Governo federal irá colaborar com investigação da morte de vereadora e Anderson Gomes.
Segundo a Folha, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, determinou a instauração de um inquérito na Polícia Federal para ampliar a colaboração federal nas investigações sobre a organização criminosa que matou a vereadora Marielle Franco, vereadora do PSOL, e o motorista Anderson Gomes mortos no Rio de Janeiro em março de 2018.
Pela portaria divulgada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, ficou designado o delegado Guilhermo de Paula Machado Catramby para atuar no inquérito da Polícia Federal.
“A fim de ampliar a colaboração federal com as investigações sobre a organização criminosa que perpetrou os homicídios de MARIELLE e ANDERSON, determinei a instauração de Inquérito na Polícia Federal. Estamos fazendo o máximo para ajudar a esclarecer tais crimes”, disse o ministro, nas redes sociais.
Como a Folha já tinha mostrado, o governo federal irá colaborar com investigação do caso de Marielle Franco.
Neste mês, ficou definido que o Ministério da Justiça e Segurança Pública, Polícia Federal e Ministério Público do Rio de Janeiro irão trabalhar em parceria visando o andamento e a conclusão das investigações.
A ideia é fortalecer a força-tarefa do Ministério Público do Rio de Janeiro já existente destinada, exclusivamente, a apurar os desdobramentos dos mandantes do crime, para que a PF auxilie de uma forma mais direta na investigação juntamente com a Polícia Civil do Rio de Janeiro.
A vereadora e o motorista Anderson Gomes foram assassinados a tiros há quase cinco anos, na noite de 14 de março de 2018, em emboscada no centro do Rio. Nos dias seguintes ao crime, também teve início uma campanha difamatória, com fake news sobre relações que jamais existiram entre Marielle e traficantes.
Os ex-policiais militares Ronnie Lessa, acusado de ser o autor dos disparos, e Élcio de Queiroz, acusado de dirigir o carro usado no crime, foram presos em março de 2019 e se tornaram réus pelo homicídio de Marielle. Desde então, as autoridades tentam identificar possíveis mandantes do assassinato.
Ao longo dos anos, porém, as investigações foram marcadas por tentativas de obstrução, pistas falsas e frequentes trocas no comando do inquérito, observadas com preocupação pela família e instituições de defesa dos direitos humanos. Apenas no último ano, dois delegados já estiveram à frente da apuração na Polícia Civil.
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Bolsonaro voltará um dia. Seu visto de turismo dá-lhe pouco tempo para que fique nos Estados Unidos, onde se refugiou a pretexto de não passar a Lula a faixa presidencial. Foi só pretexto, porque não precisaria fugir para não transferir a faixa.
Talvez tenha sido também uma jogada esperta para que não fosse vinculado à tentativa de golpe do 8 de janeiro. Ou você acredita que ele não sabia? No dia da posse de Lula, com a segurança reforçada, o golpe seria impossível.
O general João Baptista de Oliveira Figueiredo, o último ditador do ciclo de 64, não passou a faixa a José Sarney. Não gostava dele. Abandonou o Palácio do Planalto por uma porta lateral. Como Figueiredo disse, preferia cheiro de cavalo a cheiro de povo.
Era um cavaleiro, não um cavalheiro. Prometera arrebentar quem se opusesse à redemocratização do país. Seu governo, como o dos seus antecessores, tolerou a tortura e o desaparecimento de presos políticos. Ao largar o poder, pediu para ser esquecido. Foi.
Tão cedo Bolsonaro será esquecido, e é importante que não seja. Deve ser lembrado para sempre, assim como a ditadura, para que nada de parecido se repita. Retornará mais dia, menos dia. Só não quer ser condenado e preso, o que demoraria a acontecer.
Se a Justiça o tornar inelegível como tudo indica que fará, estará no lucro. Seu impulso inicial para concorrer à presidência nada tinha a ver com o desejo sincero e legítimo de governar o país. Queria, apenas, ajudar a carreira política dos filhos.
De saco cheio por ter sido durante quase 30 anos um deputado federal inexpressivo do baixo clero, dizia-se cansado e pensava em curtir o resto da vida ao lado de Michelle e de Laura, sua filha caçula. Deu no que deu. E, ao país, causou o estrago que se vê.
