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Ordem de Israel é “sentença de morte” para os palestinos, diz ONU

As agências da ONU denunciam, nesta sexta-feira, o que a entidade indica ser uma “punição coletiva” imposta por Israel contra a população palestina, um dia depois de Israel anunciar que ordena que a população do norte da Faixa de Gaza seja transferida e num sinal de que uma invasão terrestre esteja sendo preparada.

As entidades já falam abertamente em possíveis crimes de guerra, cometidos tanto por Israel como pelo Hamas. “Fazer civis como reféns é proibido e pode ser considerado como crimes de guerra”, disse a entidade, numa referência aos atos do grupo com sede em Gaza. Mas a ONU é clara que o cerco de Israel, conduzindo a população à fome, “é também definido como crimes de guerra”.

Para o comissário da agência da ONU para Refugiados Palestinos, Philippe Lazzarini, o apelo das forças israelitas para que se desloquem mais de um milhão de civis que vivem no norte de Gaza no prazo de 24 horas é “horrível”. “Esta medida só conduzirá a níveis de miséria sem precedentes e empurrará ainda mais a população de Gaza para o abismo”, disse.

A escala e a rapidez da crise humanitária que se está a desenrolar são de arrepiar os ossos. Gaza está a tornar-se rapidamente um buraco infernal e está à beira do colapso
Philippe Lazzarin, comissário da agência da ONU para Refugiados Palestinos

De acordo com a entidade, 423 mil palestinos já foram obrigados a abandonar suas casas, enquanto a OMS (Organização Mundial de Saúde) insiste que qualquer operação de transferência significaria uma “sentença de morte” para pessoas que hoje estão internadas em hospitais da Faixa de Gaza.

“É impossível evacuar doentes de hospitais”, alertou Tarik Jasarevic, porta-voz da OMS. “Pedir que sejam transferidos é uma sentença de morte. E pedir aos trabalhadores da saúde de fazer isso seria cruel”, insistiu.

Segundo ele, os hospitais estão lotados e em “ponto de ruptura”. Mesmo assim, 76 ataques ocorreram contra instalações e ambulâncias.

Aqueles funcionando contam com eletricidade para poucas horas e devem ficar em total colapso em “poucos dias”. Há ainda uma “escassez aguda de médicos” e remédios.

“Nunca vi algo parecido”, afirmou Jens Laerke, porta-voz do Escritório Humanitário da ONU, sobre a ordem israelense.

“Continuamos acompanhando, com horror cada vez maior, a situação desesperadora dos civis em Gaza e em Israel”, disse Ravina Shamdasani, porta-voz da ONU para Direitos Humanos, que alerta para a “situação calamitosa” caso a evacuação tenha de ser realizada.

“Como já enfatizamos, os civis nunca devem ser usados como moeda de troca. No entanto, continuamos a receber mensagens desoladoras de impotência das pessoas em Gaza, que estão se mudando de casa em casa, aterrorizadas, em busca de uma segurança ilusória”, afirmou.

“E os civis continuam a ser mantidos como reféns por grupos armados palestinos, em clara violação do direito internacional humanitário. Pedimos, mais uma vez, que eles sejam tratados com humanidade e libertados imediata e incondicionalmente”, disse Ravina.

Segundo ela, mais de 2.700 pessoas, incluindo civis, já foram mortas tanto em Israel quanto em Gaza. “Pedimos aos grupos armados palestinos que interrompam o uso de projéteis inerentemente indiscriminados, que violam o direito internacional humanitário, bem como os ataques dirigidos contra civis”, disse.

Mas ela mandou um recado claro ao outro lado. “Pedimos que Israel garanta o total respeito às leis internacionais humanitárias e de direitos humanos em toda e qualquer operação militar”, disse.

“Ataques aéreos e ataques de artilharia já levaram à destruição de grandes partes de bairros densamente povoados em Gaza, e a retórica de oficiais de alto escalão levanta preocupações de que uma mensagem está sendo enviada aos membros das Forças de Defesa de Israel de que a lei humanitária internacional se tornou opcional em vez de obrigatória. É absolutamente crucial que os líderes israelenses deixem claro, sem ambiguidade, que as operações militares devem ser conduzidas em total conformidade com o direito internacional”, disse.

