Categorias
Mundo

Embaixada do Brasil em Tel Aviv desconfiou de espionagem de Israel

Funcionários se reuniram com embaixador para pedir que fosse feita uma varredura antigrampo

Diplomatas lotados na embaixada brasileira em Tel Aviv se reuniram com o embaixador Frederico Meyer dias atrás para tratar da necessidade de fazer uma varredura no local em busca de grampos.

Antes até de estourar a crise provocada pela declaração do presidente Lula comparando os ataques em Gaza ao Holocausto, os funcionários da representação do Brasil em Tel Aviv já desconfiavam que suas conversas estavam sendo monitoradas pelo serviço secreto de Israel, segundo Rodrigo Rangel, Metrópoles.

Na reunião, diplomatas mais experientes argumentaram que fazer a varredura seria inócuo porque, ainda que fosse encontrado algum dispositivo de escuta, seguramente outros seriam instalados em seguida pelos israelenses, conhecidos por deter tecnologias de espionagem de ponta.

Segundo relato feito à coluna por um dos presentes, um itamarateca graduado disse aos demais que melhor seria trabalhar com a certeza de que a embaixada brasileira (foto em destaque), assim como as de outros países, é monitorada permanentemente, ainda mais em tempos de guerra.

O argumento prevaleceu. No fim, todos saíram convencidos — e a varredura nem sequer foi encomendada.

Israel tem algumas das mais famosas agências de inteligência do mundo. A mais conhecida é o Mossad. Há, ainda, a Amam, responsável pela inteligência militar, e o Shin Bet, voltado para a segurança interna.

Categorias
Investigação

Anderson Torres pretende delatar e a situação de Bolsonaro vai complicar

Oitivas dos dois sobre a tentativa de golpe de Estado estão marcadas para amanhã. Expectativa é que ex-ministro colabore com a PF, ao contrário do ex-presidente, que ficará em silêncio.

Investigadores da Polícia Federal avaliam que o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, quer delatar e deve fornecer elementos importantes para o curso das diligências sobre a tentativa de golpe de Estado que culminou nos atentados de 8 de janeiro do ano passado, em Brasília. Torres tem dito a pessoas próximas que vai colaborar com as autoridades e responder a todas as perguntas que forem feitas a ele, nesta quinta-feira (22/2), na oitiva simultânea dos acusados de envolvimento com o caso. Além do ex-ministro, também vai depor, no mesmo horário, o ex-presidente Jair Bolsonaro e militares acusados de participação na trama golpista.

De acordo com informações obtidas pelo Correio, Anderson Torres pretende fornecer novas informações sobre o envolvimento de Bolsonaro no caso, tendo em vista que a delação do tenente-coronel Mauro Cid — ex-ajudante de ordens do ex-presidente — forneceu, por meio de delação, evidências e detalhes de reuniões que ocorreram para manter Bolsonaro no poder. Além disso, Mauro Cid apresentou documentos e relatou encontros que ocorreram para tentar colocar em prática a anulação do resultado das eleições de 2022.

Além disso, Torres — na época dos atentados ele era secretário de Segurança Pública do Distrito Federal — também teria detalhes sobre a atuação da cúpula da Polícia Militar da capital, inclusive de oficiais que ainda estão em liberdade, em relação ao 8 de janeiro. Uma das possibilidades que preocupam os investigadores é que militares da corporação policial tentem interferir no andamento das investigações no sentido de coagir outros acusados para que não revelem tudo o que sabem. A PF optou por realizar as oitivas simultaneamente, a fim de evitar que os suspeitos combinem os depoimentos.

Nas últimas semanas, cresceram os rumores de que integrantes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) poderiam firmar acordo de delação. Com isso, Anderson Torres é pressionado a informar o que sabe sobre a participação de Bolsonaro e outros a fim de que não seja responsabilizado por falhas e omissões relativas aos atos de 8 de janeiro. As diligências estão na fase final e, à medida que as investigações avançam, fecham as possibilidades de que a PF e o Ministério Público concordem com pedidos de delação dos envolvidos. Com o surgimento de mais provas, as delações se tornam dispensáveis, evitando, assim, o abatimento de pena dos envolvidos.

