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Justiça

Luiz Felipe Salomão poderá jogar o CNJ na fossa da Lava Jato, por Luis Nassif

Pelas informações vazadas, é possível que a correição pegue peixes miúdos e deixe de fora a parte graúda: desembargadores do TRF-4

Nas próximas semanas, é possível que os escândalos do Tribunal Regional Federal da 4ª Região contaminem definitivamente a própria corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Será o capítulo final da desmoralização da Justiça, iniciada com o Mensalão e agravada pela Lava Jato.

O TRF-4 desobedeceu ordens expressas do Supremo Tribunal Federal, atropelou procedimentos. E acabou alvo de uma correição do Conselho Nacional de Justiça, tocada pelo ministro Luiz Felipe Salomão. Pelas informações vazadas a conta gotas, é possível que a correição pegue peixes miúdos – o ex-procurador Deltan Dallagnol, o ex-juiz Sérgio Moro e a juíza Gabriela Hardt -, e deixe de fora a parte graúda do escândalo: desembargadores do TRF-4.

Antes da correição, o próprio Salomão recebeu um ofício do juiz Eduardo Appio, que assumira a 13ª Vara Federal, informando que o TRF-4 havia retirado os 6 servidores da Vara. Três foram alocados ao juiz Luiz Antonio Bonat, que substituiu Moro na 13ª; outros 3 foram para o desembargador Loraci Flores de Lima, da 8ª Turma, ambos lavajatistas. Ou seja, todos os servidores que conheciam a fundo o funcionamento da 13ª Vara e os meandros da Lava Jato.

A solicitação de Appio ficou sem resposta, denotando, já naquela época, um comportamento algo inusitado para um corregedor.

Agora, horas depois do Ministro Dias Toffoli ter anulado a delação da Odebrecht, praticamente colocando um fim à Lava Jato, a 8ª Turma decidiu pela suspeição do juiz Appio, impedindo sua recondução à 13ª Vara e anulando todas as suas decisões.

Segundo a decisão do desembargador :

“Justamente pela sua experiência e antiguidade como magistrado, deveria antever que a condição de juiz, ao presidir todos os feitos relacionados à “Operação Lava-Jato”, poderia representar para o imaginário comum a intenção de alguém que, afinal, teria interesse em desmerecer o trabalho de investigação até então realizado”.

Foi um afastamento arbitrario do Juiz da 13ª Vara, sem sequer ter sido dado a ele o direito ao contraditório e à ampla defesa. Afastamento sumário de um juiz federal é absolutamente inacreditável. E se feita por um tribunal sob correição, fica óbvio que houve a concordância tácita do corregedor.

A decisão foi uma clara afronta ao Ministro Dias Toffoli, em uma reedição absurda da afronta anterior ao STF. Além disso, o desembargador Loraci já havia se declarado suspeito em outros casos da Lava Jato, pelo fato de ter um irmão, delegado da Polícia Federal, diretamente envolvido com a operação.

Entre as decisões anuladas está a investigação sobre a destruição dos 8 HDs que continham o sistema Drousys, da Odebrecht. Os 8 HDs foram perfurados para impedir qualquer reconstituição do seu conteúdo, em um caso clássico de destruição de provas.

*GGN

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Política

Como Bolsonaro recebeu a delação de Mauro Cid

Ex-presidente mostrou ceticismo e surpresa sobre o acordo.

Jair Bolsonaro ainda apresenta dificuldades em acreditar que o ex-aliado de primeira hora, o tenente-coronel Mauro Cid, fez uma delação premiada com a Polícia Federal que o implica diretamente, diz Bela Megale, O Globo.

Após a notícia da homologação do acordo pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes vir à tona, no sábado, o ex-presidente ainda mostrou a aliados ceticismo e surpresa, mas pediu que auxiliares entrassem em campo para levantar informações sobre o que Cid já relatou à Polícia Federal.

Interlocutores de Bolsonaro vinham se comunicando com interlocutores da família e da defesa de Cid. Até o fim de semana, eles asseguravam ao grupo do ex-presidente que não havia acordo em andamento. Bolsonaro acreditava nesta versão até sábado, quando o clima mudou após a liberdade provisória concedida ao seu ex-ajudante de ordens devido à delação.

— É a maior tragédia. O fim do mundo para Bolsonaro — resumiu um aliado que atuou por anos na sua banca de advogados.

No PL, a estratégia, por hora, é tentar minimizar publicamente a potência explosiva da delação de Mauro Cid.

— Não tem verba pública que envolva Bolsonaro em nada. Não tenho nenhuma preocupação — disse o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.

