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Vídeo: Em cenário explosivo, Trump coloca mundo em estado de alerta; Alemanha teme crise constitucional

A declaração de Donald Trump reivindicando sua vitória nas eleições americanas, sua acusação sem provas de um suposta fraude e o alerta de que iria parar a contagem de votos para levar o caso à Suprema Corte dos EUA colocam o mundo em um estado de alerta, enquanto instituições e governos estrangeiros temem um mergulho em um período de forte instabilidade.

O medo, em primeiro lugar, se refere a um eventual distúrbio social nos EUA. Com um país dividido, a preocupação de entidades internacionais é de que o tom usado por Trump incentive seus apoiadores a sair às ruas para defender a suposta vitória, até agora não confirmada pelos números.

Rompendo uma longa tradição de não se envolver nas eleições americanas, governos europeu e parlamentares emitiram notas e declarações apelando à calma, antes mesmo de a crise ser inaugurada com o discurso de Trump. Heiko Maas, chefe da diplomacia alemã, indicou que Berlim desejava “a todos os americanos uma eleição justa, boa e, acima de tudo, pacífica”. Em outras capitais, a preocupação com essa dimensão concentrava parte das análises dos diplomatas incumbidos a acompanhar o processo nos EUA.

Alemanha fala em risco de crise constitucional e cenário explosivo

Já nesta quarta-feira, uma das personalidades mais importantes do governo alemão admitiu que Berlim está preocupada diante da situação das eleições nos EUA e alertou sobre o risco de uma crise constitucional.

A ministra da Defesa, Annegret Kramp-Karrenbauer, apontou que a situação era “muito explosiva”. “O resultado destas eleições ainda não está decidido. Ainda estão contando os votos”, disse Karrenbauer, em entrevista ao canal ZDF.

Com a acusação feita pelo presidente de que houve uma suposta fraude, o que era apenas um cenário desenhado por burocratas para avaliar o que ocorreria nos próximos dias começou a ganhar uma silhueta de realidade. “Nossos piores cenários estão se confirmando”, admitiu um diplomata europeu, nesta manhã de quarta-feira. “O termo fake news pode ganhar uma outra dimensão depois dessa eleição. Ela não só manipula votos. Mas ameaça tirar dos trilhos toda uma democracia”, avaliou.

Enquanto Trump discursava diante de bandeiras americanas, dirigentes no exterior acompanhando o evento pela televisão colocavam as mãos na cabeça, incrédulos do que estavam presenciando. “Isso não vai terminar bem”, alertou outro negociador na cúpula da ONU.

Ativistas fazem apelo aos líderes democráticos

De uma maneira pouco comum, entidades de direitos humanos já começam a reagir e pedindo que líderes de democracias pelo mundo monitorem a situação americana. O cenário mais parecia de um apelo à fiscalização nos moldes que justamente o governo americano usa quando questiona o comportamento de líderes latino-americanos, africanos ou asiáticos.

Kenneth Roth, diretor-executivo da Human Rights Watch, apelou aos “líderes de democracias pelo mundo” que atuem para “garantir que todos os votos sejam validados”. “Agora, os autocratas podem ficar perfeitamente felizes em minar a democracia nos Estados Unidos, acolhendo uma declaração de vitória prematura”, disse um dos ativistas mais respeitados no cenário internacional. “Os líderes que se preocupam com a democracia devem prestar atenção ao que os eleitores querem como determinado pelas regras eleitorais, ao invés do que os candidatos dizem. Se todos nós continuarmos comprometidos com a democracia, poderemos alcançar um resultado justo”, apelou.

“Todos nós conhecemos os riscos. Há a possibilidade de que um candidato possa declarar a vitória prematuramente. Ou, que ele possa tentar deslegitimar algum aspecto da eleição, fazendo reivindicações infundadas”, disse, numa alusão a Trump.

Num recado ornamentado por uma linguagem diplomática, o chefe da política externa europeia, Josep Borrell Fontelles, publicou uma mensagem em suas redes sociais indicando que o Velho Continente não considera a declaração de vitória de Trump como definitiva e que o novo presidente sairá dos votos. “O povo americano se pronunciou. Enquanto esperamos pelo resultado da eleição, a UE continua pronta para continuar a construir uma parceria transatllântica forte, baseada em nossos valores comuns e história”, escreveu.

A embaixadora da França na Alemanha, Anne-Marie Descôtes, publicou uma mensagem com um tom parecido de que não é o momento de reconhecer qualquer tipo de resultado. “As eleições nos EUA ainda não foram decididas. Já é hora de cuidarmos mais da nossa Europa”, disse, num recado interno também em defesa de uma maior autonomia.

Já um dos raros aliados de Trump na Europa, o primeiro-ministro da Eslovênia, Janez Jansa, rompeu a postura de cautela da Europa e declarou que estava “bastante claro que o povo americano elegeu Donald Trump para outros quatro anos”. Segundo ele, quanto mais haja uma “negação dos fatos, maior será o triunfo final”.

*Jamil Chade/Uol

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Debaixo de tensão social e ameaças de briga na justiça, EUA decidem hoje, Biden ou Trump

Após quase 100 milhões de votos antecipados, possibilidade de uma ‘miragem vermelha’ levanta apreensões.

Após uma corrida eleitoral histórica, pautada pela pior pandemia em um século, a espera acabou. Os americanos encerram hoje a votação em uma eleição decisiva, que põe frente a frente dois projetos diametralmente distintos para o futuro dos Estados Unidos. Sob tensão social não vista pelo menos desde os anos 1960, a população escolherá entre Joe Biden e Donald Trump em meio a incertezas sobre a apuração — com a possibilidade de ocorrer o que está sendo chamado de “miragem vermelha” — e ameaças de litígio do presidente republicano que arriscam submeter as instituições a um teste de estresse.

Apesar de as pesquisas indicarem que o favoritismo de Biden não se esvaiu na reta final, uma reviravolta que dê a vitória a Trump não pode ser descartada. A média das sondagens nacionais, segundo o site FiveThirtyEight, mostra o ex-vice-presidente de Barack Obama com 51,7% das intenções de voto, contra 43,3% do ocupante da Casa Branca.

