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Vídeo: Lula amplia agenda de interesses com nações caribenhas

Encontro em Brasília reúne líderes de 16 países e marca reaproximação e fortalecimento das relações.

Ao abrir a Cúpula Brasil-Caribe nesta sexta-feira, 13 de junho, no Palácio do Itamaraty, em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a ampliação do diálogo e da cooperação entre o Brasil e países caribenhos. O encontro reúne representantes de 16 nações e marca uma agenda de aproximação com a região.

Aproximar para unir — Com o lema “Aproximar para unir”, o presidente relembrou a Cúpula Brasil-CARICOM, realizada em 2010. De lá para cá, disse Lula, a relação do Brasil com os países caribenhos oscilou entre avanços, estagnação e retrocesso. “O lema desta reunião vem da frase final do discurso que proferi na Cúpula de 2010. Passados 15 anos, ele traduz um desafio inacabado. Nosso intercâmbio comercial diminuiu 30% desde então. Tínhamos um fluxo de mais de 6 bilhões dólares, que agora gravita em torno de 4 bilhões”, afirmou Lula.

» Confira a íntegra do discurso do presidente Lula

Prioridades — O presidente destacou cinco segmentos para atuação conjunta entre Brasil e Caribe para modificar esse horizonte: mudança do clima, transição energética, segurança alimentar, conectividade e apoio ao Haiti. Lula também apresentou ações concretas que marcam o compromisso brasileiro com a região.

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COP30 — Lula destacou a importância de fortalecer o trabalho conjunto na agenda climática, especialmente em torno da COP30, que será no Brasil, em Belém (PA), em novembro de 2025. Ele ressaltou o apoio técnico do Brasil com a Parceria para as NDCs, em parceria com a Dinamarca, que oferece suporte aos países caribenhos na formulação e implementação de suas metas climáticas.

“Precisamos chegar unidos à COP30 em Belém. Nossa medida de sucesso será o grau de ambição das novas NDCs a serem apresentadas. A nova meta do Brasil, que prevê redução de emissões entre 59 a 67%, foi produto de um intenso exercício interno”, destacou Lula. “Avançar na adaptação à mudança do clima e na compensação por perdas e danos é uma questão existencial para os Pequenos Países Insulares em Desenvolvimento”, acrescentou, lembrando que defendeu esse mesmo tempo no início da semana na Conferência da ONU sobre os Oceanos, em Nice, na França.


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Lula mencionou o papel do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) no monitoramento de efeitos da elevação do nível do mar e o compartilhamento de imagens de satélites sino-brasileiros com todos os países da América Latina e do Caribe. “Existem importantes sinergias entre a Iniciativa de Bridgetown, lançada por Barbados, e o mapa do caminho Baku-Belém para atingir 1,3 trilhão de dólares em financiamento climático. Cabe aos países ricos fazer frente a suas responsabilidades, para que o Sul Global possa avançar em ritmo compatível com suas circunstâncias”, argumentou.

Transição energética — A segunda frente apontada pelo líder brasileiro é a transição energética, com foco na valorização de diferentes fontes de energia nos países em desenvolvimento. Lula evidenciou a produção de energia eólica e solar dos países caribenhos e o planejamento estratégico para atrair investimentos de longo prazo. “A opção brasileira pelos biocombustíveis permitiu que a cana-de-açúcar passasse de símbolo do passado colonial a passaporte para um futuro sustentável. O Caribe, que divide esse passado com o Brasil, também pode fazer parte desse futuro. A região tem imenso potencial para a produção de energia eólica e solar”.

Segurança alimentar — O presidente chamou a atenção para o fato de que mais de 12 milhões de pessoas no Caribe ainda vivem sob a sombra da fome, segundo a FAO. Para enfrentar o desafio, reforçou o compromisso do Brasil com políticas públicas que requerem financiamento adequado e a ampliação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, iniciativa brasileira lançada em 2024. “Esse é o propósito da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, que hoje passa a contar com Santa Lúcia, Cuba e o Banco de Desenvolvimento do Caribe. Agora integram a iniciativa sete países da região. Espero que os demais se juntem a nós em breve”, enfatizou Lula sobre a iniciativa brasileira.

PROTEÇÕES – Na cesta de políticas que integram a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, estão iniciativas como o Garantia Safra, que protege agricultores de catástrofes naturais, e o Programa Cisternas, que ajuda a combater a escassez de água, evidenciados por Lula em seu discurso. Lula também reforçou o convite para que os países se unam à Rede de Sistemas Públicos de Abastecimento da América Latina e Caribe. “Por meio da Rede, o Brasil pode compartilhar sua experiência na formação de estoques públicos de alimentos, ferramenta eficaz para manter preços estáveis. Sei do interesse do Caribe de diversificar seus fornecedores de alimentos. Não faz sentido que o Brasil, celeiro do mundo, não esteja presente na mesa do consumidor caribenho”, registrou.

Conectividade — A quarta área destacada foi a necessidade de melhorar a conectividade aérea, viária e marítima entre Brasil e Caribe. Quanto a isso, o programa Rotas da Integração Sul-Americana tem por objetivo criar e aprimorar a infraestrutura que de ligação ao entorno regional. “A escassez de conexões explica por que o Caribe importa mais dos Estados Unidos, da China e da Alemanha do que do Brasil. Os itens que abastecem a região vêm de lugares distantes, mesmo que os portos de Santana, no Amapá, e de Pecém, no Ceará, sejam vizinhos”, disse o presidente.

