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‘Quintou!’: empresas brasileiras adotam semana de quatro dias sem cortar salários e ainda produzem mais

Companhias que testaram novo modelo de jornada reduzida colhem indicadores de melhora no bem-estar dos empregados sem perda de produtividade.

Menos ansiosos, mais produtivos e com a criatividade a todo vapor. É assim que se sentem funcionários de empresas brasileiras que adotaram a semana reduzida, com quatro dias de trabalho em vez de cinco, sem redução proporcional de salário.

São companhias que seguem uma tendência que avança em vários países para aumentar o bem-estar físico e mental dos trabalhadores.

Líderes de empresas ouvidas pelo GLOBO apontaram indicadores de aumento na qualidade de vida de empregados sem perda de produtividade e demissões. Ao contrário, as primeiras avaliações indicam melhores resultados, maior retenção e atração de talentos e estímulo à inovação.

Faltam dados precisos, mas cresce no país o número de empresas nas quais a quinta é a nova sexta-feira. Ou que trocaram a melancólica segunda pela terça-feira. Há ainda modelos com pausa no meio da semana ou rodízio.

Entre os trabalhadores, com um dia livre a mais, a maioria relata mais horas ao ar livre, frequência maior de exercícios, espaço para cuidar da saúde mental e principalmente mais tempo para organizar a própria casa e dar atenção à família, deixando o fim de semana realmente para descansar.

A semana reduzida virou uma causa global da organização sem fins lucrativos 4 Day Week, que tem conduzido experimentos em vários países do mundo. Entre junho e dezembro de 2023, acontece o primeiro teste no Brasil, em parceria com a ONG brasileira Reconnect Happiness at Work.

Trezentas empresas brasileiras já se inscreveram para a primeira fase, com seminários sobre o modelo e resultados dos testes internacionais. No projeto piloto, 50 companhias de diferentes portes e setores terão os resultados avaliados após seis meses.

‘Descansado produz mais’
Mas existem empresas no país testando o regime por conta própria e colhendo resultados positivos parecidos com os do exterior. A maioria é de pequeno porte e da área de tecnologia, um setor de maior flexibilidade e de grande disputa por profissionais qualificados.

É o caso da Vockan, representante da QAD no Brasil, que desenvolve programas de gerenciamento para indústrias. Em novembro do ano passado, a empresa de São Paulo adotou a semana de quatro dias para sua equipe de suporte.

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Agora é Lei: Bairro de Pau Grande, terra de Mané Garrincha, é declarado patrimônio imaterial do estado

O bairro de Pau Grande, também conhecido como “Terra de Mané Garrincha”, na Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro, foi declarado Patrimônio Cultural Imaterial do Estado do Rio de Janeiro. É o que determina a Lei 10.040/23, de autoria do ex-deputado Renato Cozzolino, que foi sancionada pelo governador Cláudio Castro e publicada na edição do Diário Oficial desta segunda-feira (19/06).

Pau Grande é um bairro pertencente ao distrito de Vila Inhomirim, 6° distrito do município de Magé. O local ficou conhecido por ser a terra natal de Mané Garrincha, considerado um dos melhores jogadores da história do futebol brasileiro e mundial. O distrito se localiza aos pés da Serra dos Órgãos e possui uma cachoeira que deságua na Baía da Guanabara.

*Com Agenda do Poder

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Ex-aluno invade colégio estadual no interior do Paraná; PM confirma uma morte

De acordo com informações, uma vítima morreu e outra foi encaminhada em estado grave para a Santa Casa de Cambé.

Um ex-aluno de 21 anos*, efetuou disparos de arma de fogo em outros dois estudantes no Colégio Estadual Helena Kolody, na Rua Estados Unidos, região central de Cambé, no norte do Paraná na manhã desta segunda-feira (19).

*Inicialmente a Banda B informou que tratava-se de um adolescente, porém, a PM confirmou que trata-se de um jovem de 21 anos.

Segundo informações da Polícia Militar Paraná, uma menina morreu e um menina ficou em estado grave encaminhada para a Santa Casa de Cambé. O colégio está isolado e neste momento há pais e moradores no entorno do local em busca de informações, segundo o Banda B.

O atirado teria pedido o histórico escolar, quando caminhou até os estudantes para efetuar dos disparos. A PM confirmou à Banda B que o suspeito está preso.