A decisão final ficará nas mãos de 13 estados, foco dos esforços de ambas as campanhas nesta reta final. Neles, a diferença é muito pequena para apontar quem será o vencedor. Biden tem uma pequena vantagem em dez, mas a margem de erro não lhe garante a segurança necessária para garantir sua vitória.

 

*Com informações de O Globo

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Companheiro de prisão de Assange se mata na cela após ser notificado de que seria deportado para o Brasil

Stella Morris, mulher de Julian Assange, preso no Reino Unido, relatou no Twitter mais uma perda para o jornalista:

Falei com Julian. Um amigo dele se matou nas primeiras horas desta manhã. Seu corpo ainda está na cela da ala de Julian. Julian está arrasado. Manoel Santos era gay. Ele viveu no Reino Unido por 20 anos. O Home Office o notificou com uma notificação de deportação para o Brasil.

Julian deseja expressar suas condolências aos amigos e familiares de Manoel. Julian me disse que Manoel era um excelente tenor. Ele ajudou Julian a ler cartas em português, e ele era um amigo. Ele temia ser deportado para o Brasil depois de 20 anos, ser gay o colocava em risco.

Julian espera que haja uma investigação sobre a decisão de deportação. Manoel estava em alto risco. Seu suicídio era previsível. Uma investigação sobre seu caso pode prevenir futuros suicídios.

As condições nas prisões do Reino Unido sob COVID também desempenham um papel. Os presos são separados de sua rede de apoio, filhos, pais, parceiros. Eles praticamente não têm tempo fora da cela. Muitos não foram condenados, estão sob prisão preventiva ou não são violentos. É desumano. As pessoas perdem a esperança.

 

*Com informações do DCM

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China e Rússia já começaram a vacinar a população contra Covid-19

Mesmo sem comprovação de eficácia, Rússia, China e Emirados Árabes decidiram aplicar o imunizante na população.

As vacinas contra o novo coronavírus ainda estão em fase de testes. As mais avançadas, da fase 3, última etapa exigida pelas agências reguladoras antes da aprovação, estão na reta final da aplicação das doses nos voluntários e aguardam resultados preliminares até o final do ano. Entretanto, mesmo sem a comprovação da eficácia — ou seja, a certeza de que a vacina é a capaz de prevenir a Covid-19 — e da segurança, Rússia, China e Emirados Árabes já iniciaram a aplicação do imunizante em suas populações.

A Rússia foi o primeiro país a aprovar o registro de uma vacina contra a Covid-19. No início de agosto, o presidente Vladimir Putin disse que a Sputnik V, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, de Moscou, recebeu aprovação regulatória no país. Pouco tempo depois, Putin anunciou que o imunizante começaria a ser aplicado em pessoas com alto risco de contaminação e, em setembro, o primeiro lote da Sputnik V foi liberado para uso na população em geral.

No início de outubro, a Rússia concedeu aprovação regulatória a uma segunda vacina desenvolvida no país, a EpiVacCorona, do Instituto Vector, um centro russo de pesquisa biológica. Como no caso da Sputnik V, a nova vacina recebeu aprovação antes do início dos testes fase 3.

Recentemente, a Rússia anunciou que apresentou à Organização Mundial de Saúde (OMS) o pedido de registro acelerado para inclusão na listagem de uso de emergência da agência e pré-qualificação da vacina Sputnik V. O Programa de Pré-qualificação de Medicamentos da OMS foi desenvolvido para garantir que os medicamentos atendam a padrões aceitáveis ​​de qualidade, segurança e eficácia.

Se aprovada a solicitação, a Sputnik V terá o aval da agência, o que poderá facilitar sua compra por agências internacionais e de diversos países. “Se a vacina for pré-selecionada, pode ser incluída na lista de medicamentos usados por países em suas compras no atacado”, disse em nota o fundo estatal russo, que coordena a produção da vacina. Segundo a OMS, não há prazo para uma resposta à solicitação. Até o momento, nenhuma vacina contra a Covid-19 foi pré-qualificada e não há lista de uso emergencial.

Na China, as vacinas da Sinopharm, da CanSino Biologics e da Sinovac receberam aprovação para uso limitado. Em um movimento sem precedentes, os militares chineses aprovaram em junho o imunizante da CanSino como uma “droga especialmente necessária”. A decisão tem um ano de validade. Não se sabe se a imunização é obrigatória ou opcional para os soldados.

Em julho, o governo chinês concedeu aprovação para uso emergencial da vacina CoronaVac como parte de um programa para vacinar grupos de alto risco, como equipes médicas, segundo informações da Reuters. Anteriormente, havia sido informado que apenas a vacina desenvolvida pelo Grupo Nacional de Biotecnologia da China (CNBG), da Sinopharm, seria utilizada. Em setembro, a China informou que a Organização Mundial da Saúde deu aval ao uso emergencial das vacinas no país.

Já os Emirados Árabes Unidos concederam aprovação emergencial para o uso da vacina contra o coronavírus desenvolvida pela empresa farmacêutica estatal chinesa Sinopham em setembro, seis semanas após o início dos testes em humanos na região. “Os Emirados Árabes Unidos autorizam o uso emergencial da vacina [contra] Covid-19 para membros da primeira linha de defesa que estão em maior risco de contrair a Covid-19”, disse a Autoridade Nacional de Gerenciamento de Crises e Desastres dos Emirados Árabes Unidos em uma publicação no Twitter.

A decisão foi motivada pelo aumento do número de casos na região e tornou a Sinopharm a primeira fabricante de vacinas a receber aprovação em um país estrangeiro.

A Venezuela é o mais recente país a anunciar o início da vacinação contra a Covid-19 ainda este ano. Durante uma transmissão ao vivo na televisão estatal, o presidente Nicolás Maduro afirmou que planeja vacinar os cidadãos com vacinas russas e chinesas a partir de dezembro ou janeiro. A data vai depender da chegada dos produtos no país. Terão prioridade idosos e pessoas com doenças pré-existentes, mas Maduro afirmou que todos os venezuelanos serão vacinados, segundo informações da Reuters.