Todo sábado, Jamil escreve sobre temas sociais para uma personalidade com base em sua carreira de correspondente.

Os bombardeios israelenses por ar, mar e terra continuaram e se intensificaram na Faixa de Gaza pelo sexto dia consecutivo. Em apenas 24 horas, 317 palestinos foram mortos e 929 ficaram feridos. No total, 1.417 pessoas foram mortas e 6.268 ficaram feridas em Gaza desde 7 de outubro.

Organizações de direitos humanos expressaram preocupação com incidentes em que civis e objetos civis parecem ter sido alvos diretos de ataques aéreos israelenses

*Jamil Chade/Uol

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Israel ordena saída de civis da Cidade de Gaza dentro de 24h

Militares israelenses dão ultimato para que 1 milhão de palestinos deixem suas casas em direção ao sul, em meio a preparativos para ofensiva terrestre. ONU alerta para “consequências humanitárias devastadoras”.

Israel ordenou nesta sexta-feira (13/10) a retirada de 1 milhão de civis do norte de Gaza em 24 horas, em meio a preparativos para uma ofensiva terrestre destinada a reprimir o grupo fundamentalista islâmico Hamas, em retaliação aos ataques contra a população israelense no fim de semana, segundo a IstoÉ.

O porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Jonathan Conricus, disse que os militares enviaram aos residentes da Cidade de Gaza uma mensagem pedindo que eles se retirem “de suas casas em direção ao sul para sua própria segurança e proteção”.

“A organização terrorista Hamas travou uma guerra contra o Estado de Israel, e a Cidade de Gaza é uma área onde se executam operações militares”, declarou Conricus na manhã desta sexta.

“Essa evacuação é para sua própria segurança. Você poderá retornar à Cidade de Gaza apenas quando outro anúncio de permissão for feito”, acrescentou, explicando que os habitantes da região foram alertados a não se aproximar da cerca de segurança com Israel, mas seguirem rumo ao sul da Faixa de Gaza.

O porta-voz afirmou ainda que a orientação das forças israelenses é “um passo humanitário a fim de minimizar as baixas civis, à medida que esta guerra se desenrola”.

“Propaganda falsa”, segundo Hamas
Observadores acreditam que seja iminente uma ofensiva terrestre por parte de Israel, que já executa intensos ataques aéreos contra Gaza em resposta ao atentado em grande escala do Hamas no sábado passado, 7 de outubro.

Na quinta-feira, o porta-voz do Exército israelense, Richard Hecht, informou que os militares aguardavam apenas uma decisão da liderança política. “Estamos nos preparando para uma manobra terrestre se isso for decidido”, declarou.

O Hamas, que é classificado como uma organização terrorista pelos Estados Unidos e pela União Europeia (UE) e governa Gaza desde 2007, tachou de “propaganda falsa” a ordem de evacuação de Israel.

Fontes de segurança em Gaza disseram à agência de notícias DPA que residentes da região estavam sendo impedidos de deixar o norte em direção ao sul.

Os militares israelenses, por sua vez, afirmam que os combatentes do Hamas estão escondidos em túneis sob casas e edifícios onde vivem civis inocentes em Gaza, e acusam o grupo fundamentalista de usar civis como escudos humanos.

ONU pede que ordem seja revogada
Ao todo, mais de 2 milhões de pessoas vivem em condições precárias em Gaza, uma estreita faixa que se estende por cerca de 40 quilômetros ao longo do Mar Mediterrâneo e faz fronteira com Israel ao norte e a leste, e com o Egito ao sul.

A ONU confirmou ter sido informada pelas forças israelenses de que toda a população ao norte de Wadi Gaza deveria se mover para o sul nas próximas 24 horas. “Isso equivale a aproximadamente 1,1 milhão de pessoas”, disse o porta-voz das Nações Unidas, Stephane Dujarric, ao site de notícias americano Axios. Ou seja, mais da metade da população de Gaza.