US$ 5 MILHÕES – Lula ressaltou o investimento que será feito pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para projetos em países sul-americanos, com destaque para Guiana e Suriname. O presidente também afirmou que o Brasil deseja ir além nos acordos de serviços aéreos vigentes. “O Banco de Desenvolvimento do Caribe também é um parceiro fundamental. Hoje tenho a satisfação de anunciar que o Brasil fará aporte de 5 milhões de dólares ao Fundo Especial de Desenvolvimento do CDB. Esses recursos atenderão os países mais vulneráveis da região”, frisou.

Haiti —  O mandatário brasileiro reafirmou o compromisso histórico com o Haiti e condenou a punição internacional ao país. “Afirmei em diferentes ocasiões que o Haiti não pode ser punido eternamente por ter sido o primeiro país das Américas a se tornar independente. Se ontem a punição veio sob a forma de indenizações injustas e ingerência externa, hoje se reflete em postura de abandono e indiferença”, declarou Lula. O presidente também afirmou que a Polícia Federal oferecerá treinamento a 400 integrantes da Polícia nacional haitiana com o objetivo de colaborar com a segurança e o processo eleitoral no país. “Junto com a República Dominicana, o Haiti foi um dos países selecionados para receber os primeiros projetos da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Com recursos do BID, vamos estruturar programa de transferência de renda que vai melhorar a vida dos haitianos”, declarou.

Fortalecimento — Ao encerrar a fala, Lula reforçou a importância da integração regional como forma de garantir autonomia diante de disputas geopolíticas. “Sem o Caribe, nunca teremos uma CELAC forte. Nosso sentido de solidariedade é mais necessário do que nunca. Devemos seguir condenando com veemência o embargo contra Cuba e sua descabida inclusão em listas de países que apoiam o terrorismo. O mundo está carente de vozes que falem em nome do que é certo, justo e sensato. O Brasil sempre viu no Caribe essa vocação”, completou Lula.

Partcipantes — O encontro também conta com a presença de representantes das organizações regionais caribenhas Comunidade do Caribe, Banco de Desenvolvimento do Caribe e Associação dos Estados do Caribe, além do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID); do Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF), a Presidência da COP30 e o Fundo Verde para o Clima.

Caricom — A Comunidade do Caribe (CARICOM) é um agrupamento de vinte e um países: 15 Estados-Membros e seis membros associados. É lar de 16 milhões de cidadãos, dos quais 60% têm menos de 30 anos e pertencem aos principais grupos étnicos: povos indígenas, africanos, indianos, europeus, chineses e portugueses. A comunidade é multilíngue, tendo o inglês como principal idioma, complementado pelo francês, holandês e variações, bem como expressões africanas e asiáticas.

Balança Comercial — Em termos comerciais, o bloco de países do CARICOM movimenta cerca de US$ 4 bilhões em intercâmbio com o Brasil. A balança é positiva para o Brasil, que exportou US$ 2,7 bilhões e importou US$ 1,3 bilhão. Esse comércio, no entanto, é muito concentrado em três países — Guiana, República Dominicana e Trinidad e Tobago — respondem por 75% desse total.

*Planalto/TVTNews

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Governo analisa rompimento com Israel, diz Celso Amorim

Assessor especial da presidência afirma que governo Lula estuda pôr fim às relações comerciais militares com Tel Aviv.

O assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, declarou que o governo Lula está considerando medidas de retaliação contra Israel devido à continuidade do que considera genocídio na Faixa de Gaza. Essa afirmação ocorreu em uma reunião com cerca de 20 parlamentares de várias legendas que buscaram fortalecer a posição do Brasil frente às ações de Israel contra a população palestina.

Amorim ressaltou que o governo está avaliando seriamente a possibilidade de romper relações comerciais e militares com Tel Aviv, destacando que essa questão já está sendo analisada pelo Itamaraty e pela área de defesa. Ele expressou que teve um “diálogo franco e construtivo” sobre a postura histórica do Brasil em prol da paz e dos direitos humanos, reafirmando o comprometimento do país com soluções diplomáticas fundamentadas no direito internacional e no respeito às resoluções da ONU.

Durante a reunião de quase duas horas, os parlamentares manifestaram preocupação com a intensidade dos ataques em Rafah, que têm causado um número elevado de mortes, especialmente entre mulheres e crianças. Entre os participantes estavam Fernanda Melchionna, Guilherme Boulos, Erika Kokay, Sâmia Bomfim e Zeca Dirceu, que advocatearam por sanções mais rígidas do Brasil, incluindo a interrupção das relações diplomáticas com Israel.

Amorim recebeu uma solicitação formal da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) pedindo o rompimento de relações, embora essa medida não esteja em consideração pelo governo neste momento.

Desde que começou a ofensiva militar em Gaza, em outubro de 2023, o presidente Lula tem criticado o governo de Netanyahu de forma contundente. Em fevereiro de 2024, durante uma visita à Etiópia, Lula descreveu as ações de Israel como “genocídio” e traçou um paralelo com o Holocausto, afirmando que os eventos em Gaza são sem precedentes na história, exceto comparáveis ao extermínio de judeus por Hitler.

Essa declaração provocou reações severas do governo israelense.Amorim indicou que ações adicionais estão sendo discutidas, mencionando que recentes conversas com o presidente e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, poderiam resultar em novos passos, embora não tenha solicitado que detalhes fossem divulgados naquele momento.

