Impressiona como o diafragma das lentes da mídia brasileira reduz a guerra a um único foco, Putin.
Assim, manipulam, desinformam e deformam a realidade de uma guerra com tantos atores envolvidos.
Aumentar as responsabilidades de uma guerra sobre um determinado alvo, fazendo com que vaze mais ou menos luz a determinado ponto é de uma covardia intelectual absurda.
Mas a Globo faz isso.
É uma forma de obstruir a verdade e impor a sua verdade fabricada por motivos claramente pornográficos.
Focar a cena da guerra de forma localizada, determinando à distância quem é mocinho e quem é bandido, é especialidade da mídia brasileira.
Fez isso a vida toda, sobretudo nas narrativas políticas, sempre contra o povo e a favor das oligarquias locais e internacionais.
Todos sabem que, quanto maior for a abertura de um cenário, mais luminosa fica a narrativa e objetivo fica o julgamento da sociedade.
Como nunca teve interesse em de fato informar, barganha isso com os donos do dinheiro grosso.
Nessa guerra, a mídia brasileira está sendo apenas ela, com todas a técnicas controle, influência e domínio do discurso e da narração.
Aí, é aquela festa.
Falsificam a história, fraudam os fatos, manuseiam os ângulos, trapaceiam e modificam completamente a história real a gosto e modo dos seus interesses.
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País registrou 1.264 mortes em 24 horas e 178.814 novos casos da Covid-19 e a média de óbitos diários subiu para 873.
Nas últimas 24 horas, o Brasil registrou 1.264 mortes mortes provocadas pela Covid-19. Com isso, a média de óbitos diários subiu para 873 – a maior desde 12 de agosto de 2021. O número representa uma alta de 112% em relação ao verificado há 14 dias, informa o Metrópoles.
O país também computou, nesta quarta-feira (9/2), mais 178.814 casos confirmados. A média diária de infecções pelo coronavírus está em 166.046.
Os dados são do mais recente balanço divulgado pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).
No total, o Brasil perdeu 635.074 vidas para a doença e computou 26.955.434 casos de contaminação.
Devido ao tempo de incubação do novo coronavírus, adotou-se a recomendação de especialistas para que a média móvel do dia seja comparada à de duas semanas atrás.
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Sindipetro-BA – O Sindipetro Bahia recebeu denúncias a respeito de um surto de covid na Refinaria Landulpho Alves – hoje controlada de forma ilegal pela Acelen, após uma privatização inconstitucional – e que não estaria sendo notificado e nem tratado com transparência.
De acordo com os próprios trabalhadores do contrato Petrobras na Acelen, diversas turmas estão operando com grande desfalque devido aos afastamentos dos funcionários acometidos pela doença. Eles citam como exemplo o setor de manutenção, onde nos últimos dias, 10 funcionários testaram positivo para covid. Outro exemplo é o Setor de Elétrica e Instrumentação, onde foram computados seis casos, com afastamento.
Em relação aos trabalhadores terceirizados, que são a maioria, a situação é ainda mais complicada, pois o sindicato não tem nenhum acesso às informações referentes ao número de contaminados.
Os trabalhadores se dizem exaustos pelas reiteradas cobranças que vêm fazendo para que a gerência da refinaria adote outra postura visando mais controle sobre os casos, mas segundo eles “não há respostas concretas e nem ações efetivas para redução dos riscos e, consequentemente, dos casos da doença. Nem o controle dos contactantes diretos está havendo”, denunciam.
Com o aumento dos casos da variante ômicron, cujo pico de contaminação, segundo especialistas, deve acontecer no mês de fevereiro, o Sindipetro Bahia chama a atenção da gerência da refinaria para a necessidade de ações mais efetivas para inibir a propagação da doença.
“Estamos falando de uma delicada área industrial que não pode parar e nem operar com número reduzido de trabalhadores porque pode acontecer acidentes de grandes proporções”, alerta o Coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e diretor do Sindipetro, Deyvid Bacelar.
O Sindipetro cobra da Acelen e da Petrobrás que reportem à entidade sindical os dados atualizados sobre o número de trabalhadores próprios e terceirizados infectados com a covid na RLAM e se há casos graves.
O sindicato também reivindica que as empresas emitam a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) para os trabalhadores e trabalhadoras que contraíram a doença no ambiente de trabalho.
