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Terraplanismo constitucional: Artigo 142 para dar golpe, Artigo 53 para se livrar da prisão

O bolsonarismo construiu, ao longo dos últimos anos, uma leitura fictícia do artigo 142 da Constituição para sustentar a tese absurda de que as Forças Armadas teriam o papel de “poder moderador” e, portanto, legitimadas a intervir em nome da ordem institucional — inclusive por meio de um golpe. Agora, em pleno 2025, a tentativa de driblar a ordem constitucional segue viva, e seu novo instrumento é o artigo 53, que assegura imunidade parlamentar. Só que desta vez, vimos uma deturpação constitucional promovida diretamente pela Câmara dos Deputados, com o objetivo inconstitucionalíssimamente desavergonhado de beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros 33 réus envolvidos na trama golpista.

O plenário da Câmara aprovou, por 315 votos contra 143, a sustação da ação penal contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), apontado pela Procuradoria-Geral da República como parte do núcleo central da tentativa de golpe de Estado. A proposta, relatada pelo deputado Alfredo Gaspar (União-AL), ampliou os efeitos da decisão da Câmara para todos os réus da denúncia aceita pelo Supremo Tribunal Federal — entre eles, Bolsonaro, ex-ministros e militares. É um ato escandalosamente contrário à Constituição, à soberania do poder Judiciário.

Em ofício enviado à Câmara, em abril, o STF informou que – segundo a Constituição – a Câmara só poderia suspender a tramitação das ações dos crimes cometidos após a diplomação de Ramagem como deputado. Com isso, os crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do estado democrário de direito e de participação em organização criminosa, ou seja – os mais graves, não poderão ser suspensos e seguirão normalmente, segundo a Corte.

A manobra regimental conduzida pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), teve requintes de autoritarismo: permitiu manifestação apenas ao relator da proposta na CCJ, deputado Alfredo Gaspar, e ao próprio Alexandre Ramagem, que preferiu não se pronunciar. Sem possibilidade de discussão em plenário ou de retirada de pauta, votou-se no grito. Para transformar Ramagem em escudo parlamentar, a Câmara institucionaliza uma impunidade que a Constituição jamais autorizou.

O artigo 53 da Constituição é claro: permite que a Câmara ou o Senado sustem ações penais contra deputados e senadores por crimes cometidos após a diplomação e apenas contra o parlamentar em questão. Qualquer ampliação desse escopo — como tentar suspender ações contra réus sem foro ou por crimes anteriores ao mandato — é um artifício que rasga a legalidade, segundo Aquiles Lins, 247.

A votação simboliza mais do que um desvio interpretativo: representa a tentativa de legitimar institucionalmente um movimento antidemocrático. Ao suspender a ação penal, a Câmara transforma-se em trincheira da impunidade, em vez de casa da democracia. Se antes os bolsonaristas forjavam um artigo 142 para legitimar a ruptura, agora seus aliados no Parlamento fabricam um “artigo 53” que encobre crimes contra a democracia sob o manto da imunidade. Não pode haver leniência com o golpismo e atos antidemocráticos. Pois, como sabemos pelos golpes anteriores perpetrados no Brasil, uma dias vítimas se o plano golpista de Jair Bolsonaro e sua minuta do golpe tivessem dado certo seria o Congresso Nacional.

Ao extrapolar indevidamente seus próprios poderes para proteger envolvidos em uma tentativa de golpe, o Legislativo avança perigosamente sobre as prerrogativas do Judiciário e coloca em risco o equilíbrio entre os Poderes, como já escrevemos anteriormente. Mais grave ainda: ao fazer isso para blindar quem agiu deliberadamente contra o estado democrático de direito, a Câmara sinaliza que a democracia brasileira continua sob ameaça. O golpismo de 8 de janeiro não terminou na vandalização da Praça dos Três Poderes — ele persiste nas manobras que buscam reescrever a Constituição em favor da impunidade.

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Brasil

Comércio exterior do Brasil bate recorde histórico nos últimos 12 meses

Enquanto o presidente dos EUA, Donald Trump, se esmera em prejudicar o próprio país, impondo um tarifaço irracional que apenas isola os americanos do resto do mundo, o comércio exterior do Brasil segue registrando desempenho impressionante.