Nota do Governo do Paraná
O Governo do Paraná informa que um ex-aluno entrou armado no Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé, na manhã desta segunda-feira (19), alegando que solicitaria o seu histórico escolar. Segundo as informações iniciais, houve um episódio de violência, uma aluna morreu e outro aluno foi baleado e está internado. O governador Carlos Massa Ratinho Junior decretou luto oficial de três dias e lamentou profundamente o ocorrido. Os secretários de Segurança Pública e da Educação estão a caminho da cidade. O ex-aluno já foi detido e encaminhado para Londrina.

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Denúncia: a violência e a crueldade a que nossos filhos são incentivados em aplicativos da internet

No aplicativo de mensagens Discord, menores de idade estão sendo expostos a conteúdos perturbadores e perigosos. São vídeos e conversas que incentivam a automutilação, todo tipo de crueldade contra animais e pedofilia. Tudo ao vivo, a partir de desafios criados por criminosos, diz o Agenda do Poder.

O Fantástico foi procurado por ativistas que acompanham redes sociais para identificar e denunciar os crimes. Em comunidades no aplicativo, eles observaram e gravaram horas de material violento.

O aplicativo permite que as pessoas se comuniquem em transmissões ao vivo de vídeos dentro da plataforma. A menos que alguém grave, fora da plataforma, nada fica registrado.

Fotos e vídeos de pessoas ferindo o próprio corpo com lâminas foi um dos materiais recebidos pela equipe do programa. No Brasil, o incentivo à automutilação é crime. Em tempo real, criminosos desafiam alguém a praticar violência contra si ou contra animais, como uma forma de “divertimento cruel”.

Assista à reportagem que mostra os riscos a que crianças e adolescentes estão submetidos na internet sem qualquer controle das autoridades e sem que os provedores se preocupem em criar mecanismos que inibam os abusos.

E saiba que os filhos de qualquer cidadãos estão expostos a este tipo de violência estímulo à crueldades bizarras.

https://twitter.com/mbrenno_/status/1652861060901117955?s=20

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Existe um perfil de estudante mais propenso a planejar massacres em escolas? A resposta é sim

Estudo da Unicamp detecta perfil predominante e forma de cooptação entre jovens que promoveram ataques sanguinários em escolas.

Um estudo publicado pela Unicamp apurou características predominantes entre estudantes que planejam atentados de violência extrema em escolas. A pesquisa também apontou formas pelas quais os potenciais agressores são cooptados na web.

Em 21 anos, o Brasil registrou 22 ataques violentos em escolas. Do total, 9 foram executados apenas nos últimos 8 meses. Os dados ilustram a escalada de casos que têm ganhado destaque na mídia.

Ao analisar as ocorrências em escolas brasileiras, a doutora em Educação e professora da Unicamp, Telma Vinha, uma das autoras do estudo, listou em entrevista ao GGN algumas características comuns aos agressores.

O perfil predominante entre alunos que atentam contra escolas
De acordo com o estudo da Unicamp, os autores de atentados a escolas no Brasil são, em geral, jovens do sexo masculino, brancos, com “gosto pela violência”. “É muito comum eles se exibirem na internet com armas e facas”, disse a pesquisadora Telma Vinha.

A pesquisadora destacou que, em alguns casos, há claros indícios de “transtornos mentais variados” entre os agressores, sendo que o problema não é o transtorno em si, mas como ele é catalisado pela exposição ao discurso de ódio contra grupos ditos minoritários.

“Eles apresentam a característica de isolamento social, não são os meninos mais populares da escola, têm relações sociais mais restritas. Eles também têm características de misoginia, masculinidade tóxica, são racistas e homofóbicos”, pontuou a doutora em Educação e professora do Departamento de Psicologia Educacional da Unicamp.

Telma frisou que potenciais agressores cultivam um sentimento de ressentimento, “como se o mundo lhes devesse algo”. Eles acreditam que são os segmentos da sociedade “privilegiados” por políticas afirmativas que lhes retiraram oportunidades.

O ressentimento atravessa, portanto, o perfil socioeconômico da família onde esses agressores estão inseridos. “Eles não têm perspectiva de melhoria de vida, há pouca mobilidade econômica. Então, é como se não tivessem um propósito.”

