Opinião

Sombra de Bolsonaro, Mauro Cid estava sempre na cena do crime

Cenário está armado para que o tenente-coronel pague a conta em nome do capitão.

A cena marcou os debates da eleição presidencial. Nos intervalos de cada rinha televisiva, um militar subia ao palco para cochichar com Jair Bolsonaro. Era o tenente-coronel Mauro Cid, preso na quarta-feira pela Polícia Federal.

Nos estúdios de TV, o oficial fardado se destacava entre os civis. Sua presença tinha duplo significado. Simbolizava o uso da máquina na campanha à reeleição e o apoio dos quartéis ao candidato da extrema direita.

Cid foi a sombra de Bolsonaro no poder. Tenente-coronel do Exército, não se limitava às atribuições de um ajudante de ordens, como carregar papéis e atender telefonemas. Também aconselhava o chefe em assuntos políticos e eleitorais.

O militar entrou na mira da PF em 2021, ao organizar live em que o presidente fez ataques à urna eletrônica. O caso o levou a ser indiciado por vazamento de dados confidenciais. A Justiça ordenou a quebra de seu sigilo telefônico, o que daria origem a uma série de novas investigações.

A polícia descobriu que o faz-tudo de Bolsonaro trocava mensagens com extremistas que tramavam um golpe de Estado. Ele também foi indiciado por produzir desinformação sobre a vacina contra a Covid.

Mais tarde, a PF passou a investigá-lo sob suspeita de operar um esquema de caixa dois no Planalto. O dinheiro seria usado para pagar despesas pessoais do presidente e da primeira-dama.

O tenente-coronel ainda se envolveu na tentativa de liberar joias apreendidas pela Receita Federal em Guarulhos. As peças foram trazidas ilegalmente para o país e engordariam o patrimônio da família Bolsonaro. Já no governo Lula, Cid foi o pivô da crise que derrubou o comandante do Exército. Apesar da sua folha corrida, o general Júlio Cesar de Arruda insistia em nomeá-lo para comandar um batalhão em Goiás.

No caso que o levou à cadeia, Cid não agiu apenas a serviço do capitão. Também adulterou dados do SUS para a mulher e as filhas. Em mensagem interceptada pela PF, ele se gabou do próprio negacionismo. “Não vou tomar vacina mesmo. Eu e ninguém aqui em casa”, disse. Mesmo assim, mandou emitir carteirinhas falsas para que a família pudesse entrar nos EUA.

A prisão do faz-tudo criou novos riscos para o bolsonarismo. Curiosamente, o advogado escalado para defendê-lo se mostrou mais preocupado em defender o ex-presidente. A julgar por suas entrevistas, Cid seria o primeiro ajudante de ordens que, em vez de cumprir ordens, agia à revelia do chefe.

O cenário está armado para que o tenente-coronel pague a conta em nome do capitão. Cid é um arquivo vivo. Viu tudo, ouviu tudo e sempre esteve na cena do crime. A ver se aceitará o papel de bode expiatório.

Diário de um detento

A defesa de Anderson Torres diz que o ex-ministro chora todos os dias e precisa sair da cadeia. Mas não quer que ele seja transferido para um hospital penitenciário, como facultou o ministro Alexandre de Moraes.

Então ficamos combinados assim: Torres está doente demais para ficar preso e doente de menos para ser internado.

*Bernardo Mello Franco/O Globo

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Quem vai delatar Bolsonaro?

Celso Rocha de Barros*

Com o caso da falsificação do registro de vacina, os escândalos de Jair Bolsonaro começam a andar como andavam os escândalos em governos menos blindados. Agora é ver quem vai delatar.

Em outros governos, a coisa começava com uma denúncia, pela imprensa ou pelas autoridades. A denúncia gerava desdobramentos políticos, como CPIs, quedas de ministros, inquéritos, delações premiadas, mobilizações da opinião pública e até pedidos de impeachment.