Segundo números oficiais divulgados ontem, a corrente de comércio do Brasil, que soma exportações e importações, totalizou US$ 607,65 bilhões no acumulado de 12 meses até abril. Este valor representa mais um recorde histórico para o país, superando o recorde anterior alcançado em 2023, de US$ 606 bilhões.

Já o saldo comercial do país ficou positivo em US$ 64,98 bilhões nos últimos 12 meses, o que é a segunda melhor performance da história, apenas superada pelos US$ 102 bilhões de 2024, sempre considerando o período de 12 meses de maio a abril do ano seguinte.

Um aspecto particularmente positivo dos números é o aumento da participação de produtos industrializados na pauta de exportação brasileira.

Segundo o Comexstat, o banco de dados público da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as exportações brasileiras de produtos classificados como pertencentes à “indústria de transformação” chegaram a US$ 184 bilhões nos últimos 12 meses até abril, o maior valor da história, de acordo com o Cafezinho.

Enquanto as exportações agropecuárias e extrativas caíram nos 12 meses até abril, a da indústria avançaram 3% no mesmo período.

Em relação aos produtos exportados, os principais, por ordem de grandeza, foram petróleo, soja, moedas, minérios, carne, açúcares, café e aço.

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Política

Burro velho não aprende truque novo

A manifestação pela anistia, convocada por Bolsonaro, foi apenas para Padre Kelmon dar a extrema-unção no burro velho.

Bolsonaro prometeu feijoada completa, mas apresentou um sacolé de gergelim. Pouco mais de quatro mil gados pingados.

No seu último suspiro, entre a rua e a solitária de segurança máxima, o finado político Bolsonaro entregou de bandeja sua cabeça à forca em pleno cadafalso.

Ali, numa quase solidão total, sem nenhum governador no caminhão, Bolsonaro fez sua despedida política e, junto, também se despede da condição de cidadão livre para caminhar até a penitenciária por comandar uma tentativa de golpe de Estado em que Lula, Alckmin e Moraes seriam sacrificados com a vida para o retorno do genocida.

O “truque da internação” não pegou. Aquilo já foi usado à exaustão.
Mas sabe como é, burro Velho não aprende truque novo!

Deu no que deu…

A baixa adesão à manifestação de 7 de maio de 2025 foi confirmada por fontes como o UOL .

As acusações de tentativa de golpe são graves e estão em curso no STF, com potencial para levar Bolsonaro à prisão.

O ceticismo popular é a parte final de sua “carreira”

A ausência de governadores e o isolamento político de Bolsonaro são perceptíveis, justamente porque não mantém uma base de apoio, como visto em atos anteriores.

Esse é o ponto, Bolsonaro acabou!

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Mundo

Habemus papam: fumaça branca anuncia o novo papa norte-americano

A Igreja Católica tem um novo papa. A fumaça branca foi expelida pela chaminé da Capela Sistina, no Vaticano, nesta quinta-feira (8), mostrando que cardeais reunidos no conclave elegeram o novo líder da Igreja Católica.

Robert Francis Prevost, novo papa Leão XIV, faz seu primeiro discurso.

Pelo menos 89 dos 133 cardeais – dois terços dos eleitores do conclave – escolheram o novo pontífice.

Fumaça branca — Foto: Reprodução

O cardeal eleito é Robert Francis Prevost, que escolheu o nome de Leão XIV. Ele apareceu na sacada da Basílica de São Pedro, onde foi apresentado oficialmente como pontífice.

A eleição de um novo pontífice também seguiu a tendência das duas eleições de papa anteriores, em 2005 e 2013, e ocorreu no 2º dia do conclave. Desta vez, havia a expectativa inicial de que o processo demorasse mais por conta do número de cardeais votantes — 133, contra 117 no conclave anterior.

A eleição do novo pontífice veio após uma fumaça preta ainda na manhã desta quinta-feira e outra na rodada inicial, na quarta-feira (7).

A escolha do novo papa ocorre também 17 dias após a morte de papa Francisco, por conta de um por conta de um AVC e insuficiência cardíaca em sua residência no Vaticano. Embora tenham sido episódios inesperados, ocorreram em um momento de saúde frágil de Francisco. Ele havia recebido alta após passar cinco semanas internado para tratar uma pneumonia.

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Globo coloca os cães de quarda da oligarquia para latir contra o salário mínimo

Bolsonaro e Globo, tudo a ver.

