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‘Cemitério dos vivos’: palestinos libertados denunciam tortura, humilhação e fome em prisões de Israel

Ex-prisioneiros pedem urgência na discussão de questões humanitárias por entidades internacionais ao revelarem detenções injustificadas, revistas vexatórias e assassinatos.

Humilhação, espancamentos, tentativas de homicídio, fome, negligência médica e detenções injustificadas: estas são algumas das medidas tomadas pelas autoridades de Israel em suas prisões administrativas, conforme denunciaram nesta segunda-feira (10/03) ex-prisioneiros palestinos recentemente libertados das celas do regime sionista. Os depoimentos foram dados no âmbito de uma coletiva organizada pelo Instituto Palestino para Diplomacia Pública (PIPD, na sigla em inglês).

Shadi Albarghouti, que hoje tem 48 anos, conheceu seu pai dentro de uma prisão israelense aos 27 anos, quando também foi detido, em 2003. Ele foi libertado em 8 de fevereiro, durante a primeira fase do acordo de cessar-fogo e troca de reféns na Faixa de Gaza, que entrou em vigor em 19 de janeiro.

“Meu pai foi detido em 1978. Fui proibido de visitá-lo durante 10 anos. Só conheci ele dentro das prisões israelenses, nunca antes. Ou seja, meu pai conheceu seus filhos, Shadi e Hadi, na prisão. Na hora [que nos vimos], ele não conseguia nos distinguir”, contou, ao defender que a questão humanitária nas celas precisa urgentemente ser discutida pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) em Haia, assim como pela Cruz Vermelha e a mídia.

O palestino também escancarou um crime cometido nas detenções, ao citar o ex-ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, aliado do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu ao longo do massacre em Gaza. Segundo ele, existe uma “gangue” que atua juntamente com a polícia, com aval do governo, para assassinar os prisioneiros.

“Depois do 7 de outubro, os israelenses decidiram que podem matar os prisioneiros palestinos direta ou indiretamente. E já houve tentativas de nos matar. […] Não é uma decisão da administração prisional. Há uma gangue que comanda as prisões israelenses. É Ben Gvir [ex-ministro da Segurança Nacional de Israel] e a polícia”, revelou.

Política da humilhação
“Cemitérios dos vivos”, foi como descreveu Diala Ayesh, que foi libertada cinco dias antes da implementação da primeira fase do cessar-fogo em Gaza.

Questionada por Opera Mundi se as detentas sabiam que um acordo de libertação de reféns estava prestes a se concretizar, a ex-prisioneira afirmou apenas ter tido conhecimento sobre o assunto quando deixou a cela, por meio de sua família. “Havia muita conversa a respeito, mas não sabíamos que estava muito perto de acontecer”, disse, o que aponta a falta de fornecimento de informações por parte das autoridades israelenses para com os presos.

Além de denunciar a privação de comida e inacessibilidade a medicamentos, Diala enfatizou a política de “humilhação”. Relatou que os israelenses revistavam as detentas e as obrigavam a ficarem nuas, “não por razões de segurança, mas para assediar, intimidar e insultar.

“Eles estavam se divertindo quando nos forçavam a tirar nossas roupas. Nos insultavam, e insultavam nossas famílias. Essa revista nua é muito sensível para nós, como mulheres árabes palestinas, que estamos comprometidas em nos mantermos vestidas. Eles sabem disso. Me sinto até envergonhada de falar sobre isso”, disse.

Diala também relatou sobre as “provocações emocionais”, nas quais as autoridades israelenses propositalmente falavam com seus familiares para despertar sentimentos nostálgicos das prisioneiras palestinas.

“Batiam à nossa porta, e falavam com seus filhos. Sabiam que somos impedidas de ir até nossos filhos, nossas famílias, nossos entes queridos. Na hora, nem sei se a minha família está viva ou não. Então, quando falavam com seus respectivos filhos ou com suas famílias, nesses momentos eu sentia aquela nostalgia. Isso era mais uma provocação para nós”, contou.

Prisões administrativas
Desde 7 de outubro de 2023 até a atualidade, mais de 62 prisioneiros palestinos foram martirizados, mas suas identidades nunca foram reveladas, de acordo com a Addameer Prisoner Support, uma ONG palestina sediada em Ramallah. Tala Naser, advogada da entidade, relatou que as autoridades israelenses abriram uma investigação em cinco dessas dezenas de casos, e que nas apurações observaram que os corpos apresentavam vestígios de hematomas, fraturas e hemorragia interna, o que prova que as vítimas foram submetidas a espancamentos. Entretanto, até agora, nenhum relatório médico foi emitido.