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Conjur – Por entender que a conduta social e os motivos da prática do crime de corrupção não autorizam a elevação da pena em “índice elevadíssimo”, como feito pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, a 1ª Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (RJ e ES) formou maioria, nesta quarta-feira (2/2), para reduzir a pena do almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente da Eletronuclear, de 43 anos para quatro anos, dez meses e dez dias de prisão. A pena de reclusão foi substituída por duas restritivas de direitos.
O julgamento foi interrompido por pedido de vista do desembargador Flávio Lucas. Os desembargadores Antonio Ivan Athié, relator, e Simone Schreiber votaram para aceitar parcialmente a apelação de Othon.
Na primeira sentença do braço fluminense da “lava jato”, Bretas condenou o ex-presidente da Eletronuclear a 43 anos de prisão pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, obstrução às investigações, evasão de divisas e participação em organização criminosa.
O juiz entendeu ter ficado provado que Othon recebia 1% de propina nos contratos firmados entre a estatal e as empreiteiras Andrade Gutierrez e Engevix, para a construção da Usina Nuclear Angra 3, no complexo nuclear de Angra dos Reis.
A defesa do almirante, comandada pelo criminalista Fernando Augusto Fernandes, sustentou que houve desrespeito ao devido processo legal no processo. Em sustentação oral em defesa do sócio da Engevix José Antunes Sobrinho, o advogado Geraldo Prado apontou que houve ocultação de provas no caso. Com base nesses argumentos, o desembargador Flávio Lucas pediu vista.
O relator da apelação, Antonio Ivan Athié, votou para absolver Othon Luiz Pinheiro da Silva das acusações de obstrução às investigações, pertencimento a organização criminosa, evasão de divisas, lavagem de dinheiro por manutenção de conta no exterior e de dois delitos de corrupção ativa.
Com relação ao crime de corrupção passiva, Marcelo Bretas, considerando a conduta social do almirante e os motivos do delito, fixou a pena-base em nove anos de prisão. Para o relator, tais fatores não autorizam a elevação da pena em tal “índice elevadíssimo”.
“De fato, não se nega que o apelante Othon Luiz Pinheiro da Silva manchou sua biografia ao solicitar vantagens indevidas das empreiteiras sob o pretexto de alavancar seus projetos científicos pessoais, decepcionando uma geração de engenheiros por ele influenciados e desonrando a sua carreira militar na Marinha. Todavia, essas consequências de ordem moral devem ser encaradas pelo próprio apelante junto ao seu meio social, não configurando elemento hábil para negativar sua conduta social, uma vez que os fatos enumerados não são desabonadores nem revelam pérfida convivência social”, avaliou o magistrado.
Ele também destacou que o objetivo de Othon não era o de obter “lucro fácil”, e sim o de dar continuidade às suas pesquisas de desenvolvimento de turbinas, projetando nelas uma utilização de energia limpa de baixo custo.
“Ao que tudo indica relegou, ainda que com idade avançada, viver nababescamente com os frutos dos ilícitos, optando por dar um fim útil às vantagens indevidamente recebidas em razão do cargo”, opinou o desembargador, fixando a pena-base por corrupção passiva em três anos, dez meses e 20 dias de reclusão. Com a lavagem de dinheiro e o reconhecimento de concurso formal entre os delitos, o relator votou por fixar a pena total nos quatros anos, dez meses e dez dias de reclusão, a serem substituídos por duas penas restritivas de direitos.
Ivan Athié defendeu que Othon, um dos pais do programa nuclear brasileiro, permaneça na ativa, transmitindo seus conhecimentos à sociedade.
“Considero que, em razão dos notórios e específicos conhecimentos do apelante Othon Luiz Pinheiro da Silva sobre engenharia nuclear, com reconhecimento nacional e internacional por sua capacidade técnica, revelar-se-ia muito mais interessante aos anseios do povo brasileiro, da Ciência e do Poder Público que, por manter-se relativamente ativo mesmo em avançada idade, com as limitações a ela inerentes, transmitisse seu valoroso saber em instituições públicas e universidades, a título de prestação de serviços à comunidade. A medida teria maior valia tanto para a sociedade e para a reabilitação do próprio apelante”.
