a estruturação da economia com base no trabalho escravo é mais uma das criações desses que gostam de se apresentar como o símbolo do melhor da humanidade.

No entanto, a perversidade das classes dominantes do chamado mundo ocidental estava longe de se haver esgotado após a consecução dos abomináveis crimes de genocídio levados a cabo nessa fase em que predominaram o colonialismo e a escravidão. Ainda havia muito ódio e ignomínia a demonstrar.

E as classes dominantes de extração europeia se esmeraram para provar que eram capazes de se superarem, como de fato o fizeram. Entre as outras obras primas das classes dominantes ocidentais de origem europeia podemos citar o apartheid, o nazismo e o sionismo.

O apartheid, que desgraçou a vida de milhões de africanos, foi levado à África por iniciativa das classes dominantes holandesas. Em seu afã de se apropriar das riquezas do continente africano e abusar da exploração da mão de obra de seus habitantes autóctones, os colonizadores europeus edificaram um dos sistemas mais horripilantes de discriminação de cunho racial.

Foram necessárias várias décadas de luta e sofrimento para que esse produto da maldade pudesse ser derrubado. Mesmo assim, seus efeitos maléficos se estendem até nossos dias.

Já o nazismo é um genuíno fruto dos que gostam de ser tomados como o suprassumo da civilização europeia e, devido a isto, de toda a humanidade: as classes dominantes germânicas.

Com o nazismo, os grandes capitalistas alemães e de várias outras nações europeias deixaram evidente que não há limites para a prática de atrocidades contra outros seres humanos.

No intuito de combater os possíveis riscos para a manutenção de seu domínio social, os paladinos da defesa dos interesses do grande capital na Alemanha e em outros países da Europa não hesitaram em desenvolver as técnicas para causar a morte e o sofrimento em escala industrial.

Os campos de concentração e os fornos da morte do nazismo também foram gerados por mentores das classes dominantes ocidentais de pura cepa europeia.

E, quase que como uma síntese cumulativa de todas as perversões gestadas por iniciativa das classes dominantes europeias, temos atualmente o sionismo. Esta ideologia a serviço do grande capital também é cem por cento de origem europeia, sem ter absolutamente nada a ver com os antigos povos hebraicos que habitavam a região do Oriente Médio no passado.

O sionismo é algo equivalente ao nazismo, com a diferença básica de ter sido propulsionado por ideólogos europeus com vinculações pretéritas a gente que professava o judaísmo.

O sionismo incorpora em sua essência o espírito do colonialismo, do apartheid e, em consequência, do nazismo.

Suas maiores vítimas diretas são os povos que já habitavam a região da Palestina há milênios, os quais têm sofrido um intenso processo de perseguição, usurpação e extermínio, que visa instalar em suas terras os colonos europeus e seus descendentes, que foram para lá conduzidos pelos movimentos sionistas formados na Europa.

A crueldade praticada contra a indefesa população palestina pelas forças militares e paramilitares a serviço do sionismo europeu não deixa margem para dúvidas de que os sionistas assimilaram à plenitude a podridão produzida pelas classes dominantes ocidentais ao longo dos séculos.

Porém, é muito importante que não nos deixemos levar por uma falsa percepção. Os grandes inimigos da humanidade não são os povos europeus, e sim suas classes dominantes.

As massas populares dos países da Europa são, na verdade, importantes aliados de suas contrapartes dos países periféricos. Os movimentos e partidos dos trabalhadores europeus, assim como seus teóricos, deram contribuições inestimáveis em favor dos processos de emancipação das classes trabalhadoras do mundo inteiro. Com eles, aprendemos a valorizar o sentimento do internacionalismo proletário e a busca pela unidade dos povos.

Por isso, é muito gratificante constatar que as lutas dos povos vítimas do colonialismo e imperialismo originados nos centros oligarcas do Ocidente têm contado com o apoio resoluto de movimentos de massas populares nos países europeus, assim como nos Estados Unidos. Isto se mostra ainda mais evidente nos cruciais momentos que estamos atravessando.