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Embora as evidências de tortura, “99% das queixas que enviamos foram arquivadas”, disse Naser, acrescentando que “isso significa que a ocupação não tem nenhuma intenção ou vontade de responsabilizar os criminosos pela morte dos prisioneiros”.

A advogada palestina informa a necessidade de rever as medidas tomadas por Israel no período pré-julgamento, uma vez que os prisioneiros são barrados de se encontrar com suas equipes de defesa, portanto, não havendo aconselhamento jurídico àqueles em liberdade condicional.

Ainda segundo Naser, a crítica ao sistema prisional israelense também envolve o funcionamento do próprio tribunal, que viola os princípios de um julgamento justo porque não informa os prisioneiros sobre o suposto motivo de sua detenção.

“Eles são detidos sem saber o motivo de sua detenção. Não tem um julgamento público porque os tribunais israelenses são confidenciais, secretos, e não há supervisão ou monitoramento por lá, e também não há defesa eficiente porque os advogados são impedidos de conhecer os prisioneiros”, contou, enquadrando a situação como um “crime de guerra” conforme prevê o estatuto de Roma.

“Precisamos entender como eles obtiveram a confissão [dos palestinos] à força, como eles [palestinos] foram ao julgamento e quais são as medidas que estamos tomando no pré-julgamento”, pontuou.

Por sua vez, a jornalista palestina Lama Ghosheh, libertada das prisões israelenses, relatou ter notado que a detenção administrativa se tornou mais evidente depois do 7 de outubro de 2023.

“Houve um grande número de pessoas presas apenas por motivos de incitação. Essas foram as mesmas acusações contra os palestinos em Jerusalém e nos territórios de 1948, que tinham como objetivo intimidá-los”, indicou.

Lama relatou ter sido encarcerada nas prisões israelenses de Hasharon e de Damon, e logo transferida para prisão domiciliar. Entretanto, não teve a permissão para se comunicar com outras pessoas, mantendo-se longe da esfera pública. Durante um período de 300 dias, a jornalista foi submetida a trabalho forçado em um assentamento israelense, sem receber nenhum pagamento financeiro e sob “circunstâncias intimidadoras” de monitoramento.

“Quando falamos sobre jornalismo sob o estado de intimidação em curso desde 7 de outubro, ou até mesmo desde 2021, é importante ter conscientização para cobrir tudo o que acontece em Jerusalém e tudo o que acontece nos territórios de 1948. Não ser enganado nem subjugado por essa intimidação, e aumentar a conscientização das pessoas”, concluiu.

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O grupo que assumiu o mega-ataque ao X e derrubou a rede no mundo

Grupo criado em 2023 é um dos mais temidos por usar táticas avançadas de guerra cibernética. Lojas da montadora Tesla, de Elon Musk, também dono no X, vêm sendo atacadas.

Pela terceira vez nesta segunda-feira (10), a rede social X (antigo Twitter) está fora do ar em todo o mundo após um mega-ataque cibernético. A plataforma é de propriedade do magnata Elon Musk, que também é dono da Tesla, a montadora de automóveis elétricos que teve lojas atacadas inclusive a tiros, em vários estados dos EUA. Vale lembrar que Musk se alinhou fortemente ao atual presidente dos EUA, Donald Trump, e que assumiu uma espécie de cargo semigovernamental que está “enxugando” os gastos da administração norte-americana, mandando milhares de pessoas embora até em áreas sensíveis e essenciais.

Depois de deixar off-line uma das mais influentes redes do planeta pela terceira vez em um dia, um grupo notório de hackers assumiu a autoria dos ataques. Trata-se do Dark Storm Team, um coletivo temido em todo o mundo pelo emprego de táticas avançadas e devastadoras de guerra cibernética, composto por especialistas capazes de invadir e destruir até os sistemas ultraprotegidos de governos e de órgãos militares como a OTAN. As informações são do canal de notícias indiano Times Now News, publicado na Forum por Henrique Rodrigues.

