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Lewandowski nega pedido da “Capitã Cloroquina” para não falar na CPI

A médica Mayara Pinheiro é investigada no inquérito que apura a crise no fornecimento de oxigênio hospitalar para o Amazonas.

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou na noite desta terça-feira (18/5) o pedido da médica Mayra Pinheiro, conhecida como “Capitã Cloroquina”, para ficar em silêncio na CPI da Covid, no Senado. Ela fez a mesma solicitação que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, que conseguiu o direito ao silêncio.

“O atendimento à convocação para depor perante a Comissão Parlamentar de Inquérito recebida, nos termos constitucionalmente estabelecidos, consubstancia uma obrigação da paciente, especialmente na qualidade de servidora pública que é, devendo permanecer à disposição dos senadores que a integram do início até o encerramento os trabalhos, não lhe sendo permitido encerrar seu depoimento, de forma unilateral, antes de ser devidamente dispensada”, diz trecho da decisão.

Protocolado na sexta-feira (14/5), o pedido de habeas corpus se baseou na “crescente agressividade com que têm sido tratados os depoentes que ali comparecem para serem ouvidos. A falta de urbanidade no tratamento dispensado às testemunhas, proibindo-as, inclusive, do exercício da prerrogativa contra a autoincriminação”.

Mayra é secretária de Gestão do Trabalho e da Educação da Saúde (SGTES) do Ministério da Saúde. Assim como o ex-titular da Saúde, também é investigada no inquérito que apura a crise no fornecimento de oxigênio hospitalar para o Amazonas, durante o colapso no estado.

*Com informações do Metrópoles

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Lula sobre a privatização da Eletrobras: ‘ameaça a soberania e aumentará a conta de luz’

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a votação prevista para esta terça-feira (18), pela Câmara, da Medida Provisória 1031/21, que cria as condições para a privatização da Eletrobras.

Em nota, Lula alertou que a venda da estatal vinculada ao Ministério de Minas e Energia, que responde por 30% da energia gerada no País, vai elevar consideravelmente as tarifas de energia.

“A Eletrobras é a maior empresa de energia da América Latina. São 48 usinas hidrelétricas, 62 eólicas, 12 termelétricas, duas termonucleares e uma solar. Além de mais de 70 mil quilômetros de linhas de transmissão, suficientes para dar uma volta e meia ao redor da Terra”, disse Lula.

Para Lula, privatizar a Eletrobras é “entregar de bandeja” esse patrimônio duramente construído pelo povo brasileiro. “É permitir que interesses privados passem a controlar as barragens e as vazões das águas, bem como o acesso a importantes fontes hídricas do nosso país”, afirmou.

Leia, abaixo, a nota de Lula na íntegra:

Está em curso mais um crime contra o povo brasileiro e o futuro do nosso país. O alvo da vez é a Eletrobras, que Bolsonaro quer vender a preço de banana, colocando em risco a soberania e a segurança energética do Brasil.

Se esse crime não for evitado, a privatização da Eletrobras vai também elevar consideravelmente as tarifas de energia, levando a conta de luz a fazer companhia aos preços abusivos do gás de cozinha, da carne e dos demais alimentos, que não param de subir.

Sem falar no risco de apagões, como o que aconteceu em novembro no Amapá. Uma série de falhas cometidas pela empresa privada responsável afetou o abastecimento de energia elétrica e água encanada, além dos serviços bancários, internet e telefonia, levando o caos à população.

A Eletrobras é a maior empresa de energia da América Latina. São 48 usinas hidrelétricas, 62 eólicas, 12 termelétricas, duas termonucleares e uma solar. Além de mais de 70 mil quilômetros de linhas de transmissão, suficientes para dar uma volta e meia ao redor da Terra.

A empresa foi também responsável pela operação do programa Luz para Todos, criado no nosso governo, que levou energia elétrica a quase 17 milhões de brasileiros que viviam na escuridão, em pleno século 21.

