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Em clima tenso, eleitores da Venezuela vão às urnas para votação presidencial

Quase 21 milhões de pessoas estão registradas para votar em uma população de 30 milhões.

Os locais de votação na Venezuela abriram as portas neste domingo às 6H00 (7H00 de Brasília) para as eleições presidenciais nas quais o atual chefe de Estado, Nicolás Maduro, que aspira um terceiro mandato de seis anos, enfrenta o diplomata Edmundo González Urrutia.

Quase 21 milhões de pessoas estão registradas para votar em uma população de 30 milhões, embora analistas calculem que poderão comparecer às urnas apenas 17 milhões que estão no país e não migraram devido à dura crise da última década.

Os locais de votação devem permanecer abertos até 18H00 (19H00 de Brasília), com possibilidade de ampliação do horário em caso de necessidade.

Os candidatos
Dez candidatos concorrem em um sistema de votação única, mas apenas dois têm relevância nas pesquisas.

Por um lado, Maduro, de 61 anos, sucessor do falecido líder socialista Hugo Chávez, busca um novo mandato que o levaria a 18 anos no poder. Ele sobreviveu a uma crise econômica monumental e protestos da oposição que resultaram em centenas de mortes, em meio a denúncias de violações dos direitos humanos.

Do outro, González Urrutia, um diplomata de 74 anos, foi postulado de última hora pela aliança Plataforma Unitária para representar a ex-deputada liberal María Corina Machado, que está impedida de ocupar cargos públicos e tem sido a força motriz por trás da campanha da oposição.

Os números
Estão registradas para votar 21 milhões de pessoas, em uma população de 30 milhões, distribuídas em mais de 30 mil mesas de votação.

No entanto, especialistas estimam que cerca de 17 milhões de eleitores que estão na Venezuela participarão do pleito. Embora os venezuelanos no exterior tenham direito ao voto, muito poucos poderão exercê-lo, pois menos de 70 mil estão registrados nos consulados.

Nos últimos anos, a Venezuela enfrentou uma migração em massa devido a uma crise que reduziu seu PIB em 80% entre 2013 e 2020. Mais de 7 milhões de pessoas deixaram o país na última década, segundo a ONU.

O salário médio no setor privado é de cerca de 150 dólares por mês, enquanto o mínimo é de apenas 4 dólares mensais, com bonificações adicionais que o elevam para cerca de 130 dólares. Analistas temem que uma vitória de Maduro possa desencadear uma nova onda migratória.

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Vídeo: Interrompido por torcedor sionista durante entrevista, jovem dá invertida: “Palestina livre”

.Com a camiseta da seleção brasileira, jovem comentava a partida entre Israel e Mali quando foi interrompido por um sionista.

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra um jovem comentando a partida de futebol masculino entre Israel e Mali, na última quarta-feira (24), pelos Jogos Olímpicos de Paris.

“O que você acha do jogo?”, perguntou a repórter. “Achei que foi um bom jogo. No início, pensei que Israel era melhor, mas agora o Mali está a destruí-los”, disse o jovem, que estava vestindo a camisa da seleção brasileira de futebol.

Neste momento, um torcedor israelense interrompe a entrevista e, com o dedo em riste, diz para não falar de política.

“Só estou falando de futebol”, disse o jovem, que em seguida falou: “Palestina livre, livre, uma Palestina livre, livre, livre, livre”.

Irritado, o sionista começou a proferir palavrões juntamente com a sua esposa contra o jovem e outros que também manifestaram apoio à Palestina. Foram contidos pelos seguranças.

https://twitter.com/i/status/1817193521339675111

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Olimpíadas: “ataque massivo” a trens na França assusta e afeta 800 mil

Ataque ao sistema de trens de alta velocidade prejudicou as principais linhas que conectam Paris ao resto da França e a países vizinhos.

