Confiança dos investidores da zona do euro cai pelo terceiro mês seguido

A confiança dos investidores caiu ainda mais na Alemanha, a maior economia da Europa.

A confiança dos investidores na zona do euro caiu pelo terceiro mês consecutivo em setembro, segundo uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (9), atingindo seu nível mais baixo desde janeiro em meio à insatisfação com a situação da economia, especialmente na Alemanha.

O índice Sentix para a zona do euro caiu para -15,4 pontos em agosto, de -13,9 em agosto. Analistas consultados pela Reuters esperavam que ele se recuperasse para -12,5 pontos este mês.

A pesquisa realizada entre 5 e 9 de setembro com 1.142 investidores, questionando tanto a satisfação com a situação atual quanto as expectativas futuras, mostrou que o índice de expectativas da zona do euro se recuperou ligeiramente para -8,0 pontos, de -8,8 em agosto.

A leitura para a situação atual da região, por sua vez, caiu para -22,5, de -19,0 em agosto.

“O caos político e econômico na Alemanha é um fardo pesado para toda a zona do euro”, disse o Sentix em um comunicado.

“A única esperança para os investidores nesse contexto é a perspectiva de uma política monetária que dê suporte”, acrescentou.

A confiança dos investidores caiu ainda mais na Alemanha, a maior economia da Europa, para -34,7 em setembro, de -31,1 em agosto. O índice sobre a situação atual na Alemanha recuou a -48,0 em setembro, de -42,8 em agosto.

Neste sábado, na Paulista, Marçal deitou e rolou nas costas de Bolsonaro

Bolsonaro queria Pablo Marçal em seu palanque no ato da Paulista, mas tendo o anfitrião como Deus supremo da direita brasileira.

Pablo Marçal armou literalmente uma cama de gato para Bolsonaro. Pablo foi impedido de subir no palanque por não aceitar essa hierarquia e aproveitou o evento para se promover, apresentando-se como a nova liderança da direita no Brasil.

Ou seja, no máximo, Bolsonaro entraria na conta de Marçal como semi-mito, porque mito, agora, seria o próprio Marçal. Por isso, a coisa azedou entre os dois e os ataques a Moraes ficaram em segundo plano, pior, Bolsonaro mostrou para Moraes, não só pelo público reduzido, mas pelo apoio de bolsonaristas a Marçal numa manifestação convocada e realizada por Bolsonaro.

É como se alguém convidado para um aniversário, virar a grande notícia no lugar do aniversariante no dia seguinte.

Isso, para Pablo Marçal, não é garantia de nada, ele segue falando para a bolha bolsonarista que, aliás, parece que está bem próxima do limite nas intenções de voto. Já a rejeição do coach dos tolos cresce assustadoramente, praticamente inviabilizando sua candidatura para prefeito de São Paulo, assunto que ele nem quer comentar, até porque terá que mudar de estratégia para estancar o sangramento eleitoral, que beira uma hemorragia.

O problema é que ele foi pego de calças na mão, e o soberba, que terra que terá que usar uma nova forma de lero lero, não tem a mais remota ideia de como fazer isso.

Uma coisa é certa, o tigre das milícias perdeu muita segurança e proteção, que ele jurava ter nas mãos dos bolsonaristas.

Pablo Marçal furou sua bolha e, no mínimo, deixou um rastro fétido de espanta bolinho num universo que já estava amargando uma monotonia natural de um falso Messias que, hoje, sangra mais do que Marçal, seu novo inimigo dentro do campo da direita.

O nome disso, é autofagia ampla, geral e irrestrita.

“Nunca estivemos tão perto de uma guerra nuclear como agora”, diz Jeffrey Sachs

Segundo o economista, cada presidente estadunidense tem aproximado o mundo um pouco mais do Armagedon.

Jeffrey Sachs, renomado economista e acadêmico, em uma entrevista para o canal de YouTube “Tucker Carlson”, expressou preocupações profundas sobre o crescente risco de uma guerra nuclear, exacerbado pelas tensões geopolíticas atuais. Sachs destacou o potencial de um conflito com o Irã, influenciado pelo poderoso lobby israelense nos Estados Unidos, como um gatilho possível para uma escalada bélica de proporções nucleares. Segundo o economista, cada presidente estadunidense tem aproximado o mundo um pouco mais do Armagedon.