A maior preocupação da delação de Cid no PL são os relatos detalhados e possíveis provas sobre investidas golpistas. Há o receio que o militar implique não somente o ex-presidente com dados sobre encontros fora da agenda que trataram desse tema, mas que atinja outros filiados da sigla, como o ex-ministro e general Walter Braga Netto.

Braga Neto se destaca como quadro favorito da legenda para disputar a prefeitura do Rio de Janeiro em 2024.

Correligionários do partido e assessores de Bolsonaro relataram à coluna que não existe uma estratégia focada para o cenário da delação e que, até então, a legenda só trabalhava com o horizonte de o acordo não atingir o ex-presidente frontalmente.

Atualmente, os planos estão sendo revistos. O que está certo, por ora, é que o PL seguirá apelando para a narrativa de que Bolsonaro seria um “perseguido político” e atuará para empoderar ainda mais a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro para assumir o capital político do marido. Com cirurgia marcada para esta semana, Bolsonaro deve submergir nos próximos dias.

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Brasil

ONU muda tom com Brasil e, agora, elogia compromisso contra desmatamento

Jamil Chade*

Numa mudança profunda no tom usado para se referir ao Brasil, a cúpula da ONU deixa de lado acusações que marcaram os últimos anos e afirma que os novos compromissos do governo representam um “sopro de ar fresco”.

Em seu discurso de abertura durante o Conselho de Direitos Humanos da ONU, nesta segunda-feira, Volker Turk, alto comissário da ONU para Direitos Humanos, fez questão de destacar os avanços do Brasil na questão ambiental.

“Saúdo as discussões realizadas no mês passado pelo Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela em busca de uma visão comum para a floresta amazônica, incluindo a participação efetiva dos povos indígenas”, disse Turk, numa referência à Cúpula da Amazônia.

“O anúncio feito em junho de que o Brasil terá como objetivo acabar com o desmatamento ilegal na Amazônia brasileira até 2030 é um alento”, insistiu.

O discurso marca uma espécie de mapa das situações mais preocupantes em relação às violações aos direitos humanos no mundo. Nos últimos quatro anos, todas as referências sobre o Brasil na avaliação global eram marcadas por denúncias, críticas e cobranças. Num levantamento feito pelo UOL, as queixas apresentadas ao governo brasileiro nos dois primeiros anos do governo de Jair Bolsonaro foram as maiores desde a redemocratização.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, chegou a excluir o Brasil de uma cúpula realizada para que os governos anunciassem compromissos de lutar contra o desmatamento e redução de emissões.

Ciente do papel do tema na capacidade de o Brasil se apresentar como um interlocutor de novo no cenário internacional, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva vem insistindo sobre sua agenda ambiental. Durante a cúpula do G20, neste fim de semana, o brasileiro destacou a queda no desmatamento e deixou claro que o clima será uma das prioridades da presidência do país, que assume o comando do grupo a partir de dezembro.

Lula, porém, tem sido questionado tanto por líderes sul-americanos como por analistas internacionais por conta de seu apoio à exploração de petróleo na Amazônia.

Para observadores e mesmo representantes do governo, uma aprovação neste sentido pode ter um impacto negativo na tentativa de Lula de convencer a comunidade internacional de que o Brasil quer assumir o protagonismo no debate internacional.

Marco temporal preocupa
Outra preocupação internacional continua sendo a situação da demarcação de terras indígenas. Numa declaração emitida em junho, o relator da ONU sobre os Direitos dos Povos Indígenas, José Francisco Calí Tzay, afirmou que existe uma “grande preocupação” diante do impacto de uma eventual aprovação do marco temporal, no Brasil.

Para ele, sua adoção seria “contrária aos padrões internacionais”. “Espero que a decisão do Supremo Tribunal Federal esteja de acordo com os padrões internacionais de direitos humanos aplicáveis e que proporcione a maior proteção possível aos povos indígenas do Brasil”, defendeu.

O marco temporal limita o reconhecimento das terras ancestrais dos povos indígenas apenas às terras que ocupavam no dia da promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988.

“A doutrina do marco temporal” tem sido usada para anular processos administrativos de demarcação de terras indígenas, como no caso da Comunidade Guayaroka dos Povos Indígenas Guarani Kaiowa”, alertou o relator.

“Em diversas ocasiões, foi contestado por órgãos internacionais, povos indígenas e defensores de direitos humanos por desconsiderar o direito dos povos indígenas às terras das quais foram violentamente expulsos, especialmente entre 1945 e 1988 – um período de grande turbulência política e violações generalizadas de direitos humanos no Brasil, incluindo a ditadura”, disse.