O relator ainda votou para absolver Ana Cristina da Silva Toniolo, filha do almirante, igualmente representada por Fernando Fernandes. Também votou para substituir a pena de José Antunes Sobrinho por duas restritivas de direitos. E aceitou parcialmente os recursos de Olavinho Ferreira Mendes, Geraldo Toledo Arruda, Victor Sérgio Colavitti, Josué Augusto Nobre e Carlos Alberto Montenegro Gallo.
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Segurança pública no país continua com cegueira de gênero e 11 estados brasileiros não tem dados sobre homofobia e trans.
Apesar de a transfobia ser crime no Brasil desde 2019, o país é ainda o que mais mata pessoas trans e travestis em todo o mundo pelo 13° ano consecutivo.
O número de assassinatos de mulheres trans e travestis é o maior desde 2008 — ano em que o dado começou a ser registrado.
Conforme o relatório de 2021 da Transgender Europe (TGEU), que monitora dados globalmente levantados por instituições trans e LGBTQIA+, 70% de todos os assassinatos registrados aconteceram na América do Sul e Central, sendo 33% no Brasil, seguido pelo México, com 65 mortes, e pelos Estados Unidos, com 53.
Os dados apontam também que, nos últimos 13 anos, pelo menos 4.042 pessoas trans e de gêneros diversos foram assassinadas entre janeiro de 2008 e setembro de 2021.
Entre outubro de 2020 e setembro de 2021 foram registrados 375 assassinatos no mundo, o que representa um aumento de 7% em relação ao ano anterior.
O relatório mostra que o Brasil teve 125 mortes. Por outro lado, só no ano de 2020, Associação Nacional de Travestis e Transexuais reportou 175 transfeminicídios e mapeou 80 mortes no primeiro semestre de 2021.
As maiores vítimas de transfeminicídio são mulheres. De acordo com o documento da Transgender Europe, 96% das pessoas assassinadas em todo o mundo eram mulheres trans ou pessoas transfeminadas; 58% das pessoas trans assassinadas eram profissionais do sexo; a idade média das pessoas assassinadas é de 30 anos; 36% dos homicídios ocorreram na rua e 24% na própria residência.
Os dados da organização (TGEU) são obtidos por movimentos trans e organizações da sociedade civil que realizam alguma categoria de monitoramento profissional em seus países. Mas, esses números não representam a transfobia no Brasil.
Segundo o relatório, ainda há que considerar os casos não reportados e as mortes não registradas com motivação transfóbica pelos sistemas governamentais de segurança pública, que no Brasil são gritantes.
Para Kaio de Souza Lemos, homem trans, coordenador da Revista Estudos Transviades e do Instituto Brasileiro Transmasculinidades (IBRAT), a falta de boletins de ocorrência transforma a transfobia em um crime invisível, dificultando o mapeamento de políticas públicas.
Segundo ele, a escalada da violência contra as pessoas transgênero tem se confundido com o ambiente político, “marcada por um fundamentalismo da heteronormatividade e que reflete na falta de dados sobre a violência contra essa população”.
A jornalista e produtora de conteúdo trans, Helena Vieira, analisa que no Brasil ainda não se reconhece a categoria de violência contra pessoas trans.
“Precisamos falar de genocídio, pois a forma de funcionamento da violência no Brasil contra pessoas trans é, ao mesmo tempo, explicita por seus números e escondida, como se houvesse um acordo tácito de silenciar frente a essas mortes.”
Direito de existir e viver
O estudo LGBTIfobia no Brasil: barreiras para o reconhecimento institucional da criminalização publicado em 2021, pesquisa organizada pela All Out e coordenada pelo Instituto Matizes, aponta que, passados dois anos da decisão do STF, a criminalização da LGBTIfobia ainda não é uma realidade no país.
“As dificuldades de efetivar as denúncias se somam à resistência das forças de segurança pública e do sistema judicial em reconhecer e aplicar a decisão”.
O levantamento aponta 34 barreiras para o reconhecimento da criminalização contra essa população. A ausência de padronização dos sistemas estaduais de registro das ocorrências e o não reconhecimento do nome social de travestis e pessoas trans nos procedimentos de denúncia estão entre as barreiras sobre procedimentos institucionais apontadas pelo estudo.
A inexistência dos campos de orientação sexual e identidade de gênero nos sistemas de preenchimento de boletins de ocorrência (BO) é apontada como uma das barreiras sobre falta de transparência e opacidade do Estado.