Se antes não lhe faltava dinheiro, agora muito menos. É um homem rico, riquíssimo. Contará para o resto da vida com os benefícios assegurados a um ex-presidente. Aposentado, disporá de votos suficientes para reeleger os filhos por um longo tempo.
Só não o ameacem com prisão. Há os que dizem que a prisão o elevaria à categoria dos mártires. Bobagem! Só quem não foi preso fala das vantagens de o ser. Pergunte a Lula se ele viu vantagens em ficar 580 dias preso. Ou a Nelson Mandela, que ficou 27 anos.
Mandela saiu da prisão direto para a presidência da África do Sul. Lula, para seu terceiro mandato. Bolsonaro já foi preso quando era apenas um militar indisciplinado que planejara atentados terroristas a quartéis. Acabou reabilitado por seus próprios pares.
*Noblat/Metrópoles
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amento para esse fim caiu de R$ 9,4 bilhões, em 2010, para apenas R$ 1,2 bilhão neste ano, o menor da série história. E era pra ser R$ 671 milhões, se não fosse negociação do governo Lula, que conseguiu aumentar em R$ 500 milhões.
– As verbas federais para a prevenção de desastres como os de São Sebastião e outras localidades no litoral norte de São Paulo neste final de semana foram reduzidas drasticamente a partir do golpe de 2016. Conforme levantamento da ONG Contas Abertas, em 2010, início da série histórica, foram destinados R$ 9,4 bilhões para essa finalidade. E chegou a R$ 11,5 bilhões em 2013. Em 2017, primeiro ano com orçamento aprovado no governo de Michel Temer, o montante caiu para R$ 2,8 bilhões. E em seu último ano de governo, deixou R$ 1,5 bilhão para o seu sucessor em 2019.
De lá para cá, os recursos continuaram ladeira abaixo, sendo praticamente zerados com Jair Bolsonaro (PL). Para 2020, deu uma ligeira melhorada, levando para R$ 2,3 bilhões. O que compensaria nos anos seguintes: R$ 1,4 bilhão em 2021, R$ 2,0 em 2022 e apenas R$ 1,2 bilhão para este ano. O menor da série histórica.
E era para ser bem menor que isso. A princípio, o projeto enviado ao Congresso pelo então governo de Jair Bolsonaro previa R$ 671,4 milhões para a prevenção de desastres. Mas o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) negociou e conseguiu aumentar em R$ 500 milhões. A insuficiência do orçamento federal foi alertado pela equipe de transição. 2023, litoral norte de SP; 2022, BA, MG e Petrópolis (RJ)
O verão de 2022 foi marcado pelas enchentes na Bahia, Minas Gerais, Petrópolis e região metropolitana de São Paulo, com centenas de mortos e milhares de desabrigados. Neste ano, a história se repete no litoral norte paulista. O município mais castigado é São Sebastião. Já são 44 pessoas mortas, 49 desaparecidas e mais de 2,5 mil que perderam suas casas.
Segundo a ONG Contas Abertas, São Sebastião, Bertioga e Ilhabela, que declaram emergência neste carnaval, não receberam recurso federal para prevenção de desastres nos últimos três anos. O levantamento considera números até 19 de fevereiro deste ano.
“Todo ano sabemos que esse problema vai acontecer, sabemos a época que vai acontecer e até mesmo os locais onde isso vai acontecer, mas acaba se repetindo”, disse ao Estadão o economista Gil Castello Branco, do Contas Abertas. Ele próprio, e sua família, atingido pelas chuvas. “Esse filme nós conhecemos muito bem. Após as tragédias, as autoridades sobrevoam as áreas atingidas e prometem recursos emergenciais, mas no ano seguinte os fatos voltam a se repetir.”
Não faltarão recursos ao litoral norte, diz Simone Tebet
Segundo ele, há um descompasso entre governos
federal, estadual e municipal nas ações de prevenção aos efeitos das tempestades, que afetam sobretudo as pessoas mais vulneráveis. Ele citou um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), que mostra que o apoio federal para a assistência e restabelecimento demoram a chegar em alguns municípios devido à burocracia. Esse estudo levou em conta a atuação do governo após chuvas intensas ocorridas após novembro de 2021 nos estados da Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Pernambuco.
