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Política

Efeito Guedes: 20 milhões na miséria, 61 bilhões de lucro para os bancos, um aumento de 53%

Quando os Setúbal, do Itaú, começam a saracotear na mídia fazendo uma verdadeira romaria em nome de uma corrente política, como estão fazendo pela terceira via, que tem o figurino, mas não tem o modelo, conclui-se o que já se sabe, que essa gente, que não tem limites no quesito ganância quer alguém com o perfil de Guedes que mata os pobres com um tiro na cabeça e blinda com mais ouro os cofres dos banqueiros.

Cotidianamente vemos essas figuras na mídia e temos que tomar algum remédio profilático para não vomitar.

Cínicos, mentirosos e trapaceiros, ao vê-los falar,  lembramos que, enquanto Guedes jogava 20 milhões de brasileiros no mapa da fome, os agiotas oficiais desse país faturavam em plena pandemia 20 bilhões a mais, num crescimento de mais de 61% em relação ao mesmo semestre do ano anterior.

O que nos leva a pergunta, como pode isso? Que mágica é essa que o país empurra para a miséria absoluta 20 milhões de brasileiros enquanto os banqueiros faturam 20 bilhões a mais do que o ano anterior?

A resposta é simples: consagrando uma política econômica que privilegia os mais fortes em detrimento dos mais fracos. Simples assim.

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Cotidiano

Abutres tropicais tipo exportação: Seis banqueiros que sangram o Brasil têm offshores em paraísos fiscais

Dados são da série Pandora Papers e revelam opção de profissionais do mercado financeiro.

Poder 360 – Luiz Carlos Trabuco Cappi, hoje presidente do Conselho de Administração do Bradesco, foi presidente por 9 anos do 2º maior banco brasileiro. Na hora de organizar as suas próprias finanças, porém, ele é um banqueiro globalizado: guarda parte das suas economias em uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas, um paraíso fiscal no Caribe. Não há qualquer ilegalidade com a offshore de Trabuco. Ela foi declarada à Receita Federal, como manda a lei brasileira.

Na cúpula do sistema bancário brasileiro, o uso de offshores para investimentos e pagar menos impostos é comum. É uma prática que vai das instituições tradicionais –como Bradesco ou Santander– aos novos bancos, caso do Inter ou Agibank. E passa pelas instituições públicas, como o BRB (do governo do Distrito Federal).

Trabuco Cappi, que presidiu o Bradesco por 9 anos, é dono da Capvel Overseas Investments Limited. Junto com os filhos, ele tem ao menos US$ 5 milhões na conta dessa offshore, aberta nas Ilhas Virgens Britânicas.

A herdeira do Bradesco e presidente da fundação do banco, Denise Aguiar, também tem 3 offshores nesse mesmo paraíso fiscal. Outros 4 executivos ou ex-dirigentes do banco são donos de empresas nas Ilhas Virgens Britânicas. São eles:

  • Cassiano Ricardo Scarpelli, vice-presidente do banco, criou a Monte Gennaro International para investir em títulos internacionais, como “time deposit”, “bonds” e “bills”, como declarou na ficha que enviou para as autoridades das Ilhas Virgens Britânicas;
  • Eurico Ramos Fabri, diretor de Crédito do Bradesco, abriu no Caribe a Vincenza Inc. com a mulher e uma filha;
  • Samuel Monteiro dos Santos Junior, foi vice-presidente da holding Bradesco Seguro e Previdência e hoje integra o Conselho de Administração do banco e o do grupo Fleury. É dono da Idaho Holding Company com a mulher e 2 filhos;
  • Antonio Bornia, que presidiu o Bradesco na Argentina e integrou o Conselho de Administração até 2015, tem a Anfamar & Sons Limited com 2 filhos.

    Todas as offshores dos executivos do Bradesco foram declaradas às autoridades brasileiras, segundo a assessoria do banco.

