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Trama golpista: STF julga núcleo militar; veja quem pode virar réu

Grupo é formado por militares da ativa e da reserva do Exército, além de policial federal. Julgamento deve se estender de terça a quarta.

O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta terça-feira (20) o julgamento que pode quase dobrar o número de militares acusados de envolvimento na tentativa de golpe contra a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice Geraldo Alckmin.

A Primeira Turma do STF analisará a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra 12 membros do “núcleo de ações táticas”, considerado o braço operacional da conspiração.

Os acusados incluem oficiais como coronéis, tenentes-coronéis e generais, todos com forte ligação com as Forças Armadas.Atualmente, 12 militares já são réus nesta ação, e, se a nova denúncia for aceita, esse número poderá aumentar para 23, excluindo-se o ex-presidente Jair Bolsonaro, que já enfrenta outras acusações. As expectativas entre juízes e integrantes do Ministério Público são de que a nova acusação seja acolhida, tal como foi com outros núcleos da organização criminosa, cuja participação já foi aceita pelo STF em relação a 14 acusados.

O grupo em julgamento é composto por militares da ativa e da reserva, com muitos possuindo formação em Forças Especiais e sendo conhecidos como “kids pretos”, além de incluir o policial federal Wladimir Matos Soares. Segundo a PGR, o núcleo tático estava envolvido na articulação de ações concretas com o objetivo de pressionar o Alto Comando do Exército para impedir a posse de Lula. As ações planejadas pelo grupo incluíam a elaboração de cartas, a mobilização de colegas e o planejamento de sequestros e assassinatos.

Os investigadores relataram que os militares tramavam a operação “Punhal Verde Amarelo”, que visava assassinatos, incluindo o de Lula, Alckmin e do ministro do STF Alexandre de Moraes. Além disso, o grupo teria influenciado protestos antidemocráticos após a derrota de Bolsonaro, manipulando manifestações e acampamentos em frente a quartéis, bloqueios nas rodovias e outros atos em favor da intervenção militar.

Na última semana, a Polícia Federal enviou ao STF áudios em que Wladimir Soares, preso desde novembro, faz declarações sobre “matar meio mundo de gente”. Essas gravações, entregues ao gabinete de Alexandre de Moraes antes do julgamento, intensificaram a tensão entre os envolvidos no caso.

A investigação revelou mensagens de Soares expressando sua frustração com Bolsonaro por não ter conseguido “os jogadores certos” para avançar com o plano golpista. Em conversas, ele também atacou generais que não apoiaram a tentativa de golpe, como Hamilton Mourão e Valério Stumpf Trindade.

A denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) destaca que os acusados organizaram reuniões em Brasília com a intenção de influenciar os líderes das Forças Armadas. Um ponto importante foi um convite do coronel Bernardo Corrêa Netto a seus colegas das Forças Especiais para discutir estratégias de pressão. Um dos encontros ocorreu em um salão de festas na 305 Norte, onde foi debatida a elaboração de uma carta de apoio ao golpe.

A conexão de alguns acusados com o alto comando do Exército também é mencionada na denúncia. O general Nilton Diniz Rodrigues foi identificado como um interlocutor crucial, já que atuava como assistente do comandante do Exército, general Freire Gomes.

Entretanto, a elite militar acredita que Nilton poderá ser isentado de culpa por não ter se envolvido ativamente na conspiração. A defesa do general expressa confiança no julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e assegura sua inocência, citando testemunhos como o tenente-coronel Mauro Cid, que atuou como ajudante de ordens de Bolsonaro.

O julgamento dos acusados está programado para ocorrer em duas sessões, nos dias 20 e 21 de maio, devido ao maior número de réus envolvidos em comparação com os casos anteriores.

A Primeira Turma do STF é composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Luiz Fux e Flávio Dino. Caso a denúncia seja aceita, os acusados enfrentarão mais uma ação penal na Suprema Corte, aumentando o total de réus para 33 relacionados à tentativa de golpe.