Segurança é prioridade

O recente aumento de casos de Covid-19 na Europa levantou a possibilidade dos países da região seguirem os exemplos acima e acelerarem a aprovação do uso emergencial de um imunizante contra a doença. No entanto, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês), afirmou que embora fornecer uma resposta rápida à Covid-19 seja a prioridade número um da agência, a aprovação de uma vacina só será possível mediante apresentação de “informações robustas sobre sua segurança, eficácia e qualidade”.

“A autorização será concedida quando as evidências mostrarem que os benefícios da vacinação são maiores do que quaisquer riscos da vacina. Em termos gerais, ensaios de eficácia em grande escala envolvendo milhares de participantes seriam necessários para apoiar a autorização de comercialização de uma vacina [contra a] Covid-19. Esses ensaios devem ser projetados para medir a eficácia da vacina na proteção contra a Covid-19 e sua segurança”, disse à agência à VEJA.

Na mesma linha, no início de outubro a FDA, agência americana que regula medicamentos e produtos de saúde, endureceu as diretrizes para aprovação do uso emergencial de vacinas contra Covid-19 no país. As novas regras exigem que pelo menos metade dos voluntários do estudo sejam monitorados por, no mínimo, dois meses após a aplicação da segunda dose do imunizante (nas vacinas que trabalham com esse regime). A FDA também espera que os fabricantes de vacinas documentem cinco casos de infecção grave em pessoas que receberam o placebo em vez da vacina.

Neste domingo, 1º de novembro, o Brasil registrou 10.245 novos casos e 191 novas mortes. No total, são 5.545.705 casos e 160.074 óbitos confirmados em todo o território nacional. Na média móvel, foram 21.633 casos e 419,9 óbitos causados pela doença.

 

*Com informações da Veja

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A dois dias das eleições, Trump não dá sinais de recuperação nas pesquisas

Com mais de 93 milhões de votos antecipados e um número pequeno de eleitores que ainda se declaram indecisos, não há grandes mudanças nas pesquisas a dois dias das eleições. A vantagem de Joe Biden no voto popular em nível nacional é cada vez mais consolidada, deixando pouca margem de manobra para uma virada do presidente Donald Trump.

De acordo com a média nacional das sondagens, elaborada pelo site FiveThirtyEight, o ex-vice-presidente segue com uma margem de 8,6 pontos percentuais em relação ao republicano. Biden tem 52% dos votos e Trump, 43,4%. Os números mantiveram-se estáveis nas últimas 24 horas.

Como nos EUA a eleição é indireta e cada estado tem um peso diferente no Colégio Eleitoral, vencer no voto popular não garante necessariamente uma vitória democrata. Em 2016, Hillary Clinton teve 3 milhões de votos a mais pelo país, mas saiu derrotada após perder em estados-chave. Para que haja uma reviravolta, no entanto, as sondagens precisariam estar mais equivocadas que há quatro anos.

De sábado para domingo, foram divulgadas ao menos sete pesquisas nacionais de níveis diferentes de qualidade. A considerada mais crível delas, elaborada pela NBC News e pelo Wall Street Journal, põe Biden com 52% dos votos e Trump, com 42%.

Nos estados-pêndulo, que decidem a eleição, vê-se uma esperada melhora de Trump, mas longe do necessário para uma mudança concreta de panorama. Em muitos destes lugares, não haverá mais grandes pesquisas antes da eleição. Na Flórida, vista como uma espécie de “grande prêmio” para os dois candidatos, Biden segue à frente com vantagem de 1,9 ponto percentual, dentro da margem de erro.

Antes considerado território seguro para Trump, a diferença em Ohio apertou muito na última semana: hoje, o republicano está na frente por apenas 0,3 ponto percentual, um empate técnico. A campanha de Biden parece acreditar em chance de virada, já que o ex-vice-presidente visitará Cleveland na segunda-feira.

Em Iowa, onde Biden chegou a estar na frente no sábado por uma margem ínfima de 0,1%, Trump voltou à liderança na média deste domingo, abrindo 1,7 ponto percentual sobre o democrata. Isto, no entanto, não deve ser prenúncio de maiores mudanças no cenário nacional.

De resto, é necessário prestar atenção na Pensilvânia, considerada pela maioria dos analistas políticos como o fiel da balança deste ciclo. Biden mantém vantagem de 4,9 pontos percentuais segundo o Fivethirtyeight, pouco acima da margem de erro.

O estado é tão importante que, neste domingo, o ex-vice-presidente viajou mais uma vez para lá. Sua vice, Kamala Harris, participa de eventos na Geórgia e na Carolina do Norte, onde a disputa também é acirrada.

Trump, por sua vez, faz uma peregrinação por cinco estados-pêndulo importantes: Michigan, Iowa, Carolina do Norte, Geórgia e na Flórida. Assim como Harris, o vice-presidente Mike Pence também está na Carolina do Norte.

 

*Com informações de O Globo

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Os Estados desunidos da América assombrados pela guerra civil

Pesquisa: Nunca, desde a Guerra Civil, os americanos estiveram tão divididos, não apenas sobre Donald Trump, mas também sobre sua concepção da nação, seus valores e seus mitos fundadores, com visões opostas do passado e do futuro.

O Talbot Boys Memorial existe desde 1916 no gramado do tribunal em Talbot, na costa leste de Maryland. Lembra dos 84 soldados do condado que lutaram cinquenta anos antes contra soldados da União para defender a escravidão. Após o assassinato de George Floyd em maio, quando se falava em derrubar a estátua, o conselho do condado votou por 3 a 2 para mantê-la onde está há cento e quatro anos. “Sem justiça, sem paz!”, reclamaram os opositores. Uma cena da vida cotidiana nos Estados Unidos da América, que coloca os residentes de uma pequena comunidade uns contra os outros ao longo de uma história de 150 anos. A América então quase se dividiu em duas. A união foi feita pela força. É sólida?

