Categorias
Política

Programa Terra da Gente: Ampliando a Reforma Agrária, governo Lula anuncia entrega de 12 mil lotes

Lula participa de evento em Minas Gerais e anuncia investimentos bilionários em créditos, educação e desenvolvimento rural.

O governo federal oficializa, nesta sexta-feira (7), um amplo pacote de medidas voltadas para a reforma agrária, durante evento no Complexo Ariadnópolis, em Campo do Meio (MG). A cerimônia, que contará com a presença do presidente Lula (PT), marca a entrega de 12.297 lotes para famílias acampadas em 138 assentamentos rurais espalhados por 24 estados. No total, são 385 mil hectares de terras destinadas à produção agrícola familiar e à inclusão produtiva.

O programa Terra da Gente também receberá um reforço financeiro significativo. O governo anunciará um investimento de R$ 1,6 bilhão em 2025 para o Crédito Instalação, destinado à construção de moradias, apoio inicial aos assentados e incentivo à participação de jovens e mulheres na reforma agrária. A expectativa é de que pelo menos 18 mil famílias sejam contempladas com novas residências. Além disso, será autorizada uma nova rodada do Pronaf A, com liberação de créditos de até R$ 50 mil e juros reduzidos entre 0,5% e 1,5% ao ano.

Outro investimento de peso será feito no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que receberá R$ 1,1 bilhão. Entre 2023 e 2024, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) adquiriu 249 mil toneladas de alimentos de cooperativas e associações, sendo que 26% dos fornecedores eram assentados da reforma agrária. A tendência é que a compra de produtos desses pequenos agricultores aumente em 2025.

Novos decretos para reforma agrária – Durante a cerimônia, Lula assinará sete decretos que reconhecem como de interesse social 13.307 hectares de terras para fins de reforma agrária, beneficiando cerca de 800 famílias. Os decretos abrangem propriedades em diferentes estados, incluindo as fazendas Ariadnópolis (3.182 ha), Mata Caxambu (248 ha) e Potreiro (204 ha), todas localizadas no Complexo Ariadnópolis, em Minas Gerais. Outras áreas beneficiadas estão em Pau-d’Arco (PA), Formosa (GO), Barbosa Ferraz (PR) e Cruz Alta (RS), somando um investimento de R$ 189 milhões.

A reforma agrária também contará com a criação de novos projetos de assentamento, graças a um investimento de R$ 383 milhões, contemplando 528 famílias. Os projetos estão distribuídos em municípios como Alcobaça (BA), Teixeira de Freitas (BA), Goiana (PE), Pirapora (MG), Castro (PR), Muquém de São Francisco (BA), Primavera do Leste (MT) e Marabá (PA).

Regularização de dívidas e incentivos produtivos – Outro destaque do evento será a assinatura de contratos de renegociação de dívidas do programa Desenrola Rural, que oferece descontos de até 96% para assentados da reforma agrária refinanciarem seus débitos. Essa medida busca facilitar o acesso ao crédito e evitar que agricultores familiares fiquem inadimplentes.

Também serão entregues 243 títulos de terras pelo Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF), totalizando investimentos de R$ 53,7 milhões. Além disso, dez famílias assentadas nos estados de Tocantins, Mato Grosso, Bahia, Pará e Acre receberão títulos definitivos no âmbito do Plano Nacional de Reforma Agrária (PNRA). Com 247.

Parcerias para fomentar produção e tecnologia – Durante o evento, o governo assinará dois acordos estratégicos. O primeiro será firmado com a Itaipu Binacional, garantindo um benefício de R$ 4,6 mil para cada uma das 2,5 mil famílias acampadas em situação de vulnerabilidade, voltado a investimentos produtivos. O segundo acordo será com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), destinando R$ 15 milhões para o desenvolvimento de bioinsumos e mecanização da agricultura familiar.