Ele enfatizou que é responsabilidade do ministro anunciar medidas futuras quando forem apropriadas.Enquanto os parlamentares pressionam por ações mais enérgicas, a postura do governo brasileiro reflete uma preocupação com os direitos humanos e o contexto internacional, balançando a necessidade de ação com considerações estratégicas sobre as relações com Israel.


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A situação continua a ser acompanhada de perto, com diversas vozes dentro e fora do governo clamando por um posicionamento mais firme.A fala de Lula foi condenada pelo Ministério das Relações Exteriores de Israel, que declarou o presidente brasileiro como “persona non grata” até que ele se retratasse.

Em resposta, o governo brasileiro trouxe de volta seu embaixador em Tel Aviv, Frederico Meyer, que não retornou ao posto. Israel também convocou seu embaixador em Brasília, Daniel Zonshine, para consultas, resultando em um dos momentos mais tensos das relações diplomáticas entre os dois países desde o restabelecimento dos laços em 1949.

Apesar do tom diplomático do Itamaraty, o presidente Lula mantém um discurso firme contra os ataques israelenses, afirmando que o Brasil não aceitará o extermínio de civis em Gaza. Em diversas ocasiões internacionais, incluindo o G20 e a ONU, ele tem exigido um cessar-fogo imediato e a criação de um Estado palestino independente.

Na semana passada, durante uma visita de Estado à França, Lula reiterou sua condenação ao genocídio perpetrado por Israel contra os palestinos em Gaza, afirmando: “O que está acontecendo em Gaza não é uma guerra, é um genocídio de um exército altamente preparado contra mulheres e crianças, e a humanidade deve se indignar contra isso”, declarou ao lado do presidente francês, Emmanuel Macron.

A crise diplomática entre Brasil e Israel se intensificou à medida que o Brasil adotou uma postura crítica em relação ao tratamento dos palestinos. Em 2014, durante o governo de Dilma Rousseff, o Brasil condenou os bombardeios israelenses em Gaza e retirou seu embaixador em Tel Aviv, classificando os ataques como “uso desproporcional da força”, recebendo reações negativas de Israel, de acordo com a TVTNews.

Com a presidência de Jair Bolsonaro, houve uma reaproximação entre os dois países; Bolsonaro expressou apoio incondicional a Israel, prometendo transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém, compromisso que não se concretizou.

A eleição de Lula em 2022 trouxe uma mudança na política externa brasileira, priorizando o multilateralismo e a defesa dos direitos humanos.A guerra recente na Faixa de Gaza, iniciada após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, resultou em uma tragédia humanitária sem precedentes, com mais de 36 mil palestinos mortos, a maioria civis, e centenas de milhares deslocados.

O Brasil, que presidia o Conselho de Segurança da ONU no momento da escalada do conflito, tentou mediar um cessar-fogo, mas suas propostas foram sistematicamente vetadas por países aliados de Israel, como os Estados Unidos. Essa dinâmica ressalta o exame crítico das relações entre Brasil e Israel em um contexto de crescente tensão e a busca do Brasil por um papel ativo na defesa dos direitos humanos em cenários de conflito.

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Para impedir que silencie internauta barulhento nos EUA, Trump entra com ação contra Moraes

A Media Trump, organização de mídia que pertence aos presidente dos EUA Donald Trump, entrou com ação juntamente com a rede social Rumble – da qual ele é sócio – contra Alexandre de Moraes nesta sexta-feira (6) no Distrito Central da Flórida, nos EUA.

O documento, que foi divulgado pela CNN, afirma que Moraes violou a Primeira Emenda da Constituição dos EUA e tenta impedir que o ministro da suprema corte brasileira aplique punições a usuários das redes sociais que se encontram nos EUA.

Na ação, a empresa de Trump, que é representada pelo advogado Martin de Luca – que deu entrevista à Veja com ataques a Moraes -, pede que a justiça dos EUA torne “inexequíveis” as decisões do ministro no país.

“Permitir que ele silencie um usuário barulhento em um canal digital americano colocaria em risco o compromisso fundamental do nosso país com o debate aberto e robusto”, diz a petição, segundo a CNN, que desta que “ao exigir que empresas americanas cumpram ordens sigilosas, sob pena de sanções no Brasil, Moraes ultrapassou sua autoridade e feriu garantias constitucionais dos EUA”.


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A empresa Trump Media ainda pede à justiça dos EUA que proíba Moraes de acionar terceiros — como Apple e Google — para remover o aplicativo Rumble de suas lojas nos EUA e conceda “indenizações por danos comerciais, reputacionais e à liberdade de expressão” tanto às empresas quanto aos usuários e que “reconheça a responsabilidade pessoal do ministro pelas supostas violações”.

Conluio na mídia liberal brasileira
Após estampar Eduardo Bolsonaro (PL-SP) como uma espécie de novo “Caçador de Marajás” – na capa histórica para tentar turbinar a candidatura Fernando Collor em 1988 -, a revista Veja dobrou a aposta contra Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e escalou o advogado Martin de Luca, que defende as empresas de mídia de Donald Trump, para atacar o ministro e o judiciário brasileiro.

Na “entrevista”, divulgada na edição desta sexta-feira (6), a publicação deixa claro a tentativa de se alinhar às big techs, que dão sustentação às narrativas de ódio e mentira da ultradireita internacional, ecoando a tese bolsonarista de quem as supostas sanções de Trump às autoridades brasileiras não estão sendo provocadas pelo clã, mas em razão da “violação dos direitos humanos contra cidadãos e companhias dos Estados Unidos”.