Desde a eleição de Trump, as batalhas pela memória nacional revelam feridas abertas. Quer se esteja lutando para preservar monumentos confederados ou para limpar a memória das honras feitas a Jefferson – o pai fundador com 600 escravos -, a Cristóvão Colombo ou a outros conquistadores que massacraram índios, a história americana, fervendo de ódios realimentados, parece ter entrado em erupção. “A manutenção da unidade dos Estados Unidos da América não está garantida”, escreve hoje o cientista político David French. Neste momento de nossa história, não há uma única força cultural, religiosa, política ou social importante que una os americanos mais do que os separa.”

Veterano do Iraque, advogado que lida com questões de liberdade religiosa, católico, era republicano convicto – chegou mesmo a pensar em disputar as primárias – antes de se descobrir “sem tribo”, depois que em 2016 seu partido passou a ser quase irreconhecível. É desse ponto de vista de apóstata que ele observa a desintegração da unidade nacional e o imenso fosso ideológico que pode muito bem levar à divisão. Seu livro mais recente, Divided We Fall, faz parte de uma série de livros lançados este ano que refletem a sensação de caos: Why We’re Polarized, do influente analista político Ezra Klein, Union: The Struggle to Forge the Story of United States Nationhood, do ensaísta Colin Woodard, Break It Up: Secession, Division, and the Secret History of America’s Imperfect Union, de Richard Kreitner, jornalista do semanário de esquerda The Nation, ou ainda American Secession: The Looming Threat of a National Breakup, do ensaísta pró-Trump F. H. Buckley… Uma espécie de colapsologia nacional, que olha para a mesma catástrofe: a desunião.

“Guerra das culturas”

O estado de polarização extrema é talvez a única constatação compartilhada por toda a população. Mais de um quarto dos americanos terminaram uma amizade ou cortaram laços com um membro da família desde a eleição de Donald Trump. Porque as divergências não são apenas políticas. Em 2008, em The Big Sort, o ensaísta Bill Bishop já notava a auto-segregação dos americanos em comunidades social e politicamente homogêneas. Ora, quando pessoas com ideias e sensibilidades semelhantes se reúnem, elas tendem a se tornar mais radicais. Para Lilliana Mason, professora da Universidade de Maryland e autora de Uncivil Agreement: How Politics Became Our Identity (2018), a identidade política não é mais do que um componente da identidade social: tornou-se um “mega-identidade”, que fornece informações sobre “as preferências partidárias de uma pessoa, bem como sua religião, raça, etnia, gênero, bairro e mercearia favorita”. Tudo é político.

A expressão “guerras culturais” remonta a um livro publicado em 1991 pelo sociólogo James Davison Hunter. Questões de família e valores religiosos, feminismo, direitos dos homossexuais, raça, armas e aborto já haviam redefinido a política americana. No futuro, teorizou ele, as divergências agudas em torno dessas questões seriam a espinha dorsal da política em uma nação polarizada. A expressão foi retomada por Pat Buchanan, que proferiu um discurso na convenção republicana de 1992: segundo ele, Bill Clinton, então candidato, ameaçava o país com uma guerra cultural religiosa ao promover “o aborto sob demanda, direitos dos homossexuais, discriminação contra escolas religiosas, mulheres em unidades de combate”. Trinta anos depois, o movimento Black Lives Matter, as mudanças climáticas, as políticas de saúde pública e os direitos dos transgêneros foram identificados como novas frentes na guerra das culturas.

“Em geral, os americanos podem ser classificados em dois campos: aqueles que veem as mudanças do último meio século como tendo efeitos positivos principalmente em suas vidas e na sociedade americana, e aqueles que veem os efeitos dessas mudanças como sendo principalmente negativos”, escreve o cientista político Alan Abramowitz. David French coloca a questão de outra forma: “A esquerda – que domina a mídia, a academia e a cultura pop – tem sido extraordinariamente eficaz em mudar a janela de Overton”, que define a estrutura para um discurso politicamente aceitável sobre determinado assunto.

“O resultado é que as forças que empurram a borda direita da janela de Overton se tornaram tão fortes que, de muitas maneiras, elas a deslocaram”, continua French. Não há mais uma janela, há duas. [Elas] estão se distanciando tão rapidamente uma da outra que agora é difícil envolver-se em conversas de boa fé, mesmo as mais elementares, sobre algumas das questões mais críticas que definem a política americana” Nem sobre o contrato social, a forma de educar seus filhos, o direito ao porte de arma ou sua proibição, nem sobre a imigração, o direito de voto, os direitos reprodutivos das mulheres, as ciências climáticas ou o uso de mascara. Visões contraditórias do futuro e do passado.

Polarização negativa

Os Estados Unidos estão enfrentando um fenômeno de polarização negativa. Em outras palavras, a filiação a um partido político é feita menos por adesão a sua linha do que por ódio e medo do partido adversário. Não apenas os americanos estão divididos, como também fantasiam amplamente sobre suas diferenças. De acordo com artigo de 2018 do Journal of Politics, os republicanos acreditam que 32% dos democratas são LGBT (6% na verdade), que a metade são negros (24% na verdade), que 44% são sindicalizados (11%). Os democratas acreditam que 44% dos republicanos têm 65 anos ou mais – o número real é de 21%.

Cada lado, afirma David French, é animado pela “convicção ardente de que o outro lado não só quer que seus adversários percam batalhas políticas, mas quer que existam em um estado de subordinação permanente e perigoso (talvez mesmo fatal)”. Em três anos, o número de americanos que dizem se sentir justificados em usar a violência para atingir seus objetivos políticos aumentou de 8% para mais de 33%, e as vendas de armas atingiram níveis recordes neste ano.