Nesta segunda-feira (20), em entrevista no Guarujá, uma das cidades atingidas, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, garantiu que o governo Lula está pronto para socorrer o litoral norte paulista e que não faltarão recursos.
O clima do Brasil mudou, diz cientista
“No Ministério da Integração, para essa área de programa, de defesa civil, tem algo em torno de R$ 579 milhões. Uma parte já foi empenhada, mas é início de ano e deve ter pelo menos R$ 400 milhões para atender o Brasil. Significa que lá na frente vai precisar repor para outros municípios e estados, mas já tem dinheiro”, disse a ministra.
As chuvas cada vez mais concentradas e intensas mostram que o clima mudou. É o que diz o climatologista Paulo Artaxo, integrante do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). “O clima do Brasil já mudou, o novo normal são essas chuvas cada vez mais concentradas e intensas”, disse ao Estadão. O cientista, que é um dos mais importantes de sua área em todo o mundo, defende a criação de um Programa Nacional de Adaptação às Mudanças Climáticas. E também uma maior atuação da defesa civil dos estados e municípios.
*Com RBA
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Até a tarde desta sexta, pelo menos 43 pessoas morreram em São Sebastião vítimas das fortes chuvas que atingiram a região no fim de semana.
O repórter da TV Globo Walace Lara chorou ao vivo ao falar sobre os abusos de comerciantes diante da tragédia no litoral de São Paulo. Segundo ele, um litro de água está sendo vendido até por R$ 93 em São Sebastião.
No Bom dia SP desta terça-feira (21/2), Walace caiu no choro diante da situação. “Desculpa, gente, vou respirar aqui e vou falar. Tive ontem em uma comunidade aqui em Topolândia, em São Sebastião, onde tem pelo menos cem pessoas tirando lama de dentro das casas. É uma situação muito difícil de se ver e acompanhar. As cidades não têm estrutura”, disse.
“É difícil ouvir o depoimento que a gente ouviu agora e não se emocionar. Cobrar R$ 93 em um litro de água na situação que nós estamos aqui é inacreditável”, finalizou.
Walace Lara emocionado ao relatar o que viu nas regiões afetadas pelas chuvas no litoral norte de SP #BDSPpic.twitter.com/aPnC5HE5hA
Até a tarde desta sexta, pelo menos 43 pessoas morreram em São Sebastião vítimas das fortes chuvas que atingiram a região no fim de semana. O temporal também deixou ao menos 40 pessoas desaparecidas, mais de 1.730 desalojados e 766 desabrigados.
*Com Correio Braziliense
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Com o único enredo de protesto do ano de 2023, a Beija-flor subverte a sua própria tradição de enredo sem engajamento, ou crítica. Nos últimos anos, a busca por uma retórica de maior protesto, fez a escola se perder em histórias contadas com críticas vazias e com pouca autenticidade em seus conteúdos. Fato que mudou esse ano.
Com um carro abre alas encenando o quadro de Pedro Américo, o povo faz, o que o samba enredo inicia dizendo, uma revolução do povo, removendo Dom Pedro do cavalo e colocando uma mulher negra no lugar, interpretada por Isabel Filardes.
Em todo o desfile, a mesma beleza poética da letra do samba (no final), diz que o sangue retinto avermelhava essas terras, fica impresso em alas muito críticas, como a ideia de resistência entre os escravizados, como um elo que atravessa a todos os que sofreram para construir o Brasil profundo.
A crítica não ficou apenas na história, há grande ênfase na associação entre o passada e o presente, contida nos trechos: “Eu vim cobrar igualdade, Quero liberdade de expressão” e “O mito do descaso.”. Ainda, no desfile em si, alegorias falam de um império que se fundamentava na escravidão e na exploração de seu próprio povo, é derrubado por uma república que já nascia velha, dentro dos quartéis, por um golpe militar.
A hipocrisia, a autocracia e o racismo estrutural, fazem com que haja o incentivo à imigração branca, após a abolição da escravidão, em um esforço de embranquecimento do homem brasileiro.
Na sequência, a escola mostra o medo do comunismo, antes de um carro que mostra que o poder, no Brasil, existe para controlar e povo, para manutenção da desigualdade e a opressão do rico pelo pobre.
