A tragédia causada pela desnutrição na Terra Ianômami resultou em uma fila de crianças com desnutrição grave que requerem remoção urgente do local para Boa Vista, segundo afirma Junior Yanomami, presidente do Condisi (Conselho Distrital de Saúde Indígena) e da Urihi Associação Yanomami. Desde o dia 18, equipes de saúde enviadas pelo Ministério da Saúde chegaram ao território. Desde então, em caráter de urgência, 14 crianças foram transferidas de helicóptero para atendimento hospitalar em Boa Vista por causa de desnutrição grave.
Duas dessas crianças foram levadas na manhã de hoje. A prioridade são os bebês. “Temos ainda 18 aqui na unidade de saúde sendo atendidas para serem avaliadas e provavelmente levadas também”, conta.
O presidente Lula visita hoje Roraima para ver a situação. O Ministério da Saúde decretou estado de emergência para combater a falta de assistência sanitária aos ianomâmis. A portaria foi publicada em edição extra do DOU (Diário Oficial da União) ontem e já está em vigor.
A comunidade Surucucu é uma das mais afetadas e com indígenas com casos mais graves de desnutrição. É lá que Júnior está monitorando a ação emergencial.
Neste sábado (21), ele enviou fotos de atendimentos à coluna, que mostram crianças extremamente magras. O problema também atinge adultos.
Na unidade de saúde local, além do atendimento dos profissionais, eles recebem alimentação adequada para ir se recuperando.
Cinco anos de agravamento
Segundo o líder do povo Ianomâmi, a situação no local se agravou desde 2018 e atingiu níveis alarmantes a partir de 2020 com a invasão ainda mais forte dos garimpeiros, sem qualquer ação contrária do governo federal.
“Hoje são 20 mil atuando em nosso território, e temos 5 das 78 unidades de saúde tomadas por ele e fechadas”, conta Júnior.
Para ele, a chegada das equipes de saúde e o decreto de emergência foram muito comemorados. “A verdade é que agora a esperança chegou”, diz.
Acredito que o governo Lula vai salvar ianomâmis, porque a gente já perdeu muitas crianças. Com esse decreto, a gente vai receber profissionais, já que hoje temos muitas regiões que não recebem a mínima assistência.”
Ainda de acordo com as entidades, apesar de 73 postos abertos, quase todos tinham escassez de profissionais, o que impedia, por exemplo, as visitas domiciliares.
Ao longo dos últimos anos, a entidade presidida por Júnior e outras mandaram vários ofícios e pedidos cobrando atendimento. “Eu mandei mais de 100 pedidos e informando o drama vivido à Sesai [Secretaria de Saúde de Indígena), Funai, Ministério Público”, relata.
Além disso, várias denúncias foram publicadas pela imprensa. Em março do ano passado, por exemplo, a coluna publicou que garimpeiros tomaram uma pista de pouso e um posto de saúde na comunidade Homoxi.
“Com essas denúncias, vinha o pessoal para uma visita e ia embora. Apagavam um fogo como bombeiro, resolvia um probleminha e deixava os grandes e fomos sofrendo”, diz Júnior.
Ainda de acordo com as entidades, apesar de 73 postos abertos, quase todos tinham escassez de profissionais, o que impedia, por exemplo, as visitas domiciliares.
Ações governamentais
Em Roraima, o governo montou um Centro de Operações de Emergências. O Ministério da Saúde afirmou quer “planejar, organizar, coordenar e controlar as medidas a serem empregadas”.
As ações se darão em conjunto com gestores estaduais e municipais do SUS (Sistema Único de Saúde).
O grupo ligado à emergência deverá propor ao ministério “o acionamento de equipes de saúde, incluindo a contratação temporária de profissionais” e a “aquisição de bens e a contratação de serviços necessários para a atuação” na emergência.
*Com Uol
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Chama os militares ao brio, levanta temas esquecidos, como a honra militar, o apego à disciplina e à democracia.
A fala do Comandante Militar do Sudeste, general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, poderá ter a mesma relevância para a democracia brasileira que o papel histórico do general Henrique Duffles de Teixeira Lott que, ao impedir o golpe contra a posse de Juscelino Kubitscheck, garantiu dez anos a mais de democracia.
É um chamado histórico em defesa da honra militar, de um Exército apolítico, apartidário, defensor da pátria. Sua manifestação exibiu um contraste absoluto com a anomia de seus colegas, que aceitaram calados a formação do golpe sob suas barbas. Chama os militares ao brio, levanta temas esquecidos, como a honra militar, o apego à disciplina e à democracia. E, como um verdadeiro comandante, estende seu discurso a seus comandados permitindo, pela primeira vez em muitos anos, um sentimento de confiança em relação a uma corporação que se perdeu.
*Luis Nassif/GGN
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General Tomás Miguel Ribeiro Paiva estava à frente do Comando Militar do Sudeste e substitui Júlio César de Arruda, exonerado por Lula.
O general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, de 62 anos, foi anunciado neste sábado (21/1) pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como novo comandante do Exército. Paulistano, iniciou a carreira militar em 1975 ao entrar na Escola Preparatória de Cadetes do Exército, em Campinas, no interior de São Paulo.
Tomás Paiva substituirá o general Júlio César de Arruda, demitido por Lula também neste sábado. O general Tomás Miguel Ribeiro Paiva estava à frente do Comando Militar do Sudeste, atuou em missão do Exército no Haiti e foi comandante da Força de Pacificação da Operação Arcanjo VI, no Complexo da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, em 2012.
