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Governo Bolsonaro é criticado pela ONU por esvaziar proposta contra vigilância ilegal

O governo de Jair Bolsonaro está sendo criticado por delegações estrangeiras por ter esvaziado uma resolução proposta na ONU pela defesa da privacidade e contra a vigilância ilegal. Diante de escândalos como o do uso do Pegasus por parte de autoridades, a esperança nas Nações Unidas era de que o texto que será submetido à votação viesse com determinações significativa para tentar impedir o uso de tais mecanismos por parte dos estados, além de uma abertura de uma investigação.

Na condição de anonimato, diplomatas estrangeiros apontaram que uma resistência do Brasil em aceitar esse caminho levou a resolução a ganhar apenas uma versão mais suave no Conselho de Direitos Humanos da ONU, sem determinar moratórias para o uso de instrumentos de vigilância ou a abertura de processos formais de investigação.

Desde as escutas ilegais realizadas pelo governo americano contra líderes internacionais, entre elas Dilma Rousseff, Brasil e Alemanha assumiram a iniciativa de apresentar anualmente uma resolução na ONU para insistir sobre a necessidade de que a privacidade seja respeitada e tratada como um direito humano.

Neste ano, porém, a pressão de diferentes governos era de que o texto da resolução também trouxesse elementos sobre os sistemas de espionagem.

Mas quando a primeira versão do rascunho da resolução foi apresentada, negociadores e diplomatas lamentaram a ausência de qualquer tipo de referência a uma condenação contra o uso por parte do estado de instrumentos eletrônicos de espionagem. Segundo a coluna apurou, o motivo para a ausência de uma linguagem mais forte foi a recusa do governo brasileiro em defender tal medida.

Na condição de patrocinador principal da resolução, o governo brasileiro tem influência decisiva na redação do texto.

O Itamaraty explicou, em nota à reportagem, que o Brasil é coautor da resolução sobre privacidade na era da internet tanto no Conselho de Direitos Humanos na ONU, assim como na Assembleia Geral da ONU.

“O texto do projeto acordado pelo grupo central do Conselho de Direitos Humanos contém parágrafos que tratam de problemas ligados à indústria privada da vigilância e outros tópicos”, disse a chancelaria brasileira.

De acordo com o Itamaraty, o texto da resolução pede que a Alta Comissária para os Direitos Humanos faça um relatório sobre “os desdobramentos recentes no tocante ao direito à privacidade na era digital, inclusive no que concerne ao tema de “vigilância”.

“Com relação ao texto em discussão, o Brasil pondera que resoluções sobre privacidade relacionadas à ação estatal, inclusive “vigilância de estado”, deveriam ser examinadas no âmbito da Assembleia Geral da ONU.

“Desse modo, as resoluções no Conselho de Direitos Humanos e na Assembleia Geral da ONU tratariam de diferentes aspectos, igualmente importantes, relacionados à proteção do direito à privacidade”, afirma.

Dentro da ONU, a iniciativa é considerada como insuficiente. Nesta semana, o comissário de Justiça da UE, Didier Reynders, afirmou diante do Parlamento Europeu que a Comissão Europeia “condena totalmente” as supostas tentativas dos serviços de segurança nacional de acessar ilegalmente informações sobre oponentes políticos através de seus telefones.

“Qualquer indicação de que tal invasão de privacidade realmente ocorreu precisa ser investigada minuciosamente e todos os responsáveis por uma possível violação têm que ser levados à justiça”, disse. “Esta é, naturalmente, a responsabilidade de cada um dos estados membros da UE, e espero que no caso do Pegasus, as autoridades competentes examinem minuciosamente as alegações e restabeleçam a confiança”, completou.

O Pegasus, sofisticado programa de espionagem israelense, virou notícia no mundo por ter sido utilizada por governos para espionar jornalistas, ativistas e inimigos políticos dos chefes de estado. Segundo um consórcio de 17 jornais de dez países, ao menos 180 jornalistas chegaram a ser monitorados por meio do sistema Pegasus.

No Brasil, depois de revelações do UOL em maio sobre o lobby feito pelo vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) pelo sistema, a fornecedora abandonou licitação do Ministério da Justiça e Segurança Pública. O sistema também despertou interesse de procuradores da agora extinta força-tarefa da Lava Jato.

