Opinião

Bolsonaro será preso

Para quem sabe ler, pingo é letra.

O voto, bem fundamentado, do relator do TSE, Benedito Gonçalves no julgamento da inelegibilidade de Bolsonaro, não deixou dúvida para quem estava atento a cada palavra proferida pelo ministro, deixando claro que o próximo passo de Bolsonaro rumo à guilhotina, foi dado pelo relator.

Na verdade, o voto de Gonçalves tinha, junto, um procedimento para que a justiça comum julgue também os crimes do ex-presidente que o relator fez questão de pontuar e grifar a gravidade.

Certamente, isso não passou batido pelos advogados de Bolsonaro, tanto que já há um movimento de seus capachos do Congresso no sentido de criar um Projeto de Lei absurdo de anistia a ele, que, aliás, já foi protocolado.

Ou seja, com certeza, o slogan, dentro das quatro linhas d o bolsonarismo é, bola para o mato que o jogo é de campeonato. E a justiça comum virá com tudo na jugular de Bolsonaro.

A conferir.

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Por uma ordem cultural

O capitalismo cultural, se é que podemos chamar assim esse que já foi um dos maiores ativos financeiros dos grandes bilionários, tem regras muito claras. Para ser aceito nessa raia verticalizada, era preciso passar pelo filtro dos produtores medalhonados pelo mercado.

Tratava-se de um Jogo pesado que, na maioria das vezes, para sua “estrela brilhar”, você deveria, junto, ajudar a apagar a dos outros.

Sim, esse mundo sempre foi um campo de guerra onde as batalhas eram sangrentas e não obedeciam limites éticos e nem ambições pequenas.

A lógica era, lançou um produto hoje, amanhã pela manhã já tem que fazer sucesso. Essa era a regra nº1 daquela quimera para a imensa maior parte dos artistas.

Boa ou ruim, a coisa tinha que render muita grana para os barões mundiais da indústria cultural de massa.

Também por isso, quem esperava um plano robusto para as políticas públicas de cultura, se decepcionava.

Nunca falamos abertamente sobre esse assunto, sobre um caminho novo, sobre uma outra lógica que ao menos pudesse servir de proposta para um outro olhar sobre a produção artística.

Daquele mundo milionário só restaram os vícios e cacoetes ainda mais enviesados e completamente fora da realidade atual. Por isso, é urgente que se apague tudo, inclusive as soluções propostas pelos tecnocratas que operam no setor público com os mesmos vícios neoliberais que enxergam o Estado como uma empresa, o que é trágico.

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Quando você se sentir um idiota, lembre-se que a mídia tratou Moro como herói

Sim, a mídia, no período do golpe contra Dilma, tratava Sergio Moro e Eduardo Cunha na mesma medida em sua régua. E qual era a medida? Os dois, juntos, potencializariam a derrubada golpista da primeira mulher presidenta do Brasil.

E aqui abro um parêntese para dizer que esses dois, que se transformaram em cachorros mortos, guardam uma distância infinita diante de Dilma e do posto que ela ocupa no Banco dos BRICS e, consequentemente na geopolítica global.

Também por isso, de tempos em tempos, somos obrigados a lembrar do discurso histórico de Dilma Rousseff, quando deixou o governo, em que ela, da primeira à última palavra, disse o que aconteceria com o Brasil, sem errar suas previsões. Toda a tragédia que o Brasil viveria, com Temer e, depois, com Bolsonaro, foi prevista por ela, sem tirar nem pôr.

Mas em duas frases, ditas em momentos diferentes, Dilma sentenciou o futuro da direita, “não ficará pedra sobre pedra”. Mais assertiva, impossível. Já a segunda frase explica o título, quando, durante o golpe, disse que “o Brasil vivia uma enorme crise cultural”.

E Dilma acertou ainda mais, porque se assim não fosse, Moro não seria considerado herói nacional pela mídia industrial. Só mesmo uma crise ética e moral seria capaz de produzir uma crise cultural tão avassaladora em toda a mídia brasileira.