Privatizar a Eletrobras é entregar de bandeja esse inestimável patrimônio duramente construído pelo povo brasileiro. É permitir que interesses privados passem a controlar as barragens e as vazões das águas, bem como o acesso a importantes fontes hídricas do nosso país.

Em defesa da soberania e da segurança energética do Brasil, e para evitar que o governo Bolsonaro leve ainda mais nosso país à escuridão, é preciso dizer NÃO à privatização da Eletrobras.

Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente da República do Brasil

*Com informações do 247

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Vídeo: Deputado do Podemos agride parlamentar do PT em sessão da Câmara

Matéria publicada no Uol – A comissão especial da Câmara para debater o projeto que autoriza cultivo da Cannabis para uso medicinal teve uma confusão envolvendo o presidente da Comissão, Paulo Teixeira (PT), e o deputado Diego Garcia (Podemos-PR). Durante discussão, o deputado do Podemos foi até o presidente da Comissão e o empurrou, causando um bate-boca no plenário.

A discussão começou com uma discordância em relação à votação do requerimento para obstrução para adiar a sessão, feito por Garcia, ser ou não nominal. O deputado do Podemos acusou Teixeira de não cumprir o combinado sobre a votação.

“Vossa excelência falou votação nominal de ofício. No início vossa excelência falou votação nominal de ofício. E foi aprovado requerimento. Se não essa reunião não vai continuar.”, ameaçou Garcia se direcionando a Paulo Teixeira, o que gerou um bate-boca no plenário.

No meio da uma discussão exaltada, Teixeira tentou retomar a sessão, mas foi surpreendido pela ação do deputado do Podemos, que se levantou e foi até a mesa do presidente, o empurrando.

A ação gerou um tumulto no plenário, com deputados levantando-se para afastar a confusão. Durante a confusão, Paulo Teixeira afirmou que foi agredido com “um murro no peito”. “Esse deputado chegou aqui na frente e me deu um murro no peito”.

“Esse deputado chegou aqui na frente e me deu um murro no peito. Me deu um tapa no meu peito. Eu vou pedir o filme. Eu vou pedir o filme. Você me empurrou. Não faça isso. Eu não dei direito a você.”, disse Teixeira.

Diego Garcia utilizou as redes sociais para se defender. Em postagem, afirmou que “não foi o que aconteceu” e que vai provar com os vídeos.

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Integrantes da comissão estão sendo ameaçados, diz senador

Segundo matéria do R7 – Randolfe Rodrigues (Rede-AP) pediu, e foi atendido, para as mensagens serem enviadas para investigação da Polícia Federal.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Covid, afirmou nesta terça-feira (18) que integrantes da comissão estão recebendo ameaças por WhatsApp ou outros meios.

Randolfe pediu ao presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), que encaminhe as ameaças à Polícia Federal, e foi atendido.

O senador da Rede citou a Lei 1579, de 18 de março de 1952, e pediu punição aos responsáveis pelas ameaças. A legislação estabelece que é crime impedir ou tentar impedir, mediante violência ou ameaças, o regular funcionamento de uma comissão parlamentar de inquérito.

As penas para estes crimes podem chegar a três anos de prisão.

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Ao vivo, assista ao depoimento de Ernesto Araújo na CPI da Covid

A CPI da Covid ouve o ex-ministro de Relações Exteriores Ernesto Araújo. Diferente do ex-titular da Saúde Eduardo Pazuello, Araújo não pediu habeas corpus para ficar em silêncio nesta terça-feira e sua defesa afirma que ele está tranquilo para explicar as ações de sua gestão.

Assista:

https://youtu.be/Oq654WwkuoM

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CPI vai descobrindo quem mandou e quem obedeceu nos crimes da pandemia

Pazuello vai ter de decidir se conta o que sabe ou acaba como bode expiatório.