A turma do Jair chegou ao poder pisando nas ruínas do sistema político, destroçado pela Lava Jato. Aprenderam a lição: os partidos tradicionais haviam tolerado democracia demais, liberdade de imprensa demais, investigações demais, autonomia institucional demais, transparência demais.

Os bolsonaristas estavam decididos a não repetir o erro: blindaram-se com os militares, fizeram guerra à imprensa e ao STF, aparelharam o Ministério Público e a Polícia Federal, compraram o Congresso com o orçamento secreto. Suas relações suspeitas preferenciais foram com países árabes que só não são menos transparentes que a Coreia do Norte. Tudo isso com um toque de gênio: o apoio de Sergio Moro, a face pública da Lava Jato.

Com essa proteção, os bolsonaristas conseguiram evitar que as denúncias virassem CPIs, ações da PGR, processos de impeachment. Assim, o ouro dos pastores no MEC, a fraude na compra de vacinas, o próprio orçamento secreto, todos logo saíram do noticiário e foram morrer nas colunas de opinião, inclusive nesta.

Se o mesmo tivesse acontecido com o mensalão, ele teria sido só uma história sobre fraude nos Correios. Se o mesmo tivesse acontecido na Lava Jato, ela teria sido só uma história sobre lavagem de dinheiro usando postos de gasolina.

Agora Jair não é mais presidente, o golpe de 8 de janeiro deu errado e muita gente tem passado bolsonarista para limpar com gestos de independência.

A denúncia de falsificação de registro de vacinação não está com cara de que vai morrer no berço. Pelo contrário: já começou a se desdobrar. Entre as provas colhidas pela polícia está um áudio do ex-major Ailton Barros para o ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, em que propôs um golpe de Estado em dezembro de 2022.

Se as coisas voltarem a funcionar como antes, vamos assistir a uma progressão de prisões, confiscos de celulares, novas provas, novas denúncias, até que alguém faça delação premiada. Aí acaba para Bolsonaro.

Por enquanto, os dois principais candidatos a delator são Mauro Cid e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres. Ambos devem pegar cadeia longa, cadeia dura, se continuarem protegendo Bolsonaro.

E a questão começa a se impor: por que fariam esse sacrifício? O golpe deu errado. Jair ficará inelegível. Os políticos que pretendem sucedê-lo, como Tarcísio de Freitas e Romeu Zema, vão gastar capital político tentando tirar Anderson Torres ou Mauro Cid da cadeia? Os militares vão se meter nisso?

É sempre possível, porque tem gente aí que pode ter rabo preso na história do golpe. Mas os delatores em potencial não parecem confiantes.

Os bolsonaristas cometeram crimes de maneira tosca, de maneira mal disfarçada, porque contavam com o golpe. Contavam que não sobraria Estado de Direito para investigá-los. Semana passada ficou claro que sobrou mais do que eles esperavam. Veremos se será suficiente.

*Folha

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Faltará espaço: será preciso um pavilhão novo para prender o clã Bolsonaro

As cartas estão mais do que dadas e o croupier, Alexandre de Moraes, manteve, com habilidade, a mesma mão. Os próximos capítulos, embora não sejam anunciados à luz de nossa cultura noveleira (ou das séries de streaming), indicam que o cerco ao clã Bolsonaro se fechará ainda mais – sem a mínima intencionalidade de contra-ataque (a não ser como mecanismo de fuga ou prolongamento dos ritos da justiça).

A “familícia” percorre os corredores como quem tenta comprar votos para emendas parlamentares. Porém, desta vez, o foco é a possibilidade de plantar bois de piranha no afã de despistar Alexandre de Moraes. Mauro Cid é a bola vez: a defesa do ex-presidente começa a desvincular o nome de Bolsonaro do seu ex-ajudante de ordens. Caberá às instituições caírem nessa ou não. Xandão cairá? Não creio que isso aconteça, tampouco que lhe tirem o sono.

Os piores políticos, quando saem dos cargos para os quais foram escolhidos – parte por analfabetos políticos, parte por agregados, mas majoritariamente pelos piores eleitores -, devem ser defenestrados do debate público para em seguida pagarem por todos os seus delitos – que são vários. Mas enquanto isso não ocorre, cabe a nós a expectativa armada de patrulha, militância e atenção.