Categorias
Política

Medidas para baixar preço de alimentos e tarifas de importação zero são anunciadas por Alckmin

Governo passou o dia em reuniões para tentar alternativas para a inflação dos alimentos; medidas devem valer em breve.

O vice-presidente Geraldo Alckmin anunciou nesta quinta-feira (6) que o governo criou medidas para tentar baixar o preço de alimentos. As medidas incluem zerar a tarifa de importação para alguns produtos, como carne, café, açúcar, milho e azeite de oliva.

Alckmin afirmou que as medidas vão passar a valer “em poucos dias”. Segundo o vice-presidente, “o governo está abrindo mão de imposto em favor da redução de preço”.

Alckmin foi questionado sobre o impacto das medidas nos produtores nacionais, que vão ter que lidar com um produto mais barato vindo de fora. “Nós entendemos que não [vai prejudicar o produtor brasileiro]. Você tem períodos de preços mais altos, mais baixos. Nós estamos em um período em que reduzir o imposto ajuda a reduzir preços. Você está complementando”, disse Alckmin.

As medidas foram anunciadas após reunião do presidente com ministros e empresários do setor de alimentos e abastecimento no Palácio do Planalto.

Alckmin

Alckmin: alimentos e imagem do governo
A inflação dos alimentos é uma das principais preocupações do governo Lula no momento. Segundo especialistas, esse é um dos fatores que contribuem para a crise de popularidade que o presidente enfrenta atualmente.

Veja como ficam as tarifas de importação anunciadas:

Carne

Tarifa de importação atual: 10,8%

Nova tarifa: 0%

Café

Tarifa de importação atual: 9%

Nova tarifa: 0%

Açúcar

Tarifa de importação atual: 14%

Nova tarifa: 0%

Milho

Tarifa de importação atual: 7,2%

Nova tarifa: 0%

Categorias
Política

Prazo para Bolsonaro se defender das acusações sobre golpe de Estado termina hoje

Para a procuradoria, Bolsonaro cometeu o crime de organização criminosa armada e outros quatro delitos.

Termina hoje o prazo para que a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresente defesa para as acusações que constam na denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) no Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro é acusado de envolvimento na tentativa de golpe de Estado ocorrida no país.

Os advogados do ex-presidente e Bolsonaro solicitaram a ampliação do prazo, mas o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, manteve o tempo de 15 dias.

A defesa pediu prazo de 83 dias, argumentando que esse foi o tempo utilizado pela PGR para formular a denúncia. Alegou também que não teve acesso a todos os documentos do processo.

Moraes, no entanto, rejeitou o pedido, dizendo que há “integral acesso aos autos e ao sistema” e a todos os elementos de prova disponíveis.

Com isso, a equipe do ex-presidente precisa protocolar sua manifestação até o fim desta quinta-feira (6).

Para a procuradoria, Bolsonaro cometeu os seguintes crimes: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado por violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

Prazos distintos
Nem todos os 34 denunciados têm o mesmo prazo de resposta. É o caso do ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto, que pode se manifestar até sexta-feira (7).

A diferença tem a ver com o momento em que cada um foi intimado. Bolsonaro recebeu sua intimação em 19 de fevereiro, com prazo de 15 dias se encerrando nesta quinta-feira.

Já Braga Netto foi intimado um dia depois, em 20 de fevereiro, e, por isso, tem até sexta-feira para responder.

Bolsonaro pediu Impedimento
Além do pedido de ampliação do prazo, os advogados de Bolsonaro solicitaram que os ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin se declarassem impedidos de julgar o caso.

A defesa alega que Dino poderia não ser imparcial, pois, em 2021, quando era governador do Maranhão, entrou com uma queixa-crime contra Bolsonaro.

À época, o então presidente acusou o governador de não utilizar a Polícia Militar para reforçar a segurança durante sua visita ao estado.

Sobre Zanin, a defesa do ex-presidente argumentou que ele atuou como advogado do PT e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

E que em um processo relacionado às eleições de 2022, ele se declarou impedido de julgar por ter defendido o partido na época, segundo o ICL.

