Familiares pediram para receber as desculpas e a certidão de óbito retificada ao lado de famílias de perseguidos políticos.
O Ministério dos Direitos Humanos e a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos planejam uma cerimônia de pedido de desculpas oficial à família do ex-deputado Rubens Paiva, morto pela ditadura militar, e de mais 413 desaparecidos durante o regime.
A perspectiva é de que as solenidades sejam feitas em abril, mas as datas exatas ainda serão divulgadas. A pedido dos familiares de Rubens Paiva, eles receberão o pedido de desculpas e a certidão de óbito do parlamentar retificada ao lado de outras famílias de perseguidos políticos.
Agora, a nova versão do documento indica uma morte “não natural; violenta; causada pelo Estado brasileiro no contexto da perseguição sistemática à população identificada como dissidente política do regime ditatorial instaurado em 1964”.
Há uma expectativa de que as primeiras certidões devam ser enviadas pelos cartórios à comissão nas próximas semanas.
O Conselho Nacional de Direitos Humanos reabriu em abril de 2024 o processo que investigava o desaparecimento e morte de Rubens Paiva, que havia sido arquivado por órgão do regime militar, o chamado Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana em 1971.
Com o desarquivamento do processo, o conselho elaborou um relatório sobre o caso, com investigações e conversas com a família.
“A partir desses contatos com a família já sentíamos e percebamos a necessidade de reconhecer o erro, resultado de uma coação, como foi mostrado posteriormente”, diz André Carneiro Leão, defensor público e ex-presidente do Conselho Nacional.
De acordo com ele, o caso havia sido arquivado pelo órgão antecessor mediante coação dos militares a membros do conselho, que pressionaram pelo arquivamento.
Governo gasta R$ 140,2 mil por mês com assassinos de Rubens Paiva e seus familiares.
Gesto de Lula é mais um passo para a reparação O pedido de desculpas é uma das ações voltadas a garantir a reparação do caso da família Rubens Paiva. A partir dessa iniciativa da relatoria do caso, o objetivo é estender essas investigações e retratações a outras vítimas.
“Desde o início quando a gente decidiu reabrir o caso, a família sempre destacou que não podia ficar só no caso do Rubens Paiva. Não deveria ser tratado com um caso único e especial, mas sim um caso representativo do que sempre aconteceu a diversas famílias.”
Na causa da morte da certidão anterior, entregue à família em 1996, constava apenas que Rubens Paiva havia desaparecido em 1971.
A mudança atende a uma determinação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) de dezembro passado para que cartórios de registro civil lavrem ou corrijam os documentos de pessoas mortas e desaparecidas políticas.
O CNJ encaminha aos cartórios os dados necessários para a retificação, com base em informações sistematizadas pela Comissão de Mortos e Desaparecidos. Após o recebimento dessas informações, os cartórios têm o prazo de 30 dias para lavrar os novos assentos e certidões de óbito.
Concluída essa etapa, os cartórios devem remeter as certidões retificadas à comissão que, por sua vez, organizará a entrega dos documentos às famílias em cerimônias solenes, podendo haver pedidos de desculpas e outras homenagens.
As famílias que quiserem receber as certidões de óbito retificadas devem entrar em contato com a comissão informando o local onde elas gostariam que fossem entregues. Para tal, a orientação é responder a um formulário disponível no site do ministério. A partir daí, é feito o cronograma de entrega das certidões.
A história da família Rubens Paiva ganhou maior repercussão após ter sido retratada no filme “Ainda estou aqui”, dirigido por Walter Salles, que rendeu três indicações ao Oscar: melhor filme, melhor filme estrangeiro e melhor atriz para Fernanda Torres no papel de Eunice Paiva.
Com o impacto da produção, o governo Lula sancionou no início deste mês o Prêmio Eunice Paiva de Defesa da Democracia, destinado a personalidades de destaque na área.
A viúva de Rubens Paiva, que dá nome à premiação, se tornou advogada e ativista pelos direitos humanos após a morte do deputado. Eunice Paiva morreu em 2018, aos 89 anos. Com ICL
Conheça os doadores de campanha do deputado mineiro, articulador das notícias falsas que derrubaram mudanças no Pix.
Não é de hoje que Nikolas Ferreira (PL-MG) se notabiliza como um dos principais líderes do bolsonarismo. Um dos aspirantes à sucessão de Jair Bolsonaro, hoje inelegível, o deputado mineiro comprovou sua importância no ecossistema de disseminação de notícias falsas diante da controvérsia em torno das mudanças no sistema de pagamentos Pix, que entraram em vigor em 1º de janeiro. A Receita Federal propunha que as instituições financeiras reportassem ao governo movimentações acima de R$ 5 mil por mês, no caso de pessoas físicas, e R$ 15 mil para pessoas jurídicas.
Mas por que Nikolas está tão preocupado com a fiscalização do Pix? Que interesses ele representa? Que pessoas, que países?
De Olho nos Ruralistas investigou a lista de doadores de campanha do deputado mais votado nas eleições de 2022. Entre seus financiadores, estão influenciadores que promovem “jogo do tigrinho” e golpes financeiros, empresários indiciados por financiar atos antidemocráticos e até um ex-sócio de Donald Trump.