Segundo Dujarric, a mesma ordem de retirada “foi aplicada a todos os funcionários da ONU e às pessoas abrigadas em instalações da ONU – incluindo escolas, centros de saúde e clínicas”.

“As Nações Unidas consideram impossível que tal movimento ocorra sem consequências humanitárias devastadoras”, acrescentou o porta-voz, pedindo que “qualquer ordem desse tipo, se confirmada, seja revogada”.

O alerta ocorre num momento em que a crise humanitária se escala em Gaza, em meio à escassez de suprimentos vitais devido a um “cerco total” imposto por Israel à região após os ataques do Hamas. A medida interrompeu o fornecimento de comida, água, combustível e energia para o enclave. Intensos ataques aéreos também miram infraestrutura crítica para a sobrevivência dos residentes.

Dois terços da eletricidade consumida em Gaza dependiam de fornecimento israelense. Com o corte, o enclave passou a depender exclusivamente de uma termelétrica local, que também ficou sem combustível na quarta-feira, segundo autoridades palestinas. Há temor de que o corte total de energia afete duramente os hospitais locais, já superlotados de feridos nos ataques aéreos.

Falando à rede Al Jazeera, o repórter Nedal Samir Hamdouna, baseado em Gaza, disse que as condições no enclave sitiado “se assemelham a um inferno”. “Não tenho palavras para descrever como é terrível a situação aqui”, disse.

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Irã diz que novas frentes podem surgir contra Israel durante a guerra

O governo do Irã sinalizou que outros países e grupos podem se envolver no conflito para defender os interesses dos palestinos.

O governo do Irã informou que outros países e grupos podem se envolver no conflito entre Israel e Hamas, que chegou ao sexto dia e resultou na morte de 2,6 mil pessoas desde sábado (7/10).

Hossein Amir Abdollahian, ministro das Relações Exteriores do Irã, não descartou a abertura de novas frentes de batalha a favor dos palestinos diante do cerco à Faixa de Gaza e da ajuda internacional a Israel. “Nestas circunstâncias, tudo é possível, e poderemos testemunhar novos acontecimentos na região”, declarou durante uma visita ao Iraque nesta quinta-feira (12/10), segundo o Metrópoles.

Segundo o chanceler iraniano, funcionários de alguns países entraram em contato com Teerã para perguntar sobre o assunto. “Dizemos-lhe que a nossa resposta clara sobre as possibilidades futuras é de que tudo depende dos movimentos do regime sionista [Israel] em Gaza”, afirmou.

O Irã, um dos principais rivais de Israel no Oriente Médio, é visto pela comunidade internacional como o principal patrocinador do Hezbollah, que, recentemente, declarou estar pronto para a guerra e reivindicou alguns ataques recentes contra posições israelenses na fronteira com o Líbano.

Além dos bombardeios entre o grupo xiita e forças israelenses, a tensão na região aumentou após a Síria acusar Israel de atacar dois aeroportos, em Damasco e Aleppo, acendendo ainda mais o alerta para a possibilidade de uma escalada na guerra, com a participação de países e grupos pró-Palestina da região.

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Lula conversa com presidente de Israel e pede corredor humanitário

Presidente afirmou que conversou com Isaac Herzog e transmitiu seu apelo ‘para que as pessoas que queiram sair da Faixa de Gaza pelo Egito tenham segurança’.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na noite desta quinta-feira, 12, em suas redes sociais, que conversou com o presidente israelense, Isaac Herzog, por telefone, diz a Veja.

Lula vem mobilizando esforços diplomáticos em prol do corredor humanitário, para que alimentos, água e remédio entrem e Gaza, e para que os civis que queiram sair de lá possam ter caminho livre.

“Conversei agora há pouco por telefone com o presidente de Israel Isaac Herzog. Agradeci o apoio para a operação de retirada dos brasileiros que desejam retornar ao nosso país”, escreveu Lula. “Reafirmei a condenação brasileira aos ataques terroristas e nossa solidariedade com os familiares das vítimas.”