Além disso, Sachs criticou as intervenções históricas da CIA, incluindo golpes de estado e outras operações secretas que, segundo ele, têm moldado negativamente a política internacional. Ele argumentou que as políticas externas e financeiras dos EUA, particularmente a expansão da OTAN, têm falhado em seus objetivos e prejudicado a posição global dos Estados Unidos.

O economista também analisou a crise financeira de 2008, atribuindo a severidade da crise às decisões erradas de importantes figuras políticas americanas, que subestimaram o impacto de suas ações nos mercados globais. Sachs apela por uma liderança presidencial que entenda as complexidades desses desafios e possa direcionar os Estados Unidos para uma política externa mais responsável e menos agressiva. Ele enfatiza que o atual estado das relações internacionais poderia, inadvertidamente, nos levar ao limiar de um conflito nuclear, o qual seria desastroso para a humanidade. Assista:

Musk, Alexandre Files e o isolamento bolsonarista no X

Com volume bastante reduzido de usuários no Brasil, Musk usa plataforma para interferir no Brasil de maneira explícita.

O bloqueio do Twitter (X) em território brasileiro gerou uma série de mudanças drásticas no comportamento e na composição do que é debatido nesta rede social. Sob a ameaça de multas e consequências judiciais, o mote da atuação de usuários localizados no Brasil nesta rede passa a ser centrado em uma espécie de “desobediência civil”, emulada especificamente por atores ligados ao cluster bolsonarista.

A imagem acima aponta fortes indícios de uma mudança no perfil majoritário de usuários que permanecem na plataforma. Enquanto em setembro/23 termos como FLAMENGO, FAN, BRASIL, ACCOUNT, VIDA, INSTA e AMOR eram dominantes, em setembro/24 termos como CONSERVADOR, LIBERDADE, FAMÍLIA, CRISTÃO, BOLSONARO e PÁTRIA ganham especial destaque. Nesse período, o foco nos ataques contra Alexandre de Moraes é central e fomentado pela própria plataforma.

A tabela acima aponta um capítulo extremamente preocupante na escalada dos ataques da plataforma X contra as instituições brasileiras: a criação de um perfil intitulado “Alexandre Files” por Elon Musk, com o único objetivo de atacar o STF. Talvez o principal ponto aqui esteja não apenas na criação do perfil, mas sim na manobra da plataforma que georreferencia o perfil como em território brasileiro, colocando-o assim como um dos principais atores nos últimos sete dias, diz Pedro Barciela, ICL.

Ainda é cedo para mensurarmos o tamanho do impacto destas ações, principalmente se pensarmos no volume de usuários que ainda permanecem na plataforma. Podemos levantar a hipótese de que nas próximas semanas e meses o bolsonarismo encontrará mais um obstáculo para pautar o debate político sem a plataforma. No entanto, os recentes episódios deste conflito – e em especial a criação do usuário “Alexandre Files” – escancaram o uso político do X por uma força estrangeira para tentar interferir na política brasileira. Queiramos ou não, se trata de um avanço no debate público sobre o papel das plataformas em nossa sociedade.

Martirizada e indomável, Gaza é símbolo universal do que o imperialismo reserva a todos nós

O genocídio de Gaza sela o fim da civilização ocidental, que deseja arrastar em sua queda o resto da humanidade. Só há uma saída: consciência anticolonial.

Gaza não é apenas Gaza. Martirizada e indomável, é também um símbolo universal. Representa o mundo colonizado. O imigrante, o oprimido, a mulher, o índio, o negro. O tratamento que Gaza receba, é o mesmo que receberemos nós, os demais. “Gaza é a primeira experiência para considerar-nos a todos descartáveis”: frase de Gustavo Petro, retomada pelo político e escritor grego Yanis Varoufakis.

Gazificação do Terceiro Mundo como estratégia imperial

O genocídio em Gaza polarizou a humanidade. De um lado, cresce globalmente uma consciência solidária e anticolonialista, derivada do apoio ao povo palestino.