Apesar das alegações da defesa, os dois ministros afirmaram não haver impedimentos e reafirmaram que estão aptos a analisar a denúncia da PGR.

O caso será julgado pela Primeira Turma do STF, composta por Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux.

Categorias
Política

Governo Lula estuda MP para retaliar barreiras comerciais de Trump

Diante das barreiras protecionistas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e da falta de avanço nas negociações com a Casa Branca, o governo brasileiro avalia a edição de uma Medida Provisória (MP) para criar mecanismos legais de retaliação comercial. A iniciativa visa garantir uma resposta rápida às sobretaxas norte-americanas, sem depender do longo trâmite do Congresso.

Segundo a CNN Brasil, a possibilidade de editar uma MP é vista na Esplanada dos Ministérios como uma alternativa ao Projeto de Lei 2088/2023, que tramita no Senado com o mesmo teor. O projeto foi apresentado originalmente em meio às ameaças da União Europeia de impor restrições a produtos agrícolas brasileiros, sob a justificativa de preocupação com o desmatamento na Amazônia.

A proposta, batizada de PL da Reciprocidade Ambiental, foi articulada pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e protocolada pelo senador Zequinha Marinho (PL-PA). O projeto estabelece que o Brasil também possa impor exigências ambientais a produtos de países ou blocos que adotem medidas semelhantes contra as exportações brasileiras.

A ex-ministra da Agricultura e senadora Tereza Cristina (PP-MS), relatora do texto, ajustou a proposta para incluir mecanismos de retaliação comercial em resposta às ameaças de Trump. O texto revisado teve respaldo do governo Lula e recebeu aval de ministérios como o MDIC (Indústria e Comércio) e o Itamaraty.

Ainda conforme a reportagem, o relatório de Tereza Cristina foi concluído na sexta-feira (28) e está pronto para votação na Comissão de Meio Ambiente do Senado. A senadora já se reuniu com o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), para acelerar a tramitação. Uma das hipóteses é aprovar o texto em caráter terminativo na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), sem necessidade de passar pelo plenário. De acordo com o 247, o substitutivo apresentado pela ex-ministra autoriza a Câmara de Comércio Exterior (Camex) a suspender concessões comerciais e direitos de propriedade intelectual (patentes) como resposta a ações unilaterais de países ou blocos que prejudiquem a competitividade dos produtos brasileiros.

Com as sobretaxas ao aço prestes a entrar em vigor e Trump ameaçando ampliar barreiras comerciais, o governo brasileiro quer garantir instrumentos legais para adotar retaliações. O Planalto estuda a publicação de uma MP nos mesmos moldes do substitutivo de Tereza Cristina, com discussões concentradas no MDIC.

A principal diferença entre as duas propostas é a agilidade. Enquanto o projeto de lei precisa passar pelo Senado e pela Câmara, uma MP tem efeito imediato, podendo ser usada como ferramenta de pressão nas negociações com os EUA.

Atualmente, para retaliar um país, o Brasil precisa de aval da Organização Mundial do Comércio (OMC). Foi assim na “guerra do algodão”, quando o Brasil obteve autorização para impor tarifas adicionais a produtos americanos após comprovar subsídios ilegais aos cotonicultores dos EUA. No entanto, a OMC está paralisada e Trump tem ameaçado ignorar as regras do comércio internacional.

Categorias
Economia

Real tem o melhor desempenho frente ao dólar entre 32 moedas globais

Na Quarta-Feira de Cinzas (5), a moeda norte-americana caiu 2,72%, para R$ 5,75.

Na Quarta-Feira de Cinzas (5), o dólar fechou o dia com queda de 2,72%, cotada a R$ 5,755. A baixa fez com que o real tivesse o melhor desempenho do dia comparativamente a 32 moedas globais, na volta do feriado prolongado de Carnaval, conforme reportagem da CNN, que usou dados do consenso LSEG/Refinitv.