Categorias
Política

VÍDEO: Pacheco tenta constranger Lula sobre Israel e leva invertida histórica de Omar Aziz

Em pronunciamento nesta terça-feira, 20/02, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PDD-MG), cobrou uma retratação do presidente Lula em relação à sua fala sobre Israel.

Como bem observou Valter Pomar em seu artigo, Lula não usou a palavra holocausto em sua declaração, ao contrário do que dizem o governo de Israel e os sionistas brasileiros e a nossa mídia corporativa reproduz.

A declaração de Lula foi a seguinte: “O que está acontecendo na Faixa de Gaza, com o povo palestino, não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando o Hitler resolveu matar os judeus”.

Pacheco levou uma invertida histórica de um senador do seu mesmo partido, o senador Omar Aziz (PSD-AM), registra Andrade em seu perfil no X (@AndradeRNegro2).

Confira.

Rodrigo Pacheco tentou constranger o presidente Lula exigindo uma retratação e tomou essa invertida sensacional do Omar Aziz!

Categorias
Opinião

A partir da denúncia de Lula, o genocídio em Gaza ganha outra dimensão no planeta, e os sionistas sabem disso

Agora, a cada ataque terrorista do exército genocida de Israel, o mundo se lembrará das palavras de Lula.

Daí, aquela reação estrambótica do chanceler boquirroto de Israel, até porque o que está no âmago da denúncia de Lula não é novidade para ninguém, que é a paz entre Israel e Palestina, porque sua primeira fala sobre o atual massacre, tinha como ponto central o cessar-fogo para que a população civil da Palestina, sobretudo mulheres e, principalmente, crianças, fossem poupados da barbárie sionista.

Por isso, a fala de Lula ecoa no mundo e deixa de orelha em pé os arquitetos da narrativa sionista que está cada dia mais puída, mas que, agira, Lula trouxe uma clareza corajosa e objetiva que nocauteia o discurso de autodefesa de Israel quando massacra uma população civil desarmada e totalmente inocente, confirmando que, o que se busca ali é a aniquilação total da população palestina para a ocupação do que restou desses 76 anos de colonialismo de Israel na região.

O que se afirma aqui, pode ser constatado na fala de um dos ficcionistas mais destacados do Brasil, professor Hoc, que opera em todos os espaços de mídia, analógica ou virtual, em parceria com André Lajst.

Na verdade, a fala do professor Hoc, no vídeo que segue abaixo, é uma confessa declaração de que os terroristas do Estado de Israel, sentiram. Isso está explicitamente dito com todas as letras pelo próprio Hoc.

Por que o que ele disse não é novidade? Porque, ao contrário de desimportância de Lula que eles querem vender na geopolítica global, eles sabem, mais do que ninguém, que a fala de Lula, no mundo, tem o peso dos maiores líderes mundiais.

Ou seja, não deixa de ser interessante essa fala do professor sionista, porque ela, não só não esconde o estrago que Lula fez na narrativa de Netanyahu e seus asseclas, como eles têm certeza absoluta de que não há como contestar o que por Lula foi dito no conteúdo real de sua declaração, que eles, inutilmente, tentaram criar uma cortina de fumaça histórica para ver se conseguiam, em vão, tirar o foco daquilo de mais importante que Lula denunciou ao mundo, que foi sim o genocídio perpetrado na Palestina pelo exército de Israel, principalmente contra as maiores vítimas que são as crianças, incluindo milhares de bebês.

Categorias
Investigação

Mensagem de Braga Netto e atuação dos kids pretos podem ser elo entre trama golpista e ataques aos Três Poderes em 8/1, diz PF

Ex-candidato a vice menciona possibilidade de continuar no poder 4 dias antes do mandato de Bolsonaro terminar.

Investigadores da Polícia Federal apostam em ao menos duas frentes na apuração sobre a tentativa de golpe de Estado por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que podem representar um elo entre a trama e os ataques aos três Poderes no dia 8 de janeiro de 2023.

De um lado, a PF considera como crucial uma conversa do general Walter Braga Netto, ex-ministro e candidato a vice na chapa de Bolsonaro, na qual ele sinaliza a possibilidade de continuar no poder mesmo a quatro dias do fim do mandato do ex-presidente. A atuação do militar junto a milícias digitais também é vista como importante pelos investigadores.