Ortel Connect Music Session - Cats & Breakkies mit Ahmed EidEm uma chuvosa tarde de Bogotá do mês de junho, realiza-se um megaconcerto na Praça de Bolívar. Com uma enorme bandeira palestina no fundo e a consigna CESSAR O GENOCÍDIO, cantam músicos como nascido em Ramallah, ou o conjunto Escopetarra, porta-voz colombiano da não violência. Com a kufiya branca e preta no pescoço, as e os jovens que esperam em longas filas sob o aguaceiro, vão entrando até a praça transbordar.

No outro lado, em contraposição e ligados aos interesses de Israel, agarram-se à intolerância, à xenofobia, à islamofobia e à prática de métodos extremos de espoliação, invasão e extermínio.

Por volta da mesma data do concerto em Bogotá, no teatro Gubbangen de Estocolmo, um comando de nazistas mascarados ataca uma reunião pró-palestina de partidos de esquerda, ferindo 50 pessoas. Em Nuseirat, no centro de Gaza, uma escola da ONU é bombardeada por Israel, com um saldo de 50 mortos e dezenas de feridos. Na cidade de Washington – quando os massacrados em Gaza já ultrapassam os 40 mil – Netanyahu se faz presente e fala ao Congresso norte-americano, onde recebe uma cerrada ovação de pé.

Ante os horrores da Segunda Guerra Mundial, o escritor George Bataille teve uma visão. Bataille viu a Terra projetada no espaço como uma mulher que grita com a cabeça em chamas. A imagem aparece hoje ante nossos olhos. Somos testemunhas do genocídio: esta será nossa marca geracional.

Em Gaza, a política de terra arrasada
Israel e o sionismo, com sua política de terra arrasada e extermínio, determinam a meta e definem a pauta a seguir.

Os poderes ocidentais que apoiaram e fomentaram esta monstruosa calamidade, transformam sua ordem baseada em regras em uma ordem baseada em hipocrisia, violência e duplos critérios: condenam a invasão da Ucrânia por parte da Rússia, mas não condenam a invasão da Palestina por parte de Israel.

A tolerância e a cumplicidade com os crimes de guerra de Israel empurram o Ocidente para o abismo do inumano. Ao permitir a si mesmo o que tolerou de Israel, o Ocidente assumirá a guerra como meio e o espólio como fim. Não haverá ira nem selvageria que não considere lícitos e que não utilize em causa própria.

Crianças despedaçadas; mulheres queimadas vivas; povos condenados à sede e à fome; tortura de prisioneiros; recém-nascidos destinados a morrer; violação de todo asilo, seja escola, hospital ou campo de refugiados. Nem sequer Bosch, em sua mais delirante pintura do inferno, chegou a imaginar o que diariamente aparece hoje na tela.

Desautorizando e desprezando a ONU, os Direitos Humanos, as organizações de ajuda humanitária e os altos Tribunais Internacionais, e livres já do peso da ética, do respeito e da compaixão, os impérios antigos e o império recente vão se convertendo em máquinas raivosas, desencadeadas.

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Vão se armar até os dentes; já estão fazendo isso.

Ante uma devastadora crise ambiental, que reduziu os recursos de subsistência e ameaça esgotá-los, os países ricos aperfeiçoam a arte do saque. Encherão suas despensas às custas do resto do mundo.

Uma vez desmascarados de seu hálito civilizador, procurarão manter a fachada justificando qualquer atrocidade em nome da defesa da democracia.

Não haverá código de convivência que perdure

A distopia ocidental vai se forjando e

sobe à cabeça. Poder-se-ia prever que, assim como a queda de Constantinopla marcou a ruína do Império Bizantino, da mesma maneira, o genocídio de Gaza sela o fim da civilização ocidental.

O Império não assume passivamente sua crise irreversível. Antes de perder sua hegemonia, desejará arrastar em sua queda o resto da humanidade. Na medida em que vê questionados seus privilégios, os defende com golpes cada vez mais brutais.