Sabendo que os presídios brasileiros, não raro, possuem blocos e pavilhões dominados por facções, urge a reserva de espaço para outra trupe: os asseclas de Bolsonaro. Além da família, há toda uma árvore genealógica pautada no neofascismo brasileiro que se conhece pelo nome de bolsonarismo. Nem mesmo os presídios continuarão os mesmos, após as detenções que se aproximam e que tanto esperamos.

As perguntas que ficam são: os mecanismos da justiça, não só punitivos como de ordem, ficarão à sombra das artimanhas da “familícia” – feito nau que soçobra meio a procelas, ou teremos a agilidade pautada na mesma “eficiência” dantes aplicada sobre Lula? Bolsonaro irá enfileirar uma manada de bois de piranha, ou terá seu cerco fechado antes disso? A ordem das prisões dos herdeiros seguirá a numeração pela qual são chamados pelo pai, ou o 02 pode ser encurralado antes mesmo do progenitor? E o bolsonarismo, enquanto militância [des]organizada, sobreviverá ao fim político de seu mito?

*Adriano Viaro/DCM

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Bolsonaro e o efeito dominó

Os últimos eventos que se sucederam em que o resultado causou outros tantos efeitos dramáticos contra Bolsonaro, eram previstos.

Nada do que está sendo revelado pelas investigações da Polícia Federal, causou surpresa, mas sem o poder para controlar a maré que viria sobre seu bando, Bolsonaro se mostrou muito mais fraco do que se imaginava ou se tinha certeza.

Para piorar, o imbrochável além de brochar se comporta como um camundongo assustado fora do bueiro que o protegia.

O resultado é o papel covarde de quem arrotava valentia quando tinha o poder nas mãos.

Bolsonaro nunca teve o poder da palavra. Disseminava suas mentiras na base da massificação operada pelos robôs de Carluxo.

Com a derrota de Bolsonaro nas urnas, a peça central que se mantinha sobre a mesa, caiu e sua derrocada foi fluindo em cadeia.

A desconstrução de Bolsonaro se dá pela sequência de revelações criminosas.

Ele que se prepare, pois a coisa tende a se agravar cada vez mais.

Primeiro, seu poder foi derrubado. Depois, seu espaço de ação política foi extremante limitado e, agora, tudo está desabando ao seu redor

De mãos atadas e vendo tudo acontecer sem ter como reagir, Bolsonaro chora de maneira desavergonhada.

Não há nada que possa mudar a dura realidade que Bolsonaro enfrenta e enfrentará. Coisas ruins só puxam outras.

Bolsonaro não pode abrir a boca, pois tudo o que fala, volta-se contra ele.

Ou seja, não há caminhos para Bolsonaro voltar. É daí para a cadeia.

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Vídeo: O fim da República das milícias criada por Moro e Bolsonaro

O vexame internacional com a falsificação do cartão de vacina de Bolsonaro, mostra duas coisas, que Bolsonaro não respeitou as instituições do Estado do Brasil e do exterior. E nada disso aconteceria não fosse através de um golpe armado entre Bolsonaro e o ex-juiz Moro.

Nada disso teria acontecido se Moro não tivesse prendido Lula para levar Bolsonaro ao poder e, desse poder, virar hospedeiro como ministro da Justiça e Segurança Pública.

Assista

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Bolsonaro desce mais alguns degraus na direção da porta da cela

Cai o sigilo de 100 anos que protegia a fraude no cartão de vacina de um mentiroso compulsivo.

São tantas as emoções… Como viveremos sem Bolsonaro, um dia, se ele for condenado, preso e sair de circulação por um longo tempo? O Rio de Janeiro viveu por muitos anos sem Sérgio Cabral porque antes dele, e depois, houve quem pintasse e bordasse no governo, alimentando a indignação ou a indiferença dos cariocas.