A única denúncia ainda pendente refere-se ao empresário Paulo Figueiredo, que reside fora do país. As revelações e os desdobramentos da investigação enfatizam um cenário tenso dentro das Forças Armadas e na política brasileira, onde questões de lealdade e conspiração estão no centro das atenções.

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Por subserviência a Bolsonaro, Tarcísio diz que se aposenta após reeleição em SP em 2026

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem confidenciado a interlocutores próximos que pretende encerrar sua trajetória política após a atual gestão no comando do estado. A declaração vem em meio a especulações sobre sua possível candidatura à Presidência da República em 2026, especialmente após ter seu nome mencionado por Michel Temer em entrevista recente.

Durante participação no programa ‘Canal Livre’, da Band, no último domingo (11), o ex-presidente Michel Temer revelou que mantém diálogos com potenciais candidatos do campo da centro-direita e mencionou Tarcísio como um dos nomes consultados. Segundo ele, o governador paulista teria defendido a necessidade de um projeto de país semelhante à “Ponte para o Futuro” – proposta lançada durante o governo Temer.

A fala do ex-presidente gerou desconforto entre aliados de Jair Bolsonaro, que viram nas declarações uma tentativa de pavimentar uma articulação política excluindo o ex-mandatário, atualmente inelegível e réu em processo no Supremo Tribunal Federal (STF). O gesto foi interpretado como um indício de movimentação independente de Tarcísio em direção a um projeto nacional.

Em resposta à repercussão, o governador de São Paulo procurou aliados do bolsonarismo para reforçar que não tem intenção de disputar a Presidência da República em 2026. Segundo relatos de bastidores, Tarcísio reafirmou seu foco exclusivo na reeleição ao Palácio dos Bandeirantes e, posteriormente, em deixar a vida pública para se dedicar à família e a empreendimentos pessoais. Com DCM.

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Em primeira audiência de testemunhas da trama golpista, STF ouvirá ex-comandante do Exército

Militar foi o primeiro a confirmar à Polícia Federal que Bolsonaro o convocou para uma reunião no Palácio da Alvorada, em dezembro de 2022.

A Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) dará início, nesta segunda-feira (19), à fase de depoimentos das testemunhas no processo relacionado à suposta trama golpista envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros réus.

As primeiras testemunhas a serem ouvidas serão aquelas indicadas pela PGR (Procuradoria-Geral da República), entre elas o ex-comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes.Freire Gomes foi o primeiro a afirmar à Polícia Federal que Bolsonaro o convocou para uma reunião no Palácio da Alvorada em dezembro de 2022. Durante esse encontro, o então presidente apresentou um documento que ficou conhecido como minuta golpista, o qual propunha uma intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) após as eleições.

Segundo o depoimento do general, ficou claro para ele e para o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, que o Exército não aceitaria qualquer ato de ruptura institucional. Além disso, o general Freire Gomes observou que o documento apresentado por Bolsonaro tinha similaridade com uma minuta de decreto que foi encontrada na residência do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, que também é réu na trama.

Como o Exército reagiu após generais serem chamados de comunistas

Freire Gomes também relatou que o chefe da Marinha, almirante Almir Garnier Santos, teria apoiado a sugestão de ruptura democrática apresentada por Bolsonaro. Contudo, tanto ele quanto o ex-chefe da Aeronáutica, Baptista Júnior, se posicionaram firmemente contra o conteúdo proposto, ressaltando a falta de suporte jurídico para qualquer ação nesse sentido.

O depoimento de Freire Gomes foi fundamental para embasar a denúncia da PGR contra o núcleo central da suposta conspiração golpista, que foi dividida em diferentes grupos de atuação. Ele e o ex-chefe da Aeronáutica foram os únicos do círculo militar a admitirem conhecimento sobre as discussões ocorridas no Palácio da Alvorada no final de 2022.

Essas declarações de Freire Gomes vieram a público em março de 2024, já com ele na reserva, levando-o a optar pelo afastamento e pela privacidade em decorrência da exposição pública gerada pela situação.