Segundo Celso Rocha de Barros, na Folha, a CPI da Covid está descobrindo evidências de um assassinato em massa. Segundo o depoimento do gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, Bolsonaro desprezou várias ofertas de vacinas da empresa. Na estimativa do epidemiologista Pedro Hallal, só essa decisão de Bolsonaro causou entre 5.000 e 25 mil mortes.

Só essa decisão: não estamos levando em conta os ataques de Bolsonaro à Coronavac, que é responsável por cerca de 80% das vacinas do Brasil; nem da adesão tardia e parcial ao consórcio Covax Facility (entramos comprando 10% de nossas necessidades, poderíamos ter pedido até 50%); nem das vacinas já aplicadas que podem perder eficácia porque o governo federal mandou estados e municípios gastarem as reservas de Coronavac que guardavam para a segunda dose, inflando assim o número de vacinados; nem de toda a sequência de crimes documentados de Bolsonaro durante a pandemia que não se relacionam a vacinas.

A verdade é que, não fossem os adversários, reais (Doria) ou imaginários (China), de Bolsonaro, o número de brasileiros vacinados seria próximo de zero. A OMS, organizadora do consórcio Covax, também foi alvo constante de ataques bolsonaristas.

Os depoimentos à CPI também vêm reforçando a impressão de que o negacionismo bolsonarista no combate à pandemia teve base ideológica. Segundo os depoimentos, extremistas como Carlos Bolsonaro e Filipe Martins participavam das reuniões com vendedores de vacina sem terem qualquer qualificação na área médica, em suas próprias especialidades ou em qualquer outro ramo da aventura humana. Se estavam ali, era para garantir a aposta na imunidade de rebanho, na guerra contra a China e contra os “globalistas” da OMS.

E além dos capangas e soldados rasos do “Consultório do Crime”, começam a aparecer os suspeitos de serem as fontes de dinheiro e assessoria técnica. O ex-ministro Mandetta já havia declarado que Bolsonaro parecia ignorar os conselhos da área técnica porque tinha um aconselhamento paralelo.

As atenções da CPI agora se viram para o empresário Carlos Wizard, que pode ter sido o chefe dessa rede, e para a médica Nise Yamaguchi. Segundo o depoimento do presidente da Anvisa, o almirante Barra Torres, Yamaguchi defendeu a proposta de mudar a bula de remédios para mentir que eles curavam Covid-19.

É bom lembrar: Bolsonaro mandou os trabalhadores para a morte com a ilusão de que os remédios falsos os manteriam seguros. Nunca acreditou, de fato, na eficácia da cloroquina. Em suas memórias, o ex-ministro Mandetta diz que “nunca houve na cabeça dele a preocupação da cloroquina como um caminho de saúde. A preocupação dele era sempre ‘vamos dar esse remédio porque com essa caixinha de cloroquina na mão os trabalhadores voltarão a produzir’”. (p.133).

A próxima grande atração da CPI será o general Pazuello, ministro da Saúde durante a maior parte da mortandade. Pazuello ficou famoso por cancelar uma compra de Coronavac a mando de Bolsonaro, dizendo que “um manda e o outro obedece”.

Agora vai ter que decidir se acaba como bode expiatório da pandemia ou se conta para os senadores quem lhe deu ordem para deixar que centenas de milhares de brasileiros morressem sem vacina.
E aí, Pazuello, vai ser homem?

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Quem é piolho de quem, Ciro de João Santana ou Santana de Ciro?

Quem é piolho de quem, Ciro de João Santana ou este de Ciro?

Faço essa pergunta porque Ciro, em entrevista com Gabriella Prioli, disse que quem anda pela cabeça dos outros, é piolho. E como Ciro se contenta em ser usado pela cabeça de um marketeiro, pior, vendo seu eleitorado atrofiar, só pensa no que se chama de consumo eleitoral, ou seja, o debate político é substituído pelas pesquisas de intenção de voto.