Implementa medidas draconianas contra a imigração, como arrebatar os filhos a seus pais e mantê-los em jaulas. Ou como o vergonhoso asilo offshore, que consiste em deter contingentes de indocumentados para deportá-los a zonas desérticas e inóspitas do planeta, onde os esperam o isolamento, a inanição e a morte.

Atrincheira-se em fronteiras militarizadas e acumula arsenal. Levanta economias internas baseadas na indústria armamentista: desenvolvimento a serviço da morte; tecnologia de ponta para o Armagedon; laboratórios farmacêuticos, não em função da saúde, e sim das armas biológicas; bombas táticas e estratégicas; mísseis hipersônicos. Brinquedos atômicos e demais parafernálias de destruição em massa.

Adestra-se no manejo da hecatombe existencial. Apaga-se a marca do passado e o grito do presente; sobre o portal do futuro içarão a faixa: NADA TERÁ SIDO. NADA SERÁ.

Artrítico e obsoleto, seu aparelho político e desacreditadas suas instituições, ao poder colonialista resta uma saída, que acolhe sem muita reserva: dar via livre ao ascenso do fascismo. O trânsito está ocorrendo tanto nos Estados Unidos como na Europa. Se não for freado, se afiançarão como nações bárbaras, sombra de sua própria sombra.

Estes são os sinais de sua decadência. O que o Prêmio Pulitzer Chris Hedges caracteriza como o fim do domínio norte-americano.

Quando um império cai, é porque já caiu
Apesar do estrépito, em uma praça de Bogotá cantam os jovens que apoiam Gaza. E nas universidades norte-americanas – centros do saber e do poder –, os estudantes montam acampamentos, enfrentando as diretrizes e a Polícia, para denunciar Israel.

Fortalece-se a resistência, cresce a audiência.

Milhões de pessoas em todo o mundo – sobretudo jovens – expressam sua indignação ante o horror desencadeado contra o povo palestino.

Nunca antes saíram tantos a manifestar nas ruas. Rios de gente, dezenas de milhares, em Londres, Bagdá, Viena, Johannesburgo, Cairo, Cidade do México, Kuala Lumpur, Washington, Madri. Nem mesmo na época do Vietnã a população global se mobilizou em tais proporções, desafiando castigos, avisos, cadeia, despensas.

No calor do protesto, vai se forjando uma geração anticolonialista que não se filia ao modelo de civilização ocidental. Persegue uma nova forma, digna e justa, de viver e de pensar.

Os indignados da Terra criaram coragem, como David contra Golias.

Na América Latina, na África, na Ásia, no Oriente Médio, os povos sujeitos a antigas e novas submissões deixam de olhar para o Norte para olharem-se entre si. Encontram afinidades e tramam rotas de liberdade. Ao reconhecerem-se, invertem o mapa geopolítico.

A consciência anticolonial, que começa apenas como um rumor, um vapor, uma expectativa, se vai se condensando no Terceiro Mundo e na revoltada periferia das grandes cidades do Primeiro. Transformada em ponto de fuga, a efervescência da rebeldia poderá concretizar-se em programa político e plano de ação.

*Diálogos do Sul

Bolsonaristas abandonam Ramagem e se juntam a Paes

Convencidos da derrota do delegado, os parlamentares do PL fluminense estão cruzando os braços; não querem fortalecer o candidato em seus redutos, temerosos da concorrência pela reeleição em 2026.

Não são apenas os pastores evangélicos que trocaram Alexandre Ramagem  – candidato de Jair  Bolsonaro – por Eduardo Paes. Alguns expoentes da direita, historicamente vinculados ao ex-presidente, também resolveram caminhar com o atual prefeito, mas discretamente, sem aparições públicas ou declarações tonitruantes. É o caso do general Pazuello, deputado federal e ex-ministro da Saúde.

Em conversas com amigos, o general já comentou que não pretende se engajar na candidatura de Ramagem e que mantém relações cordiais com Eduardo Paes.

A cordialidade pode ser traduzida em fatos objetivos:  a filha do general – Stephanie dos Santos Pazuello – trabalha na assessoria de Daniel Soranz na secretaria de Saúde.