Em protesto contra o genocídio que as forças armadas do sionista Estado de Israel estão cometendo contra o povo palestino, estão ocorrendo amplas mobilizações de massas nas principais cidades da Europa.

E ainda mais reconfortante é constatar uma nutrida e intensa participação nas mesmas de pessoas de ascendência judaica, o que ajuda a corroborar a compreensão de que judaísmo e sionismo não são para nada equivalentes.

Para que não subsista nenhuma incompreensão, ser judeu e ser sionista são coisas muito diferentes.

Assim como não podemos estender a pecha de nazista ao conjunto dos alemães, o termo sionista não pode de maneira nenhuma ser empregado para designar a todos os que se identificam como judeus.

Em resumo, tudo o que expusemos nas linhas anteriores tem por objetivo ressaltar a compreensão de que todos os povos do mundo podem e devem viver em solidariedade e harmonia.

Os verdadeiros responsáveis pelas guerras e outras desavenças entre os grupos humanos costumam ser suas classes dominantes, ou seja, aqueles setores que vivem à custa da exploração do trabalho dos restantes.

Dentre os exploradores, os que mais têm se destacado negativamente ao longo do tempo são as oligarquias formadas nas nações ocidentais.

Embora estas pretendam atribuir-se a qualificação de modelo exemplar a ser seguido por todas as demais, representam de fato a podridão maior já atingida pela humanidade.

*Jair de Souza é economista formado pela UFRJ; mestre em linguística também pela UFRJ.

*Viomundo

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China dá o troco, impõe tarifas de 34% a todos os produtos dos EUA e abre espaço para mais exportações do Brasil

Exportações brasileiras do agro concorrem diretamente com o agronegócio dos Estados Unidos.

Em mais um movimento de escalada nas tensões comerciais com os Estados Unidos, o governo da China anunciou nesta quinta-feira (4) que aplicará uma tarifa adicional de 34% sobre todos os produtos norte-americanos a partir de 10 de abril.

De acordo com a nota oficial, a nova alíquota será acrescida às tarifas atualmente em vigor, ampliando significativamente o custo de entrada de mercadorias dos EUA no território chinês. A medida vem acompanhada de uma série de outras sanções comerciais, incluindo o endurecimento de controles sobre exportações de itens considerados estratégicos.

Exportações de terras raras na mira – O Ministério do Comércio da China também informou que, a partir de 4 de abril, passará a restringir a exportação de elementos de terras raras do tipo médio e pesado para os Estados Unidos. Entre os elementos listados estão o samário, gadolínio, térbio, disprósio, lutécio, escândio e ítrio — todos fundamentais para setores de alta tecnologia, como a indústria de semicondutores, armamentos e carros elétricos.

A decisão, segundo o ministério, está ancorada na legislação nacional de segurança e visa proteger os interesses estratégicos do país, além de “cumprir obrigações internacionais, como as relacionadas à não proliferação”, conforme destaca o comunicado: “o objetivo da implementação dos controles de exportação pelo governo chinês sobre os itens relevantes, de acordo com a lei, é melhor salvaguardar a segurança nacional e os interesses do país, bem como cumprir obrigações internacionais como a não proliferação”.

Empresas norte-americanas sob sanção – Além disso, a China incluiu 16 entidades dos Estados Unidos em sua lista de controle de exportações e adicionou outras 11 à chamada “lista de entidades não confiáveis”. A inclusão nesta última permite que Pequim tome ações punitivas diretas contra empresas estrangeiras, incluindo a proibição de atividades comerciais no país, congelamento de ativos e outras sanções administrativas. Com 247.

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Brasileiro-palestino morre em prisão de Israel após desmaiar de fome

Circunstâncias da morte de Walid Khaled Abdallah, de 17 anos, em Meggido foram informadas por ONG.

O brasileiro-palestino de 17 anos Walid Khaled Abdallah morreu após desmaiar de fome e bater a cabeça no chão, no dia 22 de março, em uma prisão em Megiddo, Israel. As circunstâncias da morte de Walid foram divulgadas na quinta-feira (3) pela ONG Defesa das Crianças Palestinas (DCIP, na sigla em inglês) e confirmadas pela Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal).