Esse estado de evidente divisão reativa uma retórica de guerra civil. No início de outubro, foi em Gettysburg, Pensilvânia, o local da batalha de 1863 que simboliza a nação dividida, que Joe Biden fez um discurso que traçou paralelos entre os Estados Unidos da América da Guerra da Secessão e a situação atual: novamente, disse ele, o país vive uma “batalha pela alma da nação”. Duas semanas antes, foi a “grandeza” do general Lee – o comandante do exército confederado – que Trump escolheu homenagear: “ele deveria ter vencido”, quase, lamentou-se, se não fosse por Gettysburg.

“Guerra Civil Fria”

Então haveria duas Américas em vez da união que Trump governa hoje. Ele regularmente se apresenta como o presidente de apenas uma parte da América: aquela que o apóia. Se gabando de seu histórico na pandemia, por exemplo: “Se você tirar os estados azuis [democratas]”, declarou, “estamos em um nível que acho que ninguém no mundo poderia alcançar.» Remover os estados azuis? “Muitas vezes encarado como não muito sério ou ilusório, o novo secessionismo – um retorno à Confederação – revela divisões na vida americana que talvez não sejam menos intratáveis %u20B%u20Bdo que aquelas que levaram à primeira Guerra Civil”, escreve Richard Kreitner .

Em 2018, 31% dos americanos acreditavam que uma guerra civil seria possível em cinco anos. A perspectiva está sendo explorada pela mídia de extrema direita, tanto para alimentar o temor de uma vitória democrata e seu hipotético surto de “antifas”, quanto para intimidar os liberais. Em um sentido menos literal de guerra, fala-se sobretudo de uma “guerra civil fria”. O processo de impeachment de Trump, as teorias de conspiração da extrema direita sobre o Estado profundo ou manifestações violentas são às vezes analisados por ambos os lados como sinais de uma guerra civil em ato.

“A guerra civil é como o dragão gigante que cochila da história americana, sempre pronto para se levantar quando menos esperamos e cuspir contra nós seu fogo insuportável”, escreveu o grande historiador David Blight no [The] Guardian. Esta nação, a mais diversa do mundo, é ainda uma experiência, e estamos mais uma vez em uma situação política que nos faz pensar se não estamos à beira de um novo tipo de conflito civil.”

Demandas secessionistas

Após a Guerra Civil, em 1869, a decisão da Suprema Corte do caso Texas v. White afirma que os estados não têm o direito de se separar unilateralmente. Mas a tentação separatista não desapareceu. Em 2012, quando Obama foi eleito, o site da Casa Branca recebeu petições de secessão de 50 estados; a do Texas foi o mais popular, com mais de 125.000 assinaturas. Na sequência da vitória de Trump, foi a ideia de um “Calexit”, uma Califórnia independente (majoritariamente progressista e em desacordo com o país em muitas questões da sociedade) que de repente ganhou popularidade.

Em 2017, uma pesquisa revelou que mais de 20% da população de Vermont acreditavam que o estado deveria considerar “deixar pacificamente os Estados Unidos e se tornar uma república independente, como fez de 1777 a 1791″. Reivindicações secessionistas são encontradas até mesmo nos dois últimos estados a fazerem parte da União, Alasca e Havaí. Há movimentos separatistas ao nível das regiões, das cidades. Projetos de secessionismo étnico, como o da Liga do Sul, que sonha em reconstituir uma neoconfederação branca. Propostas transnacionais, como a de Cascadia, uma bio-república progressista formada pelo norte da Califórnia, Oregon, estado de Washington e as províncias canadenses British Columbia e Alberta.

A lista de movimentos separatistas ativos também compreende projetos de República Negra, Sioux e Lakota … Há também propostas para dividir os Estados Unidos em dois, cinco, sete, seis, nove, onze, doze, treze pequenos países. “Paradoxalmente, a desunião tem sido uma de nossas únicas ideias verdadeiramente nacionais”, escreve Richard Kreitner. A secessão é o único tipo de revolução que nós, americanos, conhecemos e a única que tivemos a chance de ver.”

O medo da desunião

Afinal, os próprios Estados Unidos nasceram da secessão. Na sua história de quatrocentos anos [dos Estados Unidos] da América, Break It Up: Secession, Division, and the Secret History of America’s Imperfect Union, Richard Kreitner afirma que os fundamentos da nação sempre foram frágeis: “Desunião – a possibilidade de que tudo isso desabe – é um fio oculto em toda nossa história, da era colonial ao início da República e da Guerra de Secessão e além, passando pelo lendário século americano até nosso próprio período de instabilidade.” O mito de uma nação unificada não seria nada mais do que isso, “um mito”. A constante ameaça de desunião mostra mais a fragilidade da união do que sua capacidade de resistência?

“Antes da Guerra [da Independência], um dos principais argumentos contra a saída do Império era que a identidade britânica comum era uma das poucas coisas que permitia que as colônias permanecerem em paz”, escreve Colin Woodard em Union: The Struggle to Forge the Story of United States Nationhood. Se uma nação pode ser descrita como um povo com um senso de cultura, história e pertença comuns, na verdade havia meia dúzia no interior desses “Estados Unidos”. Depois da Revolução Americana, completa, a “solução ad hoc” foi celebrar a vitória comum contra os britânicos, mas as diferenças fundamentais não foram abordadas. O que tinham em comum os primeiros treze estados? “Só poderia ficar claro para todos que essas independências separadas, como as pequenas cidades da Grécia, estariam eternamente em guerra umas com as outras e se tornariam, a longo prazo, meros apoiadores e satélites das grandes potências europeias”, escreveu então Jefferson.

“Os fundadores são atormentados pela desunião”, explica Romain Huret, historiador dos Estados Unidos e diretor de estudos da École des Hautes Etudes en Sciences Sociales (EHESS). Viviam a angústia da ideia de que a união é composta por estados com sistemas econômicos e sociais muito diferentes, valores muito diferentes, e que será necessário acomodar divisões muito profundas. O sistema político foi inventado para lutar contra as divisões.” A Convenção Constitucional de 1787 foi convocada em resposta a esta crise crescente e forneceu um remédio legalista: um governo federal mais forte, limitado por freios e contrapesos. ‘O objetivo era garantir que nenhum bloco de colônias – nenhuma cultura regional – pudesse impor sua vontade às outras”, escreve Colin Woodard.