A resolução será colocada à votação no início de outubro, em Genebra.

*Jamil Chade/Uol

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Política

Fachin cobra de Aras nova manifestação sobre denúncia contra Arthur Lira

Pede explicação sobre a contradição da PGR, que denunciou o presidente da Câmara e depois defendeu o arquivamento do caso…

O ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), cobrou o procurador-geral Augusto Aras para que se manifeste sobre o recuo promovido pela PGR (Procuradoria Geral da República) em relação à denúncia apresentada contra o atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

No ano passado, a subprocuradora-geral Lindôra Araújo enviou parecer concordando com um pedido da defesa de Lira para rejeitar a denúncia apresentada pela própria PGR.

O deputado é acusado de corrupção passiva em esquema de suposto pagamento de propinas de R$ 1,5 milhões da empreiteira Queiroz Galvão.

No despacho assinado na 5ª feira (16.set.2021), Fachin diz que é necessário um parecer de Aras sobre a possível contradição da Procuradoria em apresentar a denúncia contra Lira e voltar atrás cerca de 3 meses depois.

O ministro cita o artigo 42 do Código Processual Penal, que estabelece que o Ministério Público não pode desistir das ações penais. Eis a íntegra do despacho (109 KB).

Ao se posicionar contra a denúncia, Lindôra Araújo apontou que não há provas que caracterizassem uma relação pessoal entre Lira e a Queiroz Galvão. Por isso se posicionou a favor da defesa do presidente da Câmara para arquivar a peça. Eis a íntegra da manifestação da PGR (231 KB).

“Tais circunstâncias revelam, por ora, a fragilidade probatória quanto aos fatos imputados ao Deputado Federal Arthur Lira. Por conseguinte, em juízo de parcial retratação, manifesta-se o Ministério Público Federal favoravelmente ao pleito defensivo, a fim de que seja rejeitada a denúncia em relação a Arthur César Pereira Lima”, disse Lindôra.

*Com informações do Pode 360

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Técnicos do Ministério da Saúde ameaçam renúncia coletiva se Bolsonaro não recuar na vacinação de adolescentes

Bolsonaro mentiu, em live, ao alegar que a OMS (Organização Mundial da Saúde) é contra a aplicação de vacinas para o combate à covid-19 entre adolescentes. A organização reconhece que o imunizante da Pfizer pode ser dado a jovens a partir de 12 anos.

A alegação falsa de Bolsonaro foi dita algumas horas depois de o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ter anunciado a suspensão da vacinação de adolescentes sem comorbidades, voltando atrás em orientação da própria pasta. Segundo a Folha, a mudança ocorreu após pressão de Bolsonaro e apoiadores. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) mantém a autorização da vacina da Pfizer para adolescentes.

Demissão coletiva

Membros dizem que pretendem entregar os cargos se ministro, leia-se presidente, não mudar de posição em relação ao tema.

Em reunião nesta sexta-feira (17), membros da Câmara Técnica do Plano Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde exigiram mudança de posição e retratação da pasta em relação à suspensão da orientação sobre vacinar adolescentes de 12 a 17 anos contra a Covid-19.

Eles querem que a pasta diga publicamente que a câmara não foi consultada na decisão pela suspensão e que se comprometa a retomar a recomendação da vacinação dos adolescentes.

Caso não ocorra, eles disseram que pretendem entregar suas posições na câmara. O pleito teve apoio unânime entre os participantes da reunião.

O grupo é composto por professores, especialistas, representantes de sociedades de classe e conselhos de secretários estaduais e municipais de Saúde (como Conass e Conasems), e é responsável por subsidiar tecnicamente o ministério em suas decisões.

Se o ministério vai tomar decisões sem consultá-los, afirmaram, não faz sentido manter seus nomes associados às medidas tomadas pela pasta.

O ministério foi representado no encontro por Rosana Leite de Melo, secretária extraordinária de enfrentamento à Covid-19, que disse que levaria os recados ao ministro Marcelo Queiroga.

Segundo relatos dos presentes, o encontro foi tomado pelas críticas dos membros da câmara técnica, que Queiroga ignorou ao decidir pela suspensão. Em entrevistas, ele tem dito que o órgão é consultivo e que não tem a obrigação de ouvi-lo.