Mas no caso do Brasil, presidente algum, desde o enterro da Velha República em 1930, foi como Bolsonaro e a gangue que o cercou durante quatro anos, capazes de coisas inacreditáveis, e todas em prejuízo do país. E, apesar disso, pasmem, conta com o apoio de uma fatia expressiva da população cega ou à semelhança deles.

Já existiram no Congresso o Colégio dos Cardeais, o Baixo Clero e Bolsonaro. O Colégio reunia as mais distintas cabeças do Senado e da Câmara, que, em época de crises, independentemente de partidos, buscaram saídas para desinflá-las. Do Baixo Clero faziam parte, principalmente, os deputados de escassa projeção.

Nada impedia que, com a experiência e o respeito adquiridos, alguns deles se destacassem e fossem admitidos no Colégio. Bolsonaro destacou-se por sua estridência, ignorância que o incapacitava para a discussão de qualquer assunto, e assumida vocação para enriquecer ilicitamente, às favas escrúpulos e leis.

Como o acaso, porém, é o que na maioria das vezes determina nossas vidas (a propósito: recomendo a leitura do livro “O andar do bêbado”, escrito por Leonard Mlodinow), Bolsonaro estava no lugar certo e na hora certa em 2018, quando para espanto dos seus amigos, e sobretudo dele mesmo, elegeu-se presidente.

Era mais do que previsível que fosse um desastre como presidente, a empurrar o país a lugar algum, a não ser para o buraco. Mas quem imaginaria que, durante uma pandemia, ele preferisse estimular a morte ao invés de salvar vidas? Quem imaginaria que, ao invés de se vacinar, preferisse falsificar seu cartão de vacina?

Quis fazer de um dos filhos medíocres o embaixador do Brasil em Washington, e isso por si só dá a medida de sua estupidez. Quis que um jato da FAB sobrevoasse baixinho o prédio do Supremo Tribunal Federal para estilhaçar o vidro de suas janelas, e isso por si só dá a medida a medida do seu desprezo à democracia.

Quis apoderar-se de joias milionárias que entraram ilegalmente no país, um golpe que garantiria o exílio dele e da mulher por muitos anos se fracasse o golpe que deixou pronto antes de partir – jogada esperta em causa própria. Deu tudo errado. O Brasil paga por seus erros. Mentiroso compulsivo, só lhe resta seguir mentindo.

Voltou a fazê-lo diante da quebra do sigilo de 100 anos que ele decretou em torno de seu cartão de vacina. À pergunta tantas vezes repetida sobre a falsificação do cartão limita-se a responder que jamais se vacinou, só quem o fez foi Michelle. Pergunta-se uma coisa, ele responde outra. Truque antigo.

Vai sobrar para o tenente-coronel Mauro Cid, seu ajudante de ordens, que esteve à frente da tramoia, mas com o pleno conhecimento dele. Vai sobrar para outros malfeitores que, sob o comando do militar que envergonha a farda que veste, se meteram na bizarra fraude para beneficiar um presidente fraudulento.

Diz-se há muito tempo que a hora de Bolsonaro ser condenado e preso está chegando. Inverta-se o anunciado: parece estar próxima a hora de ele ser preso e, mais tarde, condenado.

*Blog do Noblat

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Novo Marco do Saneamento: leia-se, privatização da água. O próximo é o ar, é pagar para existir que chama

A tendência mundial é pela reestatização dos serviços de saneamento. Mas Arthur Lira é o homem dos abutres no Congresso.

Podem preparar o bolso, a conta de água ficará infinitamente mais cara para dar lucros astronômicos aos espertos do mercado.

Os pobres continuarão sem tratamento de esgoto, mas as empresas dessa marmelada encherão os bolsos.

Bolsonaristas comemoram a vitória de Lira contra Lula no Novo Marco do Saneamento. É tomar veneno para o outro morrer…

Mendonça Filho, um dos deputados que têm mais ojeriza a pobre, comemora a entrega da água aos abutres em nome dos pobres.

Você conhece alguma lei ou projeto de lei do Mendoncinha ou do pai dele que beneficiou algum pobre?