Em um vídeo postado no Instagram, Nikolas distorceu as informações do governo, insinuando que a Instrução Normativa nº 2219/2024 abria caminho para a taxação do Pix. O governo Lula tentou conter a crise, mas o estrago já estava feito: o vídeo ultrapassou 300 milhões de visualizações e forçou o Ministério da Fazenda a recuar. O ataque do bolsonarista gerou um impacto sensível na aprovação do governo, que caiu de 52% para 47% em relação à última pesquisa da Genial/Quaest, de dezembro.
As doações de campanha para Nikolas Ferreira e a relação com sua atuação parlamentar são o tema do último vídeo da editoria De Olho no Congresso, no canal do YouTube.
A ligação do deputado com a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e o histórico de conflitos fundiários de seus financiadores serão detalhadas em outra reportagem.
Ex-sócio de Trump doou R$ 100 mil para campanha de Nikolas Dono da rede de supermercados Mart Minas, Ronosalto Pereira Neves foi o maior doador para a campanha de Nikolas Ferreira à Câmara, em 2022. Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que ele realizou duas transferências: a primeira, de R$ 70 mil, em agosto; e a segunda, de R$ 30 mil, em setembro.
Em 2018, o empresário confessou à Polícia Federal ter levantado R$ 1,1 milhão de reais em espécie para o grupo J&F, detentor da JBS. Segundo o relatório da Operação Ross, os irmãos Wesley e Joesley Batista captaram, em 2014, R$ 128 milhões em dinheiro vivo junto a donos de supermercados e outros clientes do frigorífico. O objetivo? Financiar a campanha presidencial de Aécio Neves (PSDB), na época senador. Em delação premiada, os executivos da JBS informaram que os valores em espécie eram destinados a sócios do político, sem que isso aparecesse na prestação de contas ao TSE.
Ronosalto Pereira Neves e a esposa Nayla Micherif foram parceiros de Trump no Miss Brasil. (Foto: Afonso Pereira)
Ronosalto é casado com a mineira Nayla Micherif Neves, Miss Brasil em 1997. O casal foi sócio de Donald Trump no concurso de beleza, que integra a rede Miss Universo. A marca pertenceu ao presidente dos Estados Unidos entre 1996 e 2015, ano em que disputava a nomeação do Partido Republicano para concorrer à Casa Branca. Ronosalto e Nayla representaram Trump por onze anos na organização do Miss Brasil.
O deputado Nikolas Ferreira costuma publicar mensagens em inglês dirigidas a Donald Trump. Ele participou de uma das festas da posse do presidente, o Baile da Liberdade, junto a outras figuras expressivas do bolsonarismo, como Eduardo e Michelle Bolsonaro. Segundo a Secretaria de Relações Internacionais da Câmara, a viagem dos parlamentares foi paga com recursos próprios.
Em resposta à reportagem, o grupo Mart Minas informou que as informações prestadas às autoridades foram consideradas suficientes e que tinham como foco a JBS. “Todas as operações realizadas em 2014 com a JBS S/A foram regulares e somente relacionadas aos produtos adquiridos da fornecedora”, informa a nota. E continua:
— Trata-se na realidade de verificação de pagamentos em dinheiro de 5 duplicatas referentes a produtos cárneos comprados para revenda, volume pequeno inclusive perto da quantidade de produtos que era adquirido da fornecedora em questão mensalmente, pagos a diretamente à JBS S/A por solicitação da diretoria deles. Não havia, por óbvio, qualquer necessidade de justificativa para diretoria da JBS S/A solicitar o pagamento em espécie. Vale ressaltar que em 2014 não havia qualquer discussão quanto à indústrias e pagamentos de propina a políticos, motivo pelo qual a solicitação não levantou suspeitas ou causou estranheza.
Em relação à parceria de Ronosalto e Nayla Neves com Donald Trump, a assessoria informa que se tratava de relação comercial e “apenas por esta razão, estiveram juntos em alguns eventos públicos”. Quanto a doação realizada ao deputado Nikolas Ferreira, a Mart Minas informa que “a decisão é apenas baseada nas convicções do Sr. Ronosalto, não tendo qualquer relação com laços externos”.
‘Tigrinho’, golpe financeiro e operações ilegais na bolsa Em Brasília, o deputado Nikolas Ferreira tenta se destacar — e ganhar engajamento nas redes sociais — fiscalizando os gastos do governo federal. São dezenas de requerimentos, com um foco especial na primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja. Essa disposição não se reflete da mesma forma quando o assunto é a origem do patrimônio de amigos e financiadores de campanha.
É o caso do influenciador Mayk Santos de Souza, dono de um canal no YouTube com 321 mil inscritos, onde ele divulga receitas para ficar milionário. Elas incluem apostas esportivas e o “jogo do tigrinho” — considerado ilegal no Brasil. A relação entre Mayk e Nikolas é antiga: em 2020, ele entrevistou o jovem político quando ainda era candidato a vereador em Belo Horizonte. Desde então, os dois se tornaram amigos e aparecem em vários vídeos juntos, inclusive no casamento de Nikolas.