“O advogado Martin De Luca representa a Trump Media, conglomerado de empresas que pertence ao presidente dos Estados Unidos e está em litígio com o STF desde que Alexandre de Moraes determinou que a rede social Rumble, uma concorrente do YouTube com forte capilaridade entre apoiadores de direita, fosse impedida de atuar no Brasil. O representante da Trump Media, que é parceira de negócios do Rumble, afirma que as decisões do ministro são arbitrárias e não podem alcançar companhias americanas em território americano”, diz o texto da publicação, que mais parece uma peça publicitária das big techs. Com Forum.

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Vídeo: Lula defende Moraes e enfrenta criticando os Estados Unidos

Presidente saiu em defesa do ministro do STF, alvo de tentativa de intimidação por parte do governo dos EUA.

Lula defende Moraes e diz que “nunca” criticou a Justiça dos EUA
Presidente discursou na convenção nacional do PSB neste domingo (1º); Departamento de Justiça dos EUA enviou carta ao Brasil com críticas ao ministro do STF

Além do fato do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, ter anunciado recentemente restrições de visto contra autoridades estrangeiras que são “cúmplices de censura a americanos” e sugerido que Moraes pode ser alvo de sanções, o governo Trump enviou ao Ministério da Justiça brasileiro uma carta endereçada ao ministro do STF em que repreende o magistrado por ter ordenado o bloqueio de contas na Rumble, plataforma norte-americana popular entre figuras da extrema direita.

“Os EUA querem processar o Alexandre de Moraes, porque ele quer prender um cara brasileiro, que está nos EUA fazendo coisa contra o Brasil o dia inteiro. Que história é essa de os EUA quererem negar alguma coisa e criticar a Justiça brasileira? Eu nunca critiquei a Justiça deles. Eles fazem tanta barbaridade, tanta guerra, matam tanta gente. Por que que eles vão querer criticar o Brasil?”, questionou Lula.

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Lula é convidado pelo Canadá para a Cúpula do G7

O governo do Canadá enviou uma carta oficial ao presidente Lula na última sexta-feira (30), convidando o chefe do Executivo brasileiro para participar da 51ª Cúpula de Líderes do G7, marcada para os dias 16 e 17 de junho, na cidade de Kananaskis.

O convite foi assinado pelo primeiro-ministro canadense, Mark Carney, e entregue pela Embaixada do Canadá no Brasil.

Segundo apuração da TV Globo, Lula sinalizou que pretende comparecer ao encontro, embora o Palácio do Planalto ainda não tenha confirmado a viagem. Caso aceite, esta será a segunda participação consecutiva do presidente brasileiro nas reuniões do grupo formado por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido.

A possível presença de Lula no Canadá também poderá marcar o primeiro encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que já confirmou presença na cúpula. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, também deve participar.

No ano passado, durante o G7 na Itália, Lula defendeu maior distribuição de renda e criticou a concentração do desenvolvimento da Inteligência Artificial “na mão de poucos”.

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Chico Buarque e outras figuras públicas criam petição pedindo a Lula o rompimento com Israel

No domingo, 25, Lula voltou a chamar a ofensiva de Israel na Faixa de Gaza de ‘genocídio’ e ‘vingança’, após ataque aéreo matar 9 filhos da médica palestina Alaa Al-Naijar.

Nesta quarta-feira, 28, artistas, lideranças políticas e representantes de movimentos sociais assinaram uma carta aberta dirigida ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), solicitando que o Brasil encerre suas relações diplomáticas e comerciais com Israel.

O texto justifica o apelo com base no ‘genocídio em Gaza‘.

Além de Chico Buarque, a carta é assinada por Chico Diaz, Manuela D’Ávila, Giovanna Nader, Gregorio Duvivier, Vladimir Safatle, Emir Sader e Paulo Sérgio Pinheiro.

O documento destaca que, nos últimos meses, tem havido uma escalada na violência exercida pelo Estado sionista de Israel contra a população civil palestina.

Além disso, a carta menciona o ‘bloqueio desumano e cruel’ que coloca em risco a vida de 2,3 milhões de pessoas em Gaza — incluindo 14 mil bebês em iminente perigo de morte — como uma das razões para exigir medidas contra Israel.

israel

Movimentos sociais pedem que Lula rompa com Israel
No domingo, 25, o presidente Lula voltou a classificar a ofensiva israelense na Faixa de Gaza como ‘genocídio’ e ‘vingança’, após um ataque aéreo matar nove filhos da médica palestina Alaa Al-Naijar.

Em fevereiro de 2024, em meio às tensões diplomáticas, Netanyahu declarou Lula ‘persona non grata’ após o presidente comparar as ações de Israel em Gaza ao Holocausto nazista.

A petição destaca que o Brasil continua exportando petróleo ao governo de Benjamin Netanyahu e mantém negociações comerciais envolvendo a compra e venda de equipamentos militares com Israel e suas empresas.

O documento também recebeu o apoio de movimentos sociais, sindicatos, parlamentares estaduais e federais, vereadores e organizações da comunidade árabe.

Entre os signatários estão Guilherme Boulos, Luiza Erundina e Sâmia Bomfim, todos do PSOL-SP, além de entidades como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a Associação Islâmica de São Paulo.