Do Santander, 3º banco privado no ranking brasileiro, Sérgio Rial, diretor-executivo, também é usuário antigo de offshores. Ele trabalhou no exterior por mais de 20 anos. É dessa época a abertura da Celtic Associates Ltd nas Ilhas Virgens Britânicas. O patrimônio da empresa é de pelo menos US$ 10 milhões. Rial diz que a sua offshore foi declarada à Receita Federal.

O Brasil só cobra impostos de offshore em situações pontuais: quando há distribuição de lucros, empréstimos ou a repatriação dos recursos. As alíquotas nesses casos variam de 15% a 27,5%.

Nenhum dos banqueiros aqui citados respondeu a uma pergunta enviada pelo Poder360: por que eles preferem investir fora do Brasil se são donos de bancos ou dirigentes no país.

Os documentos desta reportagem foram obtidos pelo ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, na sigla em inglês), uma entidade sem fins lucrativos com base em Washington D.C., nos Estados Unidos.

Participaram da investigação 615 jornalistas de 149 veículos em 117 países. O material está sendo analisado há cerca de 1 ano para a preparação da série. No Brasil, fazem parte da apuração jornalistas do Poder360, da revista Piauí, da Agência Pública e do site Metrópoles.

O Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos realizou algumas das maiores investigações de impacto dos últimos anos, como Panama Papers e Swiss Leaks, revelando o lado mais sombrio das finanças e da corrupção.

Esses banqueiros fazem parte de um dos clubes mais fechados do Brasil: o daqueles que usam empresas offshore para pagar menos impostos e fugir da montanha-russa da economia brasileira.

Novos bancos

Na hora de investir fora do Brasil, ou evitar o pagamento de impostos, os sócios e fundadores dos novos bancos seguem a receita dos banqueiros tradicionais.

Rubens Menin, dono do banco Inter, da MRV e da CNN Brasil, teve ao menos 4 offshores nas Ilhas Virgens Britânicas: Costellis International, Remo Invest, Stormrider Investments e Sherkhoya Enterprises Ltd.

A Costellis foi criada com uma finalidade comum entre milionários: ela é dona de uma embarcação, no valor de até US$ 75 milhões, como consta de sua ficha de constituição, de setembro de 2016. Menin diz que todas elas foram registradas e as duas últimas, encerradas.

Marciano Testa, dono do Agibank, foi um jovem prodígio. Em 1999, aos 23 anos, fundou a Agiplan, startup que daria origem ao grupo.

Em 2018, a empresa adotou o nome atual. Seu banco inovou ao usar o número de celular de uma pessoa como número da conta. O discurso era a simplicidade: qualquer um com um smartphone pode se bancarizar.

Com seus investimentos, ele não é nem inovador nem simples. Foi até as Ilhas Virgens Britânicas abrir a Yepidale International Ventures Limited….

Segundo a sua assessoria de imprensa, a empresa está declarada à Receita Federal.

Nos seus investimentos, o presidente do Conselho de Administração do Banco Original, Marcio Antonio Teixeira Linares, foi até as Ilhas Virgens Britânicas abrir a Bravar Developments Limited.

O objetivo da empresa, segundo informou na ficha de abertura, era investir em imóveis nos Estados Unidos. O valor estimado era de US$ 1 milhão. As movimentações que ocorreram depois de 2018 não constam da base de dados.

Teixeira Linares disse que a sua empresa foi declarada a todas as autoridades.

Banco público

Paulo Henrique Costa, presidente do BRB, um banco do Distrito Federal, também é dono de empresas nas Ilhas Virgens Britânicas.

Há duas offshores ligadas ao executivo: Oakwood Investments Ltd e a Equinox Investments LLC. Ele não informou se elas foram declaradas ao Fisco.

Em 2009, a Oakwood tinha 100.000 ações no valor de US$ 1 cada uma. De acordo com Paulo Henrique Costa, as empresas foram abertas quando ele era estudante no exterior e pretendia seguir carreira internacional, o que não aconteceu.

Ele diz que não houve movimentação nas empresas e que teria interrompido o pagamento das taxas anuais. “Nenhuma transação financeira foi realizada por meio das empresas, que se encontram inativas”, disse.