As defecções têm aumentado nos últimos dias, dada a  improvável reação de Ramagem, registrada pelas pesquisas, e o crescimento de sua rejeição, indicador do baixo potencial de reversão do quadro.

Convencidos da derrota do delegado, os parlamentares federais do PL fluminense estão cruzando os braços; não querem fortalecê-lo em seus redutos, temerosos da concorrência pela reeleição em 2026. Preterido no processo interno, o senador Carlos Portinho é outro pouco entusiasmado com Ramagem. E já fez chegar seu desconforto com a candidatura do PL ao grupo de Eduardo Paes.

Sem os luminares do campo evangélico e distante de estrelas do bolsonarismo, a caminhada de Ramagem é dificílima. Há muitas pedras no caminho, algumas postas por figuras centrais da direita, que torcem e se movimentam, discretamente, pela vitória de Eduardo Paes.

França deve se juntar ao BRICS após mudança de liderança, diz ex-eurodeputado

A França, tradicionalmente a favor da multipolaridade na política externa, deve se juntar ao BRICS. Uma mudança de liderança em Paris tornaria teoricamente possível a entrada da França nesse bloco, disse à Sputnik o ex-deputado francês do Parlamento Europeu e analista político Aymeric Chauprade.

Em uma conversa às margens do Fórum Econômico do Oriente, ele observou que a ideia de a França se juntar ao grupo BRICS pode parecer estranha à primeira vista, mas a política externa de seu país tradicionalmente é a favor da multipolaridade.

Entretanto, após a presidência de Jacques Chirac (1995–2007), essa tradição se perdeu e Paris começou a seguir a linha americana no cenário mundial, acrescentou Chauprade.

“A adesão ao BRICS é um retorno à nossa política natural. Portanto, é absolutamente natural, não é estranho. E é realista porque a França não é apenas um país europeu. Territorialmente, é uma potência global. Temos territórios no Pacífico, no Caribe, em muitos lugares. Temos a segunda maior zona marítima do mundo. Participamos do Fórum do Oceano Índico [associação de cooperação regional dos países do Oceano Índico], em muitos fóruns regionais, portanto é lógico pertencer a esse Sul Global, como dizemos, ao BRICS”, disse Chauprade.

Em sua opinião, para ingressar no BRICS, a França precisa primeiro mudar sua liderança política e depois enviar o respectivo pedido à associação.
O especialista apontou que cabe ao BRICS aceitar o país ou não, mas a França é um Estado importante no cenário mundial, pois “poderia mudar completamente o cenário mundial e aumentar a possibilidade de um mundo realmente multipolar”.

A Rússia assumiu a presidência do BRICS em 1º de janeiro deste ano. Nessa data, além da Rússia, Brasil, Índia, China e África do Sul, entraram no bloco os novos países-membros: o Egito, a Etiópia, o Irã, os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita.
Em junho, o primeiro-ministro da Malásia Anwar bin Ibrahim confirmou a Lula da Silva a intenção da Malásia de participar do BRICS.

No dia 20 de agosto, o Azerbaijão solicitou oficialmente sua adesão ao BRICS.

Recentemente, o assessor presidencial russo Yuri Ushakov confirmou que a Turquia havia se candidatado a membro pleno do BRICS e que o pedido está sendo analisado.

*Sputnik

Wired: Elon Musk está “encurralado” no Brasil

Revista de tecnologia revela que, após impasse criado sobre operações da X e da Starlink no país, bilionário começou a balançar.

O bilionário Elon Musk parece estar encurralado: menos de dois anos após assumir o Twitter, hoje nomeado X, ele conseguiu fazer com a empresa perdesse acesso ao seu terceiro maior mercado global e, por consequência, a mais de 40 milhões de usuários.

O embate entre Musk e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), é tema de reportagem da entrevista norte-americana Wired, que destaca o bloqueio como “ápice de um conflito em andamento”.

Como destaca a publicação, Moraes emitiu ordens de remoção de conteúdo apontado como “uma ameaça à integridade das eleições”, no que Musk e X se recusaram a obedecer, e o fato de o bilionário ter mantido a publicação de contas acusadas de disseminar discurso de ódio e fake news na plataforma levou ao banimento no Brasil.