O ataque ao sistema francês de Trens de Alta Velocidade (TGV), que prejudicou as principais linhas que conectam Paris ao resto da França e a países vizinhos nesta sexta-feira (26/7), afetou cerca de 800 mil pessoas, de acordo com o presidente da companhia ferroviária SNCF, Jean-Pierre Farandou. As investidas incluíram incêndios criminosos.

“Este ataque massivo à rede ferroviária de alta velocidade causará perturbações pelo menos até o fim do fim de semana”, informou o presidente da SNCF.

Segundo a Eurostar, o serviço ferroviário pelo Canal da Mancha, entre Londres e Paris, foi interrompido, e “os trens de alta velocidade para e de Paris estão sendo desviados pela linha clássica”.

A ministra dos Esportes da França, Amélie Oudéa-Casteram, condenou o ataque ao sistema ferroviário e pontuou que trabalha a fim de garantir transporte de delegações para os locais de competição. Em declarações à televisão BFM, disse que “jogar contra os Jogos (Olímpicos) é jogar contra a França”.

Apesar do ataque ao sistema francês de TGV, a cerimônia de abertura das Olimpíadas de Paris está mantida, garantem as autoridades do país. A abertura será às 14h (horário de Brasília) no Rio Sena, noite em Paris.

Conforme as autoridades, são mais de 45 mil policiais, 10 mil soldados e 2 mil agentes de segurança privada destacados. Atiradores de elite estão posicionados em prédios e telhados, e drones vigiam o local.

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Pesquisa aponta que Kamala Harris assumiu a liderança na corrida pela Casa Branca

Pesquisa Reuters/Ipsos aponta que Kamala Harris possui 44% das intenções de voto, ante 42% de Donald Trump. A diferença está dentro da margem de erro.

A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, abriu uma vantagem de dois pontos percentuais sobre o ex-presidente Donald Trump, segundo pesquisa divulgada pela Reuters/Ipsos nesta terça-feira (23), diz a CNN. Este resultado surge após o presidente Joe Biden anunciar sua desistência da campanha de reeleição,

O levantamento, conduzido na segunda e terça-feira, revelou que Kamala Harris possui 44% das intenções de voto, em comparação aos 42% de Donald Trump. A diferença, embora pequena, está dentro da margem de erro de três pontos percentuais.

A saída de Biden da corrida eleitoral e a aceitação formal da nomeação de Trump pelo Partido Republicano têm sido eventos recentes e significativos que moldaram o cenário político atual. Na pesquisa realizada entre 15 e 16 de julho, Harris e Trump estavam empatados com 44% dos votos. Anteriormente, na pesquisa feita entre os dias 1 e 2 de julho, Trump liderava com uma vantagem de um ponto percentual, também dentro da margem de erro.

Além das intenções de voto, a pesquisa mais recente destacou percepções sobre a capacidade mental dos candidatos. Um total de 56% dos eleitores registrados acreditam que Kamala Harris é “mentalmente capaz de lidar com desafios”, enquanto apenas 49% disseram o mesmo sobre Trump, que tem 78 anos. Biden, por outro lado, foi avaliado positivamente por apenas 22% dos eleitores nesse quesito.

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EUA: Kamala Harris cresce na disputa presidencial contra Trump

Enquanto doações alavancaram, pesquisas mostram potencial de Kamala e outros candidatos democratas saem da disputa.

A vice-presidente Kamala Harris avança na consolidação de seu nome para disputar a Presidência dos Estados Unidos pelo Partido Democrata, um dia após Joe Biden abandonar a disputa e anunciar que apoiaria a vice para enfrentar o ex-presidente Donald Trump.

Assim, esta segunda-feira foi marcada pelo primeiro dia de campanha de Harris à disputa presidencial, já movimentando mais de US$ 45 milhões de doações de empresários em menos de 24 horas do anúncio de saída de Biden.

Os números são da arrecadação do Partido Democrata ainda na noite deste domingo (21), somente horas depois do anúncio do atual presidente de desistir da reeleição e endossar a candidatura de sua vice, Kamala Harris.