O novo comandante do Exército também foi ajudante de Ordens do Presidente da República e Assessor Militar do Brasil junto ao Exército do Equador; e chefiou o Gabinete do Comandante do Exército, em Brasília, e comandou a 5ª Divisão de Exército, em Curitiba, no Paraná.
Ribeiro Paiva ganhou projeção e se tornou um nome a ser considerado dentro do novo governo após discurso incisivo em defesa da lisura do processo eleitoral brasileiro e do resultado das eleições que asseguraram o petista na Presidência da República.
Defesa da democracia
Como noticiado pela coluna do Guilherme Amado, do Metrópoles, em cerimônia que homenageou os militares mortos no Haiti, na quarta-feira (18/1), Paiva afirmou que o Brasil enfrenta um “terremoto político” que está “tentando matar a coesão, hierarquia, disciplina e profissionalismo” do Exército e que afeta o “respeito e o orgulho que temos de vestir essa farda”.
“Ser militar é ser profissional, respeitar a hierarquia e a disciplina. É ser coeso, íntegro, ter espírito de corpo e defender a pátria. É ser uma instituição de Estado, apolítica e apartidária. Não interessa quem está no comando, a gente vai cumprir a missão do mesmo jeito”, afirmou Paiva.
Então comandante militar do Sudeste, Paiva disse que é papel dos militares defenderem a democracia, e que o regime político pressupõe “liberdade, garantias individuais, políticas e públicas”.
“Também é o regime do povo. Alternância de poder. É o voto, e quando a gente vota, tem que respeitar o resultado da urna. Não interessa. Tem que respeitar. É essa a convicção que a gente tem que ter, mesmo que a gente não goste. Nem sempre a gente gosta, nem sempre é o que a gente queria. Não interessa. Esse é o papel da instituição de Estado, da instituição que respeita os valores da pátria. Somos Estado”, afirmou.
Na oportunidade, o militar disse, ainda, que militares não podem aderir a correntes políticas. “Isso não significa que o cara não seja um cidadão, que o cara não possa expressar seu direito de ter uma opinião. Ele pode ter, mas não pode manifestar. Ele pode ouvir muita coisa, muita gente falando para ele fazer isso ou aquilo, mas ele fará o que é correto, mesmo que o correto seja impopular”.
Veja o discurso do comandante no dia 18/01
*Com Metrópoles
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Ministério da Saúde declara emergência em saúde pública na região, abandonada pelo governo Bolsonaro. Quase 100 crianças Yanomami morreram em 2022.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou em Boa Vista neste sábado (21) para anunciar medidas para enfrentar a crise sanitária na Saúde Yanomami, principalmente frente aos casos de desnutrição grave entre crianças na reserva indígena, que é maior do país.
Lula chegou às 9h49 Base Aérea de Boa Vista. A grave situação de desassistência na saúde Yanomami fez com que o Ministério da Saúde declarasse emergência de saúde pública na noite dessa sexta-feira (20).
Da Base, ele e a comitiva de ministros foi para a Casa de Saúde Indígena (Casai) Yanomami, na zona Rural de Boa Vista, onde foi recepcionado por indígenas que entoaram cantos ao vê-lo. Além disso, alguns seguram cartazes com pedidos de ajuda, como “Vidas indígenas importam” e “fora garimpo”.
Após a visita na Casai, Lula anuncia as ações emergenciais para a população indígena. O presidente está acompanhado dos ministros:
Nísia Trindade (Saúde)
Sônia Guajajara (Povos Indígenas)
Wellington Dias (Desenvolvimento Social)
Flávio Dino (Justiça)
José Múcio (Defesa)
Silvio Almeida (Direitos Humanos)
Márcio Macêdo (Secretaria-Geral)
General Gonçalves Dias (Gabinete de Segurança Institucional)
e o comandante da Aeronáutica, Marcelo Kanitz Damasceno
O secretário de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Weibe Tapeba, também integra a comitiva.
* * *
Veja os tuítes de Lula e das ministras dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, e da Saúde, Nísia Trindade (a foto é do momento do embarque em Brasília):
Bom dia. Chego agora pela manhã a Boa Vista e visitarei o hospital indígena e a Casa de Apoio à Saúde Indígena, onde conversarei com profissionais de saúde e povo Yanomami. Somaremos esforços na garantia da vida e superação dessa crise.
Instituímos em decreto, assinado por mim, presidente @LulaOficial e ministros Rui e Nísia, o Comitê de Coordenação Nacional para Enfrentamento à Desassistência Sanitária das Populações em Território Yanomami. O povo Yanomami não mais será desamparado pelo Estado brasileiro.
A situação é grave em território Yanomami. O @minsaude registrou 3 óbitos de crianças entre 24 e 27/12 e 11.530 casos de malária no último ano. Diante disso, embarcamos para Roraima, em comitiva com o presidente @LulaOficial e a ministra dos Povos Originários, @GuajajaraSonia. pic.twitter.com/Y12tNyRKwV
O Ministério da Saúde declarou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional diante da necessidade de combate à desassistência sanitária dos povos que vivem no território Yanomami. A portaria, publicada nesta sexta-feira (20), em edição extra do Diário Oficial da União, foi assinada pela Ministra da Saúde, Nísia Trindade.
Além da declaração de emergência, o Ministério instalou também o Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública (COE – Yanomami) como mecanismo nacional da gestão coordenada da resposta à emergência no âmbito nacional. A gestão do COE estará sob responsabilidade da Secretaria de Saúde Indígena (SESAI), considerando a tipologia da emergência.