A perfomance de Queiroga ao longo do episódio foi descrita como desastrosa. O ministério foi criticado por suspender a vacinação devido à morte de uma adolescente que, ao que tudo indica, não teve qualquer relação com a imunização, por surpreender a câmara técnica com a publicação da nota sobre o tema e por gerar mensagens equivocadas e danosas à população em relação à eficácia da vacinação.

Publicada na noite da quarta-feira (15), a nota técnica que trata da suspensão da vacinação destaca que o ministério é subsidiado pela câmara, o que causou grande incômodo de seus membros, que enfatizaram que querem que Queiroga deixe claro que não foram consultados para tomar a medida considerada trágica.

Esses especialistas apontaram ainda que a nota técnica está repleta de erros técnicos. Ela diz que a OMS não recomenda a imunização de criança ou adolescente e que os benefícios da vacinação em adolescentes sem comorbidades ainda não estão claramente definidos, ambas afirmações que não correspondem à realidade.

*Com informações da Folha

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Cotidiano

Vídeo: Com a onda bolsonarista de ódio contra a China, o resultado é este: Homem joga bomba no consulado da China

Crime aconteceu na noite desta quinta-feira. Ninguém ficou ferido.

Um homem lançou um artefato explosivo no Consulado da China, na noite desta quinta-feira, em Botafogo, na Zona Sul do Rio. O crime ocorreu às 21h48. Imagens de câmeras da Rua Muniz Barreto mostram o momento em que um homem tira do bolso o artefato, manuseia o objeto por dez segundos, lança em direção ao consulado, que fica no número 715 desta via. Em seguida, ele foge correndo.

O suspeito usava calça, casaco, máscara e boné pretos. O fato foi apresentado na Polícia Federal, mas foi registrado na 10ª DP (Botafogo). A delegacia acionou o esquadrão antibombas da Polícia Civil e está tentando identificar o suspeito.

Segundo a polícia, o esquadrão recolheu os fragmentos e levou para perícia. Peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) também foram acionados.

Confira:

*Com informações de O Globo

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Política

Lobista da Precisa cobrava por indicação a cargo no governo e por contato de pessoas próximas de Bolsonaro

A mamata não acabou. No governo Bolsonaro, ela é tabelada. A CPI da Covid descobriu que o lobista Marconny Albernaz Faria “vendeu” por R$ 400 mil a indicação de Márcio Roberto Teixeira Nunes para um cargo no Instituto Evandro Chagas, no Pará, órgão vinculado ao Ministério da Saúde.

Márcio fez os pagamentos para a empresa de Marconny, foi nomeado e acabou preso num escândalo de propinas que envolveu R$ 1,6 milhão.

O esquema funcionou assim: Marconny inicialmente pediu uma propina que chamou de “incentivo” no valor de R$ 25 mil. Só para começar os trabalhos.

Inicialmente, Marconny tentou levar o nome de Márcio ao ex-ministro da saúde Luiz Henrique Mandetta. Não deu certo. Mandetta vetou a indicação.

Marconny não desistiu, e a conta da propina começou a subir. Ele passou a cobrar por encontros que tinha com outros ministros, inclusive os militares. Até o nome do vice-presidente Hamilton Mourão ele usou para convencer Márcio a fazer os desembolsos.

Quando todas as portas pareciam fechadas, Marconny escreveu: “Agora vai de cima pra baixo”. Foi quando entrou em cena Karina Kufa, advogada do presidente da República. Para encontrar a advogada, Marconny cobrou um incentivo de R$ 40 mil, segundo mensagens trocadas por WhatsApp.

Marconny também avisou que se encontraria com o próprio presidente, mas a reunião não aconteceu. Segundo o lobista, Bolsonaro tinha outra agenda, a posse de uma autoridade em Itaipu que Marconny diz ter indicado.

A CPI já sabe que, além de Karina, Marconny tinha outras duas pontes com o governo: a família Bolsonaro (através do filho Jair Renan e da ex-mulher de Bolsonaro Ana Cristina Siqueira Valle) e um senador cujo nome não revelou.

“Não revelou, mas a CPI, com certeza, vai chegar a este nome”, garante o vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues.