Mas pesquisas não são debate político, e o resultado não poderia ser outro. O que se tem é um Ciro completamente distante de ideias e valores, por isso não dá para esperar nada dele, além de condimentar seu discurso carregado de azedume absolutamente contraditório ao de Lula.

Não quero aqui discutir a sua panaceia que diviniza a técnica em nome de uma racionalidade sem razão, típica do processo econômico que sai do pensamento neoliberal.

O que não dá para aceitar é estar no meio de uma pandemia em que uma média de 2 mil pessoas morrem por dia por culpa das mazelas de Bolsonaro, e o alvo de Ciro seja Lula, o que é pior, requentando o discurso de Bolsonaro e Moro que, juntos, em proporções diferentes, estão amargando o gosto do próprio esgoto que criaram.

Não dá para entender o que leva um sujeito a aceitar cumprir um discurso de ódio contra Lula acreditando numa suposta objetividade de seu marketeiro.

Ciro fica cada dia mais abandonado, justamente porque vive num emaranhado de contradições. A esperança que ele quer vender ou pelo menos promete, é de algo extremamente possível numa interpretação de mundo futuro, reduzindo a precariedade em que vive a maior parte da população a uma ideia de moralidade e modernidade na busca por alguns efeitos retóricos em sua campanha.

Diferente disso, Ciro segue fazendo seus discursos ornamentais carregados de tolices e choramingas sem apresentar um projeto concreto com uma formação social mais equilibrada para o país.

Na verdade, o discurso de Ciro é direcionado à classe média e não para a totalidade da população, por isso seu palavrório que não cumpre o papel de  intelectual e nem o de um político popular, reserva um lugar cada dia mais estreito na lanterna da disputa presidencial de 2022.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Fachin autorizou PF a buscar provas contra Toffoli

Dados de duas operações relacionadas à Lava Jato do Rio foram utilizadas em relatório da PF.

Segundo matéria de Fabio Serapião e Camila Mattoso, na Folha, o ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou a Polícia Federal a usar dados de duas operações relacionadas à Lava Jato do Rio em uma apuração preliminar que resultou no pedido de inquérito contra Dias Toffoli.

As informações foram utilizadas para embasar relatório em que a PF diz que é preciso apurar suposto crime de corrupção do ministro em venda de decisões judiciais. A solicitação de investigação foi revelada pelo Painel na última terça (11).

Antes da permissão dada por Fachin, o juiz Abel Gomes, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, negou o compartilhamento por envolver pessoas com foro, e o procurador-geral da República, Augusto Aras, se manifestou contra porque a PF não indicou quem eram os investigados.

Fachin concordou com o argumento da Polícia Federal de que o acordo de colaboração de Sérgio Cabral tem uma cláusula que prevê o uso de informações coletadas nas operações Calicute e Boca de Lobo —a primeira prendeu o ex-governador, em 2016, e a outra, seu sucessor, Luiz Fernando Pezão, em 2018.

O material então foi utilizado nos pedidos de 20 inquéritos para apurar possíveis crimes praticados por pessoas com foro nas cortes superiores. ​

No caso de Toffoli, três dias depois da decisão de Fachin, em 26 de abril, a PF produziu um relatório em que elenca documentos da Calicute e Boca de Lobo que, na visão dos delegados, corroboram a acusação de Cabral sobre o ministro ter recebido R$ 3 milhões para beneficiar o prefeito de Volta Redonda (RJ), Antônio Francisco Neto (MDB).

A PF usa, por exemplo, emails apreendidos na Calicute para mostrar que o ex-secretário de Obras do Rio Hudson Braga se reuniu várias vezes com José Luiz Solheiro.

Braga, diz Cabral, foi responsável por operacionalizar os pagamentos a Toffoli, e Solheiro teria intermediado o contato entre o ex-governador e o ministro, por meio de sua mulher, a advogada Roberta Rangel.

A PF também se vale de conversas por aplicativo de celular entre Braga e Solheiro.