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Apesar dos fatos, Lindôra tentou preservar Bolsonaro. E o pato na panela

Reinaldo Azevedo*

Sim, caras e caros, sei que Jair Bolsonaro se enrolar numa questão ligada a vacinas parece, em princípio, jocoso. Ou, então, lembra uma operação oblíqua, como a que prendeu Al Capone por sonegação, ainda que tivesse cometido crimes pavorosos — o ex-presidente não foi preso. Ainda… Vamos ver. A gente fica com vontade de cantarolar “O Pato”, a música de Vinícius de Moraes, sobre o “pateta”, que “Pulou do poleiro/ No pé do cavalo/ Levou um coice/ Criou um galo (…)/ Caiu no poço/ Quebrou a tigela/ Tantas fez o moço/ Que foi pra panela”… Ah, sim: o ministro Alexandre de Moraes suspendeu o sigilo da informação. Fez bem. Contribui para diminuir o estoque de bobagens por aí. Vamos lá.

Em primeiro lugar, os crimes investigados são graves — infração de medida sanitária preventiva; associação criminosa; inserção de dados falsos em sistemas de informação e até corrupção de menores —, e não custa lembrar o que a Covid representou e representa no Brasil e no mundo. Já morreram mais de 700 mil brasileiros. Nada há, pois, de jocoso. Estamos falando da maior tragédia que já colheu nosso país no que respeita a vítimas fatais.

Em segundo lugar, mas não menos importante, estamos a falar de um político que, na condição ainda de chefe de Estado, permitiu que se cometesse uma fraude grave, segundo aponta investigação da Polícia Federal.

ALEXANDRE DE MORAES AGIU DE OFÍCIO?
Bolsonaristas e alguns desaviados estão por aí a dizer que Moraes resolveu atravessar a rua, por conta própria, para determinar as diligências da Operação Venire, no âmbito de inquéritos sob sua relatoria. Bem, isso não aconteceu, como evidência a suspensão do sigilo.

O ministro recebeu uma representação da Polícia Federal solicitando permissão para diligências para investigar indícios de cometimento dos seguintes crimes:

– Falsificação de carteira de Vacinação emitida pela Secretaria de Saúde do Estado de Goiás/GO e tentativa de inserção de dados falsos em sistemas do Ministério da Saúde;
– Falsificação de carteira de Vacinação emitida pela Secretaria de Saúde do Município de Duque de Caxias/RJ e inserção de dados falsos em sistemas do Ministério da Saúde em benefício de GABRIELA SANTIAGO RIBEIRO CID;
– Uso de Documento Falso por GABRIELA SANTIAGO RIBEIRO CID;
– Inserção de dados Falsos nos Sistemas do Ministério da Saúde em nome de MAURO CESAR CID, BEATRIZ RIBEIRO CID, GIOVANA RIBEIRO CID e ISABELA RIBEIRO CID e possíveis crimes de Uso de Documento Falso e Corrupção de Menores;
– Inserção de Dados falsos nos Sistemas do Ministério da Saúde em nome de JAIR MESSIAS BOLSONARO, LAURA FIRMO BOLSONARO, MAX GUILHERME MACHADO e SERGIO ROCHA CORDEIRO e possíveis crimes de Uso de Documento Falso;
– Emissão de Certificados ideologicamente falsos em nome do ex-Presidente da República JAIR BOLSONARO;
– Emissão de Certificado ideologicamente falso em nome LAURA FIRMO BOLSONARO;
– Emissão de Certificados ideologicamente falsos em nome de MAX GUILHERME MACHADO DE MOURA;
– Emissão de Certificados ideologicamente falsos em nome de SERGIO ROCHA CORDEIRO.

Isso tudo está explicitado na petição da Polícia Federal, acompanhado dos devidos indícios e evidências.

Como indagaria aquele, “o que fazer”?

Moraes enviou a representação da Polícia Federal, com o conjunto de evidências e o pedido de diligências, à Procuradoria Geral da República. E quem se manifestou? A vice-procuradora-geral Lindôra Araújo. E, bem…, comportou-se como Lindôra Araújo.