A “Folha” entrevistou sete oficiais-generais que conviveram com Freire Gomes no final de 2022, e o desaparecimento do ex-comandante gerou preocupação entre alguns deles. No final do ano passado, um grupo de oficiais chegou a planejar uma confraternização para reencontrar colegas, evidenciando a curiosidade e a inquietação acerca do paradeiro do general.

A situação revela um complexo cenário de intrigas e desavenças dentro da estrutura militar e seus desdobramentos na política nacional.O encontro tinha como propósito reintegrar Freire Gomes ao QG do Exército, após longo afastamento. A ideia era solicitar pizzas, mas o general informou que não compareceria, levando ao cancelamento do evento.

Um oficial-general próximo a Freire Gomes mencionou tê-lo encontrado apenas uma vez após o governo Bolsonaro, onde mantiveram uma conversa informal de duas horas, sem abordar as investigações da Polícia Federal. O depoimento de Freire Gomes é aguardado com grande expectativa pelas partes envolvidas no processo sobre a suposta tentativa de golpe de Estado.

A acusação espera que o general confirme as pressões que recebeu no final de 2022 para a execução de um golpe, enquanto as defesas buscam explorar quaisquer inconsistências no testemunho do militar, com o objetivo de reforçar a defesa e pleitear o encerramento do processo, permitindo que Freire Gomes retorne aos círculos militares.

Os depoimentos estão programados para começar às 15h desta segunda-feira, com a possibilidade de acompanhamento pela imprensa por videoconferência dentro do plenário da Primeira Turma do STF, sendo proibida a gravação de áudios e vídeos para evitar responsabilizações legais.No primeiro dia, Freire Gomes deverá testemunhar ao lado de Clebson Ferreira de Paula Vieira, ex-integrante do Ministério da Justiça; Adiel Pereira Alcântara, ex-diretor da PRF; e Éder Lindsay Magalhães Balbino, proprietário de uma empresa contratada pelo PL para monitorar o processo eleitoral.

O depoimento do brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior, ex-comandante da Aeronáutica, foi adiado para quarta-feira, dia 21, devido a uma viagem internacional.O procurador-geral da República, Paulo Gonet, havia inicialmente indicado o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), como a última testemunha a ser inquirida, mas decidiu desistir dessa inquirição na sexta-feira anterior.

As testemunhas das defesas serão ouvidas apenas após as indicações da acusação, com o Supremo reservando duas semanas para os depoimentos. Conforme reportado pela Folha, as audiências das testemunhas da defesa correm o risco de esvaziamento, uma vez que o ministro Alexandre de Moraes optou por não intimar aqueles escolhidos pelos réus, tornando a presença facultativa.

Para superar essa dificuldade, as defesas têm utilizado estratégias como notificações de aviso de recebimento e discussões individuais com potenciais depoentes, a fim de convencê-los a comparecer às audiências, ressaltando a importância de suas participações no processo.

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STF dá início aos depoimentos dos envolvidos na trama golpista de Bolsonaro; veja detalhes

Na próxima segunda-feira (19), o Supremo Tribunal Federal (STF) inicia uma série de depoimentos sobre a tentativa de golpe de Estado de Jair Bolsonaro e seus aliados. O processo envolve oitivas de 81 testemunhas, indicadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pelas defesas dos oito réus que formariam o núcleo principal da articulação.

Entre os convocados estão figuras-chave das Forças Armadas e do cenário político, como o senador Hamilton Mourão (Republicanos), o governador de SP Tarcísio de Freitas (Republicanos), o ex-ministro da Economia Paulo Guedes e ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica.

Também participará o atual comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen. Estima-se que um terço das testemunhas tenha ligação direta com os militares.

As audiências, que serão conduzidas por um juiz auxiliar do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, devem seguir até o início de junho. Nessa etapa, os depoentes responderão a perguntas da Justiça, do Ministério Público e dos advogados dos réus. A PGR listou os primeiros a serem ouvidos, incluindo os ex-comandantes Marco Antônio Freire Gomes e Carlos Almeida Baptista Junior.