*Otávio Guedes/G1

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Justiça proíbe Bolsonaro de ‘atentar contra dignidade’ de Paulo Freire

Maior filósofo brasileiro da educação faria cem anos no próximo domingo e é alvo constante do presidente Jair Bolsonaro.

A Justiça Federal do Rio de Janeiro determinou liminarmente que a União “abstenha-se de praticar qualquer ato institucional atentatório à dignidade do Professor Paulo Freire na condição de Patrono da Educação Brasileira”. A Justiça Federal do Rio de Janeiro determinou liminarmente que a União “abstenha-se de praticar qualquer ato institucional atentatório à dignidade do Professor Paulo Freire na condição de Patrono da Educação Brasileira”. A Justiça Federal do Rio de Janeiro determinou liminarmente que a União “abstenha-se de praticar qualquer ato institucional atentatório à dignidade do Professor Paulo Freire na condição de Patrono da Educação Brasileira”.

O filósofo da educação completaria cem anos de vida no próximo domingo e é alvo constante do presidente Jair Bolsonaro, seus ministros e seguidores. A decisão da juíza Geraldine Vital foi publicada nesta quinta-feira.

A ação, movida pelo Movimento Nacional de Direitos Humanos, argumentou que há “movimentos desqualificadores dos agentes do Governo Federal contra Paulo Freire, educador e filósofo brasileiro, com falas ofensivas e em contraposição ao pedagogo ser Patrono da Educação brasileiro”. Morto em 1996, ele foi escolhido para o posto através de lei federal de 2012.

O grupo também afirma que o presidente, em seu plano de governo, afirma que é preciso “expurgar a filosofia freiriana das escolas”.

“As manifestações são dadas por pessoas que desconhecem por completo a obra e o legado de Paulo Freire e se articulam para retirar-lhe o título de Patrono da Educação Brasileira, por meio de medida revogatória no Congresso Nacional, apesar da proximidade do centenário de Paulo Freire e todo seu legado deixado”, diz o texto a ação.

Em sua decisão, a juíza afirma que “são garantidas liberdades de expressão, mas não sem limites, notadamente as advindas do poder público”. Ela ainda reconhece “que há perigo de dano em não se observar o reconhecido por meio da lei em torno da figura do Patrono da Educação Brasileira, minimamente enquanto estiver em vigor.

*Com informações de O Globo

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Provas colhidas pela CPI da Covid reforçarão pedidos de impeachment

O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid, e demais integrantes da cúpula da comissão se reúnem na tarde desta sexta-feira (17) com representantes do Grupo Prerrogativas – coletivo formado principalmente por advogados que atua na promoção do Estado Democrático de Direito. O grupo foi convidado pelos senadores para subsidiar juridicamente o relatório que está sendo construído pelo senador. Embora não seja a pauta principal do debate, o impeachment de Jair Bolsonaro será um dos temas a ser discutidos. Um novo pedido de destituição do presidente não está na ordem do dia. É maior a possibilidade de o grupo eventualmente fazer aditamentos a um ou alguns dos mais de 130 pedidos que já foram protocolados, todos ignorados pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

A avaliação de Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do Prerrogativas, é de que os pedidos apresentados até o momento já incorporam parcela significativa dos crimes cometidos pelo presidente e que estarão também na apuração que Renan está relatando. “Uma das consequências da CPI da Covid é engrossar pedidos que já existem”, diz Carvalho.

“Negligência consciente”

Na avaliação do jurista Mauro Menezes, também membro do Prerrogativas, a CPI da Covid dispõe hoje de resultados e mecanismos de coleta de provas e de apuração que não eram ainda “plenamente disponíveis” no momento do chamado “superpedido” de impeachment apresentado em junho por movimentos populares, partidos políticos e organizações da sociedade civil. As provas colhidas pela comissão comprovaram a “negligência consciente” de Bolsonaro na condução do país ante a pandemia e suas atitudes de boicote às medidas preventivas. Assim como o retardamento da vacinação da população e o comprometimento do interesse público na aquisição de vacinas, explica.

Segundo Menezes, um dos redatores do “superpedido” de junho, na ocasião já foi aproveitada uma série de provas colhidas pela CPI da Covid. “O que talvez possa ser agora explorado é a confirmação que a coleta de provas fez daquilo que se poderiam considerar indícios apontados. Num impeachment existe um procedimento de provas, processo que está hoje muito facilitado pelo trabalho já feito pela comissão”, afirma.