Entre as moedas que estão na sequência do real em valorização, estão a coroa sueca, o zloty polonês, o forint húngaro, o peso chileno, a coroa norueguesa, a coroa dinamarquesa, o peso mexicano, entre outras.

Na ponta extrema está o euro, que se desvalorizou ontem 1,59% frente ao dólar, seguido pelo dólar australiano.

A queda percentual do dólar na véspera foi a maior dos últimos 29 meses (em 3 de outubro de 2022, a divisa encerrou com retração diária de 4,03%, cotada a R$ 5,177), durante o período de eleições presidenciais.

Em janeiro deste ano, o real foi a segunda moeda que mais se valorizou frente ao dólar, com avanço de 5,6%, após ter fechado 2024 com o segundo pior desempenho global.

A divisa norte-americana encerrou o mês de janeiro cotada em R$ 5,8355, depois de ter iniciado o ano em torno de R$ 6,18. A queda do dólar acumulada no primeiro mês do ano foi de 5,6%.

Os altos e baixos do real frente ao dólar
No pregão da sexta-feira passada (28), o dólar encerrou o pregão com alta de 1,5%, o maior fechamento desde 24 de janeiro, quando a divisa foi a R$ 5,918.

Na semana passada, a divisa norte-americana havia encerrado com alta de 3,25%. Já no mês, os ganhos foram de 1,39%.

Ontem, os mercados globais reagiram a mais um capítulo do tarifaço de Donald Trump contra parceiros comerciais dos Estados Unidos.

Em dia de pregão mais curto no Brasil na volta do feriado prolongado de Carnaval, a Quarta-Feira de Cinzas foi marcada pelos desdobramentos das sobretaxas anunciadas por Trump. O dólar acabou reagindo ao pacote do governo estadunidense, como tem acontecido desde que o republicano tomou posse como presidente dos EUA em 20 de janeiro.

Categorias
Mundo

O vulcão às avessas de Trump faz estragos de monta nos EUA

Os bombardeios tarifários de Trump erram coordenadas e lançam bombas no seu próprio pé.

Todos os dias sabe-se pela imprensa dos EUA de vítimas norte-americanas atingidas pela agenda econômica de Trump.

O presidente dos EUA persegue universidades e os alunos é que se transformam nas principais vítimas.

O clima de terror e incertezas sobre os pesados cortes de financiamento de Trump levou escolas a reduzirem o número de alunos de doutorado, em alguns casos renegando ofertas.

Cortes de Trump na força de trabalho federal afastam funcionários jovens.

Entre os trabalhadores, cujas carreiras e vidas foram afetadas pelas medidas do governo federal nos EUA nas últimas semanas, estão aqueles que representam a próxima geração de servidores públicos.

Outro símbolo trágico das medidas de austeridade de Trump vem da poderosa CIA, que começa a demitir oficiais recentemente contratados.

Fiscais economizaram bilhões para os contribuintes. Ainda assim, Trump os demitiu.

O nome disso é cangaço neoliberal que nós brasileiros conhecemos muito bem com os ditadores militares, Sarney, Collor, FHC, Temer e Bolsonaro. Sabemos inclusive onde isso vai dar.

Categorias
Mundo

EUA aplicam o mais duro golpe contra a Ucrânia desde o início da guerra

EUA cortam compartilhamento de inteligência com a Ucrânia.
A decisão do governo dos Estados Unidos de interromper o fornecimento de informações estratégicas para a Ucrânia representa um duro golpe para as forças de Kyiv, que dependiam desse suporte para planejar ataques contra alvos militares russos.

A medida ocorre após a suspensão da ajuda militar dos EUA à Ucrânia, anunciada na segunda-feira pela administração Trump, e reflete um agravamento na relação entre Washington e o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy.