Outros adolescentes também detidos na mesma prisão teriam pedido ajuda aos guardas quando Walid desmaiou. O pedido foi ignorado pelos guardas. Segundo a ONG, foram os próprios colegas de Walid que o carregaram ao portão do pátio da prisão.

palestino

Adolescente brasileiro-palestino sofreu trauma
Em seguida, agentes penitenciários levaram Walid para a clínica da prisão. A equipe médica tentou ressuscitá-lo com um desfibrilador e adrenalina, mas o adolescente não resistiu. De acordo com a autópsia, Walid passou fome, sofreu desidratação por diarreia e apresentava infecções.

O exame, segundo a DCIP, revelou que Walid sofria de extrema perda da massa muscular e da gordura corporal, além de sarna nas pernas e na virilha. O estado do tórax e do abdômen indicavam que ele sofreu um trauma contundente. O intestino grosso tinha edemas, associados a uma lesão que ele pode ter sofrido.

A ONG afirmou que o adolescente sofreu por meses e que os guardas abusaram do garoto até que ele morresse. Walid esteve na clínica da prisão diversas vezes, quando reclamou, durante atendimento, da falta de comida e de um traumatismo craniano, de acordo com o ICL.

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Política

Fogo no parquinho: Em defesa de Trump, Eduardo Bolsonaro ataca Tereza Cristina, ex-ministra da Agricultura do seu pai

Eduardo Bolsonaro está possesso com a votação unânime no Senado pela política da reciprocidade, proposta pelo governo Lula, que teve cem por cento de adesão dos senadores a partir de uma postura política de Tereza Cristina, que declarou guerra às tarifas de Trump sobre produtos brasileiros.

O sabujo de Trump abriu essa guerra com a ex-ministra do seu pai, advogando por Trump, dizendo que Lula fez uma captura socialista na consciência da senadora.

O interessante é ver o noticiário do mundo todo anunciando o derretimento da bolsa norte-americana com reação do planeta.

Para Eduardo, lógico, essa unanimidade no Senado contra as tarifas de Trump é parte de uma estratégia do socialismo e que Lula está à frente essa campanha contra o tarifaço dos EUA para se beneficiar politicamente na eleição de 2026.

O que Eduardo não fala é que a própria oposição ao governo está isolando, ao vivo e a cores, o clã Bolsonaro e, claro que, dos EUA, ele convoca o gado para retaliar todos os que votaram com Lula e, junto, atacarem a ex-ministra o papai.

A reação destrambelhada do idiota não passa de mais um vexame entreguista do bolsonarismo a Trump e, consequentemente, aos EUA.

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Economia Mundo

China diz que tarifaço de Trump ‘coloca em perigo’ economia mundial e terá resposta

Gigante asiático já havia respondido com taxas sobre uma série de produtos agrícolas estadunidenses.

A China disse nesta quinta-feira (3) que “se opõe firmemente” às novas e abrangentes tarifas dos EUA sobre suas exportações, prometendo “contramedidas” para proteger seus direitos e interesses. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, desencadeou uma guerra comercial global, depois de impor taxas sobre as importações de todo o mundo e tarifas extras severas sobre seus principais parceiros comerciais.

O republicano anunciou tarifas de 34% sobre as importações da China, um de seus maiores parceiros comerciais. O Ministério do Comércio da China pediu a Washington que “cancele imediatamente” as novas medidas, que “colocam em perigo o desenvolvimento econômico mundial”. A China já havia respondido às tarifas dos EUA com taxas de até 15% sobre uma série de produtos agrícolas estadunidenses, incluindo soja, carne suína e frango.

Um porta-voz diplomático criticou “o protecionismo e o assédio” dos Estados Unidos e pediu uma solução das divergências econômicas e comerciais “por meio de consultas justas, respeitosas e recíprocas”. O Ministério do Comércio de Pequim afirmou em um comunicado que essas tarifas “não estão em conformidade com as regras do comércio internacional e prejudicam seriamente os direitos e interesses legítimos das partes relevantes” e acusou os Estados Unidos de uma “típica prática unilateral de intimidação”.