Autointitulados pró-Palestina e tendo como alvo preferencial países e organismos ligados a Israel e à política dos EUA, o Dark Storm Team emitiu um comunicada em seu canal no aplicativo Telegram informando ser o responsável por tirar o X do ar em todo o planeta, postando ainda prints de tela mostrando milhares de status de conectividade da rede social “rompidos” em vários países.

Na mensagem dos hackers não há qualquer menção sobre os reais motivos do ataque, mas as suspeitas são de que o grupo mirou na plataforma de Musk por conta de suas falas e ações contra palestinos, pelos problemas que ele vem causado ao povo trabalhador dos EUA e por seus recentes gestos nazistas feitos desavergonhadamente em público durante atos oficiais.

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Elon Musk sob ataque: Lojas da Tesla são incendiadas

Desde que assumiu um cargo no governo Trump, as empresas do bilionário têm sido alvo de protestos.

Vídeos que circulam pelas redes sociais mostram uma loja da Tesla, a montadora de carros elétricos pertencente a Elon Musk, sendo destruída por manifestantes que não concordam com as posições do bilionário.

Além dos EUA, as lojas da Tesla têm sido alvo de ataques na Europa. Na França, revendedoras da montadora foram incendiadas por grupos anarquistas, que assumiram a autoria dos atos.

Os anarquistas criticam o que chamam de “inclinações nazistas” de Elon Musk. Em um comunicado, declararam:
“Enquanto as elites multiplicam as saudações nazistas, decidimos saudar uma concessionária Tesla à nossa maneira […] o antifascismo militante que não acredita no mito da democracia e a ecologia radical que não acredita em soluções tecnológicas”.

Os grupos anarquistas franceses publicaram chamados para novos ataques contra as revendedoras da Tesla e, pelo visto, o apelo surtiu efeito. Nesta segunda-feira (10), manifestantes destruíram uma loja da montadora. Há registros de incidentes semelhantes em outras localidades dos EUA.

Dezenas de carros da Tesla, de Elon Musk, são incendiados na França

Dezenas de carros da Tesla, empresa de Elon Musk, foram incendiados entre domingo (2) e segunda-feira (3) na cidade de Toulouse, no sul da França.

Logo após o incêndio, que destruiu dezenas de carros da Tesla, a polícia local foi categórica e afirmou se tratar de um “ataque organizado”. Eles não estavam enganados: anarquistas assumiram a autoria do ataque.

Nesta terça-feira (4), um grupo anarquista assumiu a autoria do incêndio e publicou uma espécie de manifesto no site lata.info (Informações Antiautoritárias de Toulouse e Arredores) sob o título “Saudação Incendiária à Tesla”. No texto, é informado que os veículos foram incendiados “dentro das instalações com a ajuda de dois galões de gasolina”.

Os anarquistas criticam as inclinações nazistas de Elon Musk. “Enquanto as elites multiplicam as saudações nazistas, decidimos saudar uma concessionária Tesla à nossa maneira […] o antifascismo militante que não acredita no mito da democracia e a ecologia radical que não acredita em soluções tecnológicas”.

“Com esse ato, participamos do chamado ‘Bem-vindo à primavera, queime um Tesla’, da campanha internacional contra a Tesla, da Alemanha aos Estados Unidos e, mais amplamente, do conflito anarquista”, continua o texto dos autores do ataque.

Após a publicação do manifesto, uma série de chamados para incendiar carros da Tesla surgiram nas redes sociais. A polícia francesa revelou que está investigando aqueles que incentivam “atos de vandalismo e contra o patrimônio”.

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O “passo a passo” de Eduardo Bolsonaro para intervenção dos EUA no Brasil

Sob o risco de ter o passaporte apreendido, deputado federal nega que esteja articulando sanções contra seu país.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), em mensagem enviada aos membros de seu canal no Telegram na madrugada desta segunda-feira (10), negou que esteja articulando sanções dos Estados Unidos contra o Brasil. O extremista, praticamente morando nos EUA desde a posse do presidente Donald Trump, é alvo de uma ação na Procuradoria-Geral da República (PGR) que pede a apreensão de seu passaporte por conspiração contra o governo e o judiciário brasileiro.