No texto, os autores afirmam: ‘É hora de nosso país dar o exemplo no cumprimento do direito internacional. […] É indispensável que o Brasil se una às nações que já impuseram sanções ao regime israelense”.

*ICL

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A sombra militar sobre a democracia brasileira

Por Gustavo Guerreiro*

A história tem o péssimo hábito de nos pregar peças. Quando acreditamos ter virado definitivamente certas páginas sombrias, eis que elas ressurgem — ora como farsa, ora como tragédia renovada.

Os eventos de 8 de janeiro de 2023, com suas cenas dantescas de vandalismo institucional, revelaram o que muitos preferiam ignorar: a tutela militar sobre a política brasileira não é relíquia do passado, mas fantasma permanentemente presente.

A recente denúncia da Procuradoria-Geral da República contra 37 pessoas — incluindo generais de quatro estrelas como Braga Netto e Augusto Heleno — expõe as vísceras de uma conspiração que há muito extrapolou os limites do delírio golpista de botequim.

Segundo a PF, estamos diante de uma trama complexa, com núcleos operacionais estruturados, que envolvia desde a disseminação sistemática de desinformação até planos concretos de assassinato de autoridades eleitas.

A “Operação Copa 2022” e o plano “Punhal Verde e Amarelo” não são ficções distópicas, mas projetos minuciosamente elaborados nos gabinetes fardados.

O que espanta — ou talvez não devesse espantar — é a naturalidade com que parcela significativa da oficialidade abraçou a aventura golpista.

O almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha; o general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; o tenente-coronel Mauro Cid, o faz-tudo de Bolsonaro — todos eles, em diferentes graus hierárquicos, participaram do que só pode ser descrito como uma insurreição contra a ordem constitucional.

Os “kids pretos”, esse grupo de militares das forças especiais presos em novembro de 2024, chegaram ao requinte macabro de planejar execuções sumárias do presidente eleito, seu vice e do ministro Alexandre de Moraes.

Em toda essa trama existe ponto crucial: nada disso é novidade na tragicomédia republicana brasileira.

Como bem observou José Murilo de Carvalho, um dos nossos mais argutos historiadores das relações civis-militares, as Forças Armadas funcionam como “poder desestabilizador” desde os estertores do Império.

A cultura do “soldado-cidadão”, essa aberração conceitual que confunde quartel com comitê político, criou uma casta que se julga moralmente superior aos civis — esses seres venais e corruptos que precisam, vez por outra, ser salvos de si mesmos.

Para entender os acontecimentos de 8 de janeiro, é necessário retroceder na história. A República brasileira emergiu de um golpe militar e nunca superou por completo esse trauma inicial. De 1889 para cá, poucos foram os períodos em que as Forças Armadas aceitaram a subordinação hierárquica ao poder civil eleito democraticamente.

A história é marcada por diversos exemplos que ilustram essa tensão: a própria Proclamação da República (1889), as revoltas tenentistas da década de 1920, a Revolução de 1930, a instauração do Estado Novo (1937), as pressões que levaram à deposição e ao suicídio de Getúlio Vargas (1945 e 1954), a crise política de 1961 e, por fim, o golpe de 1964.

Cada um desses episódios não se deu ao acaso, mas revela um padrão de intervenção castrense na política. O intervencionismo autoritário militar persiste como uma doença da democracia brasileira.

Como destaca Carvalho, a influência das FFAA na política decorre de um padrão estruturado, não de desvios episódicos. As Forças Armadas brasileiras desenvolveram o que o sociólogo Erving Goffman chamaria de características de “instituição total” — um mundo fechado, autorreferente, com códigos próprios de conduta e uma visão messiânica de seu papel na sociedade.

O resultado disso é uma contraelite técnica formada nas academias militares e que nutre profundo desprezo pela política — essa atividade suja e corrupta — ao mesmo tempo em que anseia por exercê-la. É a quadratura do círculo: desprezam a política mas querem fazê-la; abominam os políticos mas sonham em substituí-los.

Durante o governo Vargas, essa simbiose perversa atingiu seu ápice. Os militares ocuparam interventorias, comandaram empresas estatais, formularam políticas públicas.

O general Góis Monteiro cunhou a fórmula perfeita: tratava-se de fazer a “política do Exército”, não mais “política no Exército”. As despesas militares chegaram a consumir 25% do orçamento federal em 1933, enquanto o certificado de serviço militar tornava-se pré-requisito para o exercício de qualquer cargo público.

Aqui chegamos ao cerne ideológico do problema. Os militares brasileiros desenvolveram o que um dos principais intelectuais sobre o assunto, o historiador e cientista político Manuel Domingos Neto, denominou “patriotismo castrense” — uma construção mental autorreferente e narcísica que justifica qualquer atropelo institucional em nome de uma concepção muito particular de “pátria”.

Esse patriotismo militar difere radicalmente do patriotismo cívico dos cidadãos comuns. É sacralizado (justifica matar e morrer), maniqueísta (divide o mundo entre patriotas e traidores), obcecado pela ordem (mesmo que autoritária) e alimentado por uma narrativa histórica própria, frequentemente delirante.

Mais grave: é um patriotismo que define unilateralmente quem são os “inimigos internos” — categoria elástica que pode abranger desde comunistas imaginários até ministros do Supremo Tribunal Federal.