As tarifas se somam a uma taxa de 20% imposta no mês passado. Em uma reunião semanal na quinta-feira, o Ministério do Comércio criticou o “protecionismo e a intimidação” de Washington, mas também disse que os dois lados estavam “mantendo a comunicação” sobre as fontes de discórdia em questões comerciais e econômicas. Na prática, as taxas sobre importações chinesas passam a ser de 54%.

Proibições para empresas estadunidenses
Em um primeiro documento publicado pelo ministério chinês, a China incluiu dez empresas estadunidenses no sistema de Listas de Entidades Não Confiáveis, o que significa que as empresas não poderão comercializar com a China e nem investir no país.

O sistema é utilizado, de acordo com o governo chinês, para garantir “as regras econômicas e comerciais internacionais e o sistema de comércio multilateral, se opor ao unilateralismo e ao protecionismo comercial e salvaguardar a segurança nacional da China, os interesses públicos sociais e os direitos e interesses legítimos das empresas”.

Em comunicado à parte, a corporação Illumina Inc. também foi incluída nesse mesmo mecanismo, mas com a medida específica de proibição de exportação de sequenciadores genéticas (máquinas que identificam a sequência de informações genéticas de organismos) para a China. A terceira medida colocou outras 15 empresas na Lista de Controle de Exportação.

Quais são as companhias
As primeiras dez vendem armamento ou fornecem serviços de vigilância e análise de dados para Taiwan. Segundo o Ministério do Comércio chinês, a decisão tem base em diversas leis, como a de Segurança Nacional, a de Sanções Antiestrangeiras. As ações, ainda segundo o ministério, prejudicam “seriamente a soberania nacional, a segurança e os interesses de desenvolvimento da China”.

As companhias são da indústria armamentista e/ou aeroespacial (Cubic Corporation, TCOM, L.P, Teledyne Brown Engineering,Inc., S3 AeroDefense e ACT1 Federal); aviação (Stick Rudder Enterprises LLC ); da construção naval e defesa (Huntington Ingalls Industries Inc; de análise de dados (Exovera e TextOre), e de engenharia (Planate Management Group)

Algumas destas empresas já tinham sido objeto das chamadas contramedidas em setembro de 2024. Elas foram implementadas em resposta ao anúncio do Departamento de Estado dos EUA de uma aprovação de venda de armamento militar a Taiwan em um valor de US$ 228 milhões (R$ 1,3 bi), que acabou se confirmando em outubro por um valor muito maior, US$ 2 bilhões (R$ 11,2 bi).

Já a Illumina, de acordo com o Ministério do Comércio, “violou os princípios normais de negociação do mercado, interrompeu transações normais com empresas chinesas, adotou medidas discriminatórias contra empresas chinesas e prejudicou seriamente os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas”.

As outras 15 empresas possuem laços (em maior ou menor grau) com o Complexo Militar Industrial dos EUA. As medidas implementadas pela China, nesta terça, proibiram as empresas chinesas de exportar para essas empresas os chamados bens de dupla utilização (que podem ser utilizados tanto para fins pacíficos como militares). Veja a lista abaixo:

  • Leidos
  • Gibbs & Cox, Inc.
  • IP Video Market Info, Inc.
  • Sourcemap, Inc.
  • Skydio, Inc.
  • Rapid Flight LLC
  • Red Six Solutions
  • Shield AI, Inc.
  • HavocAI
  • Neros Technologies
  • Group W
  • Aerkomm Inc.
  • General Atomics Aeronautical Systems, Inc.
  • General Dynamics Land Systems
  • AeroVironment

*BdF

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A tática de Motta que passou a perna em bolsonaristas no caso da anistia

Presidente da Câmara deu um nó na bancada de celerados da extrema direita que quer tirar os criminosos do 8 de Janeiro da cadeia. Pauta volta a perder força e tem muita gente furiosa.