Segundo ele, o julgamento poderá determinar o curso de mais de 300 casos pendentes de demarcação de terras indígenas no país. “Peço ao Supremo Tribunal Federal que não aplique a doutrina mencionada no caso e decida de acordo com as normas internacionais existentes sobre os Direitos dos Povos Indígenas”, completou.

*Uol

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Política

Joias: PGR aposta que Cid tem provas físicas contra Bolsonaro

Novas evidências motivariam atropelo de Moraes a Aras; promotores se dizem aborrecidos.

A Polícia Federal e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, aceitaram e homologaram o acordo de delação, libertando o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, em menos de 48 horas. Essa rapidez, segundo procuradores da República, deve significar que o tenente-coronel tem mais do que palavras a oferecer.

A aposta é que Cid tem provas materiais contra Bolsonaro no desvio e recompra dos relógios presenteados por autoridades estrangeiras. O militar teria apresentado uma amostra do que pode vir a Moraes, que aceitou a evidência. A avaliação é que só a palavra de Cid não bastaria.

Essas potenciais provas justificariam o atropelo do ministro do STF à Procuradoria-Geral da República. A falta de comunicação com os promotores, sobretudo com o procurador-geral Augusto Aras, não pegou bem nos prédios do Ministério Público.

Aras usou o Twitter para afirmar que a PGR não aceita delações conduzidas pela PF, como foi o caso do acordo de Cid. O PGR ainda comparou o caso a delações feitas pelo ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci e pelo ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, que depois sofreram questionamentos e não renderam condenações.

Aborrecidos, promotores disseram em reserva ao blog que a ação de Moraes “desprestigia” a PGR. Prestigio este que cada vez se torna menor desde o auge da Lava Jato, em 2015.

Moraes homologou no sábado (09/09) o acordo de delação premiada proposto pela defesa de Mauro Cid e concedeu liberdade provisória ao tenente-coronel. Ele deve usar tornozeleira eletrônica e está proibido de sair de casa depois das 20h.

*Blog do Noblat

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Política

A negativa de Lula a entidades de tiro desportivo

Proposta de anistia de armas sem registro foi apresentada por entidades de atiradores desportivos ao GT de Lula que elaborou decreto.

Entidades que representam atletas de tiro desportivo pediram a Lula a “anistia” de armas sem registro no Brasil. Não atendido, o pleito foi apresentado ao grupo de trabalho criado pelo presidente para analisar propostas que embasariam o Decreto das Armas.

A anistia havia sido defendida pelos representantes da Confederação Brasileira de Tiro Tático (CBTT), Giovani Rocalo Souza Junior, e da Liga Nacional de Atiradores Desportivos, Marcelo Dafenback.

A proposta foi apresentada na sexta reunião do GT. A intenção seria regularizar os armamentos sem registro para, segundo Roncalo, “aumentar o controle das armas pelo Estado”.

O presidente da Liga Nacional de Atiradores Desportivos, Marcelo Dafenback, também defendeu a anistia para armas de fogo sem registro. Dafenback citou a situação de herdeiros de armas de fogo sem registro, que não acabariam impedidos de legalizar os armamentos.

O Decreto das Armas, que restringiu o acesso a armas e munições por civis, incluindo os CACs (Caçadores, Atiradores e Colecionadores), foi assinado por Lula no dia 21 de julho

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Política

Lula reafirma soberania brasileira ao dizer que receberia Putin, diz Glenn Greenwald

O jornalista Glenn Greenwald foi ao X (antigo Twitter) comentar o convite do presidente brasileiro, Lula, ao homólogo russo, Vladimir Putin, para participar da próxima Cúpula do G20 no Rio de Janeiro, em 2024.

O presidente Lula assegurou em uma entrevista divulgada no sábado (9) pelo meio indiano FirstPost no YouTube que o Brasil não prenderá o presidente Putin se ele aceitar o convite. Putin foi alvo de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI) por supostos crimes de guerra cometidos na Ucrânia, que Moscou negou e não reconheceu. Na entrevista, Lula também garantiu que irá à Rússia no ano que vem para a Cúpula do BRICS, na cidade de Cazã.

Glenn lembrou que Putin não pôde comparecer à Cúpula do BRICS na África do Sul em agosto, o que enfureceu os líderes do país. “Os líderes sul-africanos ficaram furiosos por não terem podido receber Putin no seu território para a cimeira dos BRICS devido ao fato de terem sido forçados a prendê-lo ao abrigo de um mandado do TPI”, escreveu Glenn na postagem.