Apesar de negar que esteja articulando sanções contra o seu próprio país, o filho de Jair Bolsonaro fez um “passo a passo” de “como os EUA podem ajudar o Brasil” – ou seja, deu sugestões para uma intervenção norte-americana. Entre as medidas sugeridas por Eduardo Bolsonaro, está o reconhecimento apenas de eleições no Brasil “onde seja possível uma auditoria”.

Em outras palavras, o extremista sugere que os EUA não reconheçam a eleição na qual seu pai foi derrotado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Muitos me perguntam como os EUA podem ajudar o Brasil.

1º) Cortando dinheiro da USAID, NED, Atlantic council e outras instituições que interferem em nossas eleições sob o disfarce de ‘combate a desinformação’;

2º) Não interferindo no livre funcionamento da democracia para favorecer a esquerda;

3º) Reconhecendo como democráticas apenas eleições limpas e transparentes, onde seja possível uma auditoria, tal qual o PSDB pediu em 2014;

4º) Trabalhar para que haja situação e oposição nas democracias da região e não mais seja encorajado a tática venezuelano de Maduro de tornar inelegíveis seus principais opositores (Maria Corina, Capriles etc);

5º) Não permita que as Big Tech americanas censurem ninguém (respeito à 1ª Emenda americana), seja antes, durante ou após as eleições. É o cidadão quem forma sua própria opinião.

Nunca peço privilégios a ninguém e tampouco sanções contra nossa país, apenas respeito a nossa constituição. Isso é pedir muito?”

Em se tratando de um cérebro do tamanho de um caroço de mostarda, então, está tudo resolvido.

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Política

Lula calou a mídia

A cúpula da mídia industrial, que tentou vender um governo Lula colapsado, teve que dar uma brecada em suas ações de ataque sistematizados contra Lula.

Lógico que a parada em busca de fôlego é estratégica.
Sem ilusões.

Essa gente fará a mais imunda campanha eleitoral contra a reeleição de Lula.

Por ora, eles ficarão nessa política de cachorro magro em busca de migalhas de futricas brejeiras.

Aquele ataque à economia do goveno Lula, feito em uníssono pelo Globo, Folha e Estadão, ficou no vácuo.

Ao contrário dos adoradores do neoliberalismo globalizado, sob a batuta dos EUA, Lula faz uma gestão diametralmente oposta a de Trump e Milei, duas das figuras mais criticadas do momento em seus países, claro, por motivos óbvios. Tudo o que fazem só piora a vida dos cidadãos e empresas nos EUA e Argentina.

Os números estão com Lula e não com os cardeais do jornalismo de esgoto.

Não só isso.

A luta pela educação e saúde públicas, por um Estado comprometido com o desenvolvimento econômico-social, pela dimensão estruturante de um projeto democrático de nação, lastreou o governo Lula.

Isso bastou para calar a boca maldita dos barões medíocres da grande mídia.

Detalhe: Lula está se saindo muito bem também na comunicação.

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PGR tem prazo de cinco dias para decidir sobre argumentos da defesa de Bolsonaro e outros acusados de tentativa de golpe

As investigações da Polícia Federal e da própria PGR apontam para planejamento prévio e de envolvimento de figuras públicas e militares no golpe.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou no sábado (8) à Procuradoria-Geral da República (PGR) as manifestações de defesa apresentadas pelos denunciados no inquérito sobre uma tentativa de golpe de Estado. A informação foi divulgada pelo STF. A PGR analisará os documentos nesta semana e terá o prazo de cinco dias para se posicionar sobre os argumentos apresentados pelas defesas.

A investigação trata das tentativas de golpe por parte do ex-presidente Jair Bolsonaro e colaboradores próximos, entre eles generais do Exército, após o resultado das eleições presidenciais de 2022, que culminaram nos atos criminosos em Brasília em 8 de janeiro de 2023. Os denunciados respondem por crimes como associação criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e incitação ao crime.

As defesas dos acusados argumentam que não houve organização para um golpe. No entanto, as investigações conduzidas pela Polícia Federal e pela própria PGR apontam para planejamento prévio e de envolvimento de figuras públicas e militares na intentona golpista.

Com o prazo para manifestação correndo, o posicionamento da PGR será fundamental para definir o rumo das investigações e possíveis desdobramentos jurídicos contra os envolvidos.

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Ministério da Defesa de Bolsonaro divulgou link para canal com pedido de golpe de Estado; “Dê o golpe Jair”

Publicação permaneceu no ar por 28 meses; perfil oficial da pasta no Twitter encaminhava para chat no Telegram com mensagem golpista.