Os últimos dias foram de intensa gritaria por parte dos bolsonaristas no Congresso Nacional. Os escândalos e chiliques, com ameaças de obstruir completamente a pauta da Câmara, por exemplo, fizeram com que o Projeto de Lei da anistia para os criminosos golpistas do 8 de Janeiro de 2023 ganhasse força, mesmo contra a vontade do presidente da Casa, o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), que por acordos com o governo não quer permitir que tal iniciativa vergonhosa siga em frente.

Após uma duríssima queda de braço, Motta finalmente passou a perna na bancada de celerados da extrema direita e impediu que a tal anistia fosse levada a votação em caráter de urgência, mesmo com o crescente (e aparente) fortalecimento da pauta na Câmara recentemente. Deputados bolsonaristas ficaram furiosos.

O ruidoso grupo de parlamentares que segue fielmente Bolsonaro apresentou publicamente uma lista com 156 assinaturas de deputados favoráveis à anistia aos golpistas, sendo que 92 delas eram de nomes filiados ao PL. Na prática, apenas 64 nomes vieram de fora do partido controlado pelo ex-presidente. Para pautar a anistia diretamente em plenário, em regime de urgência, seriam necessárias 257, ou seja, um longo caminho a se percorrer cujo objetivo seria angariar mais 101 assinaturas.

Os bolsonaristas, então, fizeram o óbvio: partiram para cima das lideranças partidárias das legendas do Centrão, que habitualmente servem como satélites da extrema direita, caso do PP, Republicanos, Patriota, PSD e congêneres. No caso de a liderança aderir à lista, basta sua assinatura para que as assinaturas de todos os deputados do partido se incluam automaticamente. É claro que dessa forma seria muito mais fácil e simples para atingir os 256 ok’s necessários para pautar o tema.

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Política

Lula: “Brasil não bate continência para outra bandeira que não seja a verde e amarela”

Em evento para apresentar balanço dos primeiros dois anos de mandato, Lula cutucou Bolsonaro e respondeu Trump.

“O Brasil é um país que não tolera ameaça a democracia, que não abre mão da sua soberania e não bate continência para nenhuma outra bandeira que não seja a bandeira verde e amarela. Que fala de igual para igual e respeita todos os países, dos mais pobres aos mais ricos, mas que exige reciprocidade no tratamento, defendemos o multilateralismo e o livre comércio e responderemos a qualquer tentativa de impor o protecionismo que não cabe hoje no mundo”, defendeu o Lula durante evento para apresentar as realizações dos primeiros anos de governo.

“Brasil não bate continência” é indireta a Bolsonaro
A fala de Lula também foi considerada uma alfinetada ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que prestou continência a bandeira dos Estados Unidos durante um evento em 2019.

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“Diante da decisão dos Estados Unidos de impor uma sobretaxa nos produtos brasileiros, tomaremos todas as medidas cabíveis para defender as nossas empresas e nossos trabalhadores brasileiros. Tendo como referência a lei da reciprocidade econômica aprovada ontem pelo Congresso Nacional, e a diretrizes da Organização Mundial do Comércio,” disse Lula.

Reação do governo brasileiro
Impulsionado pela guerra tarifária, o Senado Federal aprovou nesta semana, um projeto de lei em regime de urgência que cria mecanismos para o governo brasileiro retaliar países ou blocos que imponham barreiras comerciais aos produtos do Brasil.

O Ministério das Relações Exteriores (MRE), Itamaraty, publicou uma nota oficial que repudia e apresenta dados sobre qual o cenário da parceria comercial entra o Brasil e os EUA nos últimos anos. TVTNews.

Veja a nota completa do Itamaraty
O governo brasileiro lamenta a decisão tomada pelo governo norte-americano no dia de hoje, 2 de abril, de impor tarifas adicionais no valor de 10% a todas as exportações brasileiras para aquele país. A nova medida, como as demais tarifas já impostas aos setores de aço, alumínio e automóveis, viola os compromissos dos EUA perante a Organização Mundial do Comércio e impactará todas as exportações brasileiras de bens para os EUA.