Da operação Boca de Lobo, investigadores utilizam os registros no celular de encontros do ex-governador Luiz Fernando Pezão para mostrar seus vínculos com Solheiro e com o advogado Bruno Calfat, que defendia o prefeito de Volta Redonda no processo de cassação.

Os registros também mostram encontros de Pezão e Toffoli. Na delação, Cabral afirma que seu sucessor era próximo do prefeito.

Em 27 de abril, a PF elaborou outro relatório em que usa mais informações cujo acesso foi autorizado por Fachin. Dessa vez, o material teria relação com suposta venda de uma decisão por Dias Toffoli, pelo valor de R$ 1 milhão, que suspendeu a cassação da então prefeita de Bom Jesus de Itabapoana Branca Motta (MDB).

Uma das supostas provas é um email enviado em 18 de novembro de 2015 em que Branca Motta pede apoio a Cabral para a fase final do seu processo no TSE.

Um ano antes, Toffoli havia concedido uma liminar de suspensão da cassação imposta pela Justiça Eleitoral do Rio, mas o processo ainda estava em andamento.

Na mensagem, ela diz que seu advogado em Brasília é Daniane Mângia Furtado, ex-sócio de Roberta Rangel, e que seus adversários políticos estariam se organizando em Brasília para prejudicá-la.

Do material compartilhado, a PF usou ainda um arquivo que mostra os contatos de Branca Motta na agenda de Cabral e uma anotação apreendida em sua casa sobre “pendências” atreladas ao nome da ex-prefeita.

Desde que o Painel revelou o pedido da PF para investigá-lo, Toffoli tem dito não ter conhecimento dos fatos mencionados e que jamais recebeu os supostos valores ilegais.

Na sexta (14), como antecipou a coluna Mônica Bergamo, da Folha, Fachin acatou a posição da PGR e proibiu a PF de investigar Dias Toffoli, mas durante a apuração preliminar ele rechaçou a manifestação contrária da PGR e liberou o uso material no âmbito do acordo de Cabral.

A busca pelas provas utilizadas contra Toffoli e os outros alvos dos inquéritos da PF começaram em janeiro —nesse período, o diretor-geral do órgão ainda era Rolando de Souza.

No dia 25 de janeiro, o juiz Marcelo Bretas aceitou o pedido da PF e deu acesso aos dados da Boca de Lobo, mas explicou que a ação penal da Calicute estava no TRF-2.

Como Abel Gomes estava em férias, em 29 de janeiro, o juiz Gustavo Arruda Macedo, convocado para substituí-lo, pediu esclarecimentos sobre o “contexto dos fatos e possíveis crimes apurados” para entender qual o “nexo de causalidade e correlação” com as provas a serem acessadas.

No dia 1º de fevereiro a PF insistiu no pedido e explicou, sem citar nomes, que as informações seriam utilizadas na “instrução dos relatos apresentados” por Cabral relacionados a autoridades com foro no STF e STJ.

A citação a pessoas com foro nas cortes superiores acendeu o alerta no gabinete do TRF-2. Gomes interrompeu as férias e despachou sobre o tema em 19 de fevereiro.

Contra o compartilhamento, ele argumentou ser necessária “avaliação cautelosa”, uma vez que a jurisprudência do STF indica que somente os ministros podem decidir em casos de investigados detentores de foro.

A PF, em 26 de fevereiro, pediu pela primeira vez a Fachin o acesso às provas, e o ministro encaminhou para manifestação da PGR. Augusto Aras alegou que o pedido de compartilhamento não fazia menção a pessoas com foro no STF e foi contra a medida.

A polícia rebateu a posição da PGR e, em novo pedido a Fachin, disse que o material seria utilizado nos inquéritos abertos em 2020 com a primeira leva de depoimentos de Cabral, em dois casos que tramitam no STJ e na “apuração preliminar dos relatos complementares que vêm sendo apresentados pelo colaborador”.