“Solicitei ao presidente todas as iniciativas possíveis para que não falte água, luz e remédios em hospitais”, continuou o presidente. “Não é possível que os inocentes sejam vítimas da insanidade daqueles que querem a guerra. Transmiti meu apelo por um corredor humanitário para que as pessoas que queiram sair da Faixa de Gaza pelo Egito tenham segurança. E que o Brasil está à disposição para tentar encontrar um caminho para a paz.”

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Governos estrangeiros recebem sinais de potencial invasão terrestre em Gaza

Diplomatas estrangeiros receberam hoje informações que existem sinais suficientes para sugerir que Israel está se preparando para uma invasão terrestre da Faixa de Gaza, depois de asfixiar a polução local nos últimos dias.

A informação foi coletada por serviços de inteligência estrangeiros e circula entre algumas das principais potências mundiais.

Os dados não estão sendo confirmados por Israel, ainda que governos de várias partes do mundo tenham acelerado a retirada de seus nacionais da região, antes que o cenário eventualmente se concretize.

O UOL obteve as informações com exclusividade, indicando o temor da região de que Israel esteja mobilizando o apoio de seus aliados com o propósito de entrar numa guerra terrestre nas próximas horas ou dias.

Antes, planeja esgotar os serviços, alimentos e água da população local de Gaza, como vem fazendo desde domingo.

A estratégia poderia envolver a criação de uma zona tampão dentro das fronteiras da Faixa de Gaza de até dois quilômetros. Não se descarta o uso da Marinha para desembarcar soldados e garantir o controle sobre a Faixa de Gaza.

Os serviços estrangeiros também apontam que a situação na Cisjordânia e em Jerusalém ocupada irão se agravar, especialmente depois de o Hamas e o Jihad Islâmico terem apelado aos cidadãos da Cisjordânia e de Jerusalém ocupada para se unirem à resistência.

As indicações são de que um dos cenários prováveis é o aumento da violência entre colonos e cidadãos palestinos.

Hezbollah na guerra
Parte da informação que circula aponta que seria de interesse de Israel provocar a entrada do Hezbollah na guerra.

Isso daria justificativa para que Israel bombardeasse as bases do grupo, com importante destruição no Líbano. E acabaria afetando a popularidade do Hezbollah.

A segunda razão revela um cenário ainda mais dramático: Israel garantiria a intervenção dos Estados Unidos caso o Hezbollah optasse por um confronto frontal.

*Jamil Chade/Uol

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Lula manda avião presidencial para retirar brasileiros de Gaza

Avião presidencial espera aval do Egito para tirar brasileiros de Gaza.

Aeronave da FAB decolou na tarde desta quinta (12/10) e vai posar em Roma, na Itália, enquanto aguarda negociações com governo egípcio.

O avião da Força Aérea Brasileira (FAB) que decolou na tarde desta quinta-feira (12/10) fará uma parada em Roma, na Itália, onde vai aguardar a autorização para ir ao Egito resgatar grupo de brasileiros presos na Faixa de Gaza. Esta é a primeira aeronave brasileira — cedida pela Presidência da República — que partiu rumo a Cairo, e não a Tel Aviv, em Israel, desde o início do conflito com o Hamas, segundo o Metrópoles.

A informação sinaliza um avanço nas negociações entre o governo brasileiro e egípcio, que estão em diálogo na tentativa de retirar os brasileiros presos no epicentro da zona de conflito, a região controlada pelo Hamas. A sexta aeronave foi acionada em caráter de emergência e decolou às 16h30 da Base Aérea de Brasília.

O avião é um modelo VC-2 (Embraer 190) usado pela Presidência da República, e tem capacidade para 40 pessoas. A aeronave tem chegada prevista em Roma às 6h desta sexta-feira (13/10), após parada técnica para abastecimento em Cabo Verde, na África.

Em meio à escassez de suprimento vitais na Faixa de Gaza, a crise humanitária tem escalado no enclave palestino à medida que se intensificam os bombardeios israelenses à região, em retaliação ao ataque do Hamas no fim de semana.

Segundo o Itamaraty, 22 cidadãos de origem brasileira, em sua maioria, mulheres e crianças, esperam para serem retirados de Gaza. A passagem será feita pela cidade de Rafah, no Egito, após autorização formal do governo do país africano, que ainda não foi confirmada.