Segundo a plataforma ActBlue, foi “o maior dia de captação de recursos do ciclo de 2024”, com o recorde de US$ 46,7 milhões no único dia. E os valores continuam crescendo.

De perfil moderado, mais caracterizada como “centro-esquerda” para os padrões da Califórnia, seu estado natal, Harris é uma promotora de Justiça formada pelos valores mais convencionais das políticas de Estado contra o crime dos anos 90, ao mesmo tempo que defende as medidas progressistas democratas.

Por seu perfil, pesquisas que sondaram opções quando a imagem de Biden começou a ruir, após o enfático debate junho, já indicavam que Harris estaria empatada com Trump em uma hipotética disputa.

A pesquisa New York Times/Siena College, que sondou os estados de Pensilvânia e Virgínia, indicavam maiores chances de Kamala do que Biden contra Trump, com 47% das intenções contra 48% de Trump no primeiro estado e 49% contra 44% de Trump, derrotando o ex-presidente em Virgínia.

Dados da CNN/SSRS mostravam também que Kamala estava empatada tecnicamente com Trump, com 45% contra 47% das intenções, quando sequer se mostrava candidata ou iniciava campanha própria.

Agora, além de Biden, Harris conta com a apoio de correligionários Bill e Hillary Clinton, dos quais já publicaram uma carta para “apoiar Kamala Harris e lutar com tudo o que temos para elegê-la”. Ainda que não confirmado o seu nome, a disputa parece estar garantida para ela.

Isso porque outros potenciais candidatos democratas, como é o caso do governador da Califórnia, Gavin Newsom, nome forte do partido e visto como opção de sucessão a Biden, também já afirmaram apoiar Harris.

“Com a nossa democracia e futuro por um fio, não há ninguém melhor para levar adiante [a disputa] contra a visão sombria de Donald Trump e guiar nosso país a um caminho mais saudável do que a vice-presidente dos Estados Unidos da América, @KamalaHarris”, disse Newson, nas redes sociais.

Fizeram o mesmo os governadores JB Pritzker de Illinois, Gretchen Whitmer de Michigan, Andy Beshear de Kentucky, Wes Moore de Maryland, Tim Walz de Minnesota e Tony Evers de Wisconsin – vários apontados como possibilidades para uma chapa presidencial.

Assim, em poucas horas, a vice-presidente se estabeleceu como a favorita do Partido Democrata para enfrentar Trump, o que virou de cabeça para baixo a disputa presidencial do país, diminuída em pouco mais de 100 dias.

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A globalização sucumbe ao fracasso neoliberal

A possível vitória de Trump certamente acelerará uma nova divisão do mundo capitalista, desta vez de cunho ideológico, diz o colunista Florestan Fernandes Jr.

Com o avanço da extrema-direita no mundo e sua pauta supremacista, antidemocrática e ultranacionalista, estamos dando adeus à cultura da globalização, que vigeu desde os anos 90.

A possível vitória de Donald Trump na eleição estadunidense que se avizinha, certamente acelerará uma nova divisão do mundo capitalista, desta vez de cunho nitidamente ideológico. De um lado, os autocratas fascistas comandando grupos fanatizados e violentos; de outro, aqueles que defendem a preservação das liberdades democráticas de credo, de gênero, de manifestação cultural e de igualdade de raças.

A percepção dessa iminente divisão e os efeitos dela sobre a vida das pessoas foi constatada em recente pesquisa realizada pela Ipsos-Reuters.

Segundo a pesquisa, 80% dos eleitores dos Estados Unidos disseram que o país está “saindo do controle”. Tanto eleitores de Biden como de Trump estão profundamente preocupados com a violência e a disrupção.

Outro dado da pesquisa aponta que 84% do eleitorado está preocupado com atos extremistas após as eleições.