O Coe é o responsável por coordenar as medidas a serem empregadas durante o estado de emergência, incluindo a mobilização de recursos para o restabelecimento dos serviços de saúde e a articulação com os gestores estaduais e municipais do SUS.
Desde a última segunda-feira (16), equipes do Ministério da Saúde se encontram na região Yanomami, território indígena com mais de 30,4 mil habitantes. O grupo se deparou com crianças e idosos em estado grave de saúde, com desnutrição grave, além de muitos casos de malária, infecção respiratória aguda (IRA) e outros agravos.
Após o retorno da missão, que deverá acontecer no próximo dia 25, a equipe tem cerca de 15 dias para apresentar um levantamento completo sobre a crítica situação de saúde que os indígenas se encontram. Técnicos estão analisando toda a situação saúde na região, dos atendimentos prestados e insumos disponíveis.
O Ministério da Saúde instalou nesta sexta-feira (20) uma Sala de Situação para tratar da grave crise sanitária e humanitária dos povos indígenas Yanomamis. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou o dramático quadro de desnutrição constatado pelos profissionais de saúde enviados aos territórios indígenas, e anunciou o envio imediato de cestas básicas, insumos e medicamentos.
*Com Forum
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É sabido por todos que a arma dos fascistas, muito mais do que uma caricatura de informação, é mentira em estado puro, sobretudo quando seu líder maior, Jair Bolsonaro, está em apuros.
Não foi sem motivos que o general Etchegoyen, que operou nos bastidores no golpe contra Dilma e, depois, participou do governo do golpista Temer, usou a velha tática de, a melhor defesa é o ataque, com uma declaração que engulha o estômago de ferro de qualquer um.
A verdade é que o general que, no passado, foi um hábil manipulador, tentou jogar veneno, de forma grosseira, em Lula para “honrar os militares”.
Ou seja, Etchegoyen tentou pegar uma garupa em pelo usando o mesmo bafio golpista de Bolsonaro, já que de alguma forma os estilhaços da explosão de fatos que recaem e recairão cada vez mais sobre Bolsonaro, um mais escabroso que o outro, atingirá a glória do general.
Damos aqui apenas um exemplo de uma caricatura, quando, na realidade, a maldade, a perversidade e a corrupção embutidas no carro alegórico de Bolsonaro, é algo inimaginável.
Por isso engalhou-se nas terras de Tio San e, de lá, não tira as nádegas. Assim, usa os Napoleões de hospício como arma de guerra de defesa, já que a coisa está cada dia mais feia para o seu lado e as águas de uma correnteza jurídica mais fortes contra o monstro que, até o dia 31 de dezembro, comandava do Palácio do Planalto, indo embora antes de concluir o governo para salvar sua pele.
Mas não se iludam, as pedras da catedral de fake news ainda fermentam, até porque o próprio Bolsonaro não tem para onde correr, a não ser pelas confusas mensagens de Carluxo e declarações que tratam a barbárie terrorista do dia 9 de janeiro invertendo valores, coo é especialidade de Etchegoyen.
O Brasil encontra-se no meio de uma guerra de informações. Aliás, até o comandante militar do Sudeste fez um discurso para sua tropa em favor do respeito ao resultado das urnas foi bastante enfático para sentenciar o uso da mentira e violência como método político, logicamente praticado pelos comandados de Bolsonaro.
Nosso trabalho aqui no Antropofagista é justamente nadar contra essa corrente de mentiras, montada pela indústria de fake news de Bolsonaro, com reflexões próprias, assim como o compartilhamento de fatos fundamentais para o país nesse momento.
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Ministério da Saúde tem resgatado crianças Yanomamis com quadros de desnutrição severa e malária em comunidades indígenas.
Técnicos do Ministério da Saúde (MS) já resgataram oito crianças em estado grave que vivem na terra Yanomami – a maior reserva indígena do país. Os pacientes, incluindo um recém-nascido, foram resgatados com quadros de desnutrição severa e malária.
A equipe técnica da pasta faz atendimentos na região desde segunda-feira (16/1), e encaminha as crianças para tratamento na capital Boa Vista (RR).
Segundo informações do MS, o paciente mais novo, de 18 dias de vida, foi levado ao hospital com quadro de pneumonia, e chegou a ter cinco paradas cardíacas. A mãe da criança percorreu três horas até chegar à Unidade Básica de Saúde Indígena (UBSI) no polo-base de Surucucu.
“Um dado público é que nos últimos 4 anos, 570 pessoas Yanomami morreram decorrente da contaminação por mercúrio por conta do garimpo ilegal. Agora, na casa de atenção à saúde indígena, tem 715 indígenas yanomami em desnutrição absurda”, disse Sônia Guajajara, ministra dos Povos Originários.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta sexta-feira (20/1), que visitará o estado neste final de semana para tratar de questões relacionadas à desnutrição de crianças indígenas do povo Yanomami.
“Recebemos informações sobre a absurda situação de desnutrição de crianças Yanomami em Roraima. Amanhã viajarei ao Estado para oferecer o suporte do governo federal e, junto com nossos ministros, atuaremos pela garantia da vida de crianças Yanomami”, disse o presidente nas redes sociais.
Recebemos informações sobre a absurda situação de desnutrição de crianças Yanomami em Roraima. Amanhã viajarei ao Estado para oferecer o suporte do governo federal e, junto com nossos ministros, atuaremos pela garantia da vida de crianças Yanomami.