Onde futuros agressores são cooptados

Telma Vinha explicou ao GGN que os agressores, geralmente, são alunos ou ex-alunos de escolas onde sofreram bullying ou situações de exclusão.

“Associado a isso, esses adolescentes agora são adeptos de discursos extremistas. Estão articulados em comunidades mórbidas, que são fóruns online de incentivo à violência e misoginia.”

“Há poucos anos atrás, eles precisavam entrar na deep web para encontrar esses fóruns extremistas. Agora isso tudo está na superfície da internet. São páginas no Twitter, fóruns de games. Geralmente, são cooptados enquanto jogam online. O problema não é o jogo ser violento em si. É, por exemplo, estar jogando e começar a xingar uma menina. Lá

eles são incentivados a fazer isso, começam a ofender, se sentem apoiados e, então, são convidados para entrar em comunidades de crimes reais no Discord, por exemplo.”

O Discord é uma plataforma voltada aos gamers e, segundo Telma Vinha, ostenta no Brasil uma das comunidades mais “radicalizadas” da web.

“Esses locais funcionam como uma câmera de eco reforçando uma tendência [à violência extrema]. Lá, eles são acolhidos, valorizados, se sentem pertencentes e compartilham ressentimentos. Eles odeiam juntos, e são incentivados a cometerem ataques para mostrar valor. Agem sozinhos, mas como se fosse uma missão.”

*Com GGN

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Mais um ataque a escola: Aluno deixa duas meninas feridas em ataque em escola no Ceará

Um estudante de 14 anos atacou e feriu dois alunos na tarde de hoje em uma escola da cidade de Farias Brito, a 58 quilômetros de Juazeiro do Norte, no Ceará.

O agressor entrou na sala do 4º ano e atingiu as vítimas, duas meninas de 9 anos, com um objeto cortante, informou a prefeitura da cidade, por nota. O caso ocorreu na Escola Municipal Isaac de Alcântara Costa.

Uma das alunas teve lesão superficial na cabeça e já recebeu alta.

Já a outra estudante teve uma lesão profunda na região frontal da cabeça. Ela foi transferida para o hospital Santo Antônio, em Barbalha, cidade da região do Cariri, está com sinais vitais preservados e estado geral estável.

Testemunhas que estavam no local disseram que o estudante foi imobilizado e detido por uma professora.

O garoto de 14 anos, que também é aluno da instituição, foi apreendido pela Polícia Militar. Com ele, uma faca também foi apreendida.

Ele foi encaminhado para delegacia regional do Crato, onde será ouvido. A ocorrência está em andamento. disse a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social.

“Lamentamos profundamente o ocorrido e nos solidarizamos com as famílias das vítimas. A administração municipal está tomando todas as medidas necessárias para apurar o caso”, diz nota da prefeitura.

*Com Uol

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Brasil retorna à Unasul, após quatro anos de diplomacia da ‘total subordinação aos EUA’

Medida faz parte da agenda de retomada das principais alianças internacionais do país. Decreto entra em vigor a partir de 6 de maio.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) oficializou o retorno do Brasil à União de Nações Sul-Americanas (Unasul), depois de quatro anos em que o país ficou fora do bloco. A medida faz parte da agenda de retomada das principais alianças internacionais do país, conforme já anunciado pelo Ministério das Relações Exteriores. O decreto que promulgou o Tratado Constitutivo da Unasul (nº 11.475/2023) foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União na quinta-feira (6) e entra em vigor a partir de 6 de maio.

A Unasul foi criada em maio 2008, durante o segundo mandato de Lula, num período em que as esquerdas governavam os principais países sul-americanos. O objetivo principal do bloco é fomentar a integração entre os Estados-membros, por meio das duas uniões aduaneiras do continente: o Mercosul (integrado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, e associados) e a Comunidade Andina (formada por Bolívia, Colômbia, Equador e Peru).

Além da esfera econômica, o grupo desenvolve ações em outras áreas de interesse, como social, cultural, científica, tecnológica e também política. Em seu primeiro ano, o bloco foi responsável pela criação do Conselho Sul-Americano de Defesa (CDS) para elaboração de políticas comuns de defesa, com autonomia em relação à Organização dos Estados Americanos (OEA). O Conselho atuou, por exemplo, na resolução de conflitos internos

na Bolívia, e entre Colômbia, Venezuela e Equador.