Segundo dados do governo norte-americano, o superávit comercial dos EUA com o Brasil em 2024 foi da ordem de US$ 7 bilhões, somente em bens. Somados bens e serviços, o superávit chegou a US$ 28,6 bilhões no ano passado. Trata-se do terceiro maior superávit comercial daquele país em todo o mundo.

Uma vez que os EUA registram recorrentes e expressivos superávits comerciais em bens e serviços com o Brasil ao longo dos últimos 15 anos, totalizando US$ 410 bilhões, a imposição unilateral de tarifa linear adicional de 10% ao Brasil com a alegação da necessidade de se restabelecer o equilíbrio e a “reciprocidade comercial” não reflete a realidade.

Em defesa dos trabalhadores e das empresas brasileiros, à luz do impacto efetivo das medidas sobre as exportações brasileiras e em linha com seu tradicional apoio ao sistema multilateral de comércio, o governo do Brasil buscará, em consulta com o setor privado, defender os interesses dos produtores nacionais junto ao governo dos Estados Unidos.

Ao mesmo tempo em que se mantém aberto ao aprofundamento do diálogo estabelecido ao longo das últimas semanas com o governo norte-americano para reverter as medidas anunciadas e contrarrestar seus efeitos nocivos o quanto antes, o governo brasileiro avalia todas as possibilidades de ação para assegurar a reciprocidade no comércio bilateral, inclusive recurso à Organização Mundial do Comércio, em defesa dos legítimos interesses nacionais.

Nesse sentido, o governo brasileiro destaca a aprovação pelo Senado Federal do Projeto de Lei da Reciprocidade Econômica, já em apreciação pela Câmara dos Deputados.”

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Lula reage às tarifas de Trump: “Tomaremos todas as medidas cabíveis para proteger nossas empresas e nossos trabalhadores”

Presidente critica sobretaxas e cita nova lei aprovada pelo Congresso que agiliza retaliação.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou, nesta quinta-feira (3), a decisão de Donald Trump de impor tarifas sobre produtos brasileiros. Em evento para avaliar os primeiros anos de seu governo, (foto) Lula garantiu que o Brasil responderá à medida com ações concretas. “Responderemos a qualquer iniciativa de impor protecionismo, que não cabe mais ao mundo”, afirmou.

Na quarta-feira (2), Trump anunciou que todas as importações do Brasil sofrerão uma taxa de 10%, como parte de seu decreto de tarifas recíprocas contra países que cobram impostos sobre produtos norte-americanos. Em resposta, o Congresso Nacional aprovou um marco legal que permite ao Brasil retaliar medidas comerciais que considerar injustas, rompendo com a atual regra da Organização Mundial do Comércio (OMC), que proíbe tratamentos diferenciados entre países.

Durante o evento, Lula reforçou a postura soberana do país: “Somos um país que não tolera ameaça à democracia, que não abre mão de sua soberania, que não bate continência para nenhuma outra bandeira que não seja a bandeira verde e amarela, que fala de igual para igual e que respeita todos os países — dos mais pobres aos mais ricos —, mas que exige reciprocidade no tratamento”.

Lula diz que lei aprovada pelo Congresso será referência

O governo brasileiro, segundo o presidente, usará os instrumentos legais aprovados para proteger empresas e trabalhadores nacionais. “Diante da decisão dos EUA de impor uma sobretaxa aos produtos brasileiros, tomaremos todas as medidas cabíveis para proteger as nossas empresas e nossos trabalhadores brasileiros, tendo como referência a lei de reciprocidade econômica aprovada ontem no Congresso Nacional e as diretrizes da OMC”, declarou Lula.

O evento, chamado de “Brasil dando a volta por cima”, foi estruturado de forma diferente das tradicionais cerimônias do governo. Lula e a primeira-dama Janja assistiram à abertura da plateia antes de o presidente subir ao palco para discursar.