Na última sessão, a ala dos movimentos sociais, traz faixas contra a fome, contra a discriminação racial, social e LGBTQIA+. Os movimentos campesinos, trabalhistas e das periferias estão representados.
O penúltimo carro mostra a reconstrução da bandeira do Brasil e mostra uma matriarca negra costurando a nova bandeira, como quem reconstrói um país.
Por fim, após o carro dos índios e das revoltas indígenas, a escola dá a resposta, para a pergunta de como recriar o Brasil, basta seguir a própria cultura popular.
A revolução começa agora Onde o povo fez história E a escola não contou Marco dos heróis e heroínas Das batalhas genuínas Do desquite do invasor
Naquele 2 de julho, o Sol do triunfar E os filhos desse chão a guerrear O sangue do orgulho retinto e servil Avermelhava as terras do Brasil
Eu vim cobrar igualdade Quero liberdade de expressão É a rua pela vida, é a vida do irmão Baixada em ato de rebelião Eu vim cobrar igualdade Quero liberdade de expressão É a rua pela vida, é a vida do irmão Baixada em ato de rebelião
Desfila o chumbo da autocracia A demagogia em setembro a marchar Aos renegados, barriga vazia Progresso agracia quem tem pra bancar
Ordem é o mito do descaso Que desconheço desde os tempos de Cabral A lida, um canto, o direito Por aqui o preconceito tem conceito estrutural
Pela mátria soberana, eis povo no poder São Marias e Joanas, os Brasis que eu quero ver Deixa Nilópolis cantar Pela nossa independência, por cultura popular Deixa Nilópolis cantar Pela nossa independência, por cultura popular
Ô, abram alas ao cordão dos excluídos Que vão à luta e matam seus dragões Além dos carnavais, o samba é que me faz Subversivo, Beija-Flor das multidões
Ô, abram alas ao cordão dos excluídos Que vão à luta e matam seus dragões Além dos carnavais, o samba é que me faz Subversivo, Beija-Flor das multidões
A revolução começa agora Onde o povo fez história E a escola não contou Marco dos heróis e heroínas Das batalhas genuínas Do desquite do invasor
Naquele 2 de julho, o Sol do triunfar E os filhos desse chão a guerrear O sangue do orgulho retinto e servil Avermelhava as terras do Brasil
Eu vim cobrar igualdade Quero liberdade de expressão É a rua pela vida, é a vida do irmão Baixada em ato de rebelião Eu vim cobrar igualdade Quero liberdade de expressão É a rua pela vida, é a vida do irmão Baixada em ato de rebelião
Desfila o chumbo da autocracia A demagogia em setembro a marchar Aos renegados, barriga vazia Progresso agracia quem tem pra bancar
Ordem é o mito do descaso Que desconheço desde os tempos de Cabral A lida, um canto, o direito Por aqui o preconceito tem conceito estrutural
Pela mátria soberana, eis povo no poder São Marias e Joanas, os Brasis que eu quero ver Deixa Nilópolis cantar Pela nossa independência, por cultura popular Deixa Nilópolis cantar Pela nossa independência, por cultura popular
Ô, abram alas ao cordão dos excluídos Que vão à luta e matam seus dragões Além dos carnavais, o samba é que me faz Subversivo, Beija-Flor das multidões
Ô, abram alas ao cordão dos excluídos Que vão à luta e matam seus dragões Além dos carnavais, o samba é que me faz Subversivo, Beija-Flor das multidões
Oh, oh, oh Oh, oh, oh
*Fabio Rios
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Quase 45 dias depois dos atentados terroristas promovidos por bolsonaristas em Brasília, no dia 8 de janeiro, seguidores de Jair Bolsonaro (PL) voltaram a se mobilizar no WhatsApp. O movimento havia se esvaziado mediante a investigação e prisão dos bolsonaristas envolvidos na tentativa de golpe de estado do dia 8.
De acordo com o Estado de São Paulo, as mensagens, apoiadores de Bolsonaro divulgam mobilizações para protestos que revivem pautas antigas – como voto impresso e desconfiança das urnas. Mas há também um novo movimento em curso: a cobrança de ações em defesa dos presos após as invasões do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF). Os argumentos disseminados nas redes sociais já começaram a ser reproduzidos em discursos de deputados na Câmara.