O presidente estará acompanhado dos ministros da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino; da Defesa, José Múcio; do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias; da Saúde, Nísia Trindade; dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida; da Secretaria-Geral, Márcio Macedo; dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara; e do Gabinete de Segurança Institucional, general Gonçalves Dias.
O intuito do Ministério da Saúde é realizar uma missão para oferecer serviços de saúde aos mais de 30,4 mil indígenas que vivem no local.
“Nos últimos anos, a população Yanomami passou por desassistência e dificuldade de acesso aos atendimentos de saúde. Casos de desnutrição e insegurança alimentar, principalmente entre as mais de 5 mil crianças da região, foram registrados”, disse o Ministério da Saúde.
Saúde dos Yanomamis
Em razão da grave precarização das condições de vida do povo Yanomami, também em decorrência do garimpo ilegal, a população vive uma grande crise sanitária. Apesar de a atividade provocar assassinatos de indígenas, nos últimos meses também foram registradas diversas mortes por desnutrição.
A exploração ilegal do garimpo faz com que ocorra a incidência de doenças infecciosas. A falta de assistência em saúde também contribui para o quadro.
Na última quarta-feira (18/1), uma equipe do Ministério da Saúde foi enviada ao estado de Roraima para fazer um diagnóstico da situação. Em nota, a pasta informou que a expectativa é que, após o levantamento, sejam definidas “ações imediatas para superar a crise sanitária” pela qual passa a população local.
*Com Metrópoles
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Não foi sem motivos que o general Etchegoyen, que operou nos bastidores no golpe contra Dilma e, depois, participou do governo do golpista Temer, usou a velha tática de, a melhor defesa é o ataque, com uma declaração que engulha o estômago de ferro de qualquer um.
A verdade é que o general que, no passado, foi um hábil manipulador, tentou jogar veneno, de forma grosseira, em Lula para “honrar os militares”.
Ou seja, Etchegoyen tentou pegar uma garupa em pelo usando o mesmo bafio golpista de Bolsonaro, já que de alguma forma os estilhaços da explosão de fatos que recaem e recairão cada vez mais sobre Bolsonaro, um mais escabroso que o outro, atingirá a glória do general.
Damos aqui apenas um exemplo de uma caricatura, quando, na realidade, a maldade, a perversidade e a corrupção embutidas no carro alegórico de Bolsonaro, é algo inimaginável.
Por isso engalhou-se nas terras de Tio San e, de lá, não tira as nádegas. Assim, usa os Napoleões de hospício como arma de guerra de defesa, já que a coisa está cada dia mais feia para o seu lado e as águas de uma correnteza jurídica mais fortes contra o monstro que, até o dia 31 de dezembro, comandava do Palácio do Planalto, indo embora antes de concluir o governo para salvar sua pele.
Mas não se iludam, as pedras da catedral de fake news ainda fermentam, até porque o próprio Bolsonaro não tem para onde correr, a não ser pelas confusas mensagens de Carluxo e declarações que tratam a barbárie terrorista do dia 9 de janeiro invertendo valores, coo é especialidade de Etchegoyen.
O Brasil encontra-se no meio de uma guerra de informações. Aliás, até o comandante militar do Sudeste fez um discurso para sua tropa em favor do respeito ao resultado das urnas foi bastante enfático para sentenciar o uso da mentira e violência como método político, logicamente praticado pelos comandados de Bolsonaro.
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Agentes também estão no antigo escritório de advocacia do governador afastado.
Segundo O Globo, a Polícia Federal (PF) realiza, na tarde desta sexta-feira, uma operação de busca e apreensão na casa do governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha. Os agentes também estão no antigo do escritório de advocacia de Ibaneis e na sede do Palácio Buriti, sede do governo do DF. A operação foi confirmada pelo advogado de Ibaneis, Alberto Toron, que disse que ainda não teve acesso à decisão que autorizou as buscas. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), também há mandados contra o ex-secretário interino de Segurança Pública do DF, Fernando de Souza Oliveira.
As medidas foram autorizadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes a partir de pedidos da PGR. O objetivo é buscar provas para instruir o inquérito instaurado para apurar condutas de autoridades públicas que teriam se omitido na obrigação de impedir os atos terroristas do último dia 8. As medidas cautelares foram requeridas pelo coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos, subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos.
O advogado de Ibaneis disse não temer as apreensões feitas em endereços ligados a seu cliente.
— O governador não tem nada a esconder, um mandado de busca e apreensão visa colher provas, mas neste caso, não há motivos para temor — disse Toron.
Por meio de uma nota, a defesa afirmou que, “apesar de inesperada, já que Ibaneis sempre colaborou com a Justiça, a operação será a prova definitiva de inocência do governador”. Ibaneis foi afastado do cargo por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em virtude de uma suposta omissão no planejamento de segurança dos atos terroristas do dia 8 de janeiro.
Depoimento na última semana
Na última semana, Ibaneis prestou depoimento à Polícia Federal. O comparecimento dele foi um pedido da própria defesa, que se antecipou a uma intimação.
Os advogados afirmaram em documento enviado ao Supremo que o plano de segurança elaborado para a manifestação do último dia 8 sofreu “atos de sabotagem” das forças de segurança locais e acusa policiais de terem agido com “conivência” e “colaboração” com os manifestantes golpistas e de terem cometido “deserção”. A peça foi encaminhada a Moraes.
No documento, os advogados admitem que a primeira impressão é de que houve “aparente falta de preparação para os atos anunciados”, mas argumentam que “diversos agentes aos quais incumbiam a execução do protocolo de ação seguiram pela inaceitável e criminosa linha da conivência e da colaboração com os grotescos atos terroristas, tudo à revelia do que havia previamente alinhado”.