O mais curioso em meio a esses números é que boa parte dos que estão preocupados com o avanço da violência, se diz eleitor do ex-presidente Donald Trump que, com seu perfil belicoso e extremista, há anos incita o ódio e a perseguição dos “inimigos” da vez. O mesmo Trump que no dia 6 de janeiro 2021 convocou uma multidão para invadir o Capitólio, numa tentativa clara de golpe de Estado. O mesmo Trump que defendeu os seus apoiadores que pediam o enforcamento do então vice-presidente, Mike Pence.

Aqui no Brasil, a exemplo de outros tantos países ocidentais, surgiu, na última década, uma extrema direita organizada e alinhada com as mesmas ideias elitistas, racistas e odiosas. Sob a cartilha de Steve Bannon, se implantou no país uma verdadeira guerra cultural e política, com violência virulenta jamais vista. Uma sociedade dividida, onde os adversários políticos foram transformados em inimigos a serem eliminados e os pilares do estado democrático de direito, erodidos.

Tudo isso se refletiu fortemente na política externa, que nos anos do (des)governo bolsonarista buscou aproximação com líderes de extrema-direita, afastando o país de seus parceiros comerciais históricos, inclusive promovendo crises com países como Alemanha, Espanha, França, Chile e tantos outros.

No léxico da extrema-direita internacional se destaca a negação de todo e qualquer sistema, ideia ou regime que não seja espelho de si. Chegamos ao ponto de quase romper com o Acordo de Paris, simplesmente porque o ex-presidente, do abismo de seu terraplanismo ambiental, não acreditava no aquecimento global. Nossa vizinha Argentina, sob Milei, segue no mesmo rumo do Brasil de Bolsonaro. O presidente ofende líderes de esquerda e até da direita convencional, esnoba o Mercosul, rechaça a entrada nos BRICS, enquanto seu povo amarga índices galopantes de pobreza e miséria. Nos EUA, Trump avança, com o mesmo discurso de ódio e fake News, e tem chances reais de vitória, sob o manto de um partido Republicano rendido ao trumpismo que o engoliu. Provas da proeminência do trumpismo são a escolha de um candidato a vice-presidente à imagem e semelhança de Trump; além do fato de que nenhum dos nomes históricos do Partido Republicano apareceu na convenção realizada nesta semana, que consolidou o nome de Trump como candidato do partido.

Tudo o que acompanhamos é o inverso do mundo globalizado que vimos até aqui e que sucumbe ao fracasso do neoliberalismo. Surgem no horizonte do século 21, as sobras revigoradas de tudo o que de pior o século 20 produziu – o fascismo, a intolerância e o ódio. Vivemos uma crise de confiança nas democracias, que atinge em cheio as instituições e até mesmo os avanços do conhecimento e da ciência são vitimados pelo negacionismo e terraplanismo trazido a reboque pela extrema-direita que se alastra.

É desse desalento e sentimento de incapacidade diante da vida e do mundo que emergem os líderes autoritários. É a partir dos discursos messiânicos que esses líderes inflamam os afetos e exploram a violência e intolerância que eles próprios exercem e fomentam em seus seguidores fanatizados.

É esse o caos em que estamos imersos e é nesse contexto que somos chamados a resistir e lutar pela preservação da democracia. Como disseram Marx e Engels no livro O Manifesto Comunista: “O capitalismo gera o seu próprio coveiro”.

*Florestan Fernandes Jr./247

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Após Biden desistir de reeleição, Eurasia reduz chance de vitória de Trump nos EUA

Consultoria vê 65% de probabilidade de candidato republicano vencer − 10 pontos a menos do que com Joe Biden na disputa.

A saída do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, da disputa pelas eleições de novembro deste ano aumenta as chances de vitória do Partido Democrata na corrida à Casa Branca, mas não tira o favoritismo do ex-presidente Donald Trump. É o que avalia Christopher Garman, diretor-executivo para as Américas da consultoria de risco político internacional Eurasia Group.

Em entrevista concedida ao InfoMoney algumas horas após Biden comunicar sua desistência da disputa pela rede social X (o antigo Twitter), Garman disse que o cenário era muito desfavorável para a manutenção da candidatura à reeleição do presidente. Mas ponderou que a troca de titularidade da chapa não é movimento simples em eleições.