Outros obstáculos são o baixo índice de preenchimento dos campos de orientação sexual e identidade de gênero, quando existem, e o preenchimento inexpressivo dos campos de motivação de crimes LGBTIfóbicos nos BOs.
Em outubro de 2021, o Jornal Hoje da Rede Globo, investigou o número de casos de homofobia e transfobia registrados nas delegacias a partir de um requerimento a todos os estados brasileiros, por meio das secretarias estaduais de segurança pública, via Lei de Acesso à Informação (LAI).
Apenas 15 estados e o Distrito Federal informaram os números, 10 estados disseram que seus sistemas que não permitem saber as próprias estatísticas em relação a esses crimes e o estado de Santa Catarina deu uma resposta inconclusiva.
Dos números informados à reportagem do jornal entre junho de 2020 e junho de 2021, foram contabilizados 135 crimes de homofobia e transfobia. Por outro lado, os dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) — citados no início dessa matéria — que tratam apenas dos crimes de transfeminicídio, são maiores que todos os dados de homofobia registrados no Brasil.
São 175 assassinatos cometidos contra travestis e mulheres trans só em 2020. No primeiro semestre de 2021 foram mortas 89 pessoas trans, segundo a associação: 80 assassinatos e 9 suicídios. A Antra registrou ainda nesse período 33 tentativas de assassinato e 27 violações de direitos humanos contra essa população.
A reportagem do Jornal Hoje também solicitou às secretarias estaduais de segurança pública os números de outros crimes contra a população LGBT+.
Nove estados não souberam responder, entre eles AM, RJ e MG. Dos estados que responderam à solicitação, foram contabilizados pela reportagem 1.726 registros de crimes com motivação homofóbica, um aumento de 21% em relação a 2019.
Desse total, foram registradas 813 ofensas (injúrias, difamações e calúnias), 335 ameaças e 237 agressões.
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Joaquim de Carvalho – Parceiros de Dallagnol na Lava Jato, como Diogo Castor e Januário Paludo, também tiveram contracheque bem gordo em dezembro. MPF diz que pagamento foi legal .
Mesmo depois de se demitir, Deltan Dallagnol teve rendimentos brutos extras de R$ 207 mil do Ministério Público Federal em dezembro.
Ele não foi o único da Lava Jato contemplado com um contracheque bem mais gordo no último mês de 2021.
O notório Januário Paludo teve acréscimo de R$ 306 mil brutos em seu salário. Isabel Cristina Groba Vieira, que exigiu que Lula a chamasse de doutora em um dos depoimentos do ex-presidente a Moro, teve vencimentos brutos acrescidos de R$ 174 mi.
Orlando Martello, que Dallagnol considerava um dos estrategistas da Lava Jato, teve um extra de R$ 158 mil.
Letícia Pohl Martello, esposa dele, que como coordenadora da área criminal do MPF de Curitiba criou com Dallagnol a força-tarefa, teve rendimentos brutos a mais de R$ 105 mil.
Diogo Castor de Mattos, que teve a pena de demissão aplicada pelo Conselho Nacional do Ministério Público pelo caso do outdoor que envolve crime de falsidade ideológica, teve um extra bruto de R$ 158 mil.
Outros membros da Lava Jato e de todo o Ministério Público Federal também foram contemplados com essas verbas extras, cujo pagamento foi autorizado pelo procurador-geral, Augusto Aras.
O maior rendimento extraordinário foi pago ao procurador Mário Lúcio de Avelar, da Procuradoria da República de Goiás: R$ 471 mil brutos, conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo — que, no entanto, não citou os lavajatistas.
Depois da reportagem, Aras explicou a razão do pagamento dos extras.
“Trata-se da quitação de dívidas da União para com membros do MPF, tais como licença-prêmio, abonos e indenizações de férias não usufruídas. Parte dessas dívidas é antiga (algumas da década de 1990) e foi reconhecida por decisões judiciais, que determinaram a respectiva quitação. Referem-se, portanto, a direitos previstos em lei, reconhecidos e disciplinados pelos órgãos superiores e de controle, caso do CNMP”, disse, por meio de nota oficial.
Dallagnol pediu demissão do MPF em novembro e se filiou ao Podemos em dezembro, para disputar um cargo nas próximas eleições, possivelmente o de deputado federal, que tem salário menor do que a média do Ministério Público.