Nem mesmo a empresa de internet de Musk passou incólume: o STF congelou os ativos da empresa dizendo que ela integrava o mesmo “grupo econômico” que a X para um possível uso para pagamento das multas devidas pela X – e, depois da resistência inicial, a Starlink obedeceu a decisão do STF e manteve a proibição ao acesso à rede social.

Enquanto isso, Musk usava sua rede social para antagonizar Moraes com postagens insinuando a prisão do ministro, desbloqueou as contas de diversos influenciadores de extrema-direita e chegou a comparar o magistrado a um “ditador”, embora tenha cumprido ordens de bloqueio semelhantes em lugares como Turquia e Índia, onde suas redes foram usadas para censurar jornalistas e oposição.

A última cartada de Musk foi feita em agosto, com o fechamento do escritório do X no Brasil depois que o representante da empresa foi ameaçado de prisão por não cumprir as ordens do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pela empresa – levando a rede social a também violar as leis de localização do Brasil.

“Neste ponto, Musk esgotou a maioria das vias de escalada com o judiciário. E embora tenha retirado os funcionários da SpaceX do Brasil, ele já mostrou sinais de vacilação, pelo menos no que diz respeito à Starlink”, destaca a publicação.

*GGN

Ataques de Israel matam 61 palestinos em 48 horas na Faixa de Gaza

O balanço contabiliza 40.939 morto e 94.616 pessoas feridas em Gaza desde o início da guerra, em 7 de outubro.

Ataques militares de Israel deixaram 61 pessoas mortas no intervalo de 48 horas na Faixa de Gaza, de acordo com números divulgados pelo Ministério da Saúde do governo palestino, comandado pelo Hamas, neste sábado (7).

Um dos ataques foi aéreo e atingiu salas de aula e de oração em um complexo escolar utilizado como abrigo por cerca de 2 mil pessoas palestinas deslocadas pela guerra. No total, oito morreram e 15 ficaram feridas, segundo médicos locais.

Outras cinco pessoas foram mortas em uma residência.

11 meses de guerra

Desde o início do conflito mais recente na região, em 7 de outubro de 2023, as investidas de Israel contabilizaram 40.939 palestinos mortos e 94.616 pessoas feridas em Gaza.

Os onze meses de guerra resultaram no deslocamento de quase toda a população palestina, de 2,3 milhões de pessoas. O cenário provoca uma crise humanitária sem precedentes e fez com que a África do Sul acusasse Israel de genocídio, iniciando um processo na Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia. Israel nega o crime.

Há vários meses, Catar, Egito e Estados Unidos, países que atuam como mediadores do conflito, tentam convencer Hamas e Israel a aceitarem um acordo de cessar-fogo que inclua a libertação de reféns e de prisioneiros palestinos detidos por Israel.

Diante da falta de acordo de trégua, Israel foi palco, na última semana, de uma greve geral para pressionar o governo de Benjamin Netanyahu pela libertação dos reféns que estão sob poder do Hamas.

Ignorando os atos, Netanyahu busca ganhar tempo para obter novos apoios na continuidade da guerra, dizem analistas políticos.

Sul é região com menos negros à frente de prefeituras e tendência no Brasil é de piora

Apenas 4% dos prefeitos da região Sul são negros.

Não há hoje negros à frente de nenhuma prefeitura entre as 56 das regiões metropolitanas de Porto Alegre e Florianópolis. Na região Sul como um todo, onde quase um quarto da população é parda ou preta, eles são apenas 4% dos líderes municipais. O diagnóstico é de um relatório “Retrato das Desigualdades”, do Observatório Brasileiro das Desigualdades. A pesquisa mostra que o problema passa longe de isolado, já que negros e pardos estão à frente de apenas 28% das prefeituras brasileiras, mesmo compondo 55% da população, de acordo com o Censo 2022. Segundo especialistas ouvidos pela Agência Pública, a situação pode piorar após as eleições deste ano.