“Biden estava em um ambiente muito difícil, em que sua performance no debate levantou de forma muito violenta a questão da sua capacidade cognitiva. Ele estava em um equilíbrio em que qualquer derrapagem, mesmo que pequena, era magnificada tremendamente, com um partido em pânico e doadores da campanha começando a segurar suas doações”, destacou.

“Criou-se um ambiente de cobertura de mídia, abandono do Partido Democrata, que estava deixando Biden cada vez mais vulnerável nas pesquisas. Manter uma campanha nessas condições ficou difícil. Com a troca da candidatura, tem-se uma base democrata mais energizada”, completou.

A Eurasia Group trabalhava com uma probabilidade de vitória de Donald Trump em 75% desde o debate organizado um mês atrás pela emissora de TV americana CNN e a tentativa de assassinato a tiro na semana passada. Agora, com a desistência de Biden, a chance de êxito do candidato do Partido Republicano caiu para 65%.

“Estamos em uma disputa estruturalmente apertada. Não podemos esquecer isso”, pondera Garman. “A vantagem de Trump nos estados chaves do meio-oeste só é entre 2 e 4 pontos percentuais. Se os democratas ganham Pensilvânia, Wisconsin e Michigan, eles levam. Antes do debate, estava praticamente empatado. Depois do debate e do atentado, a vantagem de Trump subiu para 2 a 4 pontos. Ainda é uma margem razoavelmente pequena.”

Para Maurício Moura, professor da Universidade George Washington, notícia muda pauta da campanha eleitoral e melhora cenário para democratas também nas eleições legislativas

Apoio de Biden, acesso a recursos e risco de “racha” favorecem Kamala Harris – Logo após comunicar sua saída da disputa, Biden manifestou apoio à sua vice, Kamala Harris, como representante do Partido Democrata na corrida à Casa Branca. A escolha ainda depende da posição de lideranças da legenda e pode ser confirmada apenas na convenção nacional marcada para agosto.

Para Garman há elementos que favorecem a indicação de Harris para a posição. O endosso de Biden, diz, tem peso político relevante não apenas entre lideranças do partido, mas também sobre os delegados que escolherão sobre o nome que representará a legenda na disputa de novembro.

Soma-se a isso o fato de que, pela legislação americana, Harris é a única que poderia acessar os recursos de campanha doados à chapa original pelo partido − qualquer outra chapa encabeçada por outro candidato teria que começar a busca por financiamento do zero a menos de quatro meses do pleito.

O especialista também lembra que uma das principais preocupações de lideranças democratas seria um racha no partido às vésperas da disputa − o que poderia prejudicar as chances de vitória não apenas na corrida à Casa Branca, como também nas disputas pela Câmara dos Representantes, Senado e governos estaduais. Este seria um incentivo para que a definição do nome ocorresse antes da própria convenção.

“Acho altamente provável que ela seja a escolhida. Ela tem os benefícios do apoio de Joe Biden, acesso a todas as doações que já foram feitas na campanha. E também tem uma pressão do Partido Democrata para não ter uma convenção disputada. Tudo isso conspira a favor dela”, avalia Garman.

Apesar de ver um aumento na chance de vitória do Partido Democrata na disputa pela Casa Branca com a desistência de Biden, o especialista entende que a legenda ainda não se recuperou da “sangria” recente. “Os democratas estão em uma posição pior hoje do que estavam dois ou três meses atrás, antes do debate”, diz.

Um levantamento feito pela Eurasia Group em parceria com a Ipsos Public Affairs, com base em mais de 400 eleições mundo afora, mostra que candidatos à eleição têm mais chances de êxito do que indicados à sucessão. Com a saída de Biden, apesar das circunstâncias, os democratas perdem os benefícios indicados pelas estatísticas.