As evidências contra os envolvidos na tramoia das vacinas são, vamos dizer, assim, contundentes. Mas a doutora, sabe-se lá por quê, não viu razões para um mandado de busca e apreensão contra Jair Bolsonaro, embora o conjunto fático indique ser ele o principal beneficiário da fraude, em tendo existido mesmo. Escreveu:
“No caso, não há nenhum elemento de convicção que justifique, com segurança, a postulação da medida cautelar de busca e apreensão de natureza domiciliar e/ou pessoal pelo Ministério Público Federal, não sendo suficientes, para tanto, as presunções suscitadas pela Polícia Federal em relação ao ex- Presidente da República JAIR MESSIAS BOLSONARO e à sua esposa, MICHELLE DE PAULA FIRMO REINALDO BOLSONARO.”

Para a vice-procuradora-geral, trata-se de “meras conjecturas apresentadas pela Polícia Federal, sem base probatória mínima” e que “não servem para fundamentar a necessidade, a adequação e a proporcionalidade da decretação dessa medida cautelar penal mais drástica, como meio de obtenção de fontes materiais de prova.”

Moraes não concordou com a PGR no que respeita a Bolsonaro e, é bom que se diga, nessa fase, em qualquer grau, o juiz não está obrigado a acatar o que pensa o Ministério Público. Em sua decisão, escreveu o ministro:
“Diante do exposto e do notório posicionamento público de JAIR MESSIAS BOLSONARO contra a vacinação, objeto da CPI da Pandemia e de investigações nesta SUPREMA CORTE, é plausível, lógica e robusta a linha investigativa sobre a possibilidade de o ex-Presidente da República, de maneira velada e mediante inserção de dados falsos nos sistemas do SUS, buscar para si e para terceiros eventuais vantagens advindas da efetiva imunização, especialmente considerado o fato de não ter conseguido a reeleição nas Eleições Gerais de 2022. Imprescindível, portanto, a realização de diligências, inclusive com o eventual afastamento excepcional de garantias individuais que não podem ser utilizadas como um verdadeiro escudo protetivo para a prática de atividades ilícitas, tampouco como argumento para afastamento ou diminuição da responsabilidade civil ou penal por atos criminosos, sob pena de desrespeito a um verdadeiro Estado de Direito (HC nº 70.814-5/SP, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Primeira Turma, DJ de 24/6/1994”

Moraes acatou a posição de Lindôra no que respeita a Michelle Bolsonaro. A vice-procuradora-geral descartou ainda a necessidade de prisão preventiva de alguns dos envolvidos, afirmando que bastaria a provisória:
“no contexto examinado, a prisão temporária, medida cautelar penal de caráter pessoal e instrutório se revela necessária apenas em relação a MAURO CESAR BARBOSA CID, LUIS MARCOS DOS REIS, AILTON GONÇALVES MORAES BARROS e JOÃO CARLOS DE SOUSA BRECHA, com vistas a assegurar o resultado útil da investigação criminal e, em última análise, da própria persecução penal em sua fase processual.”

Moraes discordou da vice-procuradora:
“Diante de todo o exposto, com fundamento no art. 312 do Código de Processo Penal, DECRETO A PRISÃO PREVENTIVA de AILTON GONÇALVES MORAES BARROS, JOÃO CARLOS DE SOUSA BRECHA, LUIS MARCOS DOS REIS, MAURO CESAR BARBOSA CID, MAX GUILHERME MACHADO DE MOURA e SERGIO ROCHA CORDEIRO.”

Moraes, obviamente, não agiu de ofício, decidiu a partir de um impressionante conjunto fático apresentado pela Polícia Federal e ouviu o MPF, como cumpre fazer. Pode ou não seguir a sua opinião. Quando chegar a hora da denúncia, mas ainda está longe, aí, sim, não resta ao relator senão acatar o que pensa o Ministério Público, titular da ação penal.

Uol

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O próximo

Bolsonaro hoje, na Jovem Pan, era a própria expressão de quem sabe que será o próximo a subir no cadafalso.