A coordenadora da pesquisa e diretora do Instituto Alziras Tauá Pires destaca que mudanças promovidas pela PEC 9/23, a chamada “PEC da Anistia”, aprovada pelo Senado no mês passado, podem prejudicar o aumento dessa representação. O dispositivo perdoa os partidos que não atingiram a paridade racial – que os obrigava a destinar fatia proporcional dos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FECF) para as candidaturas negras – e as cotas de gênero – que exigiam um mínimo de 30% de mulheres candidatas.

Além do perdão, a nova regra fixa em 30% o repasse mínimo da verba dos fundos eleitorais e de campanha para candidaturas negras – antes o valor seria proporcional às candidaturas de pretos e pardos que, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é de 52,7% em 2024. “A PEC não só perdoa os partidos por não terem cumprido [a paridade] como altera e reduz esse percentual”, explica Pires. “Não é um problema de dinheiro para os partidos. Porém, o critério de divisão fica a cargo dos partidos políticos, e aí as pessoas que vão recebendo essas fatias maiores normalmente são homens e são brancos”, completa.

Desigualdade nas prefeituras
A falta de fiscalização e o jogo operado pelos partidos já impediam uma esperada representatividade racial, de acordo com Wescrey Portes, pesquisador em raça e eleições associado do Grupo de Estudos Multidisciplinar da Ação Afirmativa (Gemaa). “Em algumas eleições, por exemplo, alguns partidos tiveram 90% de candidaturas brancas. Então você teria que destinar [apenas] 10% [dos recursos para candidatos negros]”, exemplifica.

“Você vai ter no máximo 20% dessas candidaturas de cada partido disputando [com] algumas chances. Então, de 50, dez candidaturas. Dessas dez, cinco concentram mais os recursos. As outras cinco têm um recurso mais ou menos, e o resto você tem recursos mais ou menos iguais. Então, nessa própria distribuição, você pode operar de uma forma que, mesmo que haja proporção entre as candidaturas, não haja candidaturas negras com maiores recursos agregados”, explica.

Segundo o relatório, para que o Sul tivesse o número de prefeitos adequado em relação à população negra, seriam necessárias seis vezes mais vitórias de candidatos negros nas urnas. No Sudeste, seriam necessários 2,5 vezes mais prefeitos negros para alcançar o equilíbrio com a população negra. O cálculo é feito por um índice que compara a população ao número de políticos eleitos que a representa – quanto mais próximo de 1, maior o equilíbrio proporcional.

O melhor índice de equilíbrio de representação negra entre as capitais no Sul é o de Curitiba, onde o indicador é de apenas 0,27. O Nordeste é a região com maior participação negra, tendo a região metropolitana de Maceió como a menos representada (0,34) e Sergipe como a de maior expressão de pretos e pardos (1,23).

O desafio do gênero

Apenas 16% das prefeituras foram ocupadas por mulheres nas últimas eleições, sendo 4% negras. O desafio, aliás, vai além do Executivo. Tânia Ramos, a primeira e única vereadora negra de Florianópolis, destaca que sempre enfrentou a falta de investimento. “Vinte anos atrás, eu nunca tive recurso nenhum, nenhum, para fazer campanha. […] Um batia foto de graça, o outro fazia a diagramação do teu panfleto, de graça também”, relembra.

Mesmo após conseguir uma cadeira na Câmara, segundo ela, a dificuldade de ser minoria no espaço legislativo se impõe, especialmente ao tentar introduzir pautas sobre racismo e religiões de matriz africana, quando enfrentaria um “deboche total”. “São pautas que a gente traz, que, para nós, nos dói muito, porque a gente convive. Nós sabemos o que a gente precisa das nossas comunidades. E eles, então, ignoram tudo isso”, lamenta.

Coordenadora da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq), Givânia Silva reforça que o poder econômico também surge como barreira para a ampliação da eleição de pessoas negras nos espaços políticos porque dificilmente elas têm recursos, mesmo com o financiamento público, porque existiria “um comando partidário branco, masculino, que está dizendo quem é prioridade”. “É difícil ver que elas [as pessoas negras] estão em lugares de destaque […] na hora da disputa. Você conhece quem está em evidência. Você não conhece quem está trancado, trabalhando oito, dez horas por dia”, explica.

*Agência Pública