Amigo de Nikolas, Mayk Santos ganhou BMW de influenciador investigado por “tigrinho”. (Imagem: Mayk Santos/YouTube)
Santos/YouTube)
Em 2023, Mayk publicou um “documentário” onde acompanha o deputado mineiro Nikolas Ferreira em Brasília na busca de um apartamento para alugar após sua eleição para a Câmara. Foi justamente nessa campanha que o influenciador doou R$ 10 mil para o amigo, segundo o TSE.
Mayk Santos é próximo de Ruyter Poubel, outro influenciador ligado ao setor de apostas on-line. Em dezembro, Ruyter foi alvo da Operação Faketech, que investiga um esquema de “jogo do tigrinho”. Segundo a Polícia Federal, ele lucrava com as perdas dos seguidores recebendo comissão das casas de apostas ilegais. Viria daí o dinheiro ostentado por Ruyter nas redes sociais e com presentes caros aos amigos.
Esse não é o único doador de Nikolas envolvido em acusações de golpes financeiros. O deputado recebeu, em 2022, R$ 31.124,72 por meio da plataforma de vaquinha virtual QueroDoar. Um dos maiores valores doados pela plataforma veio de Gabriel de Souza Nascimento, sócio da empresa de criptoativos Xland, com sede no Acre. Ele fez um Pix de R$ 1 mil para a campanha de Nikolas.
A empresa ganhou notoriedade após protagonizar o episódio onde o jogador de futebol Willian Bigode teria aplicado um golpe nos companheiros de equipe Mayke e Gustavo Scarpa, quando todos atuavam pelo Palmeiras. A Xland prometia retornos altos em investimentos em criptoativos, que teriam como lastro 20 kg de pedras de alexandrita, adquiridas na região de Campo Formoso (BA). Segundo reportagem do GE, as pedras foram avaliadas em US$ 500 milhões (R$ 2,5 bilhões na cotação da época), mas foram adquiridas por apenas R$ 6 mil.
Caso Xland: Willian Bigode (esq.) aplicou golpe em Mayk e Gustavo Scarpa quando atuavam no Palmeiras. (Foto: Reprodução)
De Olho nos Ruralistas identificou ainda um doador de 2020, na eleição para vereador em Belo Horizonte, investigado por crimes contra a economia popular. Trata-se do influenciador e dono de casas de apostas esportivas Ronald Henrique Oliveira Lopes. Ele é alvo de inquérito pela Polícia Civil de Minas Gerais por divulgar planos de investimento baseados em operações Forex na bolsa de valores sem registro na Comissão de Valores Mobiliários, a autarquia do Ministério da Fazenda.
Em 2020, além de doar R$ 10 mil por meio de seu CPF, o influenciador tentou doar mais R$ 10 mil pela empresa Horta Consultoria. O TSE condenou Nikolas a devolver a quantia, quando este já tinha usado parte do valor para cobrir despesas de campanha.
Justiça eleitoral obrigou Nikolas a devolver dinheiro de campanha O caso de Ronald Lopes não foi o único em que Nikolas Ferreira teve de devolver dinheiro de doações. Dono da empresa Fly Management, com sede em Santana do Parnaíba, o piloto e controlador de vôo Mário Gonçalves Vasques Junior fez doações para Nikolas Ferreira tanto na campanha de 2020 quanto na de 2022.
Amigo pessoal do deputado, Vasques realizou duas transferências na disputa para a Câmara: uma de R$ 20 mil, em agosto; e outra de R$ 15 mil, em setembro; totalizando R$ 35 mil. Em 2020, o empresário doou R$ 10 mil por meio do CNPJ da Fly Management. O detalhe não escapou à Justiça Eleitoral, que reprovou as contas do candidato e ordenou a devolução da quantia.
Apesar das doações generosas a Nikolas Ferreira, Vasques acumula uma dívida de R$ 1,29 milhão com a União, segundo dados da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN). Além dos serviços de aviação, ele se dedica a gravar vídeos de apoio a Bolsonaro na internet e é visto frequentemente ao lado de figuras do Partido Liberal (PL). Em 2024, ocupou um cargo comissionado na prefeitura de Rancho Queimado (SC), ocupada por Cleci Aparecida Veronezi, do mesmo partido de Nikolas. Em 2022, Vasques doou R$ 25 mil para a catarinense Julia Zanatta, também do PL.
De Olho nos Ruralistas tentou contato com o deputado e com as empresas e sócios citados. Até o momento da publicação, apenas uma havia respondido. Conforme cheguem novas respostas, estas serão atualizadas na reportagem.
Plano prevê investimentos de R$ 100 bilhões para construir 5 mil quilômetros de novos trilhos.
Com interesse em participar dos leilões do Plano Nacional de Ferrovias, mais de 20 grupos empresarias agendaram reuniões com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O projeto prevê investimentos de R$ 100 bilhões para construir cinco mil quilômetros de novos trilhos na malha ferroviária brasileira.
À CNN fontes do governo revelaram que entre os interessados estão operadores de infraestrutura de transporte no país como CCR, MRS e Rumo, todas líderes no setor.
Além deles, marcaram reuniões com os técnicos players como a “Concremat, agora de controle chinês, e a suíça Mediterranean Shipping Company (MSC), conhecida especialmente por transporte marítimo”. Também estaria interessada nos leilões a estatal China Railway.