Renan pretende apresentar o relatório da CPI da Covid na semana que vem. Afirmou que vai enviar cópias à Procuradoria-Geral da República (PGR), outros órgãos do Ministério Público Federal, ao Tribunal Penal Internacional (TPI) de Haia e ao Tribunal de Contas da União.

A seguir, os principais pontos que o advogado destaca como sendo “os principais elementos jurídicos e suficientes para o enquadramento” de Jair Bolsonaro em crimes de responsabilidade, de acordo com a Lei 1079/1950, conhecida como a Lei do Impeachment.

ARTIGO 7º – São crimes de responsabilidade contra o livre exercício dos direitos políticos, individuais e sociais:

  • inciso 5: servir-se das autoridades sob sua subordinação imediata para praticar abuso do poder, ou tolerar que essas autoridades o pratiquem sem repressão sua. Menezes avalia que esse crime se conecta ao crime de prevaricação do Código Penal. “Ficou patentemente demonstrado pela CPI. Abuso de poder, desvio de finalidade objeto da gestão do Ministério da Saúde, como no chamado gabinete paralelo. As medidas cobraram o preço em vidas humanas. Houve utilização com finalidade política da difusão e propaganda de tratamento sem base científica comprovada”, comenta o jurista

  • inciso 6: subverter ou tentar subverter por meios violentos a ordem política e social;

  • inciso 9 – violar patentemente qualquer direito ou garantia individual constante do art. 141 e bem assim os direitos sociais assegurados no artigo 157 da Constituição;

“Os incisos 5 e 9 são muito específicos, no caso da deterioração da gestão da pandemia patrocinada pelo presidente da República. Algo inegável”, diz Menezes.

ARTIGO. 8º: São crimes contra a segurança interna do país:

Inciso 7 – permitir, de forma expressa ou tácita, a infração de lei federal de ordem pública;

“O presidente da República, a todo o tempo, convalidou atos de transgressão a medidas inclusive de orientação do próprio Ministério da Saúde na contenção da pandemia. Vamos lembrar que o próprio ministério decretou calamidade pública, e ainda assim ele procedeu a uma militância contra as medidas de distanciamento social, uso de máscara, no combate e descredibilização das vacinas e retardamento de sua aquisição e de insumos, e fomentou que as pessoas se expusessem (à contaminação).”, continua o advogado.

Inciso 8 – deixar de tomar, nos prazos fixados, as providências determinadas por lei ou tratado federal e necessário a sua execução e cumprimento.

ARTIGO 9º – São crimes de responsabilidade contra a probidade na administração:

Inciso 3 – não tornar efetiva a responsabilidade dos seus subordinados, quando manifesta em delitos funcionais ou na prática de atos contrários à Constituição.

Menezes explica que o princípio deste inciso 3 é designado na lei penal como prevaricação. “O deputado Luis Miranda e seu irmão deixaram evidente que o presidente foi alertado para a ocorrência de atos atentatórios ao interesse público e probidade administrativa no seio do Ministério da Saúde. E nada fez, se omitiu. Não tenho a menor dúvida que isto reforça a potencialidade do relatório da CPI.”

A Lei do impeachment e o superpoder de Arthur Lira

Renan Calheiros tem insistido nos últimos dias na necessidade de se atualizar a Lei do Impeachment. Hoje, Arthur Lira – a quem compete dar andamento ao processo –, ignora o clamor popular e de segmentos significativos dos operadores do Direito pelo impedimento de Bolsonaro.

O superpoder do presidente da Câmara, outorgado pela lei, é “uma deformação institucional”, na avaliação de Mauro Menezes. “Ninguém questiona que o presidente da Câmara possa ter esse poder. Mas não pode usar isso de maneira a bloquear e sequer tomar uma decisão, afirmativa ou negativa. O que é intolerável é que realmente o presidente da Câmara nada faça, e nada aconteça. Nesse ponto eu concordo: é preciso haver um aperfeiçoamento.”

Para ele, esse poder não deve ser individual, a ser exercitado de maneira negativa. “Até penso que o presidente da Câmara pode fazer um juízo e fundamentar. O que não pode é silenciar e nada fazer diante de um pedido bastante fundamentado, como é o caso atual.”