Agora, a mídia não sabe como explicar por que Moro e seu ajudante de ordem, Deltan Dallagnol, que são protagonistas de uma grotesca farsa jurídica chamada Lava Jato, foram elevados a figuras máximas da nação dentro de cada redação, de cada jornalão e para cada barão da comunicação.

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A crise institucional que produziu Bolsonaro

Eu sempre bati na tecla que essa coisa nefasta, Bolsonaro, nunca foi causa, mas consequência de uma herança civilizatória parida pelas instituições brasileiras, públicas ou não.

A apologia à ditadura, a violência, a tortura, o assassinato, os esquemas de peculato (rachadinha), sempre foram amplamente publicizados por Bolsonaro e seu clã.

Na verdade, esse era seu grande mote de marketing político, porque, por mais burro que seja, Bolsonaro sabe que as instituições e, consequentemente, parte da sociedade sempre saudaram a violência como forma de civilização.

Isso revela algo trágico.

As instituições brasileiras são moralmente falidas. Não importa o seguimento ou mesmo ser pública ou privada, religiosa ou cultural.

A diversidade bolsonarista se apresentou miseravelmente pelas instituições. Esse é um nó que precisa ser desatado, do contrário, num futuro não muito distante, o Brasil terá gente ainda pior que Bolsonaro assumindo os rumos da nação.

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Por que a sociedade civil impediu o golpe de Bolsonaro?

Luiz Carlos Bresser-Pereira*

Foi a sociedade civil brasileira com ajuda dos grandes países que impediu o golpe.

Bolsonaro tentou dar um golpe várias vezes durante seu governo. Agora está sendo julgado pelo TSE e provavelmente se tornará inelegível nos próximos oito anos. O que é muito justo, mas pouco. É preciso haver também um julgamento criminal.

Foi a sociedade civil brasileira com ajuda dos grandes países que impediu o golpe. Nas minhas aulas eu costumo ensinar que há duas formas de sociedade voltada para a política: a nação e a sociedade civil.

As mesmas pessoas e organizações participam das duas formas de sociedade, mas enquanto a nação está voltada para a autonomia nacional e o desenvolvimento econômico, a sociedade civil está voltada para a justiça social e a democracia.

No Brasil nós temos uma nação fraca e uma sociedade civil forte. A nação é fraca porque, não obstante os esforços realizados por Lula no seu primeiro governo e a agora, o Brasil continua subordinado aos grandes países que não têm interesse na nossa industrialização.

A força da sociedade civil ficou demonstrada no governo Bolsonaro. Só em 1985, com a aprovação do sufrágio universal, os brasileiros conquistaram a democracia, mas essa conquista foi definitiva.

É claro que os setores autoritários senão fascistas ganharam poder desde as manifestações de 2013. Foi quando a classe média, espremida entre os pobres, que o governo do PT procurava privilegiar e os muito ricos que não conseguia controlar, inclinou-se para direita.

Apesar disso, a maioria dos brasileiros, em todas as classes, inclusive a classe alta superior, preferem a democracia à ditadura. Têm boas razões para isso. Os governos podem errar, mas a sociedade civil e o Estado são suficientemente fortes para garantir a democracia.

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As cúpulas militares só abortaram plano de golpe por falta de apoio dos EUA

Em que pese o conhecimento detalhado que se tem hoje sobre a atuação partidária organizada das cúpulas das Forças Armadas como um partido político com projeto próprio de poder, amplos setores da sociedade brasileira ainda acreditam nas “narrativas” mentirosas dos militares, como a do chefe do Estado-Maior do Exército, general Fernando José Sant’Ana Soares e Silva, que sustenta que “nós, o Exército, nunca quisemos dar nenhum golpe”.