Evento é parte da estratégia para tentar reverter queda de popularidade

Apesar da resposta firme ao protecionismo norte-americano, Lula enfrenta queda na popularidade. Pesquisa Quaest divulgada na quarta-feira (2) revelou que a desaprovação ao seu governo subiu para 56%, o pior índice desde o início do mandato. Para tentar reverter esse cenário, a equipe de comunicação do governo tem apostado em estratégias de redes sociais e entrevistas, além da retomada de programas sociais e do crescimento econômico.

Aliados do presidente lamentam que avanços como o aumento real do salário mínimo e o crescimento do PIB não estejam impactando positivamente a avaliação do governo. Entre os fatores que pesam contra Lula, especialistas apontam o aumento no preço dos alimentos e a insegurança pública. Desde o ano passado, o presidente promete enviar ao Congresso uma PEC para ampliar a participação da União na segurança pública, mas a proposta ainda não foi apresentada, de acordo com o g1.

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No governo Tarcísio, morte de crianças e adolescentes pela PM cresceu 120%

Aumento da letalidade coincide com ascensão dos discursos contra câmeras corporais e mudanças no controle do uso da força.

Em novembro de 2024, Gregory Ribeiro Vasconcelos, de 17 anos, foi morto por sete tiros, quatro pelas costas, disparados por policiais militares, na comunidade Morro do São Bento, em Santos. Ele estava numa moto com um amigo de 15, que ficou ferido, mas sobreviveu. A PM diz que a morte de Gregory ocorreu em confronto, versão contestada. Os policiais envolvidos no caso não usavam câmeras corporais.

No mesmo dia, na mesma comunidade, Ryan da Silva Andrade dos Santos, de apenas 4 anos, brincava quando foi morto com um tiro no abdômen disparado por outro PM que também não usava câmeras corporais.

PM

Os dois casos ilustram uma mudança recente nas estatísticas de mortes decorrentes de intervenção policial (MDIP) entre crianças e adolescentes. O número de pessoas de 10 a 19 anos mortas por PMs de São Paulo aumentou 120% entre 2022 e 2024, ou seja, desde o início do mandato do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e da posse do secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite.

É o que aponta a segunda edição do relatório “As câmeras corporais na Polícia Militar do Estado de São Paulo: mudanças na política e impacto nas mortes de adolescentes”, produzido pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

Em números absolutos, 77 crianças e adolescentes de 10 a 19 anos morreram em intervenções da PM no estado em 2024, mais que o dobro das 35 mortes registradas em 2022. Jovens negros são maioria (67%) entre essas vítimas. As MDIP representam 34% das mortes violentas nesta faixa etária e são a segunda principal causa de morte violenta desse grupo.

“É um absurdo que essas crianças e adolescentes estejam perdendo a vida nas mãos de quem deveria protegê-los”, afirma Adriana Alvarenga, chefe do escritório do Unicef em São Paulo. “As vidas perdidas afetam a família, a comunidade e a escola, e criam um ambiente negativo para a população como um todo, em especial para aqueles que são nosso presente e nosso futuro.”

PM

Entre adultos com mais de 20 anos, o aumento das MDIP no mesmo período foi de 157% e o percentual dessas mortes em 2024 foi de 18% do total de mortes violentas, o que evidencia o peso maior da letalidade policial entre os mais jovens.

Entre PM’s, o crescimento de mortos em serviço também foi expressivo: 133% entre 2022, quando ocorreram 6 mortes, e 2024, quando elas foram 14.

Este cenário é o oposto daquele revelado pela primeira edição do estudo, dois anos atrás, que indicou uma queda de 66,3% nas mortes por intervenção policial de crianças e adolescentes de 10 a 19 anos entre 2019 e 2022. O resultado havia sido atribuído ao uso das câmeras corporais e à adoção de políticas para controle do uso da força policial. No mesmo período, também houve redução de 57% nas mortes de policiais militares em serviço.