“Isso ajuda a explicar por que o culto à Constituição persistiu por tanto tempo: a ideia de ‘nós, o povo’ é muito poderosa”, comenta Jeffrey Rosen, presidente do National Constitution Center, organização que convida liberais e conservadores a discutirem o texto para além de lógicas partidárias. “Nestes tempos de grande polarização, talvez a única ideia com a qual os dois lados possam concordar é que a Constituição representa os ideais dos americanos”, continua. Eles não concordam em absoluto sobre o significado do texto. Mas eles concordam que a Constituição é nossa estrela polar. ”

Uma “quarta batalha pela Constituição”

Mesmo assim, Jeffrey Rosen acredita que o país vive sua “quarta batalha pela Constituição”. As três primeiras – a Revolução, a Guerra da Secessão e o New Deal – “lidavam todos com o tamanho e a extensão do poder federal”. A quarta batalha “faz eco às três anteriores e resume o status único da Constituição na vida americana como o documento impar, que tanto nos divide quanto nos une”. Com a confirmação da juíza Amy Barrett, nomeada in extremis por Donald Trump, “há seis votos na Suprema Corte para reviver a Constituição originalista”, explica Jeffrey Rosen.

Originalismo é uma filosofia constitucional defendida em particular pelo falecido juiz Antonin Scalia, mentor muito conservador de Amy Barrett, que defende uma interpretação da Constituição no sentido que tinha quando se tornou lei. Assim, Clarence Thomas, outro juiz originalista da corte suprema, considera que a maior parte das principais decisões tomadas desde o New Deal traíram o sentido original da Constituição e deveriam ser anuladas. Em contraste, o “constitucionalismo vivo” acredita que o significado do texto deve mudar com o tempo, à medida que a sociedade evolui.

A quarta batalha pela Constituição pode levar a uma série de decisões transformadoras que podem restringir significativamente o escopo do poder federal pela primeira vez desde 1937. “Este texto tem valor sagrado para alguns”, analisa Romain Huret. Os conservadores acreditam que este texto é divinamente inteligente, que cada palavra foi pesada. Mas podemos fazer interpretações literalmente opostas. A palavra “bem-estar” [welfare], por exemplo: o que os Pais Fundadores entendiam por “bem-estar”? Um convite à felicidade, como o Iluminismo? Ou pode significar o direito à segurança social? ”

Em busca da “própria origem” da nação

“Pode-se dizer que a história americana, a interpretação da revolução americana, sempre foi uma questão política”, resume o historiador Pap Ndiaye. A história dos monumentos confederados “erguidos nos anos entre as guerras, na década de 1950, sempre foi denunciada. A população afro-americana nunca concordou com a construção dessas estátuas, há uma longa história de protesto. As estátuas do General Lee são um século de opressão e segregação no sul.” Elas narram uma genealogia da vontade de afirmar o poder branco. As agitações e debates em torno da história americana não são tanto uma “destruição de nossa história”, como disse Donald Trump, mas o sintoma óbvio de uma necessidade de reescrever uma narrativa nacional que não seja fragmentada e mistificada. “As nações, escreve a historiadora Jill Lepore em This America: The Case for the Nation (2019), “são compostas de pessoas, mas estão unidas pela história (…). Há uma geração, a história americana se desfaz e a nação se desagrega. As nações, para entender quem são, precisam chegar a um acordo com seu passado.”

“Há um debate muito acalorado na América sobre a relevância dos fundadores”, observa Jeffrey Rosen. À esquerda, os progressistas argumentam que a fundação da América foi fatalmente marcada pela escravidão, na qual os próprios fundadores, quando proclamaram a igualdade, possuíam escravos e quase todos se opunham ao direito de igualdade das mulheres, e que é crucial sublinhar a imperfeição da história. Os conservadores replicam que os fundadores, embora tenham traído seus princípios de escravidão, abraçaram os ideais do Iluminismo, que mais tarde foram usados %u20B%u20Bpara acabar com eles. “Enquanto a América tiver uma política racial, ela terá uma memória de guerra civil política”, escreveu David Blight em 2001 em Race and Reunion: The Civil War in American Memory.

E se a certidão de nascimento da América não fosse a Revolução, mas a chegada dos primeiros escravos? Os historiadores têm debatido a questão desde que o New York Times lançou em 2019 um projeto de longo prazo denominado “The 1619 Project”, em referência à data em que um navio transportando vinte homens vindos da África chegou a Virgínia. Mais do que um pecado original, a chegada desses primeiros escravos constituiria a “própria origem” da nação, o ato fundador de um sistema que irrigou tudo que faz a América, sua riqueza, seu racismo, seu sistema eleitoral, de saúde, sua cultura …

O jornalista responsável pelo projeto recebeu o Prêmio Pulitzer. Os historiadores agora pedem que tal prêmio seja revogado, em nome dos “erros factuais, generalizações especiosas e interpretações forçadas” que sustentam seu projeto. Nas próprias colunas do New York Times, o jornalista Bret Stephens critica o projeto e sua visão “monocausal” da história nacional. “E quanto, por exemplo, às ideias da Primeira Emenda? Ou o espírito de abertura que trouxe milhões de imigrantes a lugares como a Ilha Ellis? Ou a visão de mundo iluminada do Plano Marshall e da ponte aérea a Berlin? (…) Que lugar ocupa o racismo anti-negro nas desonras americanas, como a brutalização dos ameríndios, a lei de exclusão dos chineses ou o internamento dos japoneses da América durante a Segunda Guerra Mundial?“ Por meio dessas conversas, buscamos o princípio explicativo, a razão de ser do país, que não mais reina sozinho no mundo, nem vive à altura de seus ideais fundadores. Talvez um dia eles tornem possível ressoar os “acordes místicos da memória”, como dizia Jefferson, que têm o poder de ligar o passado e o presente em um todo harmonioso.