Castor de Mattos tem tentado adiar a pena aplicada pelo CNMP e, portanto, como membro ativo da instituição, continua a usufruir dos mesmos direitos que os demais.
Ele e outros procuradores da força-tarefa estão sendo investigados pelo Tribunal de Contas da União por conta de diárias que receberam ao longo do funcionamento da Lava Jato, mesmo possuindo residência em Curitiba.
Alguns procuradores embolsaram mais de R$ 700 mil ao longo de sete anos a título de diárias.
Nesse caso, há indícios de irregularidades e até mesmo de ilegalidades. Já o contracheque de dezembro, a julgar pelo esclarecimento de Aras, não é ilegal. Mas, em tempo de pandemia e consequente restrição orçamentária, é inegavelmente imoral.
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A cantora Elza Soares morreu aos 91 anos nesta quinta-feira (20), no Rio de Janeiro.
“É com muita tristeza e pesar que informamos o falecimento da cantora e compositora Elza Soares, aos 91 anos, às 15 horas e 45 minutos em sua casa, no Rio de Janeiro, por causas naturais”, diz o comunicado enviado pela assessoria da cantora.
“Ícone da música brasileira, considerada uma das maiores artistas do mundo, a cantora eleita como a Voz do Milênio teve uma vida apoteótica, intensa, que emocionou o mundo com sua voz, sua força e sua determinação”.
“A amada e eterna Elza descansou, mas estará para sempre na história da música e em nossos corações e dos milhares fãs por todo mundo. Feita a vontade de Elza Soares, ela cantou até o fim”.
Elza Soares é considerada uma das maiores cantoras da música brasileira, com carreira no samba que começou nos anos 60.
Elza Gomes da Conceição começou cantando sambalanço com “Se Acaso Você Chegasse” em 1959, e se dedicou ao gênero nos anos 60.
Nos 34 discos lançados, ela se aproximou do samba, do jazz, da música eletrônica, do hip hop, do funk e diz que a mistura é proposital.
“Eu sempre quis fazer coisa diferente, não suporto rótulo, não sou refrigerante”, comparava Elza.
“Eu sempre quis fazer coisa diferente, não suporto rótulo, não sou refrigerante”, comparava Elza.
“Eu acompanho o tempo, eu não estou quadrada, não tem essa de ficar paradinha aqui não. O negócio é caminhar. Eu caminho sempre junto com o tempo.”
O último disco lançado foi “Planeta Fome” em 2019, e ela diz que não tem planos concretos para outro álbum neste ano. “Ainda não, mas vai surgir. Minha cabeça não para, cara”, afirma Elza.
A única certeza é que não iria parar de cantar: “Nem de brincadeira. Parar por quê? Por que parar? Não tem por que né?”.
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Frederick Wassef defende MDP Transportes, suspeita de desmatamento ilegal. Ex-superintendente da PF denunciou interferência do ex-ministro do Meio Ambiente no caso.
O desembargador Ney Bello, do Tribunal Federal Regional da 1ª Região (TRF-1), atendeu ao pedido do advogado da família do presidente Jair Bolsonaro (PL), Frederick Wassef, e concedeu uma liminar que libera parte da madeira apreendida em dezembro de 2020, na Operação Handroanthus, da Polícia Federal (PF), suspeita de ter origem em desmatamento ilegal. À época, o então superintendente da PF no Amazonas, Alexandre Saraiva, acusou o então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, de interferir no caso e obstruir a investigação. A decisão é liminar, e foi revelada primeiramente pelo jornal “Folha de S.Paulo”, informa O Globo.
Wassef representa a empresa MDP Transportes, uma das envolvidas na operação, e que foi beneficiada pela decisão de Ney Bello. O magistrado já havia autorizado a devolução de madeiras apreendidas para seis outras empresas, que não são representadas pelo advogado de Bolsonaro, em outubro.
O desembargador maranhense é um dos nomes cotados para uma das duas vagas abertas no Supremo Tribunal de Justiça (STJ). A escolha cabe ao presidente Jair Bolsonaro, a partir de lista elaborada pelos atuais ministros do tribunal, e deve ser tomada em fevereiro. Segundo a decisão do magistrado, os documentos apresentados pela MDP demonstram que a origem florestal do material apreendido “está devidamente comprovada”.