O Ministério da Defesa, ainda sob o governo de Jair Bolsonaro (PL), publicou um link em seu perfil oficial no Twitter que direcionava para um canal no Telegram onde havia um pedido explícito de golpe de Estado. A informação foi divulgada pelo jornal Estado de S. Paulo, que identificou que a postagem permaneceu disponível por 28 meses. Procurada, a atual gestão do ministério não comentou o caso.

O tuíte foi publicado em 7 de novembro de 2022, oito dias após Bolsonaro ser derrotado nas urnas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na época, a pasta era comandada pelo general Paulo Sérgio Nogueira, ex-comandante do Exército. A publicação orientava os usuários a acessarem uma nota sobre o relatório de fiscalização das urnas eletrônicas, mas o link redirecionava para um canal no Telegram chamado “Ministério da defesa” – com erro na grafia oficial da pasta –, que continha apenas uma única mensagem: “Dê o golpe jair”, acompanhada de um emoji da bandeira do Brasil.

A publicação do Ministério da Defesa ocorreu em meio a um contexto de mobilização golpista por parte de apoiadores de Bolsonaro, incluindo bloqueios em rodovias e acampamentos diante de quartéis das Forças Armadas, que pediam intervenção militar para impedir a posse de Lula.

Possível hackeamento ou ação interna?
Atualmente administrada pelo governo Lula, a conta oficial do Ministério da Defesa no Twitter (agora chamado de X) possui 910 mil seguidores e faz postagens regulares. O ministério também tem um canal oficial no Telegram, que conta com mais de 20 mil inscritos. No entanto, o canal para onde o link redirecionava tinha apenas 289 inscritos, o que levanta dúvidas sobre sua autenticidade.

Segundo o jornal, membros da pasta consultados informalmente disseram não saber se a publicação foi resultado de um hackeamento ou se teve a participação de algum servidor da Defesa na época.

A postagem golpista teria sido feita entre a noite do dia 9 e a tarde do dia 10 de novembro de 2022. Durante esse período, o próprio Ministério da Defesa estava envolvido diretamente na auditoria das urnas eletrônicas, uma iniciativa impulsionada por Bolsonaro na tentativa de desacreditar o processo eleitoral.

 

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Com ações de genocídio de Israel, mais de dois milhões de palestinos em Gaza podem morrer de fome

Crise humanitária se agrava com bloqueio total imposto por Israel, impedindo a entrada de alimentos, remédios e combustível.

A crise humanitária na Faixa de Gaza atinge níveis alarmantes, com mais de dois milhões de palestinos em necessidade extrema de alimentos e produtos essenciais. A denúncia foi feita pela emissora Al Jazeera neste sábado (9), destacando que 2,3 milhões de pessoas enfrentam uma escassez crítica de comida, medicamentos e suprimentos básicos devido ao bloqueio total imposto por Israel às entregas humanitárias na região.

De acordo com a emissora, além da falta de mantimentos, a situação se agrava pela interrupção no fornecimento de combustível, essencial para a geração de energia e o aquecimento das residências. Nos últimos sete dias, não houve qualquer entrega de combustível a Gaza, aprofundando ainda mais as dificuldades enfrentadas pela população.

Sem recursos para reconstrução e sem meios de subsistência, moradores da Faixa de Gaza recorrem a materiais encontrados entre os escombros para tentar erguer abrigos improvisados. “Eles buscam qualquer material disponível nos destroços”, reportou a Al Jazeera, evidenciando a precariedade extrema vivida pelos palestinos sob o cerco israelense.

A crise em Gaza se intensificou nos últimos meses com os ataques israelenses e a total obstrução das rotas humanitárias. Organizações internacionais alertam para o risco iminente de fome em larga escala e para o colapso dos serviços médicos, diante da escassez de insumos básicos e da destruição de hospitais e infraestruturas essenciais.

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Gasto per capita com a previdência dos militares supera em 18 vezes o custo dos aposentados do INSS

Despesas com o sistema militar chegam a R$ 162 mil por beneficiário, contrastando com valores muito inferiores no INSS.