Em 23 de abril, Fachin expediu sua decisão em que aceitava parte do pedido da PF. Segundo o ministro, a PF poderia utilizar as provas “com o fim de subsidiar os casos criminais novos de competência” do STF.

Sobre os casos arquivados e os do STJ, Fachin indicou à PF que procurasse os ministros relatores de cada inquérito.

Na prática, o ministro liberou o compartilhamento e uso das informações das duas operações nas 20 apurações preliminares nas quais a PF trabalhava à época com base nos relatos da delação de Cabral.

A Folha procurou Fachin para comentar a respeito da autorização que deu. Ele respondeu, por meio da assessoria do Supremo, que “encontra-se pautado para julgamento em plenário virtual agravo regimental que abarcará as questões suscitadas”.

O ministro também afirmou que há pedido expresso da PGR a ser dirimido com revisitação da possibilidade da PF firmar acordo de colaboração premiada.

Sobre ter arquivado os inquéritos, seguindo a Procuradoria, ele disse que “quando na visão da PGR o conjunto de elementos são inidôneos para instaurar há pronunciamento peremptório do titular da ação penal. E o juiz não deve acusar nem defender.”

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Pressionado por CPI e queda de popularidade, Bolsonaro parte para o ataque contra Calheiros

Estratégia visa desgastar imagem de relator ao menos nas redes sociais, em tentativa de animar a militância bolsonarista.

De acordo com a matéria de Daniel Carvalho, na Folha, a deterioração política agravada com a sucessão de notícias negativas da semana levou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a escalar na agressividade retórica e escolher o senador Renan Calheiros (MDB), relator da CPI da Covid, como seu alvo prioritário.

O receituário de Bolsonaro quando se sente pressionado inclui ameaça de edição de decreto para enfrentar medidas restritivas de prefeitos e governadores, reiteradas menções ao que chama de “meu Exército” e outras insinuações que levantam dúvidas sobre a possibilidade de uma ruptura institucional.

Aliados, porém, dizem não passar de blefe, apenas um aceno para sua base popular mais radical. No Congresso, a estratégia de fazer cortina de fumaça para encobrir os reais problemas já se tornou conhecida.

O presidente da República também voltou nos últimos dias a colocar sob suspeita o sistema eleitoral brasileiro e a atribuir a Deus a exclusividade de poder tirá-lo do cargo.

Bolsonaro viu sua popularidade cair e a pressão da comissão parlamentar de inquérito sobre ele crescer. Recorreu a armas que já conhece, como criticar a esquerda, o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que foi a Brasília no início de maio e avançou sobre alguns dos atuais aliados do governo.

Sob pressão, distorceu depoimentos prestados à CPI para torná-los favoráveis a ele e manteve a defesa de medicamentos sem eficácia comprovada cientificamente contra o coronavírus, ora omitindo o nome do remédio —por medo de ser afastado das redes sociais—, ora identificando a droga para arrancar aplausos de plateias simpáticas a ele.

Na quarta-feira (12), foi divulgada pesquisa Datafolha que apontou queda de popularidade do presidente. O governo tem a aprovação de 24% dos brasileiros, a pior marca de seu mandato até aqui.

A pesquisa também mostrou que Lula lidera corrida eleitoral de 2022. O petista alcança 41% das intenções de voto no primeiro turno, contra 23% de Bolsonaro. No segundo turno, Lula marca 55% contra 32% de Bolsonaro.​

De acordo com um integrante do entorno do presidente, Bolsonaro já esperava que Lula aparecesse com alguma vantagem na primeira pesquisa após a recuperação de seus direitos políticos, mas não imaginava uma diferença tão grande.

Na internet, a situação de Bolsonaro também não é favorável.

Pesquisa do Banco Modalmais e da AP Exata, empresa de análise de dados​, publicada na sexta-feira (14) aponta que a reprovação ao governo nas redes sociais voltou a subir na semana passada por causa de reportagens envolvendo a falta de transparência em emendas —o que colocou em xeque o discurso de que o governo não compactua com corrupção, já que aliados seriam beneficiados— e diante dos depoimentos prestados na CPI.