A decisão de Ney Bello também liberou caminhões, balsas, documentos e outros bens móveis da MDP que foram apreendidos. Segundo a “Folha de S.Paulo”, a empresa recorreu ao TRF-1 depois que a juíza Mara Elisa Andrade, da Justiça Federal no Amazonas, negou o pedido em primeira instância por entender que as restrições deviam ser mantidas já que a investigação está em curso.
No ano passado, em junho, a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia chegou a determinar a suspensão de outras decisões referentes ao caso que liberaram parte da madeira apreendida. Em sua decisão, ela afirmou que o material estava sendo devolvido “prematuramente” pelos fatos ainda estarem em apuração. A decisão foi em resposta a um pedido da Polícia Federal, que contestou ordens de juízes federais da 4ª Vara do Pará e da 7ª Vara do Amazonas que estavam apontando ilegalidades nas investigações e liberando a madeira apreendida.
Durante a operação Handroanthus, a PF levantou indícios de extradição ilegal de madeira pela MDP, além de suspeitas de irregularidades no processo de autorização da atividade. Ao todo, a operação apreendeu mais de 131 mil m³ de madeira em tora na divisa dos estados do Pará e do Amazonas, o equivalente a 6.243 caminhões lotados de carga, a maior quantidade de madeira ilegal já apreendida no país.
O caso abriu uma crise no governo Bolsonaro depois que o ex-titular da pasta do Meio Ambiente, Ricardo Salles, se tornou alvo de um inquérito por tentativa de obstrução da investigação da PF. Alguns meses depois, em 2021, o ex-ministro voltou a ser alvo da PF durante a operação Akuanduba, que investiga exportação ilegal de madeira. Na época, a corporação afirmou que vê “fortes indícios” de que Salles esteja envolvido em um “grave esquema de facilitação ao contrabando de produtos florestais”. Pouco depois, o ex-ministro foi exonerado pelo presidente Jair Bolsonaro.
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No debate público sobre assuntos importantes é preciso saber separar os polêmicos dos polemistas. A primeira categoria é formada pelos corajosos, que defendem com sinceridade os seus argumentos mesmo contra o senso comum, contra a corrente. Os segundos são aqueles que criam marola onde não existe, justamente para fingir que estão indo contra a corrente.
Nesse momento em que reinam as fake news, polemistas ficam ainda mais à vontade para embaralhar citações acadêmicas e colocá-las a serviço das conclusões que já formaram de antemão. Se suas teorias não se aplicam à realidade brasileira, vão buscar os acontecimentos de qualquer outro canto do planeta para servir-lhes de exemplo. Uma gambiarra aqui, outra ali, e vão em frente.
Há algum tempo, os criadores de controvérsias escolheram como alvo as propostas identitárias. Obviamente, nenhuma ideia deve ser blindada de contestação, desde que isso seja feito com honestidade e respeito. E é verdade que a discussão sobre identitarismo é travada muitas vezes de forma sumária, truculenta, simplista – nada que não possa ser resolvido pelo próprio debate. Na maior parte das vezes, a discussão é travada em alto nível.
Os polemistas, no entanto, são como Chacrinha: não vieram para explicar, mas para confundir. Com esse objetivo, criam até rótulos para realidades inexistentes.
O mais novo exemplo é o “neorracismo identitário”. Um nome empolado para a cascata do racismo reverso.
Segundo seu criador, estamos sob a ameaça do “supremacismo negro”
A preguiça em rebater esse tipo de argumentação arquitetada para colocar seu autor no centro de uma falsa polêmica é logo vencida quando se imagina o mal que pode produzir se for popularizada.
Rapidamente, talvez seja útil fazer alguns lembretes aos incautos. Aí vão exemplos de supremacia negra hoje no Brasil:
– Segundo o IBGE, entre os 10% mais pobres do Brasil, 75% são negros. – Pela mesma fonte, negros também têm supremacia nos empregos informais – 47%, contra 34% dos brancos.
– População preta e parda é maioria também entre os que não têm acesso a esgoto: 42,8% contra 26,5%. – O supremacismo negro, que já era grande na população carcerária, cresceu 15%. Em 2005, 58,4% dos presos do país eram pretos ou pardos; em 2019 esse percentual subiu para 66,7%. – O teórico pode se valer também de outra estatística: segundo a ONG Justiça Global, entre as crianças mortas como consequência de ações policiais nas favelas cariocas, 75% são negras.