Leia mais: Após vetos derrubados de Bolsonaro, marco legal das ferrovias vira lei
Um dos pontos atrativos dos projetos é o que governo pretende assumir de 20% a 30% dos investimentos.
São projetos como a Estrada de Ferro 118, que vai ligar Nova Iguaçu (RJ) a Cariacica (ES); Corredor Ferroviário Leste-Oeste, entre Mara Rosa (GO) e até Água Boa (MT); Conclusão da ferrovia Transnordestina, que liga Eliseu Martins (PI) aos portos de Pecém (CE) e Suape (PE); e a Ferrovia de Açailândia (MA) até Barcarena (PA), para facilitar o escoamento da produção via ferrovia Norte-Sul.
Na semana passada, durante entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), o titular da pasta dos Transportes, Renan Filho, disse que a ideia é que sejam aplicados R$ 20 bilhões de investimentos públicos e R$ 80 bilhões de privados.
“No caso de ferrovias, os leilões são diferentes. Vence aquele privado que exigir o menor esforço público. Eles vão concorrer para dizer quem precisa de menos recursos do governo para colocar aquela obra de pé e fazer ali o seu investimento”, explica.
O ministro afirma que a carteira de projetos já foi apresentada ao presidente Lula. “O presidente aprovou e nós estamos organizando para fazer o lançamento nos primeiros dias de fevereiro. Na primeira quinzena do mês de fevereiro”, revela.
De acordo com ele, o trabalho será concentrado na divulgação dos projetos e debates com investidores e com o mercado.
“Vai ser super relevante porque é muito necessário que a gente retire carga e coloque nas ferrovias para evitar os conflitos rodoviários que o Brasil ainda vive. O nosso plano vai visar primeiro carga. O objetivo é, até 2035, nós colocarmos 40% da carga que o país produz nas ferrovias, retirando das rodovias para garantir mais durabilidade e mais segurança para as pessoas”, revela Renan.
O ministro diz que, depois de muito tempo de retrocesso no transporte de carga por ferrovia, o Brasil “voltou a crescer, ano após ano, em volume de carga por ferrovia”.
“Inclusive no ano passado nós batemos o recorde histórico de transporte de carga. Teve recorde de safra e teve também recorde de safra transportada por ferrovias. E a gente deseja intensificar isso”, comemora.
Polícia Civil investiga desvios em contratos fraudulentos da Goinfra; prejuízo estimado ultrapassa R$ 10 milhões, com indícios de superfaturamento de R$ 62 milhões.
A Polícia Civil de Goiás deflagrou na manhã desta terça-feira (28) a Operação “Obra Simulada”, que apura um esquema de corrupção envolvendo contratos fraudulentos na Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra). Entre os alvos da investigação está Lucas Vissotto, ex-presidente da Goinfra e homem de confiança do governador Ronaldo Caiado (União Brasil), que foi preso por suspeita de participação em desvios milionários.
De acordo com as investigações, contratos superfaturados e reformas simuladas em 26 prédios públicos causaram um prejuízo estimado em R$ 10,4 milhões aos cofres estaduais. As irregularidades foram identificadas em obras realizadas em postos da Polícia Rodoviária Militar Estadual e no Palácio Pedro Ludovico Teixeira. Além disso, há suspeitas de superfaturamento de mais de R$ 62 milhões em outro contrato suspenso pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) em 2024, no valor total de R$ 271,8 milhões.
Desdobramentos políticos A operação ocorre em um momento delicado para o governo de Ronaldo Caiado, que ainda não se pronunciou sobre o caso. A nomeação de Lucas Vissotto para a presidência da Goinfra, em dezembro de 2022, foi feita diretamente pelo governador, o que intensifica as pressões para esclarecimentos.
Na semana anterior à operação, o então titular da CGE, Henrique Ziller, pediu demissão de seu cargo, aumentando as especulações sobre possíveis irregularidades nos contratos da agência. Ziller havia sido nomeado no início do governo Caiado e desempenhava um papel central no monitoramento de contratos públicos.
As investigações apontam para crimes de associação criminosa, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, peculato, e fraudes em licitações e contratos administrativos. A reconstrução de obras demolidas sem justificativa aumentará ainda mais o custo do esquema para os cofres públicos.
A Polícia Civil e o Ministério Público continuam as apurações para identificar outros envolvidos e recuperar os valores desviados.
Prisão será solicitada caso os “requisitos legais” sejam preenchidos, diz Andrei Rodrigues.
InfoMoney – O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou nesta segunda-feira (27), durante entrevista ao programa Roda Viva, que a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pode ser solicitada caso os “requisitos legais” sejam preenchidos. O ex-presidente foi apontado no relatório final da PF como o líder de uma suposta organização que teria planejado um golpe de Estado após a derrota eleitoral de 2022.
“O relatório policial é muito completo e contundente, trazendo vários elementos de prova”, disse Rodrigues, destacando que o documento enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR) descreve Bolsonaro como a figura central na articulação da trama golpista. “Prisão ou não prisão não depende de vontade política, pressão popular ou imaginação de pessoas. Depende de requisitos legais”, reforçou.