 

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Brasileiros vão morrer de fome se não deixarem Gaza em poucos dias, alertam diplomatas

Estoque de comida acaba em quatro dias; garoto de 11 anos grava vídeos pedindo para deixar o território pois ‘a gente pode morrer’.

Os 28 brasileiros que estão na Faixa de Gaza –entre eles, uma idosa e 15 crianças – vão morrer de fome caso fracasse a tentativa do governo brasileiro de evacuá-las do território pela fronteira com o Egito.

O alerta é feito por diplomatas que acompanham a situação de perto, e que conversaram com a coluna. De acordo com informações recebidas pelo governo Lula, a situação é desesperadora.

Os estoques de comida da Unrwa, a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina, vão durar apenas mais quatro dias. É esse alimento que chega aos brasileiros.

A Unrwa, segundo os mesmos diplomatas, distribui comida para cerca de metade da população de Gaza, que sofre um bloqueio implacável de Israel.

Os alimentos, em tempos normais, são obtidos por meio de doações, inclusive do Brasil. Na guerra, no entanto, Israel bloqueou todas as entradas ao território, e a comida não está chegando.

Israel já avisou que não haverá luz, comida e nem mesmo água para Gaza enquanto o Hamas mantiver reféns no território. Lula já pediu por meio de carta que Israel crie corredores humanitários para a saída dos civis de Gaza, e também para a entrada de alimentos. Outros países, como o Egito, também pedem que haja segurança para o acesso de ajuda humanitária a Gaza. Até agora, em vão.

“Sim, eles vão morrer de fome”, afirmou um diplomata à coluna, sob a condição de anonimato.

O grupo de 28 brasileiros que está em Gaza foi abrigado em uma escola católica. O governo Lula já pediu a Israel que não bombardeie o local, diz Mônica Bergamo, Folha.

Eles têm se alimentado de queijo, pão, geléia e carne em fatias finas. “Um banquete nas atuais condições”, afirma uma pessoa que está em contato direto com os brasileiros de Gaza.

As condições de vida dos palestinos brasileiros que tentam viajar ao Brasil são muito diferentes das dos brasileiros que estavam em Israel, e que já estão embarcando de volta ao Brasil em voos da FAB (Força Aérea Brasileira).

Eles não são turistas, nem têm qualquer dinheiro. São pessoas pobres, que moravam em Gaza por serem também cidadãos palestinos, e que viviam já em situação de extrema dificuldade.

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VÍDEO: Menino brasileiro que aguarda resgate em Gaza diz se ‘sentir seguro’ em escola: “Aqui a gente não pode morrer”

Ele e mais 12 pessoas estão abrigados em unidade de ensino; outros 15 esperam em suas moradias.

O governo Brasileiro conseguiu que eles fossem abrigados nessa escola católica e avisou ao governo de Israel. Brasil está incansável na tentativa de tirá-los de Gaza, mas está dependendo de uma resposta do Eito no sentido de levar os brasileiros para aquele país.

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o relato do menino Bader Monir Bader, de 11 anos, integra um grupo de brasileiros que aguarda pelo resgate na Faixa de Gaza. O garoto e mais 12 pessoas estão abrigados em uma escola onde disse se “sentir seguro” (assista abaixo). Já outras 15 pessoas esperam pela ajuda do governo federal em suas moradias. O Itamaraty informou que ainda tenta negociar a retirada deles do local, mas ainda não há previsão.

Nas imagens, o garoto afirma: “Nessa escola, eu senti muita segurança porque aqui a gente não pode morrer. O chão é limpo, tudo é limpo. Cada um tem uma casa sozinha aqui. Essa escola é muito melhor para mim do que ficar de casa. Muito obrigada Brasil”, disse Bader.

Inicialmente, 30 brasileiros que estão na Faixa de Gaza pediram ajuda para deixar a região. Porém, segundo o Itamaraty, dois desistiram e agora o total é de 28, sendo 15 crianças, uma idosa, seis mulheres e seis homens. Os planos iniciais eram retirar essas pessoas pela passagem em Rafah, na fronteira com o Egito. Porém, homens do Hamas voltaram a bombardear essa área e ainda não há confirmação se há segurança para esse trajeto e a proporção dos danos.