Seria possível continuar com uma extensa lista de itens para exemplificar a supremacia negra nessas circunstâncias trágicas em que os brancos sempre estiveram a salvo.
Agora, quando a muito custo a sociedade se move para alcançar algumas poucas vitórias (como a maioria de alunos negros nas universidades públicas), surgem animadores de salão para dar argumentos aos reacionários.
Uma das grandes preocupações do tal teórico é o ódio disseminado contra os brancos. Como se a parcela da população oprimida e violentada por tantos séculos precisasse de alguma propaganda para isso.
Na verdade, o movimento negro brasileiro é até pacífico demais.
Branco que sou, uso meu lugar de fala para opinar que reações como a do produtor americano H. L. Thompson, que nocauteou um turista alemão em hotel de luxo do Rio depois de ser atacado com insultos racistas, nada mais são do que legítima defesa.
Mas o polemista pode ficar tranquilo. No Brasil, os racistas e aqueles que colaboram para manter a opressão à população negra ainda sofrem muito pouco as consequências de seus atos.
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No Brasil, falar sobre preconceito racial não é tarefa fácil, porque ninguém se confessa racista. Isso acaba sendo um passo para relativizar esse modelo cívico brasileiro herdado da escravidão, seja ele cultural, seja ele político.
A utilização de subterfúgios é o principal clichê de um discurso de integração onde se pressupõe que há uma sociedade em que negros e brancos convivem harmoniosamente, uma espécie de racismo cordial.
Não dá para acreditar que o Estadão publicou neste sábado (15) um texto de José Nêumane Pinto extremamente elogioso ao falso polemista Antonio Risério, que não tenha sido missa encomendada. Risério é quem assina o texto da Folha de hoje fartamente criticado, respaldando a ideia de que, na verdade, o Brasil teve uma escravidão que produziu progresso para os negros, tendo como origem o mesmo conceito do governo Bolsonaro que utiliza a Fundação Palmares para respaldar essa ideia fascista.
Isso basta para mostrar como funciona o mecanismo do racismo estrutural desse país em que o baronato midiático e um governo declaradamente racista se colocam em situações iguais para levantar questões funestas sobre a escravidão, com a intenção de produzir confusão, como é o caso do artigo da Folha de hoje, defender a ideia de que, se há racismo no Brasil, é do negro contra o branco.
O livro de Risério, elogiado por Nêumane é a repetição da justificativa da segregação e da violência que os negros sofrem ainda hoje, sobretudo nas periferias e favelas do Brasil, principalmente nas grandes capitais como Rio de Janeiro e São Paulo.
Quando Risério escreve um livro com o título “As Sinhás Pretas da Bahia: Suas Escravas, Suas Joias”, busca a ideia de que todo mundo pode ser um empreendedor de sucesso, ou seja, mais neoliberal traço fascista, impossível.
Mas o chavão é o de sempre, o de que negros também escravizavam negros como se fora uma mera questão de mercado. O que eles nunca dizem é que, de fato, os negros podiam ter escravos, mas somente escravos negros.
Nessas armadilhas, o que se busca sempre para explicar o sistema escravocrata no Brasil é tirar do foco as vítimas da escravidão com um conjunto de falácias para que não haja conflito entre a narrativa e a realidade, negando com pontos isolados e falsamente colocados no debate para que a história seja recontada não pelos fatos, mas pelos conceitos dominantes.
Essa velha malandragem com discursos ornamentados de dinâmica da escravidão não quer discutir a busca das raízes do preconceito e do racismo de hoje, o importante para encontrar uma solução que impeça qualquer ascensão dos negros na sociedade, é produzir soluções a partir de críticas de sistemas baseados na história americana, como se o movimento negro brasileiro não tivesse sua própria consciência e projetos suficientemente conhecidos dentro do próprio país que pode rever injustiças seculares, estruturais e cumulativas que, mediante políticas compensatórias, devem ser urgentemente implantadas.
O que o Estadão, a Folha e o governo Bolsonaro querem com esse discurso perfilado, é exigir que os negros aceitem o discurso oficial da classe dominante, 100% branca, condenando-os a esperar por mais um século num país de pouco mais de cinco séculos em que quatro deles teve escravidão dos negros.
O país necessita, e com urgência, de medidas eficazes que insiram os negros no universo de oportunidades. E só fará isso se refizer um balanço digno revendo a história dos negros na escravidão.
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