Levantamento feito pelo Laboratório de Pesquisa em Comunicação, Culturas Políticas e Economia da Colaboração da Universidade Federal Fluminense (Colab/UFF), a pedido do Estadão, mostra que os disparos de mensagens voltaram a ganhar força em fevereiro. O Comunidades, recurso lançado pelo WhatsApp, pode explicar o crescimento. A atualização criou uma espécie de “supergrupo”, que tem potencial para agregar vários grupos em um único espaço.
Se antes o limite era de 256 pessoas, agora uma comunidade pode ter milhares de usuários, o que aumenta significativamente a abrangência de um conteúdo. O WhatsApp planejava lançar o canal no ano passado, mas recuou por causa de possíveis impactos nas eleições. O grupo de avisos funciona como um “megafone” – no espaço, apenas os administradores podem publicar.
“O WhatsApp tem sido uma das poucas plataformas de mensagens a se aprimorar para conter viralidade no aplicativo e prestigiar as interações significativas entre as pessoas”, disse a empresa ao Estadão.
Se cada integrante de um canal espalhar uma mensagem para outro grupo, o alcance pode chegar a 25 milhões de pessoas. “Mesmo que você não lide com o número máximo, o impacto já é suficiente, considerando que cada um desses usuários está envolvido em outros grupos que não são, necessariamente, engajados politicamente”, disse o pesquisador da UFF Viktor Chagas.
Vandalismo
O Colab/UFF coletou 141 mil mensagens de 15 grupos de WhatsApp ligados a cinco diferentes comunidades, de 31 de outubro a 15 de fevereiro. O pico de postagens ocorreu em 11 de janeiro, três dias após os atos de vandalismo em Brasília. O principal assunto foi a prisão dos extremistas. Antes do carnaval, o tema voltou a circular nos grupos bolsonaristas.
Uma mensagem em diferentes grupos diz que está sendo feita “enorme movimentação” com o objetivo de reunir pessoas para pedir a demissão de todos os integrantes do Legislativo e do Judiciário. “A exemplo do que antecedeu a Revolução Francesa, o terceiro Estado (povo esclarecido) clama por justiça”, afirma o texto, que convoca para um ato, em abril, a favor do voto impresso.
Outro vídeo mostra manifestantes em Porto Alegre. Eles pedem a soltura dos “inocentes” presos em Brasília, além de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para responsabilizar o governo, na figura do ministro da Justiça, Flávio Dino. A alegação é a de que Dino teria conhecimento prévio do plano e facilitou a invasão dos prédios dos três Poderes. “Onde estão os direitos humanos?”, questiona um apoiador de Bolsonaro.
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Autoridades dos três níveis federativos trabalham juntas na tragédia em São Paulo. Já na Terra Yanomami, um apoio inaceitável.
O presidente Lula e o governador Tarcísio não tiveram carnaval. Muita gente nas administrações do país e do estado suspendeu as festas e se concentrou na tragédia que abalou o litoral norte de São Paulo. Sentados na mesma mesa, representantes dos três níveis federativos tinham a demonstrar a forma correta de agir diante de um evento que tira vidas, desabriga, desampara e choca. Governos governam. Isso é natural, mas não era frequente em tempos recentes. O ex-presidente Bolsonaro não se abalou de cima do seu jet ski quando a chuva desabou sobre a Bahia há pouco mais de ano, no Réveillon de 2022. “Espero não ter que retornar antes”, disse ele na ocasião.
Lula não se perguntou isso. Junto com o governador bolsonarista de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o prefeito tucano de São Sebastião, Felipe Augusto, afirmou que o governo federal vai ajudar na recuperação da Rio-Santos e na construção de moradias em lugares adequados. O governador disse que a presença de Lula dava “amparo e conforto”. Todo mundo se comportou da forma correta. Gestores públicos passam por cima de divergências políticas para atuar de maneira colaborativa quando acontece uma tragédia e pessoas públicas vão ao local dos eventos dramáticos porque é assim que se informam melhor, e demonstram solidariedade. Era tão difícil explicar o óbvio ao antigo governante do Brasil.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, estava no Acre para visitar a última irmã viva de seu pai. Pegou um voo às pressas e foi para São Paulo, onde chegou no meio da tarde. No caminho foi marcando uma reunião com o Cemaden, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais. Uma das propostas que a ministra quer colocar em pé, com a ajuda do Cemaden, foi elaborada durante a transição. A ideia é fazer um levantamento de todas as áreas sensíveis aos eventos extremos. Seria decretado então um estado de emergência climática. As áreas teriam uma linha de crédito especial para ações estruturantes de adaptação. Atualmente, o país cumpre o orçamento feito pelo governo Bolsonaro, com o acréscimo dos recursos da emenda da transição. A proposta é já preparar as áreas que terão essa linha orçamentária de adaptação no ano que vem, recursos que seriam mobilizados mais rapidamente para ações preventivas.