Ele também afirmou que a posição de Lula ao convidar Putin para o vir ao Brasil sem medo de ser preso é uma reafirmação da defesa da soberania do Brasil sobre seu território. “Lula, tal como fez ao recusar repetidas exigências ocidentais de utilização de recursos brasileiros para alimentar a guerra na Ucrânia, está aqui novamente a afirmar a soberania brasileira”, afirmou.
“Tenho críticas ao governo de Lula – pergunte-lhes – mas a sua posição em relação à Ucrânia e a Assange é nobre e importante”, acrescentou.

*Com 247

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Política

Família Bolsonaro está ‘totalmente no escuro’ sobre delação de Mauro Cid

Desconhecimento do conteúdo de eventuais revelações do ex-ajudante de ordens deixa o ex-presidente e seus filhos em silêncio.

O ex-presidente Jair Bolsonaro, sua mulher Michelle e os filhos Flávio, Eduardo e Carlos se calaram diante da proposta de delação premiada do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, que por quatro anos serviu o casal na Presidência da República e teria muito segredos a revelar, segundo Hugo Marques, Veja.

Bolsonaro postou hoje mensagem religiosa nas redes sociais, proferidas durante um discurso. “E três pequenas frases que mais ouço quando estou no meio do povo: ‘não desista, Deus te abençoe, estamos orando por você’. Muito obrigado a todos”, diz Bolsonaro no discurso reproduzido nas redes, que teria relação com sua internação. Amanhã o presidente deve passar por nova cirurgia na barriga.

O senador Flavio Bolsonaro preferiu divulgar mensagens com críticas ao presidente Lula. Na sexta-feira, Flavio publicou foto junto com o pai e o jogador Neymar, fazendo referência aos períodos de dificuldades. “Contra tudo e contra todos!!! Fazendo história mais uma vez! Parabéns, super campeão!”, escreveu Flávio.

O deputado Eduardo Bolsonaro também tem dado prioridade a mensagens com críticas ao governo Lula. O vereador Carlos Bolsonaro também divulgou mensagens com críticas à viagem de Lula à Índia e outras sobre a disputa eleitoral em São Paulo.

O silêncio da família está relacionado à falta de conhecimento do teor da proposta de delação de Mauro Cid, que deixou a prisão neste sábado, por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Um dos interlocutores da família Bolsonaro disse a VEJA que todos estão “totalmente no escuro” sobre o conteúdo da delação de Cid.

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Política

A herança de Bolsonaro: militar de farda com tornozeleira eletrônica

Que vergonha para as Forças Armadas…

Bolsonaro detém muitos títulos. Foi o terceiro militar a se eleger presidente pelo voto popular. (Os dois primeiros: Hermes Rodrigues da Fonseca, de 1910 a 1914, e Eurico Gaspar Dutra, de 1946 a 1951). Foi o único presidente depois do fim da ditadura militar de 1964 a conspirar contra a democracia.

Foi também o único presidente eleito que tentou se reeleger e não conseguiu. Nem os governos da ditadura empregaram tantos militares quanto o de Bolsonaro. Nem os generais da ditadura, que presidiram o país, ousaram defender a tortura. Bolsonaro ousou, e se dependesse dele, a ditadura teria matado 30 mil pessoas.

“O Exército é meu”, proclamou Bolsonaro mais de uma vez. Nenhum general jamais disse algo parecido em público. Somente Bolsonaro quis usar aviões supersônicos para voar baixinho sobre o prédio do Supremo Tribunal Federal e estilhaçar suas vidraças. O ministro da Defesa, um general, discordou e acabou demitido.

ão havia registro de governante que tenha imitado um doente a morrer sufocado por falta de oxigênio – Bolsonaro imitou em meio à pandemia da Covid-19. Nem registro de governante que roubou joias dadas do Estado, vendeu-as no exterior para forrar seus bolsos e recomprou-as quando o crime foi descoberto – agora há.

Na caserna, Bolsonaro será lembrado para sempre porque foi graças a ele que um tenente-coronel se tornou o primeiro militar da ativa a fazer delação premiada. Mauro Cid, ex-ajudante-de-ordem de Bolsonaro, desfilará atado a uma tornozeleira eletrônica que informará à Polícia Federal sobre todos os seus passos.

Foi para ser solto que Mauro Cid delatou. O tempo do verbo está certo: delatou. Ao homologar o acordo de delação de Mauro Cid com a Polícia Federal, Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, deu-se por satisfeito com tudo o que ele já contou e com as provas que ofereceu.