A condição de dependência tecnológica das Forças Armadas brasileiras, importadoras de equipamentos e principalmente de doutrinas, paradoxalmente alimenta esse narcisismo corporativo. Incapazes de projetar poder externo, voltam-se para dentro, transformando-se em árbitros autoproclamados da vida nacional.

É o complexo de vira-lata às avessas: impotentes no cenário internacional, compensam exercendo tutela sobre os civis desarmados.

Os acontecimentos recentes confirmam a permanência desses padrões históricos. Quando o general Hamilton Mourão, em 2015, celebrou publicamente o golpe de 1964 sem sofrer qualquer sanção, acendeu-se a luz amarela.

Daí em diante, a escalada foi vertiginosa: o general Villas Bôas pressionando o STF em 2018; militares da ativa manifestando-se abertamente sobre questões políticas; um capitão reformado (e moralmente deformado), nostálgico da ditadura, eleito presidente com apoio entusiástico dos quartéis.

A decisão do ministro Alexandre de Moraes, fixando a competência do STF para julgar militares envolvidos no 8 de janeiro, provocou mal-estar na caserna. Há relatos de que o clima nos quartéis era de velório.

A reação é reveladora: acostumados à impunidade garantida pela Justiça Militar corporativista, os fardados descobrem, atônitos, que crimes contra a democracia não são “questões internas” a serem resolvidas entre camaradas.

A investigação aberta por Moraes sobre a participação de militares nos atos golpistas representa um marco. Pela primeira vez desde a redemocratização, abre-se a possibilidade real de responsabilização criminal de oficiais de alta patente por crimes contra a democracia.

Não se trata mais de aposentadorias compulsórias ou transferências para a reserva — pantomimas que historicamente serviram para acobertar crimes graves.

Os custos dessa eterna tutela militar são incalculáveis. Para além dos períodos explicitamente ditatoriais, com seus mortos, torturados e desaparecidos, há o dano permanente às instituições democráticas.

Um país que vive sob a ameaça latente de intervenção militar se sustenta sobre uma democracia capenga, sempre olhando por cima do ombro, moderando suas ambições reformistas para não “provocar” os quartéis.

O 8 de janeiro é apenas o sintoma mais recente dessa patologia crônica. Enquanto manifestantes quebravam vidraças e defecavam em tapetes persas, oficiais de alta patente articulavam nos bastidores.

A omissão deliberada do Exército, que segundo relatórios impediu forças de segurança do DF de desmontar acampamentos golpistas, revela cumplicidade institucional com a sedição.

A politização das Forças Armadas compromete até mesmo sua função precípua de defesa externa.

Enquanto generais conspiram e coronéis publicam nas redes sociais, nossas fronteiras permanecem esquecidas, nosso equipamento militar envelhece, nossa doutrina estratégica patina. É o pior dos mundos: militares incompetentes para a guerra e perigosos para a paz.

A questão que se impõe é cristalina: ou estabelecemos, de uma vez por todas, o controle civil democrático sobre as Forças Armadas, ou continuaremos reféns de seus humores golpistas. Não há meio-termo possível.

A Constituição de 1988, em momento de fraqueza, manteve o papel das Forças Armadas como garantidoras da “lei e da ordem”, eufemismo que tem servido historicamente para justificar toda sorte de aventuras autoritárias.

É urgente reformar o artigo 142 da Constituição, extirpando qualquer ambiguidade sobre a subordinação militar ao poder civil. É necessário reformular a formação dos oficiais, hoje impregnada de doutrinas anacrônicas e ressentimentos corporativos. É imprescindível responsabilizar criminalmente, sem anistias preventivas ou contemporizações pusilânimes, todos os envolvidos em tramas golpistas.

A sociedade civil, a imprensa, a academia e as instituições políticas precisam exercer vigilância permanente.

Parte da responsabilidade pela permanência do problema é dos próprios civis, que por comodidade, medo ou preconceito evitam enfrentar o espinhoso tema da interferência militar.

O julgamento dos militares envolvidos no 8 de janeiro será um teste crucial. Se houver contemporização, se a responsabilização for apenas simbólica, estaremos enviando o sinal de que a democracia brasileira continua refém de seus algozes fardados.

Se, ao contrário, a Justiça for implacável — como deve ser com todos os que atentam contra a ordem constitucional —, talvez possamos finalmente exorcizar o fantasma da tutela militar.

O patriotismo castrense, com sua visão messiânica e seus delírios salvacionistas, é fundamentalmente incompatível com a democracia pluralista do século XXI.

Enquanto parcela significativa da oficialidade continuar acreditando que tem o direito divino de intervir na política, seja pelas armas, seja pela pressão institucional, viveremos sob ameaça constante de golpes.

A história nos ensina que democracias morrem não apenas por ataques frontais, mas também por erosão gradual de seus alicerces.

Cada general que se julga acima da lei, cada coronel que conspira nos quartéis, cada tenente que sonha com aventuras golpistas é um cupim roendo as vigas da República. É hora de dedetizar, antes que a casa caia.

*Gustavo Guerreiro, Doutor em políticas públicas e Pesquisador do Observatório das Nacionalidades. Viomundo.

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Nos EUA, Eduardo Bolsonaro nomeou imigrantes como facções terroristas para enviar brasileiros às masmorras de El Salvador

Autoexilado nos Estados Unidos desde fevereiro, o deputado federal licenciado, Eduardo Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro, sugeriu à administração de Donald Trump que imigrantes brasileiros detidos nos Estados Unidos e suspeitos de envolvimento com o PCC e o Comando Vermelho sejam enviados para cumprir pena na megaprisão de El Salvador, o CECOT, denunciada por violações de direitos humanos.