Daí o choro de crocodilo que não convence ninguém e nem gera qualquer sentimento de compaixão.

Aquele valentão, que fazia um discurso de conteúdo nazista, evaporou. Em seu lugar um camundongo assustado, com as mãos sujas de todo tipo de dejeto do esgoto que sempre frequentou e que foi marca de sua eleição fraudada junto com Moro, além do seu governo que dividiu com os piores bandidos desse país.

Bolsonaro expressou hoje, de maneira transparente o que o próprio produziu em termos de bandidagem e falcatruas.

Essa operação de hoje da PF, não deixa dúvida, Bolsonaro é o próximo da fila do abate e, possivelmente se surpreenderá com o pouco caso que esse fato proporcionará, mesmo no seu gado premiado.

Vide a ausência de bolsonaristas hoje na Câmara dos deputados na em que o ministro Flávio Dino falava sobre a PL das fake news.

Com um detalhe, Dallagnol, em determinado momento, avisa que não quer ser confundido com bolsonaristas, para tanto, usou a expressão “extrema direita”, deixando claro que, quem arrotou apoio a Bolsonaro, agora ajuda a jogar o sujeito aos leões.

Na verdade, todos já perceberam, sobretudo depois da adulteração do cartão de vacinas do genocida, que foi feita de dentro do Palácio do Palácio.

Seus dias de impunidade estão chegando ao fim e, como se sabe, os ratos são os primeiros a pular do barco quando este afunda.

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Quando Moro, principal homem do bando de Bolsonaro, será preso?

Comparada a Sergio Moro, essa turma do bando de Bolsonaro, presa hoje é bactéria de germes menores. Digamos que todos sejam um Sergio Moro com o desconto de 99,9%.

Eles podem dar a volta que for, podem medir cada procedimento do ex-juiz vigarista, que a conclusão é somente uma, a de que não houve nenhuma ação criminosa mais cirúrgica e precisa do que a que levou Bolsonaro ao poder por uma farsa com a manobra mais espúria de que se tem notícia na história do judiciário brasileiro.

Temos que lembrar que o judiciário brasileiro foi o principal avalista de, praticamente quatro séculos de escravidão num país de 523 anos.

Nesse ponto, Moro operou um esquema com os outros bandoleiros da república de Curitiba, em parceria com a Globo e afins, para que o país vivesse uma super tragédia humanitária, social, econômica, moral à altura de uma terra sem lei, como é a prática de um Estado miliciano.

Tudo de ruim que o governo Bolsonaro produziu, matando mais pessoas do que toda a era do Brasil Colônia, Império e República, tem Moro como principal culpado.

Não interessa que um juiz pilantra sonhou em fazer de Bolsonaro ponte política para levá-lo à presidência da República, prendendo Lula, sem qualquer indício de crime, o presidente mais bem avaliado que bateu recorde de 87% de ótimo e bom.

Ou seja, a ganância do conje que, certamente, é a representação do que existe de mais inculto, grotesco e caricato na justiça brasileira, não tem fim, tanto que está ele aí de volta à caça de caraminguás bolsonaristas tentando se cacifar, de novo, para a próxima disputa presidencial.

O sujeito tem escrúpulo zero, o que otimizou e muito a falta de escrúpulos do próprio monstro, Jair Bolsonaro, com um adendo, Moro é o autor do projeto que pretendia permissão judicial para matar pretos e pobres que, com certeza, seriam caçados por um extrema direita altamente racista.

A coisa só não andou porque o Congresso, com todos os seus defeitos, cortou as asinhas do pilantra de Curitiba.

O que se quer aqui acentuar é que, perto do extrato de crimes que Moro operou dentro do sistema de justiça para condenar e prender Lula, um inocente, por 580 dias, para Bolsonaro vencer o pleito e provocar a erupção de um vulcão de corrupção que provocou, essa turma, presa até agora, é titica.

A prisão de Sergio Moro, portanto, tem a mesma urgência e relevância da prisão de Bolsonaro.

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