Três fontes familiarizadas com a decisão confirmaram que os canais de inteligência entre os dois países foram congelados. Além disso, o governo dos EUA proibiu oficialmente que seus aliados compartilhem informações sigilosas com a Ucrânia. Entretanto, segundo dois funcionários do alto escalão, países com agentes operando no território ucraniano ainda podem fornecer dados limitados. No entanto, essa cooperação não incluirá informações de alto valor estratégico ou dados em tempo real necessários para ataques de precisão contra alvos móveis russos.

A tensão entre os governos de Trump e Zelenskyy se intensificou após um embate ocorrido no Salão Oval. Apesar das tentativas recentes de reaproximação, o presidente ucraniano demonstrou sinais de recuo e afirmou estar disposto a negociar um acordo com Washington. Na terça-feira, ele declarou publicamente que o encontro foi “lamentável” e que a Ucrânia “está pronta para ir à mesa de negociações o quanto antes”. Em uma carta enviada ao governo dos EUA, Zelenskyy afirmou estar disposto a assinar um acordo que permitiria aos norte-americanos explorar os recursos naturais do país.

No discurso do Estado da União, também na terça-feira, Trump, que já chegou a chamar Zelenskyy de “ditador”, disse que valorizava as declarações do líder ucraniano. No dia seguinte, o conselheiro de segurança nacional dos EUA, Mike Waltz, indicou que a suspensão da ajuda militar poderia ser revertida.

“Se conseguirmos avançar nessas negociações e implementar medidas de confiança, o presidente pode reconsiderar a suspensão”, disse Waltz à Fox News.

A inteligência dos EUA tem sido crucial para a Ucrânia desde o início do conflito, ajudando na identificação de alvos estratégicos e na defesa contra ataques aéreos russos. O suporte inclui informações sobre movimentações de tropas inimigas, captadas por satélites, e alertas antecipados sobre o lançamento de mísseis e drones contra cidades e infraestrutura energética do país.

A suspensão desse apoio pode impactar diretamente as operações militares ucranianas. Mykhailo Samus, especialista em defesa, explicou que o acesso a imagens de satélite dos EUA permitia que Kyiv monitorasse deslocamentos de tropas russas em tempo real. Segundo o analista Pavlo Narozhny, a inteligência norte-americana também foi fundamental para ataques de precisão contra alvos estratégicos russos.

“Golpear fábricas ou refinarias, conseguimos fazer sozinhos”, afirmou Narozhny. “Mas atingir centros de comando, eliminar generais e destruir infraestruturas militares russas foi algo que, muito provavelmente, contou com a ajuda da inteligência dos EUA.”

Um porta-voz da inteligência militar ucraniana evitou comentar o impacto da decisão dos EUA, mas afirmou que Kyiv já trabalha em um “plano B” para continuar suas operações sem esse suporte.

Por Christopher Miller, Lucy Fisher, Henry Foy e Fabrice Deprez
Jornalistas especializados em segurança internacional e política externa

*Fonte: Financial Times/Cafezinho

Categorias
Política

Polêmica ONG Internacional é usada pela Globo para atacar STF

Organização, que se beneficiaria de recursos da Petrobras na gestão da Lava Jato, tenta desqualificar decisão que expôs abusos da operação.

O jornal O Globo voltou a recorrer à polêmica ONG Transparência Internacional – Brasil para atacar o Supremo Tribunal Federal (STF) e defender a já desmoralizada Operação Lava Jato. A entidade, que chegou a ser cotada para receber recursos de uma fundação bilionária que seria criada pelo ex-procurador Deltan Dallagnol com dinheiro da Petrobras, apresentou à Organização dos Estados Americanos (OEA) um relatório em que acusa um suposto “desmonte do combate à corrupção” no Brasil.

A iniciativa, amplificada pelo Globo, omite um ponto central: o combate à corrupção foi transformado em um instrumento de guerra jurídica e política para desestabilizar a economia nacional e facilitar a venda de empresas estratégicas do país.