‘Aumento do salário mínimo neste momento é inviável’, diz Arminio Fraga em O Globo.

Bastou a notícia de que a renda domiciliar dos brasileiros cresceu 4,7% e bateu recorde em 2024, para a elite mandar seus capitães do mato vocifearem contra o salário mínimo.

Tempo bom para os marinho e pra Fraga era com Bolsonaro.

E tem idiota bolsonarista que chama essa gente de globo-lixo.

Paulo Guedes foi canonizado pelas redações da grande mídia por não dar centavo de aumento real de salário mínimo.

Ao contrário festejou em reunião com a corja bolsonarista que abraçava o trabalhador classificado por Guedes como inimigo, pra colocar uma granada em seu bolso com dois anos sem qualquer aumento.

Arminio Fraga é um Paulo Guedes de saiote.

O economista do finado PSDB afirma que seria necessário também mexer nos gastos tributários, para reduzir a despesa pública em pelo menos 3 pontos percentuais do PIB.

Despesa pública para ele, que é alérgico a pobres, todos sabem bem, é incluir pobre no orçamento.

Na verdade, tudo na direita se resume a isso. Há uma lógica de escravidão moderna adicionando frases cada vez mais cruas contra as camadas mais massacradas da população por esse tipo de capitalismo de guerra, que visa sempre o aumento de lucro a todo custo.

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O golpe da Câmara dos Deputados

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou na noite desta quarta-feira (7) um projeto que suspende a ação penal contra o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), com brecha para tentar atingir todo o processo relativo à trama golpista de 2022 e beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A medida confronta o STF (Supremo Tribunal Federal), porque vai na contramão do entendimento de que o instrumento deve ficar restrito aos atos cometidos pelo parlamentar após sua diplomação.

Da forma como foi aprovado o relatório do deputado bolsonarista Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), o texto está abrangente e suspende a ação por completo, beneficiando outros réus, como Bolsonaro.

No plenário da Casa, o projeto teve o apoio de 315 deputados, e 143 foram contra.

O resultado representou uma derrota também ao governo Lula (PT), cujos aliados tentaram evitar a aprovação na Casa.

Há uma expectativa entre parlamentares de que o caso deve ser judicializado, e a corte dará seu parecer num entendimento mais restritivo da medida. Com isso, porém, teria o desgaste de ter de se posicionar sobre o tema mais uma vez. Há a possibilidade ainda que a própria Primeira Turma do STF delibere sobre isso na própria ação penal.

Ministros do STF ouvidos sob reserva pela reportagem confirmam que a tentativa de beneficiar outros réus não deve prosperar na corte. Segundo eles, há um entendimento majoritário de que o movimento dos parlamentares é inconstitucional.

https://www.instagram.com/reel/DJXzk9LJvdO/?utm_source=ig_web_copy_link&igsh=MzRlODBiNWFlZA==

Outro ponto levantado por esses ministros, incluindo integrante do colegiado responsável pela tramitação e julgamento do processo sobre a trama golpista do fim do governo Bolsonaro, é que a palavra sobre o tema será do presidente da Primeira Turma, Cristiano Zanin.

Em ofício enviado a Motta, Zanin afirmou que a Casa só tinha competência para sustar crimes de deputados imputados após a diplomação. Isso limitaria a sustação a dano qualificado ao patrimônio e deterioração do patrimônio tombado.

Outros três crimes -associação criminosa armada, golpe de Estado e abolição do Estado democrático de direito- pelos quais Ramagem é acusado, que teriam sido cometidos antes da diplomação, não seriam abrangidos, no entendimento de Zanin.

Câmara

STF deve decidir contra a Câmara
Uma avaliação de técnicos da Câmara é de que, apesar do entendimento do STF, ela pôde aprovar o texto da forma como estava porque a Constituição atribui a decisão da suspensão às Casas do Congresso, não à corte. Desta forma, a extensão da prerrogativa caberia aos parlamentares, segundo o ICL.

Já o entendimento na oposição é de que, tecnicamente, a suspensão só pode dizer respeito ao deputado Ramagem em si. Em outra frente, num argumento político, dizem que seria um desrespeito à corte, que começou o julgamento da ação penal neste ano, com a transformação de acusados em réus.