Esses dois militares relataram à Polícia Federal que Bolsonaro lhes mostrou um esboço de decreto para anular o resultado das eleições, o que impulsionou a investigação. De acordo com o DCM, também consta da lista inicial o governador Ibaneis Rocha, cuja oitiva foi retirada pela própria PGR, mas ele ainda pode ser chamado pela defesa do ex-ministro Anderson Torres.

Outros nomes que prestarão esclarecimentos incluem Éder Balbino, conhecido como “gênio de Uberlândia”, e testemunhas indicadas por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Cid, que firmou delação premiada, citou militares do Exército, como o general Júlio Cesar de Arruda, demitido após não aceitar mudanças sugeridas por Bolsonaro.

As defesas também apresentaram suas listas. Anderson Torres indicou 38 testemunhas, sendo que apenas uma foi recusada pelo STF. O general Freire Gomes é o mais citado pelos réus. Mourão, por sua vez, foi listado por quatro acusados, incluindo Bolsonaro.

 

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Vídeo: Zambelli, condenada a 10 anos de prisão já debochou de Lula preso

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que, após ser condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), tem se vitimizado e afirmado que “não sobreviveria na prisão”, já debochou do presidente Lula (PT) quando ele esteve preso.

Internautas resgataram vídeo em que Carla Zambelli tira sarro de Lula durante sua prisão. “Eu venho aqui pedir para a Polícia Federal, para o Ministério Público, para o judiciário: ajudem o Lula, está chegando o Natal, deixa o Lula passar o Natal com a família dele, os filhos… bota eles na cadeia junto”, dispara, entre risos, Carla Zambelli.

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Lobista da poderosa indústria das armas Bolsonaro abasteceu as maiores facções criminosas de armas dos mais grossos calibres.

A relação entre o aumento de clubes de tiro durante o governo Bolsonaro e o fornecimento de armas para o crime organizado tem sido alvo de investigações recentes, como as operações da Polícia Civil na Muzema e em outras regiões do Brasil.

Durante o governo Bolsonaro (2019-2022), decretos que facilitaram o acesso à armas e munições, como o Decreto nº 9.847/2019, levaram a um crescimento expressivo de clubes de tiro e registros de CACs (Colecionadores, Atiradores e Caçadores). Segundo dados, o número de clubes de tiro no Brasil aumentou cerca de 1.400%, chegando a mais de 2.000 em 2022.

Operações, como a realizada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro em maio de 2025, apontaram que um dono de clube de tiro no interior de São Paulo era um dos principais fornecedores de armamento para a facção Comando Vermelho (CV), incluindo na Muzema, uma área dominada por milícias e alvo de disputas com o tráfico.

As investigações indicam que parte das armas adquiridas legalmente por CACs e clubes de tiro foi desviada para o mercado ilegal, abastecendo facções criminosas.

Em outra ação, a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) miraram redes de fornecimento de armas e drogas para facções, com investigações iniciadas há dois anos.

Por outro lado, os defensores das políticas de Bolsonaro argumentam que o aumento de clubes de tiro atendeu a uma demanda legítima de apostas esportivas e que a responsabilidade pelo desvio de armas recai sobre falhas na fiscalização, e não sobre os decretos em si.

Recentemente, o Exército transferiu o controle de fiscalização de armas para a Polícia Federal, com R$ 20 milhões alocados para essa transição, liberando limitações no rastreamento.

As operações mostram conexões entre clubes de tiro e o tráfico, mas a extensão desse problema, que é muito maior ainda, está sob investigação e, certamente vai assombrar a população com essa jogada de Bolsonaro para ganhar uma milionária comissão da indústria das armas. Bolsonaro só acende vela em troca de milagres.

A falta de regulamentação rigorosa e a facilidade de acesso a grandes quantidades de munição por CACs, como as praticadas por ordem de Bolsonaro, são apontadas como brechas exploradas pelo crime.