De acordo com a edição atual do relatório, o crescimento nas MDIP foi observado no mesmo período em que ocorreram mudanças em mecanismos de controle das forças de segurança e no discurso sobre câmeras.
Desde a sua campanha para o Governo de São Paulo, Tarcísio se posicionou sistematicamente de maneira contrária ao uso de câmeras corporais, que foram desqualificadas pelo hoje governador, apesar da redução nas mortes de policiais e daquelas provocadas pela PM desde a incorporação gradual do equipamento por batalhões da corporação, a partir de 2021.

No final do ano passado, após virem à tona vídeos de policiais atuando fora do protocolo, inclusive matando pessoas desarmadas, Tarcísio fez mea culpa e disse que “estava completamente errado nessa questão”.

Ao mesmo tempo, entre 2022 e 2024, caiu o número de procedimentos instaurados pela Corregedoria da PM, órgão interno de correição. Os autos de prisão de PMs em flagrante delito caíram quase pela metade (48%), assim como a instauração de conselhos de disciplina (46%).

Derrite mudou o comando da Corregedoria no início de 2024 e, em junho, o trâmite para afastamento de policiais. Aqueles envolvidos em casos de atentado às instituições, ao Estado e aos direitos humanos agora precisam ter o afastamento autorizado pelo subcomandante-geral da PM, o que retira independência da Corregedoria.

O titular da Segurança Pública é capitão reformado da PM e foi desligado da Rota por excesso de mortes. Ele é apontado como uma liderança que estimula o confronto e o uso letal da força, ao mesmo tempo em que relaxa punições por práticas fora do procedimento operacional padrão.

Procurada, a Secretaria da Segurança Pública afirmou, por meio de nota, que não compactua com “desvios de conduta ou excessos” e que pune “com absoluto rigor todas as ocorrências dessa natureza”, citando a prisão de 550 policiais e a demissão ou expulsão de outros 364 desde 2023., segundo o ICL.

Sobre câmeras operacionais, a nota informa que a gestão Tarcísio ampliou o número de equipamentos em 18,5% e que seu uso “segue regras rígidas, e qualquer agente que descumpri-las estará sujeito às sanções cabíveis”.

O governo vai trocar as câmeras atuais, que gravam de maneira ininterrupta, por outras que são acionadas pelo policial ou pelo centro de operações da PM. Na prática, segundo especialistas, as gravações de patrulhamentos de rotina, quando muitas dessas mortes ocorrem, podem deixar de ser feitas.

Segundo Samira Bueno, diretora-executiva do FBSP, mesmo antes da mudança, “houve uma série de operações em que policiais que deveriam estar usando a câmera não gravaram nada”.

“Se hoje já há policiais tentando obstruir as gravações ou deixando as câmeras de lado, o que deve acontecer quando retirarmos essa gravação ininterrupta?”, questiona.

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Mercados dos EUA despencam com a marafunda neoliberal de Trump

Tarifas de Trump significam ruptura no comércio internacional.

Essa é uma posição quase unânime no mundo e de seus respectivos mercados, inclusive ou sobretudo os dos próprios Estados Unidos.

Dow Jones recuava 3,75% e o S&P 500 caía 4,39% às 12h45; o índice Nasdaq tinha queda de 5,78%.

As ações caíram nos EUA, Ásia e Europa. Aliados e adversários estavam igualmente ponderando suas respostas.

Os principais índices do mercado de ações europeu também registraram queda. O DAX, da Alemanha, caiu 2,93%. O Euro Stoxx 50, da Zona do Euro, recuou de 3,57%. Na Espanha, o Ibex teve baixa de 1,08%. O FTSE MIB recuou 3,59% na Itália. O FTSE 100, de Londres, caiu 1,59%.

Taxas adicionais aos países que cobram acima de 20% dos EUA. A China, por exemplo, será taxada em 10% a partir de 5 de abril e mais  24% no dia 9.

As tarifas de Trump são o mais recente sinal de seu apetite por risco de suicídio político.

Trump foi além da maioria das previsões, mostrando disposição de seguir seus instintos alucinados, mesmo quando os críticos, alguns aliados, consideram provável o fracasso.