A previdência no Brasil enfrenta um déficit significativo, tanto no setor público quanto no privado, obrigando o governo federal a complementar os benefícios para garantir o pagamento das aposentadorias e pensões. Essa situação se agrava ao se analisar o sistema de previdência dos militares, cujo gasto per capita é alarmante.

Em 2024, o custo médio por beneficiário do regime previdenciário das Forças Armadas atingiu a cifra de R$ 162.481. Em comparação, o governo destinou apenas R$ 8.702 para cada aposentado e pensionista do INSS, que abrange trabalhadores do setor privado. Para os servidores civis federais, o valor é de R$ 75.497, cerca de metade do gasto com os militares.

O déficit do sistema de previdência militar é alarmante. Em 2024, a diferença entre receitas e despesas no sistema foi de R$ 50,88 bilhões, para 313 mil militares inativos e pensionistas. O regime dos servidores civis, que atende um número maior de beneficiários (737 mil), teve um déficit de R$ 55,68 bilhões. Já o INSS, com uma base de 34,1 milhões de aposentados e pensionistas, apresentou um rombo de R$ 297,39 bilhões.

TCU diz que é urgente ajustar previdência dos militares

O Tribunal de Contas da União (TCU) sinalizou a urgência de ajustes no sistema previdenciário militar, dada a discrepância entre as contribuições e as despesas. Em resposta, o governo apresentou uma proposta de reforma ao Congresso, visando economizar R$ 2 bilhões anualmente. Entretanto, especialistas avaliam que as mudanças propostas são superficiais e não atacam a questão de forma estrutural.

De 2008 a 2024, os gastos com a previdência dos militares quase triplicaram, subindo de R$ 20,8 bilhões para R$ 63 bilhões, refletindo um aumento de 27,3% em termos reais, mesmo após a correção pela inflação. Embora a Reforma da Previdência de 2019 tenha estabelecido regras mais rígidas para a maioria dos trabalhadores, os militares continuaram a desfrutar de privilégios, como aumentos salariais após a reforma.

Idade mínima para transferência à reserva é uma das propostas

Dentre as propostas apresentadas, destaca-se a criação de uma idade mínima de 55 anos para a transferência à reserva, que é inferior à média de 57 a 60 anos observada em países da União Europeia. Outras mudanças incluem a padronização da contribuição para assistência médica, mas sem mexer na pensão vitalícia das filhas de militares, segundo O Globo.

A tramitação da proposta enfrenta resistência, especialmente da chamada bancada da bala, que defende os interesses das forças de segurança. A análise do ex-secretário de Previdência Leonardo Rolim e do pesquisador da Fipe/USP Paulo Tafner ressalta a necessidade de reformas mais abrangentes, considerando a questão da contribuição patronal, ausente no sistema dos militares.

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Agro dos EUA ataca Trump e diz que Brasil será o grande beneficiado na guerra comercial

Os produtores de soja dos EUA estão criticando o presidente Donald Trump e alertando que, diante de uma guerra comercial com a China e outros parceiros, o Brasil será o vencedor.

“Os agricultores estão frustrados”, admitiu Caleb Ragland, presidente da Associação e produtor de soja da região de Magnolia, no estado do Kentucky. “As tarifas não são algo para se divertir. Elas não apenas atingem nossas empresas familiares em cheio, mas também abalam um princípio fundamental sobre o qual nossas relações comerciais são construídas, que é a confiabilidade”, disse.

Ragland explicou a dimensão do que uma guerra comercial representa para seu setor. “Como a produção agrícola de maior exportação dos EUA, a soja enfrenta impactos enormes e desproporcionais das interrupções do fluxo comercial, especialmente para a China, que é nosso maior mercado”, disse.

“E sabemos que os produtores estrangeiros de soja no Brasil e em outros países esperam colheitas abundantes este ano e estão preparados para atender a qualquer demanda decorrente de uma nova guerra comercial entre os EUA e a China”, alertou.

O governo brasileiro também lança um primeiro esforço para negociar uma saída diplomática e evitar que também seja alvo de tarifas por parte de Trump. E hoje, o vice-presidente Geraldo Alckmin terá uma reunião virtual com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick.

O encontro ocorre depois de Trump ter citado nominalmente o Brasil em seu discurso no Congresso como um exemplo de um país que adota tarifas “injustas” contra os produtos norte-americanos. Com informações de Jamil Chade, colunista do UOL, em Nova York