Conforme relatório da PF, Braga Netto recebeu, em 27 de dezembro de 2022, uma mensagem de um assessor de Bolsonaro chamado Sérgio Rocha Cordeiro. Na mensagem, o assessor questiona onde poderia deixar o currículo de uma mulher. O general responde: “Cordeiro, se continuarmos, poderia enviar para a Sec. Geral. Fora isso vai ser foda”. A mensagem foi encontrada no celular de Cordeiro.

Investigadores consideram que o diálogo indica que ainda havia esperança por parte do militar de que o grupo de Bolsonaro continuasse no poder.

Aliado a isso, integrantes da PF ressaltam que o próprio Braga Netto fazia uso do chamado “gabinete do ódio” e orientava as milícias digitais “com o objetivo de incitar outros militares a aderirem ao Golpe de Estado e por outro lado, atacar a imagem de militares que resistiam ao intento golpista”, conforme relatório dos investigadores.

Uma das críticas de Braga Netto foi direcionada ao general Marco Antônio Freire Gomes, então comandante do Exército, depois que ele se recusou a aderir à tentativa de golpe. A PF identificou uma mensagem de Braga Netto para Ailton Barros, militar expulso do Exército, em que o ex-candidato a vice disse que a culpa pela posse de Lula seria do comandante.

“Meu Amigo, infelizmente tenho que dizer que a culpa pelo que está acontecendo e acontecerá é do Gen FREIRE GOMES. Omissão e indecisão não cabem a um combatente”, escreveu. “Oferece a cabeça dele. Cagão.”

Braga Netto foi alvo de buscas da PF no último dia 8 e não tem se manifestado sobre as suspeitas desde então.

O relatório da Polícia Federal também descreve que o ex-ministro de Bolsonaro incentivou Ailton Barros a espalhar um relato de que o general Tomás Paiva, então comandante militar do Sudeste e atual comandante do Exército, era crítico das articulações golpistas. “Parece até que ele é PT, desde pequenininho”, afirmava o texto repassado por Braga Netto.

O general teria usado a estrutura que já havia sido criada por aliados de Bolsonaro para propagar notícias falsas a respeito do processo eleitoral e das urnas. O objetivo era justamente manter a militância engajada na tentativa de manter o ex-presidente no poder.

Paralelamente, integrantes da PF destacam uma negociação, encontrada em conversas entre o tenente- coronel Mauro Cid, sobre o pagamento de R$ 100 mil ao major das Forças Especiais do Exército Rafael Martins de Oliveira. O objetivo seria custear despesas de manifestantes em Brasília.

O diálogo ocorreu em 14 de novembro de 2022, portanto depois das eleições. Ele antecedeu a manifestação antidemocrática promovida em Brasília em 15 de novembro, dia da Proclamação da República, em frente ao quartel-general do Exercito.

A troca de mensagens, para a PF, mostra que militares da ativa e integrantes do antigo governo “estavam dando suporte material e financeiro para que as manifestações antidemocráticas permanecessem mobilizadas, visando garantir uma falsa sensação de apoio popular à tentativa de golpe”.

O diálogo, segundo o relatório da polícia, daria conta de uma estimativa de gastos para “possivelmente, financiar e direcionar” os atos em curso em Brasília em novembro e dezembro de 2022.

Para investigadores, isso não só revela a tentativa do núcleo do ex-presidente de manter a militância organizada para questionar o resultado das urnas, mas também é indício de que integrantes das Forças Especiais do Exército teriam orientado a atuação de manifestantes em 15 de novembro de 2022.

Esse grupo das Forças Armadas é especialista em guerras não convencionais e sabe empregar técnicas de guerrilha, por exemplo.

Os membros das Forças Especiais, chamados de “kids pretos” no Exército, tiveram papel crucial para que o 8 de janeiro ganhasse as proporções que teve, na visão dos investigadores. A participação deles nos ataques aos três Poderes é uma investigação tratada como prioritária.

A PF apura se o pagamento foi realizado e espera que Cid esclareça as circunstâncias da tratativa, já que esse caso não foi mencionado por ele na sua delação premiada. Os policiais desconfiam ainda que recursos da Presidência da República tenham sido utilizados na ação.