Os especialistas em mudança climática ensinam que é preciso seguir duas palavras: “mitigação e adaptação”. O combate às emissões dos gases de efeito estufa – no qual se inclui a eliminação do desmatamento ilegal – é para mitigar a mudança climática já contratada e que se reflete na nossa vida através dos eventos extremos. Eles têm, conforme os alertas dos cientistas, se tornado mais frequentes e mais extremos. Ao mesmo tempo, é preciso se adaptar ao que inevitavelmente acontecerá.
O Cemaden, a propósito, foi criado a partir de uma ideia do climatologista Carlos Nobre, no Ministério da Ciência e Tecnologia, quando Aloizio Mercadante era ministro, exatamente para alertar sobre os riscos de eventos extremos. E será braço fundamental para qualquer ação preventiva.
Se, por um lado, a união dos governantes do país, do estado de São Paulo e da cidade de São Sebastião era boa de se ver e restabelecia o princípio federativo da cooperação, o que aconteceu ontem na Terra Yanomami mostra que há situações e apoios inaceitáveis. O senador Chico Rodrigues, defensor da liberação do garimpo em terras indígenas, como propunha Bolsonaro, desembarcou ontem na TI Yanomami, segundo informação do jornalista Rubens Valente. Famoso por portar dinheiro em partes inapropriadas do corpo, em escândalo que pertence ao governo Bolsonaro, o senador bandeou-se para o PSB e, portanto, é parte da coalizão do governo Lula.
Ao desembarcar na Terra Indígena, sem autorização das organizações Yanomami, e depois de ter sido advertido pelos senadores Eliziane Gama e Humberto Costa de que não deveria fazê-lo, o senador prova mais uma vez que é o pior presidente que se poderia imaginar para a Comissão Temporária sobre a Situação Yanomami.
Existe a boa cooperação política, a que se viu ontem em São Paulo diante da tragédia do litoral norte, e existe a adesão que contamina o projeto. Foi o que aconteceu nessa visita invasiva do senador Chico Rodrigues à Terra Yanomami. Que essa seja a prova definitiva de que ele não deve estar na comissão.
*O Globo
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visita hoje (20) as áreas afetadas pelas fortes chuvas e desabamentos no litoral paulista, especialmente em São Sebastião, onde morreram pelo menos 36 pessoas, muitas estão com ferimentos graves e centenas estão desabrigadas. Uma criança morreu em Ubatuba.
As chuvas persistentes causaram bloqueio de estradas, queda de barreiras, inundações, deslizamentos, desabamentos e afetaram o abastecimento de água e energia na região.
Portaria do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, publicada em edição extra do Diário Oficial da União desse domingo (19), reconhece estado de calamidade pública no município de São Sebastião (SP). A cidade do litoral paulista foi atingida por temporais que superaram 600 milímetros em menos de oito horas. Pelo menos 36 pessoas morreram.
A previsão é de que o presidente deixe Salvador, onde passava o feriado, agora de manhã, e chegue a São José dos Campos por volta das 10h. De lá sobrevoa a região e desce em São Sebastião, o município mais atingido pelas chuvas, que superaram 600 milímetros em menos de oito horas.
Em mensagem divulgada ontem à noite no Twitter, Lula disse que serão reunidos todos os níveis de governo e, com a solidariedade da sociedade, atender feridos, buscar desaparecidos, restabelecer as rodovias, ligações de energia e telecomunicações na região. Ele lamentou as mortes e manifestou solidariedade às famílias.
“Expresso minha solidariedade aos moradores do litoral norte de SP que sofrem transtornos e perdas em função das fortes chuvas”, afirmou o presidente Lula em suas redes sociais, neste domingo.