No entanto, há escancaradas evidências de que muitos clubes de tiro estejam envolvidos nessa trama macabra. As investigações contibuam para mapear a rede de desvios e responsabilizar os envolvidos.

A conferir

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Sob gestão de Tarcísio, cresce o número de homicídios e feminicídios são recorde

A cidade de São Paulo registrou 132 homicídios intencionais no primeiro trimestre de 2024, um aumento de 8% em relação ao mesmo período do ano anterior. Os dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP), órgão sob o comando de Guilherme Derrite (PL-SP), revelam ainda um recorde histórico nos casos de feminicídio, com 17 mulheres assassinadas por motivação de gênero, sendo o maior número desde a criação da lei em 2015.

A região mais violenta da capital foi a Zona Leste, com 44 homicídios, seguida pela Zona Sul (40), Norte (25), Centro (18) e Oeste (5). O perfil das vítimas mostra predominância do sexo masculino (78%), pessoas pardas (49%) e idade mediana de 37 anos.

Entre as histórias que compõem essas estatísticas está a de Ana Carolina Pereira de Santana, de 18 anos, morta com 13 facadas pelo ex-namorado em fevereiro, após decidir terminar o relacionamento. A jovem, que havia sido aprovada em pedagogia e sonhava ser professora, está enterrada no Cemitério da Saudade, em São Miguel Paulista.

“É muito difícil porque a gente lutou muito para a minha filha chegar onde chegou, sabe? Para alguém vir e, sem mais nem menos, fazer isso com ela. Quando ela ia começar a vida”, desabafou Natalie Pereira da Cunha, mãe da vítima, em entrevista à Folha de S.Paulo.

Feminicídios em alta

Os 17 casos de feminicídio representam aumento de 21% em relação ao primeiro trimestre de 2023. Um dos casos mais emblemáticos foi o de Elaine Domenes de Castro, 53 anos, assassinada a tiros pelo ex-namorado Rogério Benedito Gonçalves, 56, no Campos Elíseos. O agressor, que já tinha condenação por homicídio em 2005 e medida protetiva desde 2024, confessou o crime.

Leonardo Carvalho, pesquisador sênior do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, aponta que o aumento no acesso a armas de fogo influencia os números: “Uma parte dessas armas, que são compradas legalmente, em algum momento vai para o mercado ilegal. Então, uma primeira hipótese é que maior aumento de armas, passando ali na fronteira da ilegalidade, acabando caindo nas mãos dos criminosos”.

Os dados mostram que:
– 36% dos homicídios foram cometidos com arma de fogo
– 33 casos apresentam indícios de execução
– 12% envolveram outros métodos como facas e objetos contundentes

Entre as vítimas está Igor Donizete Abrile, 17 anos, morto a tiros por dois homens em moto no Parque Santo Antônio. “Meu filho morreu por engano”, disse Ana Paula Abrile, mãe do adolescente.

Outro caso emblemático foi o linchamento de Deivid Willian da Silva, 36, acusado de roubar um celular na região do Mercado Municipal. Segundo o DCM, A vítima foi esfaqueada por populares e encontrada com uma arma de brinquedo.

Questionada sobre os números, a SSP afirmou que “acompanha de perto as variações dos indicadores criminais e mantém investimentos contínuos em tecnologia e inteligência para reduzi-los em São Paulo”. Sobre os feminicídios, destacou o programa “SP Por Todas” e a rede de 141 Delegacias de Defesa da Mulher.

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Dia Internacional contra a Homofobia: preconceito segrega o amor

O Dia Internacional contra a Homofobia, a Transfobia e a Bifobia é marcado para 17 de maio, data em que a Organização Mundial de Saúde (OMS) removeu a homossexualidade do Código Internacional de Doenças (CID) em 1990. Para refletir sobre a homofobia.

O Dia Internacional contra a Homofobia, a Transfobia e a Bifobia é marcado para 17 de maio, data em que a Organização Mundial de Saúde (OMS) removeu a homossexualidade do Código Internacional de Doenças (CID) em 1990. Para refletir sobre a homofobia.