De acordo com Rodrigues, o relatório da PF detalha o papel de Bolsonaro como organizador das ações que buscavam impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A investigação foi baseada em depoimentos, colaboração premiada, materiais apreendidos e análise de dados. “Não são convicções dos investigadores, são provas que estão nos autos”, afirmou o diretor.
Apesar de Bolsonaro ser apontado como líder, Rodrigues explicou que uma possível prisão cautelar só será solicitada caso sejam identificados fatores que justifiquem a medida, como risco de fuga, obstrução de Justiça ou reincidência.
Michelle e Eduardo não serão indiciados – Rodrigues também esclareceu que a investigação não encontrou elementos suficientes para indiciar a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), ambos citados na delação premiada do ex-ajudante de ordens Mauro Cid como parte de um grupo radical.
“Nós investigamos, apuramos e não encontramos elementos suficientes para várias pessoas, não só essas duas”, explicou Rodrigues. Ele destacou que a delação premiada é apenas um instrumento para obtenção de provas, mas que é necessário cruzar os relatos com outras evidências.
Próximos passos da investigação – O relatório da Polícia Federal, concluído em novembro de 2024, indiciou Bolsonaro e outras 39 pessoas. A delação de Mauro Cid foi utilizada para apontar nomes que integram a suposta trama golpista, mas Rodrigues frisou que nem todos os mencionados foram indiciados por falta de provas, segundo o 247.
Questionado sobre o tempo de duração do inquérito, Rodrigues afirmou que investigações dessa magnitude têm “tempo de maturação” e dependem de análise criteriosa. Ele também reforçou o compromisso da PF com uma condução isenta e responsável, descartando qualquer pré-julgamento.
O ex-presidente disse que muitos imigrantes não têm sequer “qualificação” para morar nos EUA.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse na última sexta-feira (24) que faria “a mesma coisa” que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação à política de deportações em massa. Em entrevista à CNN Brasil, Bolsonaro defendeu a iniciativa de Trump, justificando que muitos dos imigrantes não tinham sequer “qualificação” para ir aos EUA.
“Lá é a casa dele. Aqui é a nossa. Quem não está de forma legal tem que se regularizar. Não são apenas brasileiros. Se calcula que sejam um pouco mais de 10 milhões de ilegais lá. Uma parte disso foi gente que não tinha qualquer qualificação para ir para lá. Empurraram para lá ‘muito tipo de gente’ que frequentava presídios em outros países. Ele está fazendo a coisa certa […] No lugar dele eu faria a mesma coisa”, disse Bolsonaro.
O ex-presidente também fez uma comparação da situação dos imigrantes com ocupações do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). “É a regra do jogo. O que você acha do MST que invade uma fazenda e permanece lá dentro. Eles estão atrás de oportunidades, não tem onde plantar. Mas e o dono da fazenda, como fica? Então tem que ser dessa maneira. Quem quer ir para lá, busque uma maneira legal, como temos muitos brasileiros de forma legal lá. E conversando com esses brasileiros, eles eram favoráveis a não deixar aquela fronteira aberta como fez o (Joe) Biden”, completou.
A entrevista de Bolsonaro ocorreu antes da polêmica envolvendo a chegada de um voo com deportados no Brasil. Segundo relatos, o grupo, que tinha 88 brasileiros, chegou algemado e acorrentado, e sofreu agressões físicas e psicológicas nos agentes americanos. O governo federal e a Polícia Federal determinaram a soltura imediata dos deportados. A Força Aérea Brasileira (FAB) enviou um avião para resgatá-los e levá-los até o destino final, que era o Aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, diz Otavio Rosso, 247.
“Eu faria a mesma coisa”, diz Bolsonaro ao ser perguntado sobre as deportações em massa do governo Trump. Ex-presidente defendeu a deportação de brasileiros e os comparou ao MST. Essa entrevista à CNN foi na sexta-feira. pic.twitter.com/BKG7o1pmtl
Reclamar de vazamento seletivo, o que foi revelado aos brasileiros sobre a trama golpista, convenhamos, é piada.
Melhor seria Bolsonaro nada dizer.
O que ele está fazendo, porque não tem como sair do rodamoinho que essa delação de Mauro Cid revelou, nada mais é que confirmar o que foi publicado na mídia.
O fato é que essa delação desabou agora também nas cabeças de Eduardo e Michelle Bolsonaro como comandantes do grupo central do golpe.
Isso implica ainda mais Bolsonaro, por motivos óbvios e centrifuga para o olho do crime, filho e esposa do mandatário da nação e do golpe em si.
Como a coisa vazou pouco importa.
O cheiro de enxofre entra pelas ventas de qualquer maneira.
A defesa pode vir com mil desculpas esfarrapadas para tentar livrar a cara, agora também de Michelle e Eduardo que não livra a cara ninguém.
A reunião foi um pedido do presidente colombiano Gustavo Petro em resposta às medidas de Trump na deportação de imigrantes.
A presidente de Honduras, Xiomara Castro, atual líder da presidência rotativa da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), atendeu ao pedido do presidente colombiano Gustavo Petro e convocou uma reunião de emergência para o próximo dia 30 de janeiro.
A reunião é uma resposta às medidas do governo Donald Trump na deportação de imigrantes realizadas nos últimos dias em condições degradantes.