O presidente disse ainda que conversou com o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, com o governador de São Paulo Tarcísio Gomes de Freitas e com o prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto sobre a situação.
Segundo a Defesa Civil de São Paulo, três das quatro cidades do litoral norte de São Paulo tiveram, nas últimas 24 horas, o volume de chuva esperado para todo o mês de fevereiro. Em São Sebastião, o volume nas últimas 24 horas foi o dobro da média esperada para o mês.
Pronto atendimento
O governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, disse na tarde do domingo (19), em São Sebastião, que pediu apoio do Governo Federal e foi prontamente atendido. Helicópteros da Polícia Militar e do Exército vão ser usados para transportar as equipes de bombeiros e retirar feridos dos deslizamentos de terra no município.
“A gente pediu um apoio das Forças Armadas e fomos prontamente atendidos. O Batalhão de Aviação de Taubaté vai disponibilizar aeronaves de grande porte para que a gente possa, primeiro, deslocar tropas de bombeiros para lá, já que essa tropa não está conseguindo chegar para ajudar no resgate em razão do bloqueio das rodovias”, disse.
Tarcísio informou ainda que, inicialmente, os feridos serão encaminhados para o Hospital Regional de Caraguatatuba. Assim que a capacidade do hospital se esgotar, passará a ser utilizado o Hospital Regional de São José dos Campos e, posteriormente, o Hospital das Clínicas, na capital paulista.
* Vermelho
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Há dois anos o nível da água vinha subindo e agora chegou ao nariz da economia.
Os sinais estão nítidos, de um aumento exponencial da crise de liquidez, arrastando diversas empresas para a falência ou recuperação judicial. E com um nível de juros impraticável, não apenas pela Selic de 13,75% mas por toda a estrutura de crédito.
O acompanhamento do mercado de ações se limita ao Índice Bovespa. Um corte setorial mostrará vários setores em situação complicada.
Dependendo de financiamentos habitacionais de longo prazo, a construção civil mostra sinais nítidos de perda de fôlego.
Tome-se o caso da MRV. O papel fechou em R$ 7,55, 65,7% a menos que no pico de 20 de janeiro de 2020.
Já a Cyrela fechou em R$ 14,80, queda de 57% em relação ao pico de 213 de janeiro de 2020.
E a JHS com queda de 54,3% em relação ao pico de 15 de julho de 2020.
Outro setor diretamente afetado pela perda de renda é o de saúde,
A Qualicorp está em R$ 5,29, 88,2% abaixo do pico de 23 de janeiro de 2020.
E a Hapvida está em 71,8% abaixo do pico de 11 de janeiro de 2021.
*GGN
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Moradores desalojados na Baixada Santista contam o drama para fugir da enxurrada que tomou as casas.
A dona de casa Thais Mariane de Carvalho, 31, acordou assustada com a ligação da mãe, Maria Rosa de Carvalho, 58, na madrugada do último domingo (19).
“Ela disse ‘Thais, acorda todo mundo pelo amor de Deus, que a água subiu'”, conta a dona de casa. Maria Rosa tinha medo que a filha estivesse já sem vida devido às fortes chuvas que afetaram severamente Bertioga, na Baixada Santista, nos últimos dias.
Ela mora com mais outras 12 pessoas –sendo diversas delas crianças– em um pequeno barraco de madeira localizado em uma comunidade no bairro Chácaras.
No município, o índice pluviométrico chegou a 695 mm, segundo a última atualização do governo do estado, o maior registrado em toda a história da cidade.
“Uma hora depois, a água já tinha subido mais de um metro. Ficamos em pânico. Ligamos para os bombeiros, mas não sabiam nem como chegar para nos ajudar”, conta Thais.
A rua onde moram nem sequer tem nome. Os imóveis são considerados de ocupação irregular pela prefeitura e, para a chegada do resgate, moradores precisaram dar referências próximas. Até botes foram utilizados pelos bombeiros.
“Primeiro tiramos as crianças. Eles [bombeiros] as colocavam nas costas porque até os adultos tinham medo de afundar e não voltar. Ninguém sabe nadar”, disse Thais à Folha.
Enquanto a água subia dentro da própria casa, a família ainda lembrou que os vizinhos, um casal de idosos, poderiam estar com dificuldades mais severas. Um deles sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral) recentemente, e teve a locomoção limitada.