Haverá novas operações policiais para apreensão de documentos e detenção de suspeitos na esteira das revelações feitas por Mauro Cid, cuja carreira chegou ao fim. Ele ainda poderá ser ouvido para esclarecer detalhes e ajudar a Polícia Federal nas investigações. Já entregou, porém, o que prometera em troca da liberdade.

A angústia mudou de lado: abandonou Mauro Cid, devolvido à sua família, e transferiu-se para Bolsonaro, seus filhos Zero e Michelle. O ex-presidente e os que o cercam estão simplesmente em pânico, embora a ordem entre eles é de fingir que passam bem. Aflitos e impacientes, os bolsonaristas de raiz aguardam orientação.

O clima entre os militares é de angústia e de alívio. Sabem que outros fardados foram citados por Mauro Cid na delação e que serão punidos. O alívio decorre do fato de que mais rapidamente o manto de suspeição deixará de cobrir as Forças Armadas. Se esse é o preço a pagar, que seja pago. Aprendam a lição!

*Blog do Noblat

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Política

Lula convida Putin para Cúpula do G20 no Brasil e garante que presidente russo não será preso

O presidente Lula assegurou em uma entrevista divulgada neste sábado (9) pelo meio indiano FirstPost no YouTube que o Brasil não prenderá o presidente da Rússia, Vladimir Putin, se ele aceitar o convite para a próxima Cúpula do G20 no país sul-americano. Putin foi alvo de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI) por supostos crimes de guerra cometidos na Ucrânia, que Moscou negou e não reconheceu.

Lula também garantiu que irá à Rússia no ano que vem para a Cúpula do BRICS, na cidade de Cazã. “Putin será convidado para o próximo G20. Ano que vem o BRICS será na Rússia, antes do G20 no Brasil. Eu vou para a Cúpula do BRICS ano que vem”.

Ele acrescentou: “Putin pode vir facilmente para o Brasil. Não tem como ele ser preso”. Lula também observou “as pessoas têm que levar a sério a independência do Brasil”.

No fim da Cúpula do G20 em Nova Délhi, o Brasil receberá do país anfitrião a presidência do grupo, que reúne 19 das maiores economias do mundo e a União Europeia, pela primeira vez. A Rússia assumirá a presidência do BRICS no próximo ano. O seu lema será Fortalecer o Multilateralismo para a Justiça no Desenvolvimento Global e na Segurança.

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Política

Defesa de Cid cita risco ao militar e à família caso ele continuasse preso

Em pedido aceito por Moraes, advogado afirma que deslocamentos, como para depoimentos, poderiam desencadear ‘uma série de especulações’.

Na decisão em que concedeu liberdade ao tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, destacou um trecho do pedido apresentado pela defesa do militar em que cita o risco de mantê-lo preso por mais tempo no Batalhão da Polícia do Exército, em Brasília. A soltura de Cid foi determinada neste sábado, quando também homologou um acordo de delação premiada do ex-auxiliar de Bolsonaro, segundo O Globo.

Segundo o defensor Cezar Bitencourt, todos os deslocamentos de Cid enquanto estivesse na prisão, como por exemplo para prestar depoimentos à Polícia Federal, precisaria ser requisitado ao Comando do Exérito, o que poderia desencadear uma “série de especulações”.

“Preso, é necessário requisitá-lo ao Comando do Exército, acionar todo o aparato estatal para deslocá-lo, desencadeando uma série de especulações que lhe colocam em risco, o que também é estendido a sua família”, diz trecho da petição da defesa.

Cid, que é tenente-coronel da ativa do Exército, estava preso desde o dia 3 de maio e é alvo de suspeitas que envolvem fraude em cartões de vacinação, venda irregular de presentes dados ao governo brasileiro e tramas para um possível golpe de estado no país.

No pedido de liberdade aceito por Moraes, a defesa de Cid destacou que o tenente-coronel não tem antecedentes criminais, possui endereço fixo e é militar. Além disso, destacou que, mesmo em liberdade, poderá continuar contribuindo com a investigação sem ser monitorado e com “menor complexidade”.

A defesa de Cid afirmou ainda que, afastado qualquer risco de comprometimento da investigação, os fundamentos que justificavam sua prisão não existiam mais após quatro meses de prisão.

Moraes acatou o pedido da defesa e concedeu liberdade ao tenente-coronel, mas com algumas condições, como utilizar tornozeleira eletrônica, a proibição de sair de casa à noite e se comunicar com outros investigados nos casos dos quais é alvo.

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