Segundo comunicado divulgado nas redes sociais, a pauta do encontro incluirá temas como imigração, meio ambiente e a unidade latino-americana e caribenha.
As relações bilaterais entre EUA e Colômbia se deterioraram rapidamente após Gustavo Petro recusar a entrada de dois aviões militares americanos com imigrantes deportados. Petro argumentou que os deportados não podem ser tratados como “criminosos”.
Em resposta, Trump anunciou tarifas de 25% sobre produtos colombianos, com possibilidade de aumento para 50% em uma semana, além da suspensão de vistos para cidadãos colombianos. Petro reagiu de forma contundente, impondo tarifas equivalentes aos produtos americanos e declarando que seu governo incentivará a substituição de mercadorias americanas no mercado colombiano por alternativas nacionais.
O México também se posicionou na crise. Após afirmar estar disposto a colaborar com os EUA, o governo mexicano negou a entrada de uma aeronave militar com deportados. A razão para a recusa não foi esclarecida, mas, segundo informações da rede NBC News, a aeronave sequer decolou, possivelmente devido à falta de aprovação do plano de voo.
Autoridades de países como Colômbia e México têm declarado que só aceitarão imigrantes deportados pelos EUA se protocolos forem estabelecidos para garantir sua transferência em condições dignas.
Na noite de sábado (25), o primeiro avião com deportados dos EUA chegou ao Brasil, e os passageiros estavam com pés e mãos algemados. Os brasileiros também denunciaram agressões por parte de agentes americanos e limitações no acesso à água e ao banheiro durante o voo.
A reunião convocada pela Celac ganha centralidade na busca por uma resposta unificada da América Latina e Caribe frente às políticas e atitudes consideradas agressivas por parte do governo Trump. Com 247.
Conheça os detalhes inéditos sobre o dia da prisão do general Braga Netto.
Eram 5 horas e 30 minutos, do sábado 14 de dezembro de 2024, quando cerca de dez militares chegaram na frente da sede da Superintendência da Polícia Federal (PF), no centro do Rio de Janeiro. Eles estavam atendendo a ordens da alta cúpula militar de Brasília, capital do Brasil, e ainda não sabiam qual era a missão daquela manhã. O relato a seguir foi feito ao CLIP e ao ICL Notícias, sob condição de anonimato, por dois integrantes da operação.
No grupo de dez militares, estava um coronel e os demais eram oficiais de patentes inferiores. Ao chegar na sede da PF no Rio, eles encontraram um grupo de policiais federais que tinham em mãos um mandado de prisão emitido pelo Supremo Tribunal Federal para cumprir. O papel dos militares era apenas de acompanhar a operação porque um militar de alta patente seria preso.
Nenhum deles sabia, mas estavam a caminho do apartamento do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro, em 2022. Em cerca de trinta minutos, ele estaria preso. Mineiro de Belo Horizonte (MG), o militar tem 67 anos e entrou para o Exército em 1975.
Os policiais federais, no comando da operação, informaram aos militares que apenas parte do grupo ia seguir junto com eles em dois carros. A orientação dada era para uma operação sigilosa, ágil e discreta.
Tudo já vinha sendo preparado pelos policiais desde o dia anterior, a sexta-feira (13). Após a emissão da ordem de prisão pelo STF, os investigadores chegaram a discutir sobre quando efetuar o cumprimento do mandado e a data 13 de dezembro, aniversário do Ato- Institucional número 5, um decreto da ditadura que permitiu, por exemplo, uma série de detenções violentas e afundou de vez a população brasileira no horror da ditadura a partir de dezembro de 1968. Os policiais pensaram que prender Braga Netto no aniversário do AI-5 podia soar uma provocação. No entanto, o sábado, 14 de dezembro, é o aniversário da ex-presidente Dilma Rousseff, petista e ex-integrante de um dos grupos de guerrilha armada contra a ditadura. Não tinha data perfeita para aquela prisão.
Como o general estava em Maceió, capital de Alagoas, em uma viagem de férias com a família, ficou para o sábado. Já no nordeste, ele vinha sendo monitorado enquanto a PF preparava a operação para prendê-lo. Ao saber que ele tinha um voo de Maceió para o Rio de Janeiro, a PF acompanhou o embarque e já destacou uma viatura com agentes para monitorar a chegada dele à capital carioca. Os policiais ainda o acompanharam do aeroporto até a chegada em casa, um apartamento que fica na rua Figueiredo Magalhães, no bairro de Copacabana.
Assim, pouco depois de se reunirem na sede da PF, policiais e militares dividiram-se em dois carros descaracterizados e foram até o edifício “El Cid”, o prédio onde o general Braga Netto vive com a família no Rio de Janeiro. Uma coincidência difícil de ser ignorada. O general ia ser preso, em grande medida, pelas informações prestadas pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, em sua colaboração premiada. Os militares, porém, só entenderam quem estavam prendendo quando chegaram na porta do apartamento.
O grupo entrou pela garagem informando para a portaria que estavam cumprindo mandados judiciais e que os porteiros não deviam informar ao dono do apartamento que eles estavam subindo. O prédio é um desses clássicos, antigos de Copacabana, e tem um apartamento por andar com dois elevadores que atendem aos moradores. Metade do grupo subiu em um elevador social, que possui uma porta com saída direta para a porta de entrada dos apartamentos, e outro é o de serviço.