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TRANSAÇÕES FINANCEIRAS DO MILITAR DO EXÉRCITO QUE ATUAVA COMO AJUDANTE DE ORDENS DO EX-PRESIDENTE FORAM MAPEADAS PELA POLÍCIA FEDERAL POR ORDEM DO STF
MILITAR PAGAVA CONTAS DO CLÃ PRESIDENCIAL EM DINHEIRO VIVO AO MESMO TEMPO EM QUE OPERAVA UMA ESPÉCIE DE “CAIXA PARALELO” NO
PLANALTO QUE INCLUÍA RECURSOS SACADOS DE CARTÕES CORPORATIVOS
PAGAMENTOS ERAM FEITOS EM AGÊNCIA DO BANCO DO BRASIL LOCALIZADA DENTRO DO PALÁCIO ENTRE AS CONTAS PAGAS ESTAVA A FATURA DE UM
CARTÃO DE CRÉDITO USADO PELA PRIMEIRA-DAMA MICHELLE BOLSONARO, MAS EMITIDO EM NOME DE UMA AMIGA DELA
COM A VOZ DE BOLSONARO REUNIDOS PELA INVESTIGAÇÃO, SOB COMANDO DO MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES, INDICAM QUE O PRESIDENTE CONTROLAVA E TINHA CIÊNCIA DE TUDO
A reportagem é de Rodrigo Rangel e Sarah Teófilo, publicada com exclusividade no Metrópoles
As investigações que correm no Supremo Tribunal Federal sob o comando do ministro Alexandre de Moraes avançam sobre um personagem-chave que, por tudo o que se descobriu até agora e por sua estreita proximidade com Jair Bolsonaro, deixará o ex-presidente ainda mais encrencado.
As descobertas conectam o antigo gabinete de Bolsonaro diretamente à mobilização de atos antidemocráticos e lançam graves suspeitas sobre a existência de uma espécie de caixa 2 dentro do Palácio do Planalto, com dinheiro vivo proveniente, inclusive, de saques feitos a partir de cartões corporativos da Presidência e de quartéis das Forças Armadas.
O personagem em questão é o tenente-coronel do Exército Mauro Cesar Barbosa Cid, o “coronel Cid”, ajudante de ordens de Jair Bolsonaro até os derradeiros dias do governo que acabou em 31 de dezembro.
O militar compartilhava da intimidade do então presidente. Além de acompanhá-lo em tempo quase integral, dentro e fora dos palácios, Cid era o guardião do telefone celular de Bolsonaro. Atendia ligações e respondia mensagens em nome dele. Também cuidava de tarefas comezinhas do dia a dia da família. Pagar as contas era uma delas – e esse é um dos pontos mais sensíveis do caso.
Entre os achados dos policiais escalados para trabalhar com Alexandre de Moraes estão pagamentos, com dinheiro do tal caixa informal gerenciado pelo tenente-coronel, de faturas de um cartão de crédito emitido em nome de uma amiga do peito de Michelle Bolsonaro que era usado para custear despesas da ex-primeira-dama.
Agência Banco do Brasil do Palácio do Planalto
QUEBRA DE SIGILO PERMITIU MAPEAR TRANSAÇÕES
Já era sabido, há tempos, que Cid se tornara alvo dos inquéritos tocados por Moraes, em diferentes frentes. Ainda no ano passado, o jornal Folha de S.Paulo noticiou que mensagens de texto, imagens e áudios encontrados no celular do oficial do Exército levaram os investigadores a suspeitar das transações financeiras realizadas por ele.
Pois bem. Depois disso, Moraes autorizou quebras de sigilo que permitiram revirar pelo avesso as operações realizadas pela equipe do tenente-coronel, muitas delas com dinheiro em espécie, na boca do caixa de uma agência bancária localizada dentro do Palácio do Planalto (foto acima).
Pois bem. Depois disso, Moraes autorizou quebras de sigilo que permitiram revirar pelo avesso as operações realizadas pela equipe do tenente-coronel, muitas delas com dinheiro em espécie, na boca do caixa de uma agência bancária localizada dentro do Palácio do Planalto (foto acima).
As primeiras análises do material já apontavam que Cid centralizava recursos que eram sacados de cartões corporativos do governo ao mesmo tempo em que tinha a incumbência de cuidar do pagamento, também com dinheiro vivo, de diversas despesas do clã presidencial, incluindo contas pessoais de familiares da então primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Durante a investigação, os policiais se depararam com um modus operandi que lembrava em muito aquele adotado pelo clã bem antes da chegada de Bolsonaro ao Palácio do Planalto e que, anos depois, seria esquadrinhado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro nas apurações das rachadinhas do hoje senador Flávio Bolsonaro, o filho 01 do ex-presidente. Dinheiro manejado à margem do sistema bancário. Saques em espécie. Pagamentos em espécie. Uso de funcionários de confiança nas operações. As semelhanças levaram a um apelido inevitável para as transações do tenente-coronel do Exército: “rachadinha palaciana”.
A certa altura do trabalho, os investigadores enxergaram indícios fortes de lavagem de dinheiro. Chamou atenção, em especial, a origem de parte dos recursos que o oficial e seus homens da ajudância de ordens manejavam.