No STF

Menezes figura como advogado em agravo do deputado Rui Falcão (PT-SP) e do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, contra decisão monocrática da ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal. Em julho, Cármen indeferiu o mandado de segurança n° 38034, em que Menezes pedia que o presidente da Câmara fosse instado a decidir sobre o impeachment. O caso é semelhante a pedido do deputado Kim Kataguiri (DEM-SP), também rejeitado pela magistrada.

“Achamos que deva haver uma solução, senão legal, judicial”, explica Menezes. Após a negativa da ministra, a decisão vai ao plenário do STF. “Espera-se que haja uma decisão que faça prevalecer a Constituição, no sentido de dar curso ao processo de impeachment”, conclui o jurista.

*Com informações da Rede Brasil Atual

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Vídeo: Caio Coppolla fez propaganda do experimento da Prevent Senior em cobaias humanas como foi no nazismo

Vejam só o “estudo” da Prevent Senior sendo enfaticamente defendido por um dos garotos de recado do bolsonarismo lá em 2020. O rapaz chega a se indignar com os pacientes que se recusaram a participar da experiência macabra.

Quantas vidas não poderiam ter sido poupadas?

Um dos maiores defensores desse estudo e da tal Prevent Senior tinha voz ativa na CNN Brasil. Aliás, tinha voz pra espalhar as maiores barbaridades
possíveis.

Assista:

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Datafolha: No segundo turno Lula derrota Bolsonaro por 56% a 31%

Lula segue na liderança com larga vantagem sobre Bolsonaro. Os demais candidatos seguem na mesma posição, bem atrás.

É o que aponta pesquisa feita pelo Datafolha nos dia 13 a 15 de setembro, na qual foram ouvidos 3.667 eleitores de forma presencial em 190 cidades. A margem de erro é de dois pontos para mais ou menos.

No primeiro turno, Lula tem 44% da preferência do eleitorado, contra 26% de Jair Bolsonaro. No cenário em que João Doria é o candidato tucano, ele obtém apenas 4%. Nesse cenário, Ciro Gomes (PDT) segue em terceiro, com 9%.

Na sondagem sobre o segundo turno, Lula obtém 56% contra 31% de Jair Bolsonaro.

As notícias são desalentadoras para os entusiastas de uma terceira via na disputa neste momento, ainda mais após o ato fracassado contra Bolsonaro no domingo (12) em São Paulo ter unido alguns dos postulantes ao Planalto.

Os quatro primeiros colocados do cenário fechado ficam onde estão, e um pelotão de nomes ventilados por partidos e políticos recentemente se forma empatado tecnicamente com Doria.

São eles o apresentador José Luiz Datena (PSL, 4%), a senadora Simone Tebet (MDB, 2%), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM, 1%), e o ex-ministro Aldo Rebelo (sem partido, 1%). O senador Alessandro Vieira (Cidadania), que como Tebet tenta a sorte a partir do palanque obtido na CPI da Covid, não pontuou.

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Datafolha: Rejeição de evangélicos a Bolsonaro cresce e chega a 41%

Desde janeiro de 2021 a rejeição a Bolsonaro entre o público, tido como base de apoio do governo, já cresceu 11 pontos percentuais.

Nova pesquisa Datafolha, divulgada nesta quinta-feira (16), mostra um novo recorde de reprovação a Jair Bolsonaro: 53%. O declínio na popularidade do chefe do governo federal também acontece em uma fatia importante da população para ele, a evangélica.

Os evangélicos, tidos como base de apoio da gestão atual, estão se descolando cada vez mais do bolsonarismo. Desde janeiro de 2021 a reprovação a Bolsonaro subiu 11 pontos percentuais dentre este público.

Atualmente, de acordo com o novo levantamento, 41% dos evangélicos reprovam Bolsonaro, enquanto 29% aprovam. Na rodada anterior da pesquisa havia empate técnico: 34% reprovavam e 37% aprovavam. O recente salto, destaca o instituto, “ocorre em meio à campanha por ora frustrada de emplacar o ex-advogado-geral da União André Mendonça, que é pastor, para uma vaga no Supremo”.

*Com informações do 247

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