Um dos policiais tocou a campainha e quem abriu a porta foi logo o general Braga Netto vestido com um shorts e uma camisa de pijama, ambos de um branco com azul. O diálogo de alguns minutos, foi reconstituído por duas fontes, assim:
– Bom dia general, estamos aqui para cumprir uma decisão do ministro Alexandre de Moraes. É um mandado de busca e prisão preventiva.
– Prisão preventiva? Mas nem me chamaram para depor – respondeu um Braga Netto, assustado.
– O senhor tem que ver isso com seu advogado. A minha intenção é ser célere e discreto para preservar a imagem do senhor – completou um dos policiais.
– Agradeço. Tão na casa do Heleno também? – questionou Braga Netto, sem perguntar nada sobre Bolsonaro.
A menção ao colega general da reserva Augusto Heleno não era sem razão. Heleno e Braga Netto foram apresentados em um documento como os líderes do gabinete transitório que iria assumir o país após a conclusão do golpe de estado planejado após a derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022.
– Posso entrar em contato com meu advogado? – questionou o general.
– Pode. Deixa só ver as armas – respondeu um dos policiais.
– Ah, as armas vocês levaram da outra vez – relembrou Braga Netto, ao citar as duas pistolas que foram apreendidas em fevereiro de 2024, na Operação Tempus Veritatis.
Pouco depois que os militares e policiais entraram no amplo apartamento, o general falou com o advogado. Em seguida, o celular dele foi apreendido e os investigadores começaram a busca e apreensão por documentos, armas e dinheiro.
Militares montam um plano para matar Alexandre de Moraes. Pelo menos seis pessoas são distribuídas em diferentes locais de Brasília para intercetar Moraes. O plano só é cancelado no final do dia.
O coronel Marcelo Câmara, assessor pessoal de Jair Bolsonaro, dá a Mauro Cid informações detalhadas sobre a rotina e o itinerário de Moraes.Bolsonaro reúne-se com o general Estevam Theofilo, comandante do Coter (Comando de Operações Terrestres), que concorda em dar continuidade ao plano golpista caso Bolsonaro assine a minuta que foi discutida no Planalto. Bolsonaro reúne-se com os chefes do Exército, da Marinha e da Força Aérea para apresentar o projeto de golpe. Bolsonaro, Cid e um dos “kids pretos” estiveram meia hora no Palácio do Planalto (sede do Executivo do Governo Federal brasileiro) ao mesmo tempo. A Polícia Federal obteve essa informação cruzando dados de torres de telefonia com informações da agenda do então presidente. General Walter Braga Netto conversa com golpistas e pede paciência: “De um tempo”.
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-assessor de Jair Bolsonaro, oferece R$ 100 mil para cobrir despesas dos militares na execução do plano. O general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice-presidente com Bolsonaro nas eleições de 2022, tem uma reunião em sua casa com militares conhecidos como “kids pretos” para planejar o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu vice-presidente Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal do Brasil (STF). O general Mário Fernandes, ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República do Brasil, elabora um documento que detalha as ações golpistas, que envolvem o rastreamento e a execução do ministro do Supremo Tribunal Federal do Brasil (STF), Alexandre de Moraes.
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14 de novembro de 2022
A cronologia de como foi planejado o golpe de Estado no Brasil e a tentativa de assa
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Militares montam um plano para matar Alexandre de Moraes. Pelo menos seis pessoas são distribuídas em diferentes locais de Brasília para intercetar Moraes. O plano só é cancelado no final do dia.
O coronel Marcelo Câmara, assessor pessoal de Jair Bolsonaro, dá a Mauro Cid informações detalhadas sobre a rotina e o itinerário de Moraes.
Bolsonaro reúne-se com o general Estevam Theofilo, comandante do Coter (Comando de Operações Terrestres), que concorda em dar continuidade ao plano golpista caso Bolsonaro assine a minuta que foi discutida no Planalto.
Bolsonaro reúne-se com os chefes do Exército, da Marinha e da Força Aérea para apresentar o projeto de golpe.
Bolsonaro, Cid e um dos “kids pretos” estiveram meia hora no Palácio do Planalto (sede do Executivo do Governo Federal brasileiro) ao mesmo tempo. A Polícia Federal obteve essa informação cruzando dados de torres de telefonia com informações da agenda do então presidente.
General Walter Braga Netto conversa com golpistas e pede paciência: “De um tempo”.
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-assessor de Jair Bolsonaro, oferece R$ 100 mil para cobrir despesas dos militares na execução do plano.
O general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice-presidente com Bolsonaro nas eleições de 2022, tem uma reunião em sua casa com militares conhecidos como “kids pretos” para planejar o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu vice-presidente Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal do Brasil (STF).
O general Mário Fernandes, ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República do Brasil, elabora um documento que detalha as ações golpistas, que envolvem o rastreamento e a execução do ministro do Supremo Tribunal Federal do Brasil (STF), Alexandre de Moraes.
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Na medida em que o barulho da chegada do grupo avançou pela casa, a mulher do general, a filha e o genro acordaram e vieram para a sala. Os três foram orientados a ficar sentados no sofá enquanto Braga Netto se trocava para sair preso com os policiais.