Além da conversa pelo celular, Cid teve um encontro com Rafael dois dias antes, segundo a investigação da PF.

Na decisão em que autorizou diligências contra Bolsonaro, aliados e militares, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), descreveu a visão da PF sobre a tratativa.

“Segundo a autoridade policial, esses elementos, em corroboração com outros, revelam indícios de que o major Rafael Martins de Oliveira atuou de forma direta no direcionamento dos manifestantes para os alvos de interesse dos investigados, além realizar a coordenação financeira e operacional para dar suporte aos atos antidemocráticos e arregimentar integrantes das Forças Especiais do Exército para atuar nas manifestações.”

Em 8 de janeiro de 2023, Bolsonaro ainda estava nos Estados Unidos, para onde viajou em 30 de dezembro do ano anterior. Às vésperas da viagem, ele transferiu R$ 800 mil de contas brasileiras para uma estrangeira, o que foi avaliado por investigadores como uma tentativa de se manter nos Estados Unidos enquanto uma tentativa de tirar Lula do poder estaria em curso.

Bolsonaro, para a PF, seria o chefe dessa organização criminosa que tentou derrubar Lula. Isso fica claro, dizem, na reunião que foi chefiada pelo ex-presidente em julho de 2022 na qual ele insuflou seus ministros a questionar o resultado das eleições.

Na gravação do encontro, cujo sigilo foi retirado por Moraes, Bolsonaro falou em “entrar em campo usando o meu exército, meus 23 ministros”.

Além disso, a PF diz que Bolsonaro editou uma minuta de golpe.

Para investigadores, por mais que não tenha sido consolidado, já está materializada a tentativa de golpe porque foram colocados em curso atos de execução para que ele ocorresse, mesmo isoladamente.

Além disso, são citadas ainda o uso das redes sociais para mobilizar os apoiadores de Bolsonaro em frente a quartéis e a inércia de militares em retirar os manifestantes dos locais.

Investigadores mencionam ainda o uso da Polícia Rodoviária Federal para tentar atrapalhar a votação de eleitores no Nordeste. Esses elementos mostram que houve a consumação do crime, na avaliação de integrantes da PF.

Categorias
Política

Lula encontra secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken; guerra de Israel deve ser discutida

Um dos temas do encontro deverá ser o ataque de Israel aos palestinos na Faixa de Gaza, já que Blinken tem participado de negociações para um cessar-fogo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, nesta quarta-feira (21/02), no Palácio do Planalto. O encontro ocorre antes da reunião dos ministros das Relações Exteriores do G20 – grupo que agrega as 19 maiores economias do mundo, mais a União Europeia e a União Africana –, no Rio de Janeiro.

Conforme comunicado divulgado pela embaixada dos Estados Unidos no país, a visita de Blinken “ressalta o compromisso dos Estados Unidos em apoiar os objetivos do Brasil durante sua presidência do Grupo dos 20”. O Brasil assumiu a liderança rotativa da organização pela primeira vez em 1º de dezembro, com um mandato de um ano.

“O secretário reafirmará o nosso interesse mútuo em garantir a paz internacional, reconhecer os direitos dos trabalhadores, promover a igualdade racial e acabar com a desflorestação”, afirmou o comunicado da embaixada.

Antes, o secretário de Estado Adjunto para Assuntos do Hemisfério Ocidental, Brian Nichols, afirmou que Blinken “busca uma conversa e envolvimento robustos com o presidente Lula sobre uma série de questões globais. O Brasil é um parceiro fundamental em uma série de questões, entre elas as questões de paz e segurança globais”.

Um dos temas do encontro entre Lula e o secretário deverá ser o ataque de Israel aos palestinos na Faixa de Gaza. Como secretário de Estado dos EUA, Blinken tem participado de negociações numa tentativa de um cessar-fogo, apesar de o presidente norte-americano, Joe Biden, ser um dos principais apoiadores de Israel.

Na última terça-feira (20/02), os Estados Unidos vetaram um projeto de resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que exigia um cessar-fogo imediato em Gaza. Agora, os EUA devem apresentar um texto alternativo com a proposta de um “cessar-fogo temporário em Gaza assim que possível”, com a libertação de todos os reféns.