*Metro Word News

Essa passagem era fortemente controlada pelos governos de Israel e do Egito e, após os ataques do Hamas, muitas pessoas foram resgatadas por lá. No entanto, agora com o avanço dos bombardeios, e o Brasil aguarda a autorização para tentar repatriar os 28 brasileiros.

O embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas, destacou que toda a logística já está preparada para a operação de resgate e, enquanto a autorização não chega, foi comunicado ao governo israelense sobre a presença dos brasileiros na escola e nas proximidades para evitar conflitos nessa região.

“A fim de reuni-los e protegê-los, estamos hospedando 13 integrantes do grupo de brasileiros em uma escola católica: Sister Rosary School. Os restantes 15 preferiram aguardar em suas casas. Informaremos Israel deste fato, a fim que que o local não seja bombardeado”, explicou Candeas.

 

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Vídeo: Hamas divulga libertação de refém israelense capturada com 2 filhos

O grupo palestino Hamas divulgou, na noite desta quarta-feira (11, quinta-feira, 12, em Gaza), um vídeo do que parece ser a libertação de uma mulher israelense que foi capturada e levada para Gaza como refém, junto com dois filhos, na incursão em território israelense do último sábado (7).

A informação foi dada pela rede Al Jazeera, que recebeu um vídeo do grupo, mostrando o que seria o momento da libertação, e confirmou a autenticidade das imagens. O vídeo mostra a mulher caminhando em direção aos filhos e depois indo em direção a militares israelenses (veja ao final da reportagem).

Segundo a emissora, não há informação sobre o momento que a refém foi liberada, e autoridades israelenses ainda não comentaram o caso.

 

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“Hospitais em Gaza correm risco de virar necrotérios”, diz Cruz Vermelha

Num comunicado emitido nesta quinta-feira, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha lança um alerta sobre a situação da Faixa de Gaza, diante dos ataques israelenses. “Sem eletricidade, os hospitais correm o risco de se tornarem necrotérios”, afirma a entidade, reconhecida por sua neutralidade.

As autoridades de Saúde de Gaza indicam que 1,3 mil pessoas já morreram desde sábado, com 6 mil feridos.

“Diante da terrível miséria humana causada por essa escalada do conflito, imploro hoje às partes que reduzam o sofrimento dos civis”, declarou Fabrizio Carboni, diretor regional do Comitê Internacional da Cruz Vermelha para o Oriente Próximo e Médio.

Desde sábado, a resposta de Israel aos ataques do Hamas tem deixado mais de 260 mil pessoas deslocadas em Gaza e privado milhares de água potável. Mas, para o CICV, é a situação dos hospitais que revelam também a dimensão do drama.

“Como Gaza está sem acesso à eletricidade, o mesmo acontece com seus hospitais, ameaçando a vida de bebês recém-nascidos em incubadoras e pacientes idosos que precisam de oxigênio”, disse Carboni.

“É impossível usar máquinas de diálise renal ou fazer radiografias. Sem eletricidade, os hospitais correm o risco de se tornarem necrotérios”, alertou.

Segundo ele, “as famílias em Gaza já estão lutando para encontrar água potável”. “Nenhum pai deveria ser forçado a dar água não segura a uma criança com sede”, disse.

Ainda que denuncie a situação dos palestinos, o CICV aponta que “muitas famílias israelenses estão terrivelmente preocupadas com seus entes queridos que foram feitos reféns”.

“A tomada de reféns é proibida pelo direito humanitário internacional, e qualquer pessoa detida deve ser libertada imediatamente”, disse.

“Atualmente, estamos dialogando com representantes do Hamas e de Israel com o objetivo de progredir nessa questão. Como um intermediário neutro, estamos prontos para realizar visitas humanitárias, ajudar os reféns e suas famílias a manter contato e facilitar qualquer libertação”, completou.

*Jamil Chade/Uol