As informações são do Mother Jones, que destacou em publicação na última semana o risco para a comunidade brasileira como um todo no país norte-americano, diz Leonardo Sobreira, 247.

Após analisar os acordos de extradição entre Brasil e EUA, Eduardo sugeriu que poderia ser possível fazer com que “criminosos brasileiros cumpram suas penas em prisões em El Salvador”. Tais “criminosos”, segundo o Mother Jones, estariam presos nos EUA apenas por “supostas ligações” com as facções.

A proposta, que inclui a classificação desses grupos como organizações terroristas estrangeiras e já rechaçada pelo governo brasileiro, foi inspirada em ações anteriores de Trump contra gangues latino-americanas.

Apesar do apoio de Eduardo e de conversas com autoridades americanas, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva defende que a legislação brasileira não permite tal classificação.

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Brasil cogita reagir se ameaça dos EUA de punir Moraes se confirmar

Planalto monitora com atenção gesto de Trump, que cogita sanção contra ministro do STF; ofensiva dos EUA é vista como parte de política de intimidação regional.

O governo dos Estados Unidos, liderado pelo presidente Donald Trump, avalia aplicar sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A informação foi revelada nesta sexta-feira (16) pelo colunista Jamil Chade, do portal UOL, com base em fontes da Casa Branca e do Conselho de Segurança Nacional dos EUA.

A proposta, ainda em fase preliminar de discussão, seria uma retaliação às decisões tomadas por Moraes no contexto da contenção de redes bolsonaristas e da responsabilização de atores envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023.

No Palácio do Planalto, a notícia foi recebida com cautela. A orientação atual é manter o diálogo institucional com os Estados Unidos e evitar confrontos diretos com a administração Trump.

No entanto, segundo interlocutores do governo federal ouvidos pela coluna, caso as sanções venham a ser oficializadas, a reação será imediata. A avaliação é de que qualquer medida punitiva contra um membro da Suprema Corte brasileira configura interferência externa grave nos assuntos internos do país.

Tentativa de intimidação revela estratégia mais ampla de Washington

A possível imposição de sanções contra uma autoridade judicial brasileira se insere em um padrão mais amplo de atuação dos EUA na América do Sul, especialmente desde o retorno de Trump à Casa Branca.

Segundo a mesma reportagem, há movimentações similares envolvendo governos e instituições do Chile, da Colômbia e da Bolívia — todos alvos recentes de pressão diplomática, sanções e operações de inteligência com fins políticos.

A lista de episódios envolvendo interferência direta ou indireta norte-americana é longa. Segundo o Vermelho, na Bolívia, o apoio velado a setores opositores durante a crise que levou à renúncia de Evo Morales continua sendo alvo de denúncias.

Na Colômbia, representantes dos EUA mantêm interlocução direta com lideranças conservadoras que tentam bloquear reformas sociais.

No Chile, a Casa Branca manifestou “preocupações” sobre o processo constitucional impulsionado pelo governo progressista, numa ação interpretada por setores locais como ingerência.

Operação sigilosa na Venezuela expõe violação de convenções diplomáticas

Um dos episódios mais sensíveis ocorreu recentemente na Venezuela. De acordo com fontes da diplomacia brasileira, agentes ligados ao governo dos EUA teriam participado da retirada de um exilado opositor da embaixada da Argentina em Caracas — instalação que estava sob os cuidados do Brasil desde o rompimento das relações diplomáticas entre Buenos Aires e Caracas.

O resgate clandestino, que teria contado com o apoio logístico de norte-americanos, levantou alertas sobre violações à Convenção de Viena e às normas internacionais que regulam a atuação de missões diplomáticas.

Embora os detalhes da operação não tenham sido oficialmente confirmados, o caso gerou constrangimento nos bastidores e acendeu o sinal de alerta em várias chancelarias da região.

Para o Itamaraty, esse tipo de conduta reforça a percepção de que a atual administração dos EUA opera sob uma lógica de tutela, atropelando instâncias multilaterais e normas elementares do direito internacional.

Governo brasileiro monitora e prepara resposta diplomática

Diante do risco de escalada, a posição do governo Lula tem sido marcada por prudência, mas com atenção redobrada. A diretriz, segundo fontes ouvidas por Jamil Chade, é manter uma postura institucional com a Casa Branca e evitar dar combustível às provocações da extrema direita, tanto no Brasil quanto nos EUA.

No entanto, autoridades brasileiras já discutem possíveis respostas diplomáticas, caso a sanção a Moraes se concretize.

Entre as medidas cogitadas estão uma nota de protesto formal, a convocação do embaixador norte-americano em Brasília e a articulação conjunta com países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e dos BRICS para denunciar o caráter intervencionista da ação.

A percepção no Planalto é de que a autonomia dos poderes brasileiros está sob ataque, e que o respeito à soberania nacional precisa ser reafirmado em todos os fóruns.

América do Sul volta a ser alvo de uma política de “contenção”

A movimentação da Casa Branca revela a retomada de uma política externa de contenção voltada à América do Sul, nos moldes da velha Doutrina Monroe.