Deputados também se queixaram da velocidade na discussão da medida, que foi aprovada na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) nesta tarde e encaminhada à noite ao plenário. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), não acatou os pedidos para adiar a discussão no plenário.

Como mostrou a coluna Painel, da Folha de S.Paulo, antes mesmo da aprovação do relatório na CCJ, a base do governo já se preparava para contestar a aprovação do relatório no STF. Até mesmo deputados aliados de Ramagem acreditam que o entendimento da Câmara será revertido pelos ministros da corte, mas com isso jogam o desgaste para o STF.

Durante a sessão da CCJ, Ramagem criticou o STF e disse aos parlamentares que o que chamou de perseguição do Judiciário pode atingir também os políticos de esquerda.

“Não é apenas ativismo judicial exacerbado, há clara usurpação das nossas competências legislativas. (…) Estou servindo hoje de joguete casuístico do STF”, declarou. “Se fazem comigo, podem fazer isso com vocês algum dia, inclusive colegas de esquerda.”

Na avaliação de juristas ouvidos pela reportagem, caso confirmada, a suspensão de toda a ação penal poderia ser questionada pela PGR (Procuradoria-Geral da República), abrindo caminho para que o Supremo derrubasse a medida.

Outro caminho poderia ser uma contestação de um partido diretamente a Zanin, que levaria a discussão ao STF.

A CCJ começou a discutir o relatório na última quarta-feira (30), mas a votação foi adiada após um pedido de vistas (mais tempo para analisar o caso). Na ocasião, a presidência da comissão indicou concordar com a possibilidade do travamento de toda a ação.

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Vídeo: Paulo Pimenta deu a letra, do pescoço para riba é tudo canela. A esquerda tem que cair dentro e fazer o mesmo

Impecável!

Essa é a minha avaliação da atitude do trator Paulo Pimenta esmagando o tal Gilvan da Federal.

Foi um massacre a lá MMA.

O sujeito não sabe de onde veio o bonde que o atropelou,

Paulo Pimenta, sem freios, é de fato um matador dentro da área parlamentar. Tratora sem piedade os vigaristas, como tem que ser feito.

A esquerda tem que sair da zona do bom-mocismo e se inspirar em Pimenta, em Glauber e outros grandes parlamentares que vão para cima dos vigaristas do baixo clero bolsonarista.

A direita não mais existe. Só sobrou seu esgoto chamado bolsonarismo. E esgoto se trata com limpeza, com aniquilação total dos resíduos de excrementos.

Foi isso que Pimenta fez com o sujeito nessa quarta (7) na Câmara.
Curto, grosso e certeiro, abateu o sujeito sem dó nem piedade.

Pimenta fez o que tem que ser feito com aspirantes de fascistas.
Humilhou o cretino chamando-o de “covarde” na cara dele e apontando que o deputado só levanta a voz para mulheres no parlamento.

A narrativa dos posts nas redes reforça essa minha descrição de um massacre fulminante a lá MMA.

Pimenta usou sua cancha parlamentar e faca afiada para destroçar e desossar Gilvan que, por sua vez, ficou sem argumentos, mudo, trêmulo e desestabilizado.

Todo borrado!.

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A nova fake de Nikolas Ferreira tem que ser comemorada pela esquerda

Ora, Níkolas fez um vídeo que, segundo os “entendidos”, chegou há 10 bilhões de visualizações?

Poxa, mas ele, junto com Bolsonaro e Malafaia e outras traças da direita, convocou os fanáticos bolsonaristas para a manifestação desta quarta-feira, mas só compareceram 4,500 bolsoneiros?

Ué, cadê os trilhões de Bolsonaristas que viram o vídeo do Nikolas?

Não foram ao ato pela anistia de Bolsonaro no dia 7, por quê?

Fux, Ciro Gomes e outras figuraças, que apoiam Bolsonaro, não foram capazes de mobilizar nem as pulgas para engrossar aquela tripa que Bolsonaro conseguiu reunir?

A direita está num mato sem cachorro.

O segredo primitivo do bolsonarismo é a brutalidade burra.

Conclusão óbvia: a “viralização do vídeo de Nikolas Ferreira” mostra a “força da direita” nas redes via algoritmos e big techs como bacamarte espalha chumbo, mas o engajamento online não se converte em presença nas ruas. Ou seja, algorítimo não ganha jogo, não vota e não vai para as ruas defender bandido genocida.