Decerto amparado na crença da eterna impunidade, o general vai longe no seu atrevimento: “Tanto não quisemos, que não demos [o golpe]”, declarou. A mensagem é clara: quando quiserem – ou, quando puderem –, os militares perpetrarão o golpe para tomarem de assalto o poder.

As cúpulas militares estão vencendo a batalha comunicacional sobre este período histórico em que tiveram não só primazia absoluta na condução do governo fascista-militar, como centralidade nos trágicos acontecimentos precedentes e posteriores à eleição de 2018, quando elegeram a chapa militar Bolsonaro/Mourão à presidência do Brasil.

Habilmente, descarregam as “culpas” nos bodes expiatórios midiaticamente mais atraentes, como Bolsonaro, Mauro Cid e elementos secundários da súcia. Desse modo, essas cúpulas que implicaram institucionalmente as Forças Armadas nos atentados à democracia vão conseguindo se safar das responsabilidades diretas e centrais na conspiração.

Já em 7 de outubro de 2018, data do primeiro turno da eleição presidencial, reportagem do jornalista argentino Marcelo Falak para o Ámbito Financiero destacava, a partir de relatos de uma fonte do alto oficialato das Forças Armadas brasileiras, que Bolsonaro era, na realidade, um Cavalo de Tróia para viabilizar o projeto secreto da cúpula militar – “o homem que a cúpula das Forças Armadas escolheram, há 4 anos [ainda em 2014, portanto], para que ele se fosse convertido no presidente do Brasil”.

Agora, quase cinco anos depois, outra matéria jornalística – do jornal inglês Financial Times [FT, de 21/6] – traz claridade a respeito do protagonismo decisivo das cúpulas militares na complexa dinâmica política nacional.

O FT relata “uma pressão silenciosa de um ano pelo governo dos EUA para conclamar os líderes políticos e militares do país a respeitarem e protegerem a democracia”.

Na matéria, o ex-embaixador dos EUA no Brasil [2016/2018] Michael McKinsley cita um “empenho muito incomum” que “durou quase um ano” e significou uma “campanha coordenada em várias ramificações do governo dos EUA, como os militares, a CIA, o Departamento de Estado, o Pentágono e a Casa Branca”.

De acordo com o também ex-embaixador dos EUA no Brasil [2009/2013] e ex-Sub-secretário do Departamento de Estado Thomas Shannon, “o esforço começou com a visita do assessor de segurança nacional de Biden, Jake Sullivan” a Bolsonaro e a autoridades do governo, em agosto de 2021.

O assessor de segurança do governo Biden se convenceu que “Bolsonaro seria totalmente capaz de manipular os resultados da eleição ou negá-los, como Donald Trump havia feito”. A partir de tal constatação, o governo estadunidense decidiu aumentar as pressões sobre Bolsonaro e os militares.

No dia seguinte ao encontro que Bolsonaro promoveu com representações diplomáticas estrangeiras em Brasília para avacalhar o sistema eleitoral brasileiro, o Departamento de Estado saiu em defesa do sistema eleitoral e das instituições brasileiras, numa sinalização crítica à postura de Bolsonaro.

Segundo uma autoridade do alto escalão do Brasil, aquele “endosso incomum” ao sistema de votação brasileiro “foi muito importante, especialmente para os militares. Eles recebem equipamentos dos EUA e fazem treinamentos lá, de modo que ter boas relações com os EUA é muito importante para os militares brasileiros. [Neste sentido], a declaração foi um antídoto contra a intervenção militar”.

Uma semana depois, foi a vez de Lloyd Austin, secretário de Defesa do governo Biden, dar uma reprimenda nas cúpulas fardadas nativas, dizendo que as forças militares precisavam estar “sob forte controle civil” [26/7/2022]. Conforme o FT, Austin alertou os militares brasileiros sobre as consequências negativas caso perpetrassem um golpe.