O anúncio da proposta alternativa foi feito depois que o presidente Lula comparou o massacre das forças militares de Israel contra a Faixa de Gaza ao Holocausto promovido pela Alemanha nazista contra os judeus na Segunda Guerra Mundial.

“O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”, afirmou o presidente, em entrevista coletiva no último domingo (18/02) antes de deixar a Etiópia rumo ao Brasil.

O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, chefiado por Blinken, Matthew Miller, afirmou que o seu governo “obviamente” discorda da declaração de Lula.

*BdF

Categorias
Mundo

Israel atacou comboio de alimentos da ONU em Gaza, mostram documentos e análise de satélite

Caminhão que transportava suprimentos vitais para o enclave foi alvejado em rota previamente acordada com as forças israelenses, segundo dados analisados pela CNN.

As Forças de Defesa de Israel (FDI) dispararam contra um comboio da Organização das Nações Unidas (ONU) que transportava suprimentos alimentares vitais no centro da Faixa de Gaza em 5 de fevereiro, antes de finalmente impedirem que os caminhões avançassem para a parte norte do território, onde os palestinos estão à beira da fome, de acordo com documentos compartilhados exclusivamente pela ONU e com análise própria da CNN.

A CNN viu correspondência entre a ONU e os militares israleneses que mostram que a rota do comboio foi acordada por ambas as partes antes do ataque.

De acordo com um relatório de incidente interno compilado pela agência das Nações Unidas para refugiados palestinos (UNRWA), a principal agência de ajuda humanitária da ONU em Gaza, que também foi visto pela CNN, o caminhão era um dos dez num comboio parado em ponto de detenção das FDI quando foi alvejado.

Ninguém no comboio ficou ferido, mas grande parte do seu conteúdo – principalmente farinha de trigo necessária para fazer pão – foi destruído.

Rastrear o ataque oferece uma janela para os principais desafios que os esforços humanitários enfrentam para levar ajuda aos mais de 2 milhões de habitantes de Gaza – quase 85% dos quais são deslocados internamente – no meio do bombardeamento de quase cinco meses de Israel na Faixa de Gaza.

“Um comboio que transportava comida, rumo ao norte da Faixa de Gaza. Aquele comboio a caminho do que chamamos de áreas intermediárias foi atingido. Um dos caminhões que transportava suprimentos foi atingido por fogo naval israelense”, disse Juliette Touma, porta-voz da UNRWA, à CNN.

As FDI não responderam aos repetidos pedidos da CNN para comentar o ataque, mas disse em 5 de fevereiro que estava investigando o incidente.

É um dos vários incidentes em que comboios de ajuda, bem como armazéns que armazenam ajuda, foram atingidos desde o início da guerra.

Israel lançou o seu bombardeamento e invasão terrestre da Faixa de Gaza após o ataque terrorista do Hamas em 7 de outubro, no qual pelo menos 1.200 pessoas foram mortas e mais de 250 outras feitas reféns. Mais de 29.000 pessoas foram mortas em ataques israelenses na faixa, de acordo com dados recentes do Ministério da Saúde de Gaza.

Na sequência do ataque de 5 de fevereiro, a UNRWA decidiu parar de enviar comboios para o norte de Gaza. A última vez que a agência conseguiu entregar alimentos a norte de Wadi Gaza – uma faixa de zonas húmidas que corta o enclave ao meio – foi em 23 de Janeiro.

A ONU estima que 300 mil pessoas ainda vivem no norte de Gaza, com muito pouca assistência. A desnutrição aguda já foi identificada em 16,2% das crianças locais, acima do limite considerado crítico, segundo a ONU.

O comboio, composto por 10 caminhões de ajuda humanitária e dois veículos blindados marcados com a insígnia da ONU, iniciou sua jornada nas primeiras horas de 5 de fevereiro.

A UNRWA disse que as viagens são realizadas no início do dia para evitar que o conteúdo dos caminhões seja invadido ao longo da rota por aqueles desesperados por comida.

Partindo do sul de Gaza, o comboio percorreu a estrada Al Rashid, que segue a orla costeira da faixa. A estrada tem sido a principal rota permitida pelos militares israelenses para comboios humanitários e evacuações desde janeiro.