No caso da possível entrada de Kamala Harris como titular da chapa, jogam contra a candidatura o perfil da política e certa rejeição entre eleitores relevantes para os democratas nos estados decisivos. A participação dela em questões migratórias durante a gestão atual − um dos pontos de maior crítica a Biden − também traz vulnerabilidade.

Um dos fatores que mais contribuíram para Biden desistir da disputa pela reeleição foi a forte pressão sofrida de parlamentares democratas, preocupados com os impactos sobre os pleitos locais da disputa pela Casa Branca e do debate centrado na capacidade cognitiva do atual presidente − o que poderia levar a um menor comparecimento às urnas de grupos de eleitores independentes que costumam votar no partido.

Para Garman, a mudança do candidato presidencial pode afetar marginalmente esses pleitos. “Se você tem um partido energizado ao redor de uma candidatura e sem uma campanha exclusivamente focando na capacidade cognitiva do seu candidato, de fato, isso pode melhorar as perspectivas dessas candidaturas.”

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Joe Biden desiste de concorrer à reeleição nos EUA

Joe Biden anunciou a desistência da disputa neste domingo (21/7) em carta publicada nas redes sociais. Ele vai apoiar a vice, Kamala Harris.

O presidente dos Estados Unidos (EUA), Joe Biden, anunciou que desistiu de concorrer à Casa Branca. O democrata comunicou a decisão em uma carta publicada na rede X (antigo Twitter), na tarde deste domingo (21/7). Ele também anunciou apoio à candidatura de sua vice, Kamala Harris.

Biden se preparava para concorrer nas eleições deste ano contra o republicano Donald Trump. No entanto, opositores e aliados passaram a questionar a capacidade dele para um novo mandato diante do desempenho no último debate.

No comunicado, Biden diz que foi a maior honra da vida dele servir como presidente dos Estados Unidos. “Embora tenha sido minha intenção buscar a reeleição, acredito que é do interesse do meu partido e do país renunciar e me concentrar exclusivamente no cumprimento dos meus deveres como presidente durante o resto do meu prazo”.

Biden ainda destacou que se pronunciará à nação ainda nesta semana e que dará mais detalhes sobre a decisão. “Por enquanto, deixe-me expressar minha mais profunda gratidão a todos aqueles que trabalharam tanto para me ver reeleito”, frisou.

“Quero agradecer à vice-presidente Kamala Harris por ser uma parceira extraordinária em todo este trabalho. E deixe-me expressar o meu sincero agradecimento ao povo americano pela fé e confiança que depositou em mim”, disse.

Em outra publicação no X (antigo Twitter), Biden destaca que apoia que o partido democrata indique a vice-presidente Kamala Harris seja nomeada como candidata na disputa deste ano. “Democratas, é hora de nos unirmos e derrotar Trump. Vamos fazer isso”, finalizou.

Sob pressão
Em debate realizado em junho, a performance do líder norte-americano foi considerada desastrosa. O democrata demonstrou estar confuso, hesitante e pouco reativo, enquanto Trump dominou o embate do início ao fim. A performance gerou preocupação entre membros do Partido Democrata.

Em outras ocasiões, Biden cometeu gafes, por exemplo, ao trocar os nomes de Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, e de Vladmir Putin, presidente da Rússia. Desde então, a capacidade do democrata para liderar o país entrou no foco de aliados e de rivais.

Embora sofresse pressão pela desistência, o presidente reiterava que tinha condições para continuar na disputa. Ele chegou a dizer, por exemplo, que só desisitiria da candidatura caso um médico “dissesse que você tem esse e aquele problema” que impossibilitaria sua capacidade de concorrer e governar.

Na última semana, Biden ainda precisou interromper compromissos de campanha porque testou positivo para Covid-19.

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Governo do Paquistão declara Netanyahu como “figura terrorista criminosa”

Posição paquistanesa foi celebrada pelo Hamas.