*Publicado originalmente em ‘Le Monde’ | Via Carta Capital/ Tradução de Aluisio Schumacher

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China, além de comprar soja da Tanzânia, amplia a compra da Argentina

A Argentina aumentará de três para quatro milhões de toneladas o volume de suas exportações de soja para a estatal chinesa Sinograin em 2021, conforme anúncio feito nesta sexta-feira (30) pelo Ministério das Relações Exteriores argentino.

O aumento foi confirmado na renovação de um convênio firmado em 2018 por Buenos Aires e Pequim, que também prevê incrementar o volume de óleo de soja vendido para a empresa chinesa de 300 mil para 400 mil toneladas.

A chinesa Sinograin vai aumentar em 25% as compras de grãos e óleo de soja, aumentando em 500 milhões de dólares o faturamento em relação a 2019.

Segundo a chancelaria argentina, isso implicará em receitas de US$ 1,5 bilhão (R$ 8,6 bilhões) a US$ 2 bilhões (R$ 11,5 bilhões), com base no atual patamar de preços do produto.

“A Argentina chegou a exportar US$ 85 bilhões [R$ 488 bilhões] e, em 2019, alcançou apenas os US$ 65 bilhões [R$ 373 bilhões]. É necessário recuperar esses US$ 20 bilhões [R$ 115] de diferença, porque aumentar as exportações permitirá que nosso país não tenha o clássico problema de estreitamento da balança de pagamentos que culmina em endividamento”, disse o chanceler Felipe Solá.

Mais cedo, o governo argentino conseguiu interromper uma greve de trabalhadores em processadoras de oleaginosas motivada por desentendimentos entre funcionários e empresários sobre o pagamento de bônus relacionados à pandemia da COVID-19.

O Sindicato de Trabalhadores e Empregados de Indústrias de Oleaginosas (SOEA), que representa os trabalhadores das empresas processadoras de grãos das cidades de San Lorenzo, Puerto General San Martín e Timbúes, de onde provêm cerca de 80% das exportações agroindustriais do país, reivindica o pagamento retroativo de bônus mensais por trabalhos realizados durante a suspensão de atividades econômicas por conta do surto do novo coronavírus, assunto que vem sendo debatido em uma série de reuniões mediadas por representantes do Ministério do Trabalho.

Nesta sexta-feira (30), no início da tarde, o sindicato iniciou uma greve que deveria durar ao menos 24 horas, mas foi suspensa após o governo publicar um decreto de conciliação compulsória, segundo o qual as partes terão 15 dias úteis para chegar a um acordo.

“A conciliação foi emitida e nós a cumprimos”, declarou à Reuters o secretário da SOEA, Daniel Succi, destacando que uma nova reunião com as empresas do setor deverá ser realizada na próxima terça-feira (3).

 

*Com informações do Sputnik

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Nova variante do coronavírus se espalha pela Europa, alertam cientistas

De acordo com o jornal britânico Financial Times, nova cepa surgiu na Espanha e é responsável pela maioria dos novos casos de Covid-19 no continente.

Uma variante do coronavírus, que surgiu entre trabalhadores no nordeste da Espanha em junho, se espalhou rapidamente por grande parte da Europa desde o verão e é a responsável pela maioria dos novos casos de Covid-19 em vários países do continente, que vive uma segunda onda de infecção.

De acordo com o Financial Times, uma equipe internacional de cientistas que rastreia o vírus por meio de suas mutações genéticas descreveu a disseminação da variante, identificada pelo acrônimo 20A.EU1, em um artigo que será publicado nesta quinta-feira (29). A nova cepa, informa o jornal britânico, já é responsável por mais de 80% dos casos no Reino Unido.

O estudo, que ainda não foi publicado em periódico revisado por pares, sugere que pessoas que voltaram de férias na Espanha desempenharam um papel fundamental na transmissão do vírus pela Europa. Essa é uma possibilidade que levanta indagações sobre se a segunda onda que está varrendo o continente poderia ter sido reduzida com uma melhor triagem em aeroportos e outros centros de transporte.

— A partir da disseminação da 20A.EU1, parece claro que as medidas [de prevenção contra o coronavírus] em vigor muitas vezes não eram suficientes para interromper a transmissão das variantes introduzidas neste verão — afirmou Emma Hodcroft, geneticista da Universidade de Basileia (Suíça) e líder do estudo, ao Financial Times.

Cada variante do vírus tem sua própria assinatura genética, por isso ela pode ser rastreada até o local de origem. As equipes científicas na Suíça e na Espanha estão examinando o comportamento da nova cepa para determinar se ela pode ser mais letal ou infecciosa do que outras.
Cepa é diferente de outras versões do vírus

De acordo com o jornal britânico, Emma Hodcroft enfatizou que não há “nenhuma evidência de que a propagação [rápida] da variante se deva a uma mutação que aumente a transmissão ou impacte o resultado clínico” . Mas ressaltou que a 20A.EU1 era diferente de qualquer versão do Sars-Cov-2 que ela havia encontrado anteriormente.

— Não vi nenhuma variante com esse tipo de dinâmica desde que comecei a observar sequências genômicas de coronavírus na Europa — disse Hodcroft ao Financial Times.

Os cientistas estão trabalhando com laboratórios de virologia para descobrir se a 20A.EU1 carrega uma mutação específica na proteína spike (espícula, em inglês), que o vírus usa para entrar nas células humanas, capaz de alterar seu comportamento.

 

*Com informações de O Globo

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Chefes do Facebook, Twitter e Google são chamados pelo senado americano; por quê?

A pouco menos de uma semana para a eleição presidencial dos EUA, os executivos-chefe de três dos maiores nomes da tecnologia mundial —Mark Zuckerberg (Facebook); Sundar Pichai (Google); e Jack Dorsey (Twitter)— vão testemunhar perante o Comitê de Comércio, Ciência e Transporte do Senado do país nesta quarta-feira (28), a partir das 11h (horário de Brasília).