Para além do montante sacado a partir de cartões corporativos que eram usados pelo próprio staff da Presidência, apareceram indícios de que valores provenientes de saques feitos por outros militares ligados a Cid e lotados em quartéis – sim, quartéis – de fora de Brasília eram repassados ao tenente-coronel. Os detalhes dessas transações ainda estão sendo mantidos sob absoluto sigilo, trafegando entre o gabinete de Moraes e o restrito núcleo de policiais federais que o auxilia nas apurações.
NA BOCA DO CAIXA, DENTRO DO PLANALTO
As investigações desceram à minúcia das transações. A partir dos primeiros sinais de que várias delas haviam sido feitas em espécie, os policiais esquadrinharam as fitas de caixa e pediram até as imagens do circuito de segurança da agência bancária onde os pagamentos eram feitos – a agência 3606 do Banco do Brasil, que funciona no complexo do Palácio do Planalto.
Da mesma forma que o MP do Rio conseguiu documentar o notório Fabrício Queiroz, operador das rachadinhas, pagando em dinheiro vivo contas de Flávio Bolsonaro, os policiais a serviço de Alexandre de Moraes foram buscar os registros em vídeo de que pessoas da equipe de Cid, o ajudante de ordens do presidente, eram as responsáveis por quitar – também em espécie, assim como Queiroz – os boletos do presidente, da primeira-dama e de seus familiares.
MICHELLE E O CARTÃO DA AMIGA
Entre os pagamentos, destacavam-se faturas de um cartão de crédito adicional emitido por uma funcionária do Senado Federal de nome Rosimary Cardoso Cordeiro. Lotada no gabinete do senador Roberto Rocha, do PTB do Maranhão, Rosimary é amiga íntima de Michelle Bolsonaro desde os tempos em que as duas trabalhavam na Câmara assessorando deputados.
Rosi, como os mais próximos a chamam, é apontada como a pessoa que aproximou Jair Bolsonaro e Michelle quando o ex-presidente ainda era um deputado do baixo clero que nem sonhava um dia chegar ao Palácio do Planalto. Moradora de Riacho Fundo, cidade-satélite de Brasília distante pouco mais de 20 quilômetros do centro do Plano Piloto, até hoje ela mantém laços estreitos com o casal.
Rosimary Cardoso Cordeiro, amiga de Michelle no avião presidencial
A antiga amizade ganhou toques de glamour depois que a senhora Bolsonaro virou primeira-dama do Brasil – passou a contar, por exemplo, com viagens a bordo de jatinhos e até do avião presidencial. Em maio do ano passado, Rosi acompanhou Michelle em um tour por Israel que contou, ainda, com a participação da então ministra Damares Alves. As duas também foram juntas, em voos fretados pagos pelo PL, para eventos da campanha de Jair Bolsonaro à reeleição.
Em uma viagem oficial de Bolsonaro ao Maranhão, Rosi foi convidada a integrar a comitiva presidencial e registrou fotos ao lado dele na cabine principal do Airbus que serve à Presidência. A ascensão de Michelle fez a amiga também ascender no Congresso. No início do governo, era telefonista no gabinete de Rocha, aliado de Bolsonaro. Logo depois, foi promovida e viu seu salário aumentar. No fim do ano passado, ela ocupava um dos cargos comissionados mais altos da equipe, com salário de R$ 17 mil brutos. Como o mandato de Rocha está a dias do fim, Rosi já tem a promessa de ganhar uma função no futuro gabinete de Damares, eleita senadora pelo Distrito Federal. Michelle, claro, deu uma força.
ÁUDIOS DE BOLSONARO E CONEXÃO COM RADICAIS
O material reunido nas investigações sobre o tenente-coronel o coloca na cena da sucessão de atos antidemocráticos que já vinham sendo investigados por Moraes e que culminaram com a invasão das sedes dos três poderes, em 8 de janeiro. Pela proximidade com Bolsonaro e pela função que o militar exercia no Planalto, o ex-presidente é peça indissociável dos movimentos que ele fazia.
Em mensagens de texto e áudio, o tenente-coronel funcionava como elo entre Bolsonaro e vários dos radicais que há tempos vinham instigando a militância bolsonarista a atentar contra as instituições. Há fartas evidências nesse sentido. Um dos contatos frequentes de Cid era Allan dos Santos, o blogueiro que vive nos Estados Unidos e em outubro de 2021 teve a prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes.
Jair Bolsonaro terá sérias dificuldades para se desvencilhar, ele próprio, das provas que engolfam seu ex-ajudante de ordens. O material compromete os dois. O ex-presidente aparece como interlocutor em várias das mensagens que Cid mantinha em seus aplicativos e foram copiadas pelos investigadores com autorização de Moraes. Uma série de áudios enviados por Bolsonaro ao subordinado indicam que ele tinha conhecimento e controle de tudo o que Cid fazia — seja na seara financeira, pagando as contas do clã em dinheiro vivo, seja na interlocução com os bolsonaristas radicais.
CID PAI, CID FILHO E BOLSONARO
Jair Bolsonaro e o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid têm uma relação que transcende a carreira militar do ex-ajudante de ordens. O pai de Cid, general Mauro Cesar Lourena Cid, foi colega do ex-presidente no curso de formação de oficiais do Exército. Lourena Cid tornou-se amigo de Bolsonaro. Em 2019, ano em que foi para a reserva, ele ganhou do governo a confortável posição de chefe do escritório da Apex, a agência brasileira de promoção de exportações, em Miami. Com salário em dólares, o cargo lhe garantiu uma bolada mensal equivalente a mais de R$ 80 mil.