Em um pronunciamento recente, o governo do Paquistão declarou que o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu é uma “figura terrorista criminosa” e que Israel é uma “entidade que comete crimes de guerra”, segundo informa a agência de notícias estatal turca Anadolu Agency. Esta declaração foi amplamente elogiada pelo Hamas, que viu a posição do Paquistão como um importante gesto de apoio à causa palestina.

O Hamas comemorou a declaração paquistanesa, afirmando que ela representa um “passo em direção ao apoio ao nosso povo, que está sendo alvo de genocídio e limpeza étnica por parte dos terroristas sionistas”. O grupo palestino pediu a outros países, especialmente nações islâmicas, que intensifiquem os esforços para apoiar o povo palestino e pressionar para que o genocídio na Faixa de Gaza cesse imediatamente.

Além disso, o Paquistão formou um comitê para identificar e boicotar empresas que apoiem Israel em sua ofensiva contra Gaza. Rana Sanaullah, conselheiro de assuntos políticos do primeiro-ministro Shehbaz Sharif, anunciou que o comitê visa encontrar empresas e produtos que possam estar auxiliando Israel ou suas forças na guerra contra os palestinos.

Islamabad também solicitou que a comunidade internacional declare Netanyahu como terrorista, responsabilizando-o pelas atrocidades cometidas por Israel em território palestino.

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“O lobby sionista colocou de joelhos a Adidas”, diz Breno Altman

247 – O jornalista Breno Altman repercutiu pelo X, antigo Twitter, a decisão da Adidas de ceder às críticas de Israel pela participação da modelo Bella Hadid em campanha publicitária da empresa. “O lobby sionista colocou de joelhos a Adidas: a companhia foi forçada a retirar Bella Hadid, modelo norte-americana com origem palestina, de suas campanhas publicitárias. Os agentes israelenses acusavam Hadid de ‘antissemitismo’ por denunciar o genocídio contra o povo palestino”, manifestou Altman.

Diz Breno Altman:

O lobby sionista colocou de joelhos a Adidas: a companhia foi forçada a retirar Bella Hadid, modelo norte-americana com origem palestina, de suas campanhas publicitárias. Os agentes israelenses acusavam Hadid de “antissemitismo” por denunciar o genocídio contra o povo palestino.

A Adidas retirou imagens da modelo Bella Hadid de anúncios promovendo um tênis esportivo lançado pela primeira vez para coincidir com os Jogos Olímpicos de Munique de 1972. A empresa alemã de roupas esportivas disse que estava “revisando” sua campanha após críticas de Israel sobre a participação de Hadid, informa o The Guardian.

Os tênis SL72, descritos pela Adidas como um clássico atemporal, foram promovidos por Hadid, uma americana cuja família tem raízes na Palestina. A modelo, que anteriormente atraiu a ira do governo israelense por supostamente entoar o slogan “Do rio ao mar, a Palestina será livre”, foi acusada de antissemitismo.

A conta oficial de Israel no X disse que se opunha a Hadid como “o rosto da [campanha da Adidas]” em um post que notou que “onze israelenses foram assassinados por terroristas palestinos durante as Olimpíadas de Munique”.

Hadid criticou repetidamente o governo israelense e apoiou os palestinos ao longo dos anos e, em 23 de outubro, fez uma declaração no Instagram lamentando a perda de vidas inocentes enquanto convocava seus seguidores a pressionar seus líderes para proteger os civis em Gaza.

A Adidas disse em um comunicado que a campanha para o tênis SL72 “une uma ampla gama de parceiros”. Disse: “estamos conscientes de que conexões foram feitas a eventos históricos trágicos – embora estas sejam completamente não intencionais – e pedimos desculpas por qualquer aborrecimento ou angústia causados. Como resultado, estamos revisando o restante da campanha”.

A decisão da Adidas gerou uma onda de críticas nas redes sociais, com muitos internautas pedindo um boicote à marca. Usuários expressam indignação com o que consideram apoio da empresa ao genocídio promovido por Israel contra o povo palestino. Bella Hadid, por sua vez, continua a usar suas plataformas para advogar pela paz e justiça na região.