Recorreram, então, a outro vizinho com quem possuem relação próxima, Moacir de Jesus dos Santos, 39.
“Nós somos como uma família, então nos ajudamos mesmo. Coloquei ele pendurado em mim, nos meus ombros, e passamos pela água até a casa de um dos parentes”, disse Santos.
O lar de Thais Mariane de Carvalho ficou completamente inundado. Ela conta ter perdido fogão, máquina de lavar, geladeira e precisou com toda a família ser alojada temporariamente na quadra da escola municipal José de Oliveira, no bairro Jardim Rio Praia.
Eles têm no local a companhia de outros integrantes da própria comunidade. Segundo a prefeitura, o número de desalojados subiu nesta segunda-feira (20) de 13 para 21.
Ivanilde Alves, 46, e Beatriz Ariane Ferreira, 22, também estão no alojamento provisório.
Mãe e filha chegaram há menos de dois meses ao município, vindas de Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo, para tentar recomeçar após o divórcio de Ivanilde.
“Viemos aqui só com a roupa do corpo, uma mochila e a coragem. Moramos de favor na casa de um conhecido um mês e conseguimos um barraco para ficar”, disse Ivanilde.
Beatriz está grávida de sete meses e segurava no colo um cachorro de pouco mais de 20 dias de vida, sentada sobre um colchão que receberam de doação. Ela ainda tem uma filha de quatro anos.
“Parecia o Titanic. Não sabíamos se saíamos da casa, ou se ficávamos dentro. E o pior: teremos que voltar para lá”, afirmou.
Parecia o Titanic. Não sabíamos se saíamos da casa, ou se ficávamos dentro. E o pior: teremos que voltar para lá.
Diferentemente de alguns que já tentam retornar para os seus lares, mesmo com previsão de novas chuvas na região, elas ainda precisarão aguardar pelo fato de a casa ainda estar cheia de água.
Também alojado, o morador Antonio José Felix do Nascimento, 46, avisou a assistência social que junto com a esposa, Carina Ribeiro da Luz, deixaria o abrigo para tentar voltar ao lar e não perder o trabalho como pedreiro em uma marina.
“Morávamos de aluguel e compramos essa casa há quatro anos. Salvamos tudo o que podíamos”, contou Carina.
Eles disseram que pagavam mensalmente R$ 800 na antiga moradia, mais gastos com água e luz por volta de R$ 200. “Tínhamos o lar e faltava o que comer. Então, agora, não é uma opção sair. Vamos para o menos pior”, disse.
Para não perder o carro, o casal estacionou o veículo em frente a uma adega de um conhecido, que fica em um ponto mais alto da região e não costuma sofrer com alagamentos. O vizinho deles ficou com o carro completamente submerso.
A Prefeitura de Bertioga decretou estado de emergência e cancelou toda a programação de Carnaval. Além do Chácaras, o Morada da Praia, Boraceia e a Riviera de São Lourenço são outros pontos afetados.
Segundo o DER (Departamento de Estradas de Rodagem), a rodovia Mogi-Bertioga, um dos principais acessos à cidade, ainda precisou ser interditada e segue sem previsão de liberação.
BAIXADA
Além de Bertioga, a mais afetada das nove cidades que compõem o litoral sul, Santos, São Vicente, Praia Grande, Guarujá, Mongaguá, Itanhaém, Peruíbe e Cubatão também registram diversas ruas alagadas, quedas de árvores, falta de energia e interrupção da travessia de balsas, além de veículos submersos.
Em Guarujá, foram 395 mm de chuvas, superior à média estimada para todo o mês de fevereiro, que era de 234 mm.
Consideradas as últimas 72 horas, o volume é de 405 mm, superando até mesmo a registrada em 3 março de 2020, que culminou com deslizamentos de terra que vitimaram 45 pessoas no litoral –23 delas na Barreira do João Guarda, comunidade local. Na tragédia, foram 282 mm em 24 horas.
Além de Bertioga, com 683 mm, as chuvas passaram de 600 mm em apenas 24 horas em São Sebastião (627 mm), mas foram muito intensas também em outras cidades como Ilhabela (337 mm), Ubatuba (335 mm), Santos (232 mm) e Praia Grande (209 mm).
*Com Folha
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