Direita contra a Unasul
Entre 2010 e 2019, a Unasul teve todos os 13 países da América do Sul em sua composição. No entanto, já no início da gestão de Jair Bolsonaro (PL), o Brasil anunciou seu desligamento. O pretexto usado foi que o país não participaria de um bloco que passaria a ser presidido pela Bolívia, cumprindo a rotatividade prevista no estatuto da instituição.

Em seguida, desta vez sob ascensão da direita, foi criado o Prosul (Fórum para o Progresso da América do Sul), que teve em seus membros: Argentina (então presidida por Mauricio Macri), Chile (Sebastián Piñera), Colômbia (Iván Duque), Equador (Lenín Moreno), Guiana (embaixador George Talbot), Paraguai (Mario Abdo Benítez) e Peru (Martín Vizcarra), além do Brasil. Venezuela e Bolívia não foram convidadas para integrar o bloco.

Na época, o ex-chanceler Celso Amorim classificou a saída do Brasil da Unasul e a criação do novo bloco como “total subordinação do Brasil aos EUA”. Agora, assim como o Brasil, a Argentina também anunciou que voltará ao bloco, que atualmente tem como membros da Bolívia, Guiana, Suriname e Venezuela, além do Peru, que se encontra suspenso.

Brasil retoma diplomacia

Desde o início do seu terceiro governo, Lula vem defendendo o aprimoramento das relações entre os países do continente. Ainda em janeiro, o Brasil também retornou à Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), após três anos de afastamento do mecanismo, e participou da sétima reunião de cúpula do grupo, em Buenos Aires, na Argentina.

Em janeiro de 2020, o governo de Jair Bolsonaro decidiu retirar o Brasil da Celac por divergências políticas e ideológicas com Cuba, Venezuela e Nicarágua. O fim do bloqueio norte-americano a Cuba é uma reivindicação histórica do bloco.

A Celac reúne 33 países da região e desde sua criação, em 2010, tem promovido reuniões sobre os diversos temas de interesse das nações latino-americanas e caribenhas, como educação, desenvolvimento social, cultura, transportes, infraestrutura e energia.

Além disso, tem se pronunciado em nome de todo o grupo por ocasião de assuntos discutidos globalmente, como o desarmamento nuclear, a mudança do clima e a questão das drogas, entre outros.

*Com RBA

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Volta do Brasil à cúpula do G7 é marcada por controvérsias e agenda tensa

Jamil Chade*

O governo do Japão afirma que decidiu convidar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a cúpula do G7 com o objetivo de ouvir o posicionamento do Brasil em alguns dos principais temas internacionais. Mas a participação do país ocorre num momento de tensão e numa agenda estabelecida pelos organizadores que pode representar pontos de profunda discordância em relação aos objetivos da política externa brasileira.

A reunião entre os líderes ocorre em Hiroshima entre os dias 19 e 21 de maio e a presença de Lula marca um retorno do Brasil ao grupo, depois de anos ignorado e preterido. Jair Bolsonaro não foi convidado a nenhuma das reuniões do G7, bloco formado por EUA, Reino Unido, França, Alemanha, Canadá e Itália, além do Japão. Nos últimos anos, os presidentes do Chile ou da Argentina foram convidados pelo grupo e representaram a América Latina.

Segundo o embaixador do Japão, Kazuyuki Yamazaki, desta vez o Brasil será o único país sul-americano convidado ao evento. O fato de ser um dos principais membros dos Brics também foi considerado na escolha.

Além dos integrantes do bloco, a cúpula do G7 optou por chamar a participação de outros oito países. São eles:

  • Austrália
  • Coreia do Sul
  • Vietnã
  • Brasil
  • Índia (na condição de presidente do G20)
  • Indonésia (na condição de presidente da Asean)
  • Comoros (como presidente da União Africana)
  • Ilhas Cook (como presidente do Fórum das Ilhas do Pacífica)

Também serão convidados os líderes de entidades como a OMS, OMC, Banco Mundial, FMI e OCDE.