Às 4h15 (horário local), o comboio chegou a um ponto de espera designado pelas FDI na estrada Al Rashid, de acordo com o relatório interno do incidente da UNRWA, onde os caminhões ficaram parados por mais de uma hora. Às 5h35 (horário local), foram ouvidos tiros navais e o caminhão foi atingido, disse a reportagem.

A agência disse que antes de iniciar a entrega da ajuda, coordenou antecipadamente com os militares israelenses, concordando com o caminho que tomaria – como sempre faz.

A correspondência por e-mail entre a UNRWA e o Coordenador de Atividades Governamentais nos Territórios (COGAT), a agência militar israelense que supervisiona as atividades nos territórios palestinos, a ajuda humanitária, também mostra um acordo para o comboio tomar a estrada Al Rashid.

“Compartilhamos com o exército israelense as coordenadas dos comboios e a rota desse comboio”, disse Touma. “Somente quando o exército israelense nos dá a aprovação, a luz verde, é que a UNRWA se move. Não nos movemos sem essa coordenação.”

Ela disse que o objetivo desta coordenação, denominado processo de resolução de conflitos, é garantir que os comboios de ajuda não sejam atingidos.

“Gaza tornou-se muito rapidamente um dos lugares mais perigosos para se trabalhar com ajuda humanitária”, disse Touma. “É um ambiente extremamente complexo para operar. Muitas vezes as nossas equipes são forçadas a prestar assistência humanitária sob ataque.”

 

Categorias
Política

A mensagem de Eistein, Hannah Arendt e outros, nos diz tudo sobre os trágicos acontecimentos de hoje em Israel/ Palestina

*Esta mensagem de Eistein, Hannah Arendt e outros, nos diz tudo sobre os trágicos acontecimentos de hoje em Israel/ Palestina. Boa leitura, boa reflexao! Abs. Vivaldo Barbosa*

“Quando Einstein e Hannah Arendt condenaram israelenses
No dia 2 de dezembro de 1948, o jornal americano The New York Times publicou uma carta, assinada por Albert Einstein, Hannah Arendt e Sidney Hook, entre outros, condenando as ações de Menachem Begin, líder do novo Partido da Liberdade, em visita aos Estados Unidos.”

Entre os fenômenos políticos perturbadores de nossos tempos está a emergência no recém criado Estado de Israel do ”Partido da Liberdade” (Tenuat Haherut), um partido político estreitamente assemelhado em sua organização, métodos, filosofia política e apelo social aos partidosl Nazista e Fascista.

Ele foi formado a partir de membros e seguidores do antigo Irgun Zvai Leumi, uma organização terrorista, facção direitista e organização chauvinista na Palestina.

A visita atual de Menachem Begin, líder deste partido, aos Estados Unidos é, obviamente, calculada no sentido de dar a impressão de apoio americano ao seu partido, por ocasião do advento das eleições israelitas e para cimentar laços políticos com os elementos Sionistas conservadores dos Estados Unidos.

Vários americanos de reputação nacional têm emprestado seu nome para dar boas vindas a sua visita. É inconcebível que aqueles que se opõem ao fascismo no mundo, se corretamente informados sobre a história política e perspectivas de Mr. Begin, possam acrescentar seus nomes e apoio ao movimento que ele representa.

Embora esse irreparável perigo ocorra pela forma de contribuições financeiras, manifestações públicas a favor de Begin ou pela criação na Palestina da impressão de que um grande segmento da América apóia os elementos fascistas em Israel, o público americano deve ser informado sobre a historia e os objetivos do Sr. Begin e do seu movimento.

As promessas públicas do Partido de Begin não correspondem, quaisquer que sejam, ao seu caráter real. Hoje falam de liberdade, democracia e anti-imperialismo, enquanto até recentemente pregavam abertamente a doutrina do Estado Fascista. É em suas ações que o partido terrorista denuncia o seu caráter real; de suas ações do passado podemos julgar o que dele pode ser esperado fazer no futuro.