Além do assessor de segurança nacional e do secretário de Defesa dos EUA, a general Laura Richardson, chefe do Comando Sul dos EUA; e o chefe da CIA, William Burns, também se encontraram com o governo Bolsonaro no ano eleitoral. “Isso [tamanha movimentação] é comum? Não, não é”, disse McKinley, reconhecendo a anormalidade da situação.

Está claro, portanto, que as cúpulas militares só não prosseguiram o plano golpista de virada de mesa para impedir a posse do presidente Lula por falta de apoio dos EUA.

Fosse Donald Trump o presidente da potência do Norte, ou se Bolsonaro não fosse um aliado estadunidense tão visceralmente atrelado a Trump e contestador da eleição de Joe Biden, provavelmente o governo Biden não teria agido como agiu, e então os militares teriam avançado na consecução do golpe.

A democracia clama por investigação e responsabilização das cúpulas militares e oficiais conspiradores que atentaram contra o Estado de Direito. O Brasil não pode continuar nesse auto-engano eterno em relação às Forças Armadas. A impunidade é um caminho livre para a destruição da democracia.

*Do blog de Jeferson Miola

*Ilustração: Miguel Paiva

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Bolsonaro volta a cuspir marimbondos às vésperas de ser cassado

À luta, seguidores do Mito!

Jairzinho Paz & Amor, edição revista e atualizada, desembarcou no Brasil depois de 100 dias em Miami e manteve-se em silêncio obsequioso. Edição revista e atualizada porque a original data de 7 de setembro de 2021, quando ele chamou de canalha o ministro Alexandre de Moraes, teve que se desculpar e passou a miar.

Aconselhado por amigos e advogados, adotou desde então uma postura discreta. Bolsonaro atendeu aos chamados da Polícia Federal para depor sobre joias que recebeu de presente, carteiras de vacinação falsificadas e o golpe do 8 de Janeiro. Tudo para não irritar Moraes e seus colegas, que em breve o julgariam.

Quem sabe assim eles não seriam mais complacentes com ele; quem sabe assim não lhe aplicariam apenas uma multa ao invés de cassar os direitos políticos dele sob a acusação de abuso do poder e atos hostis à democracia? Ao concluir que não adiantou comportar-se tão bem, agora volta a cuspir marimbondos.

Em visita a Porto Alegre, carente de afagos, ele cuspiu os primeiros:

Hoje [ontem], começa o meu julgamento político. Ou melhor, não é político, é politiqueiro. Da mais baixa intenção por parte de alguns. Não estou atacando o TSE. Mas a fundamentação é inacreditável: ‘Reuniu-se com embaixadores’. O outro cara, no ano passado, se reuniu com a nata do PCC no Complexo do Alemão, no Rio, e vai se reunir com a nata do Foro de São Paulo”.

Sobre o Supremo Tribunal Federal, a quem cabe julgar se leis aprovadas pelo Congresso estão de acordo com a Constituição:

“Não pode 594 pessoas [a totalidade de senadores e deputados federais] decidirem de um jeito e outras 11 [os ministros do STF] decidirem diferente”.

Ora, segundo a Constituição, só pode. Na sequência, Bolsonaro revelou ter sido alvo de uma nova investida da Justiça, na quarta-feira (21):

“Foram na minha casa querer saber como está a minha filha, de 12 anos de idade. Os caras, inclusive, não têm limite. […] Não tem nenhuma denúncia, nada contra ela. Foram lá para saber como é que está o cartão de vacina dela”.

“Os caras” são agentes do Ministério Público Federal. A carteira de vacinação de Laura foi falsificada. O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordem da Presidência, falsificou carteira para Bolsonaro e para sua própria mulher. Mauro Cid está preso. Encontraram uma minuta de golpe no seu celular.

Valdemar Costa Neto, presidente do PL, foi um dos promotores da reaparição do Jairzinho Paz & Amor. Mas ontem, à primeira cuspidela de marimbondos, subiu nos tamancos e convocou o partido para que saia em defesa de Bolsonaro:

“É um momento em que precisamos nos unir, o PL é um partido de direita. Faremos reuniões com nossos deputados por todo o país. Isto começará na segunda, em São Paulo, onde Bolsonaro estará para uma visita à Assembleia Legislativa do estado”.