Outro ponto de potencial atrito se refere à relação com a China. “O G7 irá reafirmar e fortalecer a cooperação pela Abertura e Liberdade da Região Indo-Pacífica”, diz o documento. Segundo diplomatas, trata-se de um recado velado de unidade do bloco contra qualquer gesto de Pequim em Taiwan ou em águas internacionais. O Brasil já deixou claro que quer uma relação privilegiada com os chineses e que não fará parte de uma ofensiva internacional anti-China.

No documento, outros os pontos principais foram apresentados para a cúpula que terá a presença de Lula, Joe Biden, Emmanuel Macron e outros líderes:

Desarmamento Nuclear – Um compromisso internacional de recusa ao uso de armas nucleares.

Resiliência econômica – “O Brasil é o único do país da América do Sul que participará. É o maior e queremos ouvir a visão e perspectiva do Brasil sobre os principais temas da agenda”, disse o embaixador japonês. “Em todos os temas, o posicionamento brasileiro é relevante”, insistiu.

Itens da agenda da reunião como mudanças climáticas e o abastecimento de alimentos serão fundamentais na presença brasileiro. Pesou, segundo os organizadores, o fato de o governo Lula manter um “intenso engajamento diplomático com os principais líderes mundiais”.

G7 irá trabalhar em temas como a resiliência das cadeias de fornecimentos.

Clima e Energia – O governo do Japão aponta que, apenas da importância da garantir abastecimento de energia diante da agressão russa contra a Ucrânia, a meta de redução de emissões até 2050 precisa ser mantida. Na cúpula, o G7 mostrará um rascunho do projetos para se atingir tais objetivos climáticos.

Alimentos – Diante da crise de commodities, o governo do Japão afirma ser urgente garantir um acesso seguro e viável aos alimentos e desenvolver resiliência. Com esse objetivo, o G7 irá identificar vulnerabilidades estruturais no sistema de alimentos.

Saúde – Com base nas lições da pandemia, o G7 quer construir e fortalecer a arquitetura de saúde global, com especial atenção dada para prevenção, preparação e respostas a futuras pandemias. A meta é ainda a de promover um debate sobre uma cobertura universal de saúde mais resiliente e sustentável.

*Uol

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Sociedade reage a crime brutal em Blumenau e pede combate à cultura do ódio

Ataque a creche em Santa Catarina deixou quatro crianças mortas. ‘Diante da monstruosidade, é urgente investir em políticas de paz’, afirma Lula.

Personalidades de diferentes campos reagiram à brutalidade do ataque em uma creche em Blumenau (SC) nesta quarta-feira (5), quando um homem atacou crianças com uma machadinha. Quatro morreram e quatro estão internadas. De acordo com a Polícia Civil local, elas tinham entre 4 e 7 anos. Autoridades agora trabalham para identificar as razões do atentado, uma vez que o homem não tinha ligação com a escola ou com qualquer uma das vítimas.

Especialistas em comunicação pedem que não sejam divulgadas imagens ou maiores informações sobre o criminoso. A ideia é não dar visibilidade ao agressor, uma vez que isso pode ser considerado positivo em redes de ódio e possa estimular mais comportamentos violentos. “A literatura aponta o chamado ‘efeito contágio’ desse tipo de massacre. Noticiário sangrento tende a gerar mais ocorrências e a ‘santificação’ dos agressores”, como explica o jornalista e professor da Universidade de São Paulo (USP) Rodrigo Ratier, em sua coluna no Ecoa/UOL. Especialista em comunicação digital, Ratier pede “controle imediato das notícias e das armas”.

Em relação às demais repercussões na sociedade, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manifestou indignação e solidariedade com as famílias. “Não há dor maior que a de uma família que perde seus filhos ou netos, ainda mais em um ato de violência contra crianças inocentes e indefesas. Meus sentimentos e preces para as famílias das vítimas e comunidade de Blumenau diante da monstruosidade ocorrida na creche Bom Pastor”, disse . Seu partido, em nota, disse ser “urgente investir em políticas de paz e solidariedade”.

Reação urgente

O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino, disse, por sua vez, que realizará uma reunião com Lula sobre o caso. “Como pai, sinto a dor na alma, pois a conheço. Estarei com o presidente Lula daqui a pouco para o debate de medidas de apoio aos estados, municípios, escolas privadas e suas comunidades.”