Ataque sobre Deir Iassin

Um exemplo chocante foi seu comportamento na vila árabe de Deir Iassin. Esta vila, distante das principais estradas e circundada por terras judaicas,p não tomou nenhuma parte na guerra e chegou a contrariar o lado árabe que queria usar a vila como sua base.

Em 9 de abril (The New York Times) bandos terroristas atacaram esta vila pacifista, que não era um objetivo militar na luta, matando a maioria de seus habitantes — 240 homens, mulheres e crianças — e mantiveram alguns deles vivos para desfilarem como cativos através das ruas de Jerusalém.

A maior parte da comunidade judaica ficou horrorizada com aquela ação e a Agência Judaica mandou um telegrama de pesar ao Rei Abdulah da Trans-Jordânia. Contudo, os terroristas, longe de se envergonharem de seu ato, ficaram orgulhosos com aquele massacre, divulgado amplamente e convidaram os correspondentes estrangeiros no país para testemunharem os cadáveres amontoados e a devastação geral em Deir Iassin.

O acontecimento de Deir Iassin exemplifica o caráter e as ações do Partido da Liberdade.

No interior da comunidade judaica eles têm propugnado uma mistura de ultra nacionalismo, misticismo religioso e superioridade racial. Como outros partidos fascistas eles têm sido usados para esmagar as greves e têm-se dedicado à destruição de sindicatos livres. Em seu lugar eles têm proposto sindicatos corporativistas no modelo fascista italiano.

Durante os últimos anos da esporádica violência antibritânica, os grupos IZL e Stern inauguraram um reino de terror na comunidadel Judaica Palestina. Professores foram espancados por se pronunciarem contra eles, adultos foram alvejados por não deixarem suas crianças juntar-se a eles. Por métodos de gangsterismo, açoites, quebra-vidraças e roubos em larga escala, os terroristas intimidavam a população e exigia-lhe pesado tributo.

Os membros do Partido da Liberdade não têm nenhuma participação nos logros construtivos na Palestina. Eles não reivindicam nenhuma terra, nenhuma construção de habitações e apenas depreciam a atividade defensiva judaica. Seus esforços de imigração muito propagandeado foram diminutos e devotados principalmente para atraírem compatriotas fascistas.

Discrepâncias Observadas

As discrepâncias entre os bravos clamores que estão sendo feitos agora por Begin e seu partido e a história de sua performance no passado da Palestina não portam a marca de um partido qualquer. Este é o selo de um Partido fascista, pelo qual o terrorismo e o embuste são os meios e o ”Estado Regente” é o objetivo.

À luz das considerações anteriores, é imperativo que a verdade sobre o Sr. Begin e seu movimento seja tornado conhecido neste país. É de toda maneira trágico que a liderança maior do Sionismo Americano tenha se recusado a participar da campanha contra os esforços de Begin, ou mesmo de expor aos seus constituintes os perigos para Israel do apoio a Begin.

Os abaixo assinados, portanto, através deste meio de publicidade apresentam alguns fatos salientes que dizem respeito a Begin e seu Partido; e recomendam a todos os interessados a não apoiarem esta última manifestação do fascismo.

Nova York, 2 de dezembro de 1948

Isidore Abramowitz,
Albert Eistein
Hannah Arendt,
Abraham Brick,
Rabino Jessurun Cardozo,
Herman Eisen,
Hayim Fineman,
M. Gallen,
HH. Harris,
Zelig S. Harris,
Sidney Hook,
Fred Karush,
Bruria Kaufman,
Irma L. Lindheim,
Nachman Maisel,
Seymour Melmam,
Myer D. Mendelson,
Harry M. Oslinsky,
Samuel Pitlick,
Fritz Rohrlich,
Louis P. Rocker,
Ruth Sagis,
Itzhak Sankowsky,
I.J. Shoenberg,
Samuel Shuman,
M. Singer,
Irma Wolfe,
Stefan Wolfe.

A versão deste documento online foi copiada de um microfilme da edição impressa do The New York Times, pesquisada pela professora universitária Laura Nader e outros acadêmicos na Universidade de Berkeley, Califórnia. Uma versão escaneada pode ser vista, em formato .pdf, em Proquest: University Microfilms

Categorias
Política

Jeferson Miola: Lula balizou o debate mundial sobre o genocídio palestino

Lula é um dos raros estadistas da atualidade e um dos maiores líderes populares do mundo contemporâneo.