A crítica da Transparência Internacional se concentra na decisão do ministro Dias Toffoli, do STF, que, em setembro de 2023, anulou todas as provas do acordo de leniência da Odebrecht (atual Novonor), expondo a ilegalidade das investigações conduzidas pela Lava Jato. Para a ONG, essa decisão seria um golpe no “combate à corrupção”. No entanto, o que O Globo e seus aliados evitam mencionar é que esse “combate” foi conduzido de maneira seletiva, ilegal e com interesses externos, provocando o enfraquecimento da indústria nacional e a perda de milhares de empregos.

O escândalo dos recursos da Petrobras para a Lava Jato

A Transparência Internacional – Brasil, que hoje se coloca como uma defensora da integridade, foi diretamente ligada a um projeto altamente questionável da Lava Jato. O ex-procurador Deltan Dallagnol planejava a criação de uma fundação privada para administrar bilhões de reais desviados da Petrobras, obtidos por meio de acordos firmados com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Parte desses recursos poderia ser destinada à ONG, que, na época, mantinha relações próximas com os procuradores de Curitiba.

A iniciativa foi barrada pelo STF, que identificou a manobra como uma tentativa de privatizar a Justiça brasileira, desviando dinheiro público para uma entidade sem transparência e com claras ligações com interesses estrangeiros. Ainda assim, a ONG segue atuando como porta-voz de uma narrativa que busca deslegitimar o STF e manter viva a retórica da Lava Jato, ignorando o impacto devastador da operação na economia nacional.

A Lava Jato como instrumento de destruição econômica

A decisão de Toffoli que anulou as provas da Odebrecht foi baseada no fato de que elas foram obtidas de forma ilegal e sem garantias mínimas de devido processo legal. O STF, ao longo dos últimos anos, tem exposto como a Lava Jato utilizou delações forçadas e acordos suspeitos para perseguir alvos políticos e empresariais específicos, destruindo grandes empresas brasileiras e favorecendo concorrentes estrangeiros.

O saldo da Lava Jato para o Brasil foi catastrófico. Empresas estratégicas como a Odebrecht, a OAS e a Andrade Gutierrez foram devastadas, resultando na perda de milhares de empregos qualificados e na paralisação de projetos de infraestrutura fundamentais para o país. A Petrobras, alvo central da operação, viu seu valor de mercado despencar, enquanto seus ativos foram vendidos a preços baixos para grupos nacionais e estrangeiros, segundo o 247.

Apesar dessas consequências, O Globo continua a alimentar a falsa narrativa de que a Lava Jato foi um marco positivo para o Brasil e que qualquer correção de suas ilegalidades seria uma afronta ao “combate à corrupção”. Essa estratégia de distorção da realidade serve apenas para justificar os danos causados ao país e perpetuar a influência de organizações que atuaram em conluio com interesses externos para enfraquecer a economia nacional.

Categorias
Mundo

Trump dá ultimato para que Hamas saia de Gaza e exige libertação de prisioneiros israelenses

O presidente dos EUA estendeu as ameaças à toda a população palestina de Gaza, afirmando que estão ‘mortos’ se retiverem os presos.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu um ultimato, nesta quarta-feira (5), para que os líderes do Hamas saiam de Gaza e exigiu que o grupo islamista palestino liberte os prisioneiros israelenses.

“Estou enviando a Israel tudo o que se necessita para terminar o trabalho, nem um único membro do Hamas estará a salvo se não fizerem o que eu digo”, escreveu o republicano em sua rede Truth Social, se referindo ao apoio militar dos EUA ao genocídio promovido por Israel em Gaza, que já deixou mais de 45 mil mortos em território palestino, segundo o Hamas. “Este é seu último aviso! Para os dirigentes, agora é a hora de sair de Gaza, enquanto ainda têm oportunidade.”