Para o professor e pesquisador na Faculdade de Educação da USP Daniel Cara, o ataque era esperado. “A pergunta nunca foi se aconteceria um novo ataque com mortes. Mas quando. Essa chaga precisa ser enfrentada. Todo o Brasil precisa agir com urgência. O que estamos esperando?”, criticou.

Ele adiantou que conversou com integrantes do Ministério da Educação. “O MEC articula a formulação de um Decreto Interministerial para o estabelecimento de um grupo de trabalho que elabore uma política nacional de combate à violência às escolas. Autorizaram esse anúncio pelo fato de que nosso relatório, elaborado na transição governamental, terá consequências positivas. O Brasil vai reagir.”

Já o ministro da pasta, Camilo Santana, disse que está em contato também com o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), sobre o caso. “Recebemos chocados a informação do ataque a uma creche em Santa Catarina, vitimando crianças indefesas e provocando uma dor imensurável às famílias e angústia à população. Minha solidariedade a todos diante dessa tragédia, que comove o país”, afirmou.

Cultura do ódio

Os desafios não são poucos. Além de implementar medidas urgentes para ampliar a segurança dos estudantes e professores nas escolas, a solução passa por questões como o combate à cultura do ódio. Nos últimos anos cresceu o discurso de ódio e a intolerância no Brasil e no mundo. Xenofobia, machismo, racismo e até nazismo ganharam espaço, em especial nos ambientes das redes sociais.

A filósofa e escritora Marcia Tiburi destaca o papel de políticos e mesmo da imprensa comercial. “A matança na creche em Blumenau é efeito da política do ódio implantado pelos extremistas de direita no Brasil há 10 anos. Governo e povo terão muito trabalho contra isso. A máquina de produzir fascistas precisa ser parada. Não é dando voz a Steve Bannon que isso vai acontecer”, disse. Bannon é um dos estrategistas de Donald Trump, nos EUA, e de Jair Bolsonaro no Brasil. Pesa sobre ele disseminação massiva de desinformação, além de propagação de discurso de ódio. Marcia faz referência a um artigo com falas do extremista contra Lula, publicado pelo jornal Folha de S.Paulo.

O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação

Social do governo, Paulo Pimenta, também destacou a necessidade de combate assertivo contra o discurso de ódio. “Triste a cultura da violência que se espalhou pelo Brasil. Desta vez, atinge a creche Bom Pastor, em Blumenau. Quatro crianças foram mortas e uma outra está e em estado grave. Nossa total solidariedade às famílias e ao povo de Blumenau frente a essa monstruosidade absurda”, declarou.

Culto à violência

O doutorando em Ciência Política e ex-deputado federal Jean Wyllys lembra de pontos que ligam a extrema direita à ascensão da violência nas escolas. “A veneração por armas, a ideologia supremacista branca, o anti-intelectualismo, o fanatismo evangélico neopentecostal, mas também e sobretudo forma espetaculosa de cometer, espalhar o terror.”

“Toda solidariedade aos pais das crianças mortas no massacre em Blumenau. Não consigo imaginar o tamanho dessa dor. Creio, contudo, que é importante entender esse novo massacre em escolas no Brasil como um grave sintoma da ascensão da extrema-direita. Depois de 4 anos de governo Bolsonaro, massacres em escolas, antes comuns só nos EUA, praticamente estão virando rotina no Brasil. Essa forma de terrorismo está associada ao medo, ansiedade e pânico que a extrema direita cria em homens limítrofes articulados em rede”, completa.

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Luiz Lima, o autor do massacre que causou a morte de no mínimo 4 crianças em creche de Blumenau

Luiz de Lima, de 25 anos, é o nome do assassino que cometeu um massacre dentro de uma creche de Blumenau, onde matou quatro crianças e feriu outras quatro pessoas.

Após a chacina, Luiz foi até o batalhão da PM para se entregar. Segundo informações preliminares, o assassino invadiu a creche com um machado.

Ele invadiu o local na manhã desta quarta-feira, 5. Outras pessoas foram encaminhadas para o hospital do município, mas não se tem o número exato de feridos. O Hospital Santo Antônio recebeu quatro crianças, duas meninas e um menino de 5 anos e um menino de 3.

*Com Agenda do Poder

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