Cid filho, o ajudante de ordens, também ascendeu na carreira durante o governo passado. Era major e foi promovido a tenente-coronel. Tido como um dos mais radicais auxiliares do ex-presidente, o oficial já havia aparecido em várias das frentes de investigação a cargo de Moraes no STF.
Cid em viagem aos EUA em março de 2020
Ele foi investigado, por exemplo, por suspeita de atuar no vazamento de informações de um inquérito sigiloso sobre ameaças às urnas eletrônicas — parte do velho movimento bolsonarista destinado a descredibilizar o sistema eleitoral. Em dezembro passado, a Polícia Federal concluiu que o tenente-coronel Cid e Bolsonaro cometeram crime ao associar falsamente, durante um live, as vacinas anticovid com o vírus da Aids.
CID ESTÁ NOMEADO PARA CHEFIAR COMANDO DE FORÇAS ESPECIAIS
Antes de deixar o poder, Bolsonaro dispensou o tenente-coronel Mauro Cid da função de ajudante de ordens. O ato foi publicado em 31 de dezembro. O futuro do militar, porém, ficou encaminhado — e de uma forma não muito agradável para o novo governo. Com a bênção do então presidente, o comando do Exército o designou para comandar nada menos que o 1º Batalhão de Ações e Comandos, o 1º BAC, uma das unidades do prestigiado e temido Comando de Operações Especiais, com sede em Goiânia.
O batalhão reúne as mais bem treinadas tropas de elite do Exército e seus homens têm por atribuição, por exemplo, realizar operações de emergência para debelar ameaças a Brasília e, em eventuais situações de guerra, cumprir missões delicadas contra alvos tidos como difíceis. Textos publicados pelo próprio Exército dizem que cabe às tropas do BAC atuar em “ações contra alvos de alto valor” em “áreas hostis ou sob controle do inimigo”.
Mais cedo ou mais tarde, a designação de Cid para o posto será motivo de mais dor de cabeça para o novo governo na delicada relação com o alto comando do Exército — a quem, teoricamente, caberia uma eventual decisão capaz de reverter o ato assinado no apagar das luzes do governo Bolsonaro. Depois das invasões das sedes dos poderes, em 8 de janeiro, nas quais Lula já disse abertamente ter visto o dedo de militares, manter uma unidade tão sensível sob comando de um oficial sabidamente bolsonarista e reconhecidamente radical certamente será um problema para o atual chefe do Planalto.
Indagado pela coluna, o Exército informou nesta quinta-feira que a designação de Mauro Cid está mantida. O staff de imprensa da corporação disse não saber, porém, a data em que ele assumirá o comando do batalhão. O tenente-coronel viajou com Jair Bolsonaro para a Flórida, nos Estados Unidos, nos últimos dias de 2022.
“É PESSOAL”, DIZ AMIGA DE MICHELLE
A coluna tentou por mais de uma vez ouvir Rosimary, a amiga que cedia um cartão para Michelle Bolsonaro. Ela se negou a falar sobre o assunto. Primeiro, disse que estava em um almoço. “Bom, querido, quando eu for (informada da investigação) aí eu falo sobre o assunto, tá bom? Mas nesse momento eu não posso falar. Estou em almoço, estou com meu chefe aqui em reunião”, disse (ouça abaixo).
Horas depois, abordada novamente, desta vez no Senado, ela respondeu o seguinte: “É um assunto tão pessoal. Não quero falar. Até porque eu acho que não preciso dar satisfação para entrevista. É uma coisa minha, pessoal. (…) Eu não tô sabendo (da investigação), não, mas se tiver (sic) eu já vou resolver com os advogados, né? (…) Eu não quero tocar nesse assunto que não seja com advogado”.
A coluna tentou contato com Jair e Michelle Bolsonaro e com o tenente-coronel Mauro Cid nesta sexta-feira, sem sucesso.
Interlocutores do ex-presidente e da ex-primeira-dama disseram que Cid precisava lidar com dinheiro em espécie porque muitas das despesas, especialmente as que envolviam a primeira-dama, “tinham valor ínfimo” e precisavam ser pagas diretamente a fornecedores que “prestavam serviços informalmente”.
Apesar de admitirem haver “confusão” com os valores em espécie, esses mesmos interlocutores negaram que contas pessoais do clã e de parentes de Michelle fossem pagas com os recursos que eram provenientes de saques corporativos do governo.
Não houve resposta sobre o pagamento dos boletos, especialmente os do cartão que era cedido pela amiga de Michelle Bolsonaro, e das contas de familiares da ex-primeira-dama. Tampouco houve explicação sobre as razões pelas quais os tais “serviços de fornecedores”, por exemplo, não poderiam ser quitados por transferência bancária.
Horas depois, abordada novamente, desta vez no Senado, ela respondeu o seguinte: “É um assunto tão pessoal. Não quero falar. Até porque eu acho que não preciso dar satisfação para entrevista. É uma coisa minha, pessoal. (…) Eu não tô sabendo (da investigação), não, mas se tiver (sic) eu já vou resolver com os advogados, né? (…) Eu não quero tocar nesse assunto que não seja com advogado”.
A coluna tentou contato com Jair e Michelle Bolsonaro e com o tenente-coronel Mauro Cid nesta sexta-feira, sem sucesso.
Interlocutores do ex-presidente e da ex-primeira-dama disseram que Cid precisava lidar com dinheiro em espécie porque muitas das despesas, especialmente as que envolviam a primeira-dama, “tinham valor ínfimo” e precisavam ser pagas diretamente a fornecedores que “prestavam serviços informalmente”.