Documentos da Equinox mostram que, em 2015, ele estava há 4 anos sem pagar as taxas de manutenção.

Interesse Público

Como está registrado em diversos textos da série Pandora Papers, ter uma empresa offshore ou conta bancária no exterior não é crime para brasileiros que declaram essas atividades à Receita Federal e ao Banco Central, conforme o caso.

Se não é crime, por que divulgar informações de pessoas cujo empreendimento no exterior está em conformidade com a regras brasileiras? A resposta a essa pergunta é simples: o Poder360 e o ICIJ se guiam pelo princípio da relevância jornalística e do interesse público.

Como se sabe, há uma diferença sobre como brasileiros devem registrar suas empresas.

Para a imensa maioria dos cidadãos com negócios registrados dentro do Brasil, os dados são públicos. Basta ir a um cartório ou a uma Junta Comercial para saber quem são os donos de uma determinada empresa. Já no caso de quem tem uma offshore, ainda que declarada, a informação não é pública.

Existem, portanto, 2 tipos de brasileiros empreendedores: 1) os que têm suas empresas no país e que ficam expostos ao escrutínio de qualquer outro cidadão; 2) os que têm condições de abrir o negócio fora do país e cujos dados estarão protegidos por sigilo.

Essas são as regras. Neste espaço não será analisado se são iníquas ou não. A lei é essa. Deve ser cumprida. Cabe ao Congresso, se desejar, aperfeiçoar as normas. Ao jornalismo resta a missão de relatar os fatos.

É função, portanto, do jornalismo profissional descrever à sociedade o que se passa no país. Há cidadãos que ocupam posição de destaque e que devem sempre ser submetidos a um escrutínio maior. Encaixam-se nessa categoria, entre outras, as celebridades (que vivem de sua exposição pública e muitas vezes recebem subsídio estatal); as empresas de mídia jornalística e os jornalistas (pois uma de suas funções é justamente a de investigar o que está certo ou errado no cotidiano do país); grandes empresários; quem faz doações para campanhas políticas; funcionários públicos; políticos em geral. E há os casos ainda mais explícitos: empreiteiros citados em grandes escândalos, doleiros, bicheiros e traficantes.

Todas as apurações devem ser criteriosas e jamais expor alguém de maneira indevida. Um grande empresário que opta por abrir uma offshore, declarada devidamente, tem todo o direito de proceder dessa forma. Mas a obrigação do jornalismo profissional é averiguar também os grandes negócios e dizer como determinada empresa cuida de seus recursos –sempre ressalvando, quando for o caso, que tudo está em conformidade com a leis vigentes.

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Nunca a elite brasileira se viu tão representada por um presidente da República quanto Bolsonaro

A elite brasileira é inculta, jeca, provinciana, rasa, vulgar, mentirosa até o último fio de cabelo. É antinacional, americanófila, decadente e, sobretudo corrupta. Aliás, na arte da sonegação, na arte de esconder patrimônio, a nossa elite é absolutamente imbatível, equiparando-se mesmo ao clã Bolsonaro.

Não é por acaso que muitos apoiaram não só com dinheiro, mas indo às ruas para cultuar a sua imagem e semelhança.

Mesquinha e medíocre, a elite brasileira nunca teve qualquer empatia com o sofrimento do povo brasileiro, ao contrário, contribuiu com a produção de uma das maiores concentrações de renda e desigualdade do planeta.

Não foi o governo Bolsonaro que devolveu mais de 20 milhões de brasileiros à miséria? Brasileiros que agora enfrentam a fila do osso, comem pé de galinha, enquanto banqueiros bateram recorde de lucratividade durante a pandemia. Claro que o quadro poderia ser muito mais dramático e trágico não fosse o Congresso lhe impor uma derrota contra os R$ 150,00 oferecidos como auxílio emergencial ao povo brasileiro, e obrigá-lo a pagar E$ 600,00.

Assim como