“Libertem todos os reféns agora, não depois, e devolvam imediatamente todos os corpos das pessoas que vocês assassinaram, ou ACABOU para vocês”, afirmou o mandário, referindo-se também aos restos mortais dos prisioneiros em posse do Hamas. “Somente pessoas doentes e perversas mantêm corpos, e vocês são doentes e perversos!”

Logo depois, Trump estendeu as ameaças ao Hamas à toda a população palestina de Gaza, afirmando que estão “mortos” se retiverem os prisioneiros israelenses.

“Para a população de Gaza: um lindo futuro os espera, mas não se retiverem os reféns. Se o fizerem, estão MORTOS!”, escreveu o republicano em seu perfil.

Contato direto com o Hamas
O governo estadunidense manteve contatos diretos com o Hamas, em acordo com Israel, que advertiu nesta quarta-feira (5) que seus esforços militares para derrotar o movimento islamista palestino em Gaza não terminaram.

Essa postura rompe com a antiga política dos EUA de não manterem um diálogo direto com grupos que considera terroristas, como é o caso do Hamas.

Perguntada por essas conversas, reveladas pelo site Axios, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, respondeu que o enviado especial dos Estados Unidos, Adam Boehler, tem “autoridade para falar com qualquer um”.

“Israel foi consultado sobre esse assunto”, acrescentou, sem dar detalhes sobre o conteúdo das reuniões e disse que “há vidas de americanos em jogo”.

“Durante as consultas com os Estados Unidos, Israel expressou sua opinião sobre as conversas diretas com o Hamas”, disse o gabinete do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.

Responsáveis do Hamas também confirmaram esses encontros.

“Houve vários contatos entre o Hamas e vários canais de comunicação americanos, o último com um enviado dos Estados Unidos, e o assunto dos prisioneiros israelenses que têm cidadania americana, tanto os vivos quanto os falecidos, foi discutido”, declarou um responsável do Hamas que pediu anonimato.

Segundo o Axios, Boehler se reuniu com autoridades do Hamas nas últimas semanas em Doha para tratar da libertação dos cinco prisioneiros americanos que o grupo islamista ainda mantém na Faixa de Gaza, quatro dos quais estão mortos, segundo balanço da AFP.

Nessas conversas também se discutiu a libertação de todos os prisioneiros que permanecem em Gaza, bem como a possibilidade de um cessar-fogo permanente, acrescentou o Axios, com base em duas fontes anônimas próximas das conversas.

Apesar dos contatos, o chefe do Estado-Maior israelense, Eyal Zamir, afirmou nesta quarta-feira que o objetivo de acabar com o Hamas na Faixa de Gaza “ainda não foi concluído”, declarações que colocam em dúvida a trégua no território palestino.

“O Hamas sofreu um golpe duro, mas ainda não foi vencido”, declarou Zamir. Enquanto Netanyahu limitou-se a dizer que está “decidido a ganhar”.

Israel lançou uma ofensiva militar na Faixa de Gaza após um ataque em 7 de outubro de 2023 no sul do país perpetrado por membros do Hamas, no qual morreram 1.218 pessoas.

A ofensiva israelense provocou pelo menos 48.440 mortes em Gaza, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do Hamas considerados confiáveis pela ONU. Também gerou um desastre humanitário entre os 2,4 milhões de habitantes do território palestino.

Fome, uma arma de guerra
Em 19 de janeiro entrou em vigor um acordo de trégua alcançado com mediação de Catar, Egito e Estados Unidos.

Esse pacto está na berlinda, já que Israel e Hamas discordam sobre como mantê-lo, uma vez expirada sua primeira fase.

Nessa primeira etapa, o Hamas entregou 33 prisioneiros e Israel libertou cerca de 1.800 palestinos.

Israel também permitiu a entrada de mais ajuda humanitária em Gaza, antes de bloqueá-la no domingo em meio às desavenças com o Hamas sobre o prosseguimento da trégua.