Espero poder namorar minha namorada

Minha namorada me pediu para buscar o telefone dela numa loja de eletrônicos, a tela do aparelho tinha quebrado. Fui sem reclamar, claro.

Ao entrar na loja me deparei com a ansiedade: se eu disser que vim pegar o aparelho da minha namorada vou lidar com algum problema?

— Olá, tudo bem? Vim buscar o telefone da minha amiga, estou com o comprovante aqui. — Pelo medo, optei por chamá-la de amiga.

O atendimento seguiu sem problemas. Feito o pagamento, caminhei até a casa dela.

Pela primeira vez desde que conheci minha namorada, o porteiro diz:

— Pode subir, sua amiga já está em casa e acho que não vou mais avisar que você chegou porque você vem sempre! — Sorri e agradeci a gentileza.

Para todos que não nos conhecem, nós somos amigas. Porque comigo vive o medo da homofobia

Para todos que não nos conhecem, nós somos amigas. Porque comigo vive o medo da homofobia. Andar de mãos dadas ou dar um simples beijo em público pode colocar a minha vida e, pior ainda, a vida do meu amor em risco.

O que me alivia são as pequenas mudanças vistas recentemente. Em 2023, o casamento entre pessoas do mesmo gênero bateu 11.198 registros, dos quais deles 7 mil foram apenas entre mulheres.

Esses dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) me dão esperança de um dia, nossas famílias, amigos, desconhecidos, o mundo inteiro conhecer o nosso amor.

Quando você descobre ser uma pessoa LGBTQAIPN+ percebe que há um grande debate sobre a autoaceitação e o quanto esse processo é difícil. De fato é uma caminhada longa, mas a minha experiência mostrou outro conflito ainda maior: a dor de ter medo de amar.

Nenhuma das duas famílias sabem. Precisamos viver discretamente para evitar que eles vejam nossas trocas de carinhos que podem causar homofobia.

Esses pensamentos percorrem minha mente no elevador até o vigésimo andar. Quando ela abre a porta, começo a chorar. Tenho medo de continuar namorando o amor da minha vida sem namorar de fato, porque o mundo não quer ver.

Homofobia, bifobia, transfobia e LGBTfobia é crime?
A maioria do Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) votou a favor do enquadramento da homofobia e da transfobia como tipo penal definido na Lei do Racismo (Lei 7.716/1989) até que o Congresso Nacional edite uma lei específica sobre o assunto.

Os ministros Celso de Mello, Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes deram votos positivos.

Já os ministros Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli votaram contra a proposta por entenderem que a conduta só pode ser punida mediante lei aprovada pelo Legislativo. O ministro Marco Aurélio não reconhecia a mora.

Na prática isso estabeleceu que:

➡️ Homofobia será crime enquadrado na Lei 7.716/2018 até que o Congresso Nacional aprove uma lei específica para o caso.

➡️ A nova regra não restringe a liberdade religiosa, desde que tais manifestações não configurem discurso de ódio.

➡️ A tese estabelece que o conceito de racismo ultrapassa aspectos estritamente biológicos ou fenotípicos e alcança a negação da dignidade e da humanidade de grupos vulneráveis.

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*TVTNews

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Por que a Cedro do Líbano Comercio de Madeira e Material de Construção, cobria de bênçãos o Cartão de Crédito da Pura Michelle?

Uma investigação sobre a Cedro do Líbano Comércio de Madeiras e Materiais de Construção, que teria pago faturas de cartão de crédito de Michelle Bolsonaro, aponta para movimentações financeiras suspeitas bloqueadas pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).

Segundo relatórios, entre 2020 e 2023, a empresa movimentou cerca de R$ 32 milhões (R$ 16,6 milhões em entradas e R$ 16,6 milhões em saídas), valores considerados incompatíveis com sua capacidade financeira, em lavagem de dinheiro e desvios.