Anabolizante digital nasce e morre digital.

Esse é o caso do vídeo do anão moral Nikolas Ferreira.

Trocando em miúdos, a desconexão entre redes e ruas pode ser explicada por fatores como a natureza volátil do engajamento digital que muitas vezes se limita a interações rápidas (curtidas, compartilhamentos), e a falta de um sentimento nacional unificado fora das bolhas virtuais.

Enquanto Nikolas se consolida como um porta-voz da direita radical, a conversão de sua influência digital em ação concreta enfrenta limites claramente estreitos, especialmente em pautas polarizantes como a anistia.

Não só isso. A estratégia de Nikolas, com tom religioso, conservador e uso de hashtags como #família e #fé, não amplifica o alcance, atraindo engajamento orgânico.

Essa é a diferença fundamental do plano do PL entre o engajamento online como fábula e a materialização pífia nas ruas.

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A manifestação chulé dos bolsonaristas por anistia foi de dar pena

Se Bolsonaro contou com manifestações massivas para se salvar da prisão, está morto.

Detalhes do evento: fracassado!

Público : Estimativas variações, mas postagens no X sugerem cerca de 4 mil participantes, significativamente menos que atos anteriores, como os 44,9 mil em Paulista (06/04/2025) ou 18,3 mil em Copacabana (16/03/2025).

Parlamentares bolsonaristas justificaram a adesão chulé como um evento para “manter a pauta em evidência”

Nem o Fux foi.

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Prisões, coações, censura: o cerco aos universitários dos EUA que defendem a Palestina

De Oeste a Leste, estudantes demonstram solidariedade ao povo palestino e resistem a medidas coercitivas das faculdades.

A repressão da liberdade de expressão atinge o ensino nos EUA, com prisões de estudantes pró-Palestina e revogação dos vistos de alunos estrangeiros. Na terça-feira (6), 30 estudantes foram presos após ocuparem um edifício do campus da Universidade de Washington, em Seattle, como parte de um protesto estudantil pró-Palestina. No domingo (4), em Nova York, 31 jovens da Faculdade de Direito da NYU foram proibidos de entrar no campus e fazerem os seus exames finais, a menos que assinassem um termo de renúncia ao direito de protestar contra as ações do governo de Israel.

Em Seattle, o grupo Estudantes Unidos pela Igualdade e o Retorno dos palestinos (Super, na sigla em inglês) havia pedido que a universidade estadunidense cortasse seus laços com a Boeing, acusando a fabricante de aviões de produzir armas usadas no genocídio em Gaza. O prédio de engenharia ocupado na segunda-feira (5) recebeu uma doação de US$ 10 milhões (cerca de R$ 56,5 milhões) da Boeing, companhia com sede em Washington, segundo o site da universidade.

A polícia desocupou o edifício por volta das 23h00 locais (3h em Brasília) da terça e os estudantes detidos foram acusados de invasão, destruição de propriedade, desobediência e conspiração criminosa, ainda de acordo com a instituição.

NYU law students refused to sign away their right to protest – and won

Já em Nova York a tentativa de coerção falhou: após a Universidade de Nova York tentar obrigar os 31 estudantes a assinarem um “Acordo de Uso do Espaço“, que incluía a cláusula de que os protestantes “não devem participar em nenhuma atividade disruptiva na propriedade na Faculdade de Direito”, a faculdade recuou do pedido, após todos os estudantes se recusarem a assinar a medida.

Eles eram acusados pela universidade de participar de protestos passivos nos dias 29 de abril e 4 de maio, contra o genocídio em Gaza, na biblioteca da NYU e nos arredores do prédio do reitor.

“Eles acharam que poderiam fazer isso por trás das cortinas. Pensaram que conseguiriam coagir e assustar os estudantes a assinar esses acordos”, disse um estudante da Faculdade de Direito da NYU ao Peoples Dispatch. “Em vez disso, nenhum dos 31 estudantes que foi ameaçado assinou esses tratados coercitivos. Todos permaneceram firmes e, por conta disso, conseguiram que a Faculdade de Direito retraísse [nas medidas] e conseguiram realizar os exames”, completou.

Apesar das conquistas, os estudantes ainda lutam contra outras medidas disciplinares implementadas pela NYU contra eles, como rotular os ativistas como “persona non grata” dentro do campus.

*BdF