​O percentual de pessoas que avaliavam a gestão como ruim/péssima na internet, na sexta-feira, era de 47,4%, enquanto 28,1% consideravam o governo bom/ótimo e 24,5% avaliavam como regular.

Os depoimentos da semana na CPI foram desfavoráveis ao presidente da República.

O diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antonio Barra torres, surpreendeu a CPI porque, apesar de aliado e amigo de Bolsonaro, criticou falas e ações negacionistas do mandatário e disse ser contra a indicação de uso da hidroxicloroquina contra o coronavírus.

No dia seguinte, Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação da Presidência, quase saiu preso de seu depoimento, acusado de mentir aos senadores.

Ele se esquivou de perguntas, tentou preservar Bolsonaro e até mesmo o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde que havia acusado de incompetente em uma entrevista. Mas entregou à CPI uma carta em que a farmacêutica Pfizer ofereceu negociar doses de vacina contra Covid com o Brasil, que ficou parada por dois meses nos escaninhos do Planalto.

Para coroar a semana na comissão, o gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, disse que o governo do Brasil rejeitou ofertas de doses que a Pfizer havia feito ainda em 2020, como a Folha revelou em março.

A fala de Murillo também serviu para trazer para a pauta da CPI o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente da República. Assuntos envolvendo a família costumam deixar Bolsonaro bastante preocupado.

O representante da Pfizer disse que, mesmo sem ter qualquer cargo federal, Carlos participou de uma reunião com duas representantes do jurídico da empresa no Palácio do Planalto, reforçando a tese de que fora instalado um “ministério paralelo” ao da Saúde.

Já há um requerimento para ouvir o vereador, mas a solicitação ainda não foi votada.

Diante de toda a turbulência, vieram os ataques explícitos a Renan. No Palácio do Planalto, sabe-se que o senador é um político calejado e resiliente, mas integrantes do governo dizem acreditar que a estratégia de atacá-lo repetidamente pode ter algum efeito ao menos nas redes sociais.

Segundo relato feito à Folha, ao atacar Renan, Bolsonaro e seus aliados querem evitar que o ex-presidente do Senado fique na pose de paladino da Justiça, desgastando-o perante a opinião pública.

Os ataques representam o fracasso de tentativas de se aproximar do relator da CPI. Antes de partir para os xingamentos, Bolsonaro procurou o filho do senador, o governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), e o ex-presidente José Sarney (MDB).

A estratégia de ataques a Renan foi deflagrada na quarta-feira (12). Mesmo sem ser membro da comissão parlamentar de inquérito, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), foi ao plenário da CPI e chamou Renan de vagabundo.

No dia seguinte, Bolsonaro foi a Alagoas e seguiu o roteiro do filho, aumentando ainda mais o tom. Chamou Renan de picareta e vagabundo.

“Sempre tem algum picareta, vagabundo, querendo atrapalhar o trabalho daqueles que produzem. Se Jesus teve um traidor, temos um vagabundo inquirindo pessoas de bem no nosso país. É um crime o que vem acontecendo nessa CPI”, disse Bolsonaro.​

Em uma rede social, o senador disse que “são inúteis as tentativas do presidente de tentar me intimidar”.

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Vídeo: Vídeo: Em carro de som de manifestação bolsonarista, homem grita “Fora Bolsonaro”

Homem disse no carro de som que se arrependeu de seu voto e gritou “Fora Bolsonaro”. Na sequência, organizadores do ato arrancaram o microfone de suas mãos.

Um homem disse no carro de som que se arrependeu de seu voto e gritou “Fora Bolsonaro” em manifestação pró-Bolsonaro que ocorreu na avenida Paulista (SP), que defende a cloroquina, voto impresso, fim do STF e regresso da ditadura militar.

Confira:

*Com informações do 247

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