A voz do Lula tem enorme ressonância na geopolítica mundial. Além da respeitabilidade e autoridade política conquistadas na cena internacional, Lula é o chefe de Estado de um país com a relevância do Brasil que atualmente exerce a presidência rotativa do G20 e integra o grupo fundador dos BRICS.

A posição expressa por Lula, dando o nome real à tragédia terrível que vive o povo palestino, similar à vivida por judeus sob o nazismo de Hitler, se tornou uma baliza mundial sobre o extermínio do povo palestino.

Aliás, no veredito provisório de 26 de janeiro, a Corte Internacional de Justiça [CIJ] da ONU reconheceu as graves violações da Convenção sobre a prevenção e punição do crime de genocídio por parte de Israel – ou seja, confirmou o extermínio em curso.

Apesar da decisão da CIJ, os EUA e outros países mantiveram-se inertes diante do agravamento da situação.

É uma trágica ironia da história Israel desrespeitar a Convenção do direito internacional criada pelas Nações Unidas em 1948 justamente em resposta ao Holocausto de judeus pela Alemanha nazista.

Lula colocou no centro da agenda da ONU a responsabilidade ética de o mundo interromper urgentemente a matança israelense nos territórios palestinos, onde pelo menos uma criança palestina é exterminada a cada 13 minutos e outra é aleijada a cada 2 horas e meia.

Nenhum líder mundial, nem mesmo dos EUA e de Taiwan, caninos defensores de Israel, se solidarizaram com Bibi Netanyahu, o comandante-em-chefe da limpeza étnica, pela declaração do Lula.

E, por outro lado, a caracterização do Lula sobre a natureza do regime nazi-sionista não foi contestada por nenhum líder mundial, porque sabem que Lula tem razão.

Há um reconhecimento tácito da pertinência da denúncia do presidente brasileiro.

É inevitável a analogia relativa entre a realidade das vítimas de Netanyahu no Gueto de Rafah com a realidade dos judeus na Alemanha nazista dos anos 1933/1945.

É urgente a necessidade de intervenção para deter a fúria de Israel antes da “solução final”; ou seja, antes de se consumar o extermínio total dos palestinos.

Este é o significado do apelo humanitário feito por Lula, e que o Conselho de Segurança da ONU finalmente poderá escutar.

Pela primeira vez os EUA, depois de vetaram todas as resoluções anteriores de cessar-fogo na Faixa de Gaza, finalmente agora propuseram a medida. E também a proibição de Israel seguir a agressão terrestre em Rafah, que pode causar a carnificina de 1,5 milhão de palestinos.

A aprovação, nesta terça-feira, 20/2, da resolução do Conselho de Segurança da ONU, se confirmada, consagra a política externa brasileira e confirma o acerto da posição perseverantemente defendida por Lula.

Lula fincou uma baliza no debate mundial sobre a monstruosidade do governo israelense.

O mundo inteiro, até mesmo o grupo de governos cúmplices de Israel, tem consciência sobre os horrores nazi-sionistas na Faixa de Gaza e na Cisjordânia ocupada.

É urgente deter essa infâmia.

*Jeferson Miola/Viomundo

Categorias
Pesquisa

Maioria esmagadora dos eleitores de São Paulo aprova o governo Lula, aponta pesquisa

O governo do presidente Lula tem a aprovação de uma maioria esmagadora dos eleitores da cidade de São Paulo, de acordo com a nova pesquisa do instituto Paraná Pesquisas, divulgada nesta terça-feira (20) pela CartaCapital.

A aprovação de Lula chega a 66,5%, com cerca de 38,1% dos eleitores da maior metrópole do país considerando a gestão “ótima” ou “boa”. Lula tem ainda 28,4% de avaliações regulares. Outros 32,2% avaliaram como “péssima” ou “ruim”. Outros 1,3% não souberam responder.

O levantamento contou com 1.502 entrevistas pessoais com moradores da cidade de São Paulo entre os dias 14 e 19 de fevereiro de 2024. A margem de erro é de 2,6 pontos percentuais nos cenários gerais e o nível de confiança é de 95%.