A tentativa de desestabilizar instituições autônomas, como o Supremo brasileiro, e de interferir em processos políticos nacionais, faz parte de uma estratégia geopolítica dos EUA para frear o avanço de projetos soberanos e de integração regional, que voltaram a ganhar força com a eleição de governos progressistas em países como Brasil, Colômbia, México e Chile.

No centro dessa ofensiva está a instrumentalização do discurso de combate ao autoritarismo, que tem sido manipulado pela diplomacia trumpista para justificar ações unilaterais e pressões políticas contra países que resistem à agenda conservadora e neoliberal da Casa Branca.

A possível sanção contra Moraes, nesse contexto, é não apenas um gesto de hostilidade, mas uma mensagem política dirigida aos setores reacionários que ainda tentam minar a democracia brasileira.

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EUA articulam acesso a Fernando de Noronha e Natal sob alegação de direito histórico, diz site

Argumento utilizado é o de ‘direito histórico de retorno operacional’, por investimentos feitos pelos EUA durante a Segunda Guerra

O governo dos Estados Unidos, através de diplomatas ligados ao partido Republicano, vêm articulando informalmente com interlocutores brasileiros o uso irrestrito do Aeroporto de Fernando de Noronha (SBFN) e da Base Aérea de Natal (BANT), no Rio Grande do Norte.

Segundo informações reveladas pelo site “DefesaNet”, especializado em notícias da área militar, o argumento utilizado é o de “direito histórico de retorno operacional”, com base em investimentos realizados pelos EUA durante a Segunda Guerra Mundial e o período da Guerra Fria. O governo de Donald Trump utilizou o mesmo argumento para tratar do Canal do Panamá, onde reivindica o controle técnico-operacional da estrutura interoceânica.

No caso brasileiro, trata-se de ativos geoestratégicos de alto valor: Fernando de Noronha como sensor-forward base no Atlântico Sul equatorial, e Base Aérea de Natal como hub logístico de trânsito transcontinental, compatível com operações aéreas interteatrais e como base de prontidão para projeção sobre África Ocidental e litoral norte sul-americano.

Especialistas ouvidos pelo “DefesaNet” apontam que tanto Fernando de Noronha quanto a Base Aérea de Natal oferecem vantagens operacionais tangíveis para a arquitetura C4ISR (Comando, Controle, Comunicações, Computadores, Inteligência, Vigilância e Reconhecimento) dos Estados Unidos.

A Distância de 360 km de Fernando de Noronha até a Base Aérea de Natal é uma vantagem inquestionável frente aos 1.540 km da Ilha de Ascensão até a costa da África. | DefesaNet

No caso de Fernando de Noronha, sua localização equatorial posiciona o arquipélago como um ponto ideal para vigilância oceânica de longo alcance, sendo uma plataforma natural para a instalação de sensores eletro-ópticos, radares de superfície marítima e equipamentos ELINT/SIGINT, voltados para o monitoramento de rotas navais e aéreas. Além disso, serve de vetor avançado de interdição e coleta de inteligência.

O aeroporto do arquipélago possui capacidade de operar como ponto de apoio tático para aeronaves de vigilância marítima e UAVs de média altitude e longa duração, como os MQ-9 Reaper ou os SeaGuardian.

A Base Aérea de Natal possui pista de pouso capaz de receber aeronaves estratégicas como o C-17 Globemaster III, o KC-135 Stratotanker e o novo KC-46 Pegasus. A base oferece acesso facilitado tanto a rotas transatlânticas, sendo um hub logístico de alto valor para operações conjuntas ou expedicionárias. Também apresenta condições ideais para reabastecimento em voo, evacuação médica, mobilização rápida de forças de reação e apoio a missões aerotransportadas em cenários de crise na costa ocidental africana, Caribe ou litoral norte da América do Sul.

As duas bases permitiram aos Estados Unidos estabelecer um arco de contenção atlântico que complementaria sua atual malha de bases e pontos de apoio, como Ilha de Ascenção, a Ilha de São Tomé e instalações em Dakar.

FAB Super Tucano A-28 com pintura Comemorativa do 1º Grupo de Aviação de Caça que combateu na Itália durante a Segunda Guerra Mundial | SO Johnson/ FAB

Argumentos utilizados pelos EUA

Os argumentos utilizados pelo governo de Donald Trump, dos Estados Unidos, se baseia em três pontos. O primeiro vetor é de natureza histórico-operacional, pelos aportes financeiros, fornecimento de equipamentos, obras de engenharia e construção de pistas dados pelos EUA.

O segundo argumento é o “direito de retorno funcional”, que afirma que ativos militares financiados pelos EUA em países parceiros — especialmente em contextos de ameaça global ou competição estratégica — poderiam ser “reativados” com base em acordos tácitos ou no princípio de reciprocidade hemisférica.

O terceiro elemento utilizado pelos EUA envolve precedentes contratuais e legislativos. O extinto Acordo de Assistência Militar Brasil-EUA (1952), embora formalmente encerrado, segue sendo frequentemente citado em documentos técnicos e análises da RAND Corporation, CSIS e Heritage Foundation como referência à “tradição de interoperabilidade hemisférica”. J

Já o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST) de 2019, firmado no governo Bolsonaro para viabilizar o uso da Base de Alcântara, é mencionado como precedente político e diplomático que abre margem para novas modalidades de acesso militar a instalações sensíveis sob controle brasileiro. A esse quadro somam-se ainda marcos legislativos internos dos EUA que reforçam a tese de mobilização extraterritorial.

*O Cafezinho