Em apelo dirigido aos bolsonaristas, elevou o tom:

“Não vamos admitir injustiças com o nosso capitão. Não acredito que um presidente da República fique inelegível pelo que falou. Isso não existe em nenhum lugar do mundo. Bolsonaro vai seguir firme e será o nosso candidato nas próximas eleições”.

O que deu em Valdemar, tão pacífico até aqui? Deve ter levado ferroada de marimbondo.

*Blog do Noblat

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Excluir Bolsonaro da arena eleitoral é um ato de legítima defesa

Tornar ex-presidente inelegível é maneira de barrar do processo eleitoral quem atuou para destruí-lo.

Jair Bolsonaro facilitou a vida dos ministros do TSE que começaram a julgá-lo. Por anos, o ex-presidente liderou uma conspiração à luz do dia para derrubar a credibilidade do sistema de votação do país e deixou para trás as provas de um plano que tinha como objetivo mantê-lo no poder mesmo derrotado, diz Bruno Boghossian, Folha.

Na prática, Bolsonaro tentou fraudar o processo de escolha de um novo presidente. Para isso, ele abusou do cargo que ocupava: acionou o Exército para interferir na organização da eleição e usou ferramentas oficiais para difundir informações falsas. Segundo o Ministério Público, era uma conduta que causava o “estremecimento do apoio popular à própria existência de eleições”.

Como presidente, Bolsonaro passou quatro anos num esforço para fragilizar controles democráticos e desestabilizar um sistema que ameaçava a renovação de seus poderes. Como candidato, violou as regras do jogo eleitoral para ficar no cargo. Excluí-lo dessa arena temporariamente é o mínimo que o TSE pode fazer.

A pena que o tribunal deve aplicar a Bolsonaro não é apenas uma punição pelas infrações do passado. Tornar o ex-presidente inelegível por oito anos é também uma maneira de bloquear a participação direta no processo eleitoral de um personagem que atuou para destruí-lo.

Seria ingenuidade acreditar que, com o caminho livre para concorrer ao Planalto novamente em 2026, Bolsonaro se converteria milagrosamente num devoto das urnas eletrônicas. Eleito para mais um mandato, dificilmente deixaria de lado seus delírios golpistas e sua campanha para driblar as regras que limitam o poder do presidente.

Ainda que a inelegibilidade pareça amarga, oito anos certamente não tornarão Bolsonaro um fiel cumpridor da ordem institucional. O ex-presidente opera numa frequência que favorece o confronto com esse princípio, como sugere o discurso de perseguição que ele ensaia diante da provável condenação. Se voltar às urnas em 2030, provavelmente voltará com o mesmo figurino.

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Bolsonaro quer ser absolvido no TSE por excesso de provas

Ex-presidente pede que TSE repita vista grossa que salvou Temer em 2017.

Em 2017, o Tribunal Superior Eleitoral absolveu a chapa Dilma-Temer por excesso de provas. Seis anos depois, a defesa de Jair Bolsonaro quer repetir a mágica em seu julgamento na Corte.

Na quarta-feira, o ex-presidente invocou o precedente em causa própria. “Espero que tudo o que aconteceu no julgamento de 2017 se repita agora em 2023”, disse à CNN Brasil. O capitão se dirigiu ao tribunal em tom de comando, como se estivesse diante de seus antigos recrutas. “Arquive. Mande ao arquivo isso”, ordenou.

No julgamento de 2017, o TSE fez vista grossa para evidências de que a chapa Dilma-Temer havia sido abastecida com dinheiro sujo. Os ministros pediram acesso a inquéritos da Lava-Jato e tomaram depoimentos que confirmaram práticas de corrupção e caixa dois. Mais tarde, decidiram que o material deveria ser descartado porque não estava na petição inicial.