A conexão com Michelle Bolsonaro envolve transferências feitas por Cedro do Líbano para Luís Marcos dos Reis, um militar ligado a Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.

Essas transferências, segundo a Polícia Federal, foram usadas para pagar despesas pessoais de Michelle, incluindo faturas de cartão de crédito.

Especificamente, os pagamentos estariam relacionados a um cartão emitido por Rosimary Cardoso Cordeiro, que seria usado por Michelle, além de transferências para uma tia dela.

Esses recursos, oriundos de contratos da Cedro com a Codevasf e outros órgãos públicos, estariam sendo usados ​​para beneficiar a ex-primeira-dama de forma irregular, como parte de um esquema de corrupção ou favorecimento.

Não há detalhes conclusivos sobre o motivo exato ou a finalidade desses pagamentos diretos, já que as investigações ainda estão em andamento.

A Polícia Federal e o Ministério Público apuraram se os valores foram usados ​​para encobrir desvios de recursos públicos ou para outros fins ilícitos.

A Cedro do Líbano, por sua vez, é uma empresa com contratos governamentais no período de Bolsonaro, o que reforça a suspeita de que os recursos podem ter origem em milionárias verbas públicas desviadas.

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E Se Zambelli contar o que sabe numa delação premiada?

Não há informações recentes e ou confiáveis ​​de que a deputada Carla Zambelli (PL-SP) tenha feito ou esteja negociando uma delação premiada.

As notícias atuais, de maio de 2025, tratam da sua unânime condenação no STF a 10 anos de prisão, perda do mandato e pagamento de R$ 2 milhões em indenização, junto com o hacker Walter Delgatti, por envolvimento na invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Ainda não há menção a uma delação premiada nesse contexto. Mas os ventos podem mudar ao sabor de seus interesses.

Se, hipoteticamente, Zambelli optasse por uma delação premiada, quem poderia ficar preocupado dependeria do conteúdo das informações que ela possa oferecer.

Com base no caso, os seguintes pontos são relevantes, principalmente de figuras políticas próximas:

Zambelli é uma aliada histórica de Jair Bolsonaro e setores do bolsonarismo.

Caso uma delação envolva informações sobre outros políticos ou líderes do PL, como o próprio Bolsonaro, deputados ou senadores alinhados, esses poderiam ser diretamente implicados.

Em 2023, Delgatti, em depoimento à Polícia Federal, afirmou que Zambelli pagou R$ 40 mil pela invasão ao sistema do Judiciário, o que sugere que ela poderia ter informações sobre financiadores ou outros envolvidos.

Se Zambelli revelou detalhes sobre quem financiou ou incentivou ações como a invasão do CNJ, pessoas ou grupos que apoiaram logisticamente ou financeiramente poderiam ser alvos de investigação.

Outros investigados em casos correlatos

O caso de Zambelli está ligado a Walter Delgatti, que já apresenta em depoimentos possíveis conexões com outras figuras políticas.

Uma delação dela poderia ampliar o escopo de investigações, atingindo redes de apoio ou outros esquemas semelhantes.

Vale notar que, em 2023, houve especulações sobre Delgatti negociando uma delação premiada que poderia comprometer Zambelli e até Bolsonaro, mas não há evidências de que isso tenha avançado para envolver Zambelli diretamente como delatora.

Além disso, as postagens nas redes sociais, mencionam as reportagens sobre Zambelli com base em uma delação de Delgatti.

Se Zambelli, para livrar a sua cara, fizer uma delação, aliados políticos próximos, como membros do PL ou do círculo bolsonarista, além de possíveis financiadores ou colaboradores em ações ilícitas, serão os mais expostos.

No entanto, tudo dependeria da qualidade e do alcance das informações que ela pudesse oferecer. Bala na agulha contra o clã ela tem de sobra.

A questão é disposição e decisão de Zambelli para tal empreitada.
Seria uma nova bomba tipo Mauro Cid contra Bolsonaro e os seus.

Saber, com certeza, ela sabe demais.