Apesar de admitirem haver “confusão” com os valores em espécie, esses mesmos interlocutores negaram que contas pessoais do clã e de parentes de Michelle fossem pagas com os recursos que eram provenientes de saques corporativos do governo.
Não houve resposta sobre o pagamento dos boletos, especialmente os do cartão que era cedido pela amiga de Michelle Bolsonaro, e das contas de familiares da ex-primeira-dama. Tampouco houve explicação sobre as razões pelas quais os tais “serviços de fornecedores”, por exemplo, não poderiam ser quitados por transferência bancária.
Horas depois, abordada novamente, desta vez no Senado, ela respondeu o seguinte: “É um assunto tão pessoal. Não quero falar. Até porque eu acho que não preciso dar satisfação para entrevista. É uma coisa minha, pessoal. (…) Eu não tô sabendo (da investigação), não, mas se tiver (sic) eu já vou resolver com os advogados, né? (…) Eu não quero tocar nesse assunto que não seja com advogado”.
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*Metrópoles
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Comissão Mista de Controle de Atividades de Inteligência (CCAI) realiza audiência secreta com o general de Exército Sérgio Westphalen Etchegoyen, novo ministro-chefe do gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. À mesa, ministro-chefe da Secretaria de Segurança Institucional da Presidência da República, ministro Sérgio Westphalen Etchegoyen. Foto: Marcos OliveiraAgência Senado
Chefe do GSI no governo Temer, general ataca STF, reclama da imprensa e faz ameaça velada a Lula.
O general Sérgio Etchegoyen está enfezado. Acha que os golpistas do 8 de Janeiro viraram vítimas de injustiça. Em entrevista à TV Pampa, o ex-ministro esbravejou contra os tribunais, o governo e a imprensa. Ao comentar os ataques à democracia, usou eufemismos como “acidente” e “triste episódio”.
O militar chefiou o Gabinete de Segurança Institucional no governo Temer. De volta à planície, foi contratado por uma agência de comunicação corporativa. Pendurou a farda, mas continuou a ser lido e requisitado como porta-voz da caserna.
A exemplo de Bolsonaro e seus apaniguados, o general nutre pouco apreço pelo Judiciário. Considera que o STF e o TSE “carecem de credibilidade”. Para ele, os juízes são “apaixonados por microfones” e gostam de “falar mal do país lá fora”. “Isso é inaceitável”, condenou. Sobre os extremistas que atacam o sistema eleitoral, emitiu opiniões mais amenas. “É legítimo duvidar do resultado”, disse.
Etchegoyen está invocado com Lula. Nos últimos dias, o presidente criticou a segurança do Planalto e afirmou que “perdeu a confiança” em parte dos militares. Para o ex-ministro, a frase revelou “profunda covardia”. De Lula, não dos militares que permitiram a invasão. “É a velha técnica de procurar culpados”, protestou. “Como é que se pacifica o país a partir daí? Como é que pacifica as Forças Armadas?”.
A imprensa, sempre ela, também entrou na mira do general. Ele acusou a mídia de perseguir Bolsonaro, ultrapassando “todos os limites da razoabilidade”. Numa declaração curiosa, reclamou de excesso de jornalismo na cobertura do quebra-quebra. “Esse episódio merece uma abordagem mais objetiva e menos panfletária. Menos jornalística, sem ofensa”, palpitou. A despeito das críticas, o ex-ministro confidenciou que se informa cada vez menos por veículos tradicionais. “Abandonei muito o noticiário”, admitiu.
Os Etchegoyen têm um longo histórico de envolvimento em golpes e conspirações. O avô do general, que alcançou a mesma patente, tentou impedir a posse de três presidentes. Um de seus alvos foi Juscelino Kubitschek, inventor da cidade que os bolsonaristas tentaram destruir.
Em 2014, quando ainda estava na ativa, o general de Temer se projetou ao atacar a Comissão Nacional da Verdade, que investigou crimes da ditadura militar. Não era só reacionarismo, era defesa do clã. Seu pai e seu tio foram apontados como responsáveis por graves violações aos direitos humanos. Os dois nunca foram julgados graças à Lei da Anistia.
Nove anos depois, o oficial sugere um novo perdão, desta vez em favor dos extremistas de Brasília. “Espero profundamente que os responsáveis pelos nossos destinos façam uma reflexão e tenham a grandeza de buscar a pacificação”, discursou.
Ao pregar a impunidade de colegas de farda, Etchegoyen disse defender a “tranquilidade” e o “bom senso”. Acrescentou que o governo precisa “harmonizar a sociedade” para “poder andar”. “Por enquanto, os sinais que está dando é (sic) que não consegue andar. E possivelmente tenha acabado (sic) no dia 8 de janeiro”, opinou. Sobre o futuro do presidente, o general soltou uma frase enigmática: “É muito difícil prever o que vai acontecer”.
As ameaças veladas de Etchegoyen animaram o apresentador da TV Pampa, que chamou o golpe de 1964 de “revolução” e manifestou saudades da “velha Arena”. Num momento de descontração, o general contou que torce pelo Grêmio, celebrou a contratação de Suárez e elogiou o livro “As 44 regras do poder”. Ao que tudo indica, referia-se “As 48 leis do poder”, um best-seller de autoajuda empresarial.
Na contracapa, o leitor encontra dicas para “conquistar o que deseja”: “esperar o momento certo para atacar”, “criar uma aura de mistério para confundir os inimigos”, “encobrir todos os atos em cortinas de fumaça”.
*Bernardo Mello Franco/O Globo
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