A manobra foi chefiada pelo ministro Gilmar Mendes. Ele presidia o TSE e era visto como aliado do governo. Nas horas vagas, fazia visitas a Temer fora da agenda oficial.

Para azar de Bolsonaro, a Justiça Eleitoral não está mais sob as asas de Gilmar. Hoje o TSE é comandado pelo ministro Alexandre de Moraes. E a Corte já decidiu incluir, no processo atual, a minuta de golpe apreendida na casa de um escudeiro do ex-presidente.

Na entrevista à CNN, o capitão alegou que Moraes teria “se beneficiado” da pizza assada em junho de 2017. “Graças a esse julgamento, o senhor Temer continuou presidente e depois indicou o senhor Alexandre para o Supremo”, disse. A afirmação é falsa. Moraes tomou posse em março, três meses antes da absolvição do ex-chefe.

Na sessão de ontem, a defesa tentou atenuar a gravidade dos fatos que devem levar à condenação de Bolsonaro. O advogado Tarcísio Vieira disse que o cliente atacou a integridade das urnas num evento diplomático, sem “caráter eleitoral”. Faltou explicar por que o discurso foi transmitido na TV pública e nas redes do candidato à reeleição.

Para Vieira, a situação de Bolsonaro seria “idêntica” à da chapa Dilma-Temer. O doutor não pode ser acusado de desconhecer o caso. Em 2017, ele integrava o TSE pelo exótico mecanismo que reserva vagas na Corte para advogados. Com a toga nos ombros, ajudou Gilmar a salvar Temer. O ministro Herman Benjamin definiu aquele julgamento como “enterro de prova viva”.

*Bernardo Mello Franco/O Globo

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Agora é muito tarde, Bolsonaro, e Inês é morta

O erro que Lula não cometeu

Bolsonaro foi ao Congresso, e mais tarde à CNN, dizer em entrevista amigável que sua eventual condenação pelo Tribunal Superior Eleitoral “será péssima para a democracia”. (Não seria o inverso?). Cobrou ao tribunal que o absolva como fez em 2017 com a chapa Dilma-Temer, acusada de abuso de poder político.

No Congresso e na CNN, Bolsonaro afirmou que foi graças àquela decisão que Alexandre de Moraes pôde tornar-se ministro do Supremo, indicado por Temer. Mentiu, é claro. Seu filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), também mentiu ao repetir o que o pai disse. Moraes já era ministro do Supremo.

Se Bolsonaro perder os direitos políticos por 7 x 0, irá para o lixo seu discurso de vítima do sistema. Se perder por 6 x 1, ainda será ruim. Daí a pressão sobre o ministro Nunes Marques, nomeado por ele. Não basta que Marques vote para absolvê-lo: terá de pedir vista do processo para suspender o julgamento por até 90 dias.

Lula ficou preso 580 dias, mas deixou a cela em Curitiba por decisão do Supremo, e seu principal algoz, Sérgio Moro, que atuou em dobradinha com a acusação, foi considerado um juiz parcial. Bolsonaro, não, preferiu calar-se. Só voltou a abrir a boca a poucas horas de começar a ser julgado. Agora, é tarde, Inês é morta.

esagradou aos aliados que recomendaram o silêncio para não piorar sua situação. Continuará a desagradá-los. Às pressas, encomendou uma manifestação popular para o recepcionar, hoje, no aeroporto de Porto Alegre. Não tinha nenhuma viagem marcada para visitar o Rio Grande do Sul. Ali, sente-se em casa.

Vá gostar no inferno de atirar seguidas vezes no próprio pé como se ele fosse blindado. Que infelicidade! Bolsonaro está destinado a passar à história como o único governante de extrema-direita do mundo que na segunda década do século XXI simplesmente não conseguiu se reeleger e ainda por cima foi punido.

Desgraça pouca é bobagem.

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