Os depoimentos serão feitos por videoconferência. O anúncio da Comissão de Comércio do Senado disse que a audiência “oferecerá uma oportunidade para se discutir as consequências imprevistas do escudo de responsabilidade da Seção 230 e a melhor forma de preservar a internet como fórum para o discurso aberto”.

A Seção 230 da Lei de Decência nas Comunicações de 1996 é uma imunidade legal das empresas de tecnologia sobre a responsabilidade sobre o conteúdo publicado por usuários em plataformas como Twitter, Facebook e YouTube (pertencente ao Google). Ela vem recebendo fortes críticas do presidente Donald Trump e de legisladores norte-americanos.

Os políticos republicanos afirmam que a seção foi usada pelas empresas de tecnologia para censurar opiniões conservadoras. Os democratas dizem que essas mesmas empresas fazem pouco para moderar conteúdo falso. Já as companhias dizem que tomam essas decisões sem levar em conta pontos de vista políticos.

O Wall Street Journal reportou, no mês passado, que o governo americano quer mexer na Seção 230 alegando que ela dá muita margem de manobra às empresas para policiarem elas mesmas seus sites e assim escapa de processos na Justiça.

A audiência é separada de uma outra, planejada pela Comissão de Justiça do Senado, que autorizou na última quinta-feira (22) uma intimação a Dorsey e Zuckerberg depois de as empresas terem limitado o compartilhamento de artigos do jornal “New York Post” relacionados ao filho do candidato democrata à presidência, Joe Biden, que poderiam comprometê-lo.

Outro lado

Em seus testemunhos, Mark Zuckerberg, do Facebook, Jack Dorsey, do Twitter, Sundar Pichai, do Google, dirão ao comitê presidido pelo senador republicano Roger Wicker que a Seção 230 é fundamental para a liberdade de expressão na internet.

Dorsey, do Twitter, alertará o comitê que erodir a base da Seção 230 pode prejudicar significativamente a forma como as pessoas se comunicam online, deixando “apenas um pequeno número de empresas de tecnologia gigantes e bem financiadas”.

Zuckerberg vai afirmar, em seu testemunho, que as plataformas de tecnologia provavelmente censurarão mais para evitar riscos legais se a Seção 230 for revogada. Segundo ele, sem a legislação, as plataformas poderiam “enfrentar a responsabilidade de fazer até moderação básica, como remover discurso de ódio e assédio que impacta a segurança e segurança de suas comunidades”.

 

*Com informações do Uol

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Num plebiscito histórico, Chile escreverá a sua nova constituição

Em um plebiscito histórico, o Chile aprovou escrever uma nova Constituição. Antes que os relógios completassem às 21h15 da noite deste domingo, os chilenos já sabiam que este 25 de outubro mudaria a história do país. Com as televisões ligadas, e em pontos de concentração já tradicionais palcos de protestos, como a ‘Plaza de la Dignidad’ – antiga Plaza Itália, a população esperava ansiosa a contagem de votos.

Sem a certeza do resultado, a jornada de votações havia cumprido o objetivo de ser um aprendizado para as gerações futuras, com recordes de presença eleitoral, principalmente de jovens, em um país acostumado a não votar e, como tal, desacreditado da representatividade selecionada do Congresso ou da Presidência.

O plebiscito nacional 2020 chamou a atenção pela massiva participação destes jovens, os mesmos que iniciaram o que era uma pequena mobilização pelo aumento do preço das passagens de metrô, na capital do país, Santiago, há pouco mais de um ano, que foi respondida pelo governo de Sebastián Piñera com truculência desproporcional das Forças de Segurança, culminando, poucos dias depois, em um Estado de Exceção e no que se tornou o maior colapso social da história do país.

O que a população pedia nos mais de três meses de manifestações ininterruptas era justamente dignidade. Dignidade para conseguir chegar ao final do mês, pagando o preço – que anunciavam elevar – do transporte municipal, da cesta básica para além do pão como o único alimento garantido de pagar pelo salário mínimo, dos caros planos de saúde que sequer cobrem necessidades básicas e, para as famílias que ousassem, de creches ou universidades privadas – porque no país não existe nenhum dos dois gratuito.

Porque ao chegar ao final da vida, a aposentadoria privatizada tampouco fazia frente a qualquer destes altos custos de viver no país que decidiu ser o pioneiro do neoliberalismo no mundo, em plena ditadura do general Augusto Pinochet (1973-1990). O que a população entendeu é que este modelo foi viabilizado graças à Constituição, a que tem entre seus artigos o preceito de que o direito privado pode estar acima do direito a garantias básicas públicas.

E desde o dia que os chilenos entenderam, questionaram o mais forte que puderam: como o país ainda carregava em suas bases de construção uma legislação criada no regime ditatorial, 30 anos depois? De outubro a dezembro, o descrédito e a falta de representatividade na política, num país cujas eleições não são obrigatórias e detinha, há muito, baixa participação sufragista, deram lugar a uma população empoderada, que acreditava, pela primeira vez, que poderia decidir o futuro do país.

O sentimento, muito mais de batalhas naqueles meses, conseguiu fazer-se em conquista cidadã neste domingo. Desde a organização das filas de votações, em todos os setores do país, aonde voluntários davam prioridade aos maiores de 60 anos, grávidas e portadores de deficiência, sem se importar que o horário exclusivo para eles durava das 14h às 17h, até jovens caminhando ao largo das filas quilométricas para motivar eleitores a não desestimularem. A energia de contribuição cidadã era visível por todos os lados. O desânimo tampouco ganhava os que esperaram até 3 horas, em algumas filas maiores, exclamando a felicidade de participar deste processo histórico.

Pouco mais das 21 horas, os resultados já mostravam 77,5% pelo “aprovo” contra 22,5% de “rechaço”, com 19% dos votos contabilizados. A essa hora, a festa da cidadania na Plaza Dignidad já estava montada. Desta vez, a violência policial não seria capaz de conter a mudança de um país, decidida e escrita por seu próprio povo.

 

*Com informações do GGN

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