Israel quer que a primeira fase se prolongue até meados de abril e exige a “desmilitarização total” do território palestino, a saída do Hamas de Gaza e a entrega de todos os prisioneiros antes de passar para uma nova fase.

Já o Hamas quer seguir para a segunda etapa, que contempla um cessar-fogo permanente, e insiste em permanecer na Faixa de Gaza, que governa desde 2007.

Uma terceira fase deveria se dedicar à reconstrução de Gaza.

Com sua decisão de bloquear a entrada de ajuda humanitária em Gaza, Israel está “utilizando a fome como arma de guerra”, protestou a África do Sul, que apresentou uma denúncia de genocídio contra Israel perante a Corte Internacional de Justiça.

Berlim, Paris e Londres pediram conjuntamente a Israel que deixe a ajuda entrar, e ao Hamas que liberte os prisioneiros. “O fornecimento de ajuda humanitária não deve […] ser explorado com fins políticos”.

*AFP/BdF

Categorias
Política

Exército já avalia locais para prisão de Bolsonaro, priorizando unidades militares

Preocupações com aglomerações de apoiadores e segurança das Forças Armadas marcam as discussões.

As discussões entre oficiais do Exército já começaram a se concentrar sobre onde o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) poderá cumprir pena, caso seja condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por sua suposta tentativa de golpe de Estado. Um dos principais pontos de preocupação é a possibilidade de manifestações em frente à unidade militar onde Bolsonaro poderá ser alojado, considerando a grande mobilização de seus seguidores.

Embora ainda exista um receio de que o julgamento sobre a tentativa de golpe avance apenas em 2026, os militares estão se preparando para possíveis cenários. O STF tem uma expectativa de que a análise dos 34 denunciados ocorra até o final deste ano, mas a quantidade de réus torna essa previsão incerta. A intenção dos oficiais é que haja uma organização prévia, caso a situação se torne crítica.

A principal preocupação gira em torno de Jair Bolsonaro, que, devido ao seu passado como chefe de Estado e ex-integrante das Forças Armadas, poderá cumprir pena em uma unidade militar. Ele foi acusado pela Procuradoria-Geral da República de liderar uma organização criminosa voltada para um golpe de Estado, o que ele nega veementemente. Em contrapartida, o ex-presidente poderia ser encaminhado a uma unidade da Polícia Federal, similar ao que ocorreu com Luiz Inácio Lula da Silva, que ficou preso em uma sala especial por 580 dias em Curitiba.

Prisão de Braga Netto e usada como parâmetro

Contudo, a hipótese mais provável é que Bolsonaro cumpra pena em uma unidade militar. As instalações que ele ocuparia seriam equivalentes às que estão sendo utilizadas por Braga Netto, também denunciado, no quartel da 1ª Divisão do Exército, localizado na Vila Militar do Rio de Janeiro. Esse espaço é equipado com armário, frigobar, televisão, ar-condicionado e banheiro privativo.

Entre os locais considerados, um espaço no Comando Militar do Planalto, em Brasília, é uma das opções analisadas. No entanto, nenhum passo concreto foi dado até o momento, e essas discussões ainda estão em fase preliminar. Embora o Código Penal Militar preveja a criação de espaços especiais para ex-presidentes, é necessário considerar que isso também pode gerar um fluxo de apoiadores, lembrando as aglomerações que ocorreram durante o acampamento de manifestantes em frente a quartéis durante as eleições passadas.

A possibilidade de tumultos e a pressão de seguidores de Bolsonaro para que se posicionem em favor dele são preocupações reais para os militares, que desejam evitar novas tensões nas Forças Armadas. Durante a prisão de Lula, por exemplo, manifestantes se aglomeraram em frente à sede da Polícia Federal em Curitiba, criando um clima tenso. No caso de Bolsonaro, o temor é de que a situação se repita, gerando novos desafios para as instituições militares, segundo a Folha de S, Paulo.