Ninguém chorou. Estavam todos aborrecidos, mas nenhum deles se desesperou diante dos policiais e militares. Braga Netto levou cerca de 40 minutos para tomar banho e se arrumar para sair com os policiais. Nesse meio tempo, os militares que acompanhavam a operação demonstraram o constrangimento em prender um general. O coronel que liderava os militares chegou a dizer que foi a missão mais difícil que recebeu na carreira.
Quando Braga Netto finalmente ficou pronto, ele saiu andando com os investigadores pela porta da frente. Não foi algemado e saiu do elevador direto para uma das viaturas na garagem. Sentou no banco de trás de uma das viaturas e ficou no meio de dois policiais como qualquer outro criminoso preso pela PF.
No caminho, de Copacabana até o Centro, para aliviar a tensão, o grupo dentro do carro começou a falar amenidades. Primeiro, falaram do Botafogo. O general é torcedor do time que foi campeão da Libertadores em 2024. Depois, ele se queixou do Exército e criticou um projeto de previdência dos militares e, em 20 minutos, estavam de volta ao centro da cidade.
Na Superintendência da PF, a prisão do general foi formalizada. Ele foi levado para uma sala e renunciou ao exame de corpo de delito para evitar a exposição. A ordem de evitar qualquer ato de espetacularização foi seguida à risca. Tanto é que ninguém possui imagens do momento em que ele saiu de sua casa em Copacabana com os policiais. Apenas uma foto foi captada quando Braga Netto chegou na Superintendência da PF.
Enquanto os policiais faziam a burocracia, o general tomou um café e foi recebido pelo Superintendente interino da instituição. A iniciativa, porém, gerou novos desabafos:
– Fui melhor tratado pela PF do que pelo Exército. Colocaram um “pica-fumo” para me prender – reclamou Braga Netto, ao se queixar que um coronel liderava a prisão, não um general. A ausência de um militar com uma patente igual a dele causou enorme irritação em Braga Netto.
Nas histórias de quem se formou no Exército, restou que a tropa costumava fumar charuto ou cigarro de palha nas marchas. Assim, o mais jovem oficial do Regimento de Cavalaria era responsável por picar o fumo de rolo e prepará-lo para seu comandante e alguns oficiais superiores. Dali em diante, passou que “pica-fumo” é o modo como os militares mais experientes chamam os mais jovens.
Outras ausências também foram notadas. Desde o momento em que foi preso, o general não mencionou o nome de Jair Bolsonaro. Quem acompanhou o episódio, avalia que ele contava com a possibilidade de ser preso e já fazia seu cálculo.
A prisão foi formalizada e a PF entregou o general aos militares para que a custódia ficasse a cargo do Exército. Essa também foi a ordem que veio de Brasília. Assim, Braga Netto foi encaminhado para a 1ª Divisão do Exército, que é subordinada ao Comando Militar do Leste e fica na Vila Militar, na zona oeste da cidade. Poucos militares conhecem as instalações do CML tão bem quanto Braga Netto. Ele comandou a instituição entre 2016 e 2019.
Assim, foi preso o primeiro general quatro estrelas da história do Brasil. Antes disso, o marechal Hermes da Fonseca tinha sido preso duas vezes em 1922. Mas o Brasil dos anos 1920 não é comparável ao país de 2024. Braga Netto foi extensivamente investigado em um país democrático, coisa que não se pode dizer sobre o ocorrido no início do período republicano do Brasil. Braga Netto tem direito a defesa e nega todas as acusações.
O advogado José Luis Oliveira Lima, que passou a defender Braga Netto dias depois da prisão, informou que “ele nunca mencionou qualquer irritação relacionada ao cumprimento do mandado de prisão”. Além disso, informou que o general “nega expressamente a prática de qualquer ato ilícito, em especial a alegada entrega de dinheiro vivo”.
Apesar das negativas, é muito difícil de imaginar que tipo de defesa será feita após a Polícia Federal descobrir provas do envolvimento dele em um plano para assassinar o presidente eleito e o vice, além de um ministro do Supremo Tribunal Federal.
Não aceitando o funeral da reeleição de Bolsonaro e, lógico, o fim da vida de 1ª dama do fascismo nacional, a pudica, que vive de falsas rezas, revelou-se a carola Perpítua da novela Tieta, incitando o ódio e o golpe.
Não sei quem acreditava nas cenas religiosas da figuraça.
Aquilo sempre fedeu falsidade em estado puro de putrefação do próprio caráter da pundonorosa.
Por isso, não assusta saber que a parceira de maldades da Damares, segundo delação de Mauro Cid era o capeta em forma humana.
Mauro Cid disse à PF que Michelle e Eduardo Bolsonaro participavam de um grupo “radical” que acreditava que os CACs participariam de uma luta armada se o então presidente desse o golpe.
Delação de Cid, diz ainda que Michelle e Eduardo atuavam para convencer o então presidente Bolsonaro a contestar o resultado das urnas e romper com a democracia.
A íntegra do documento foi obtida pelo jornalista Elio Gaspari.
Agora é aguardar a víbora golpista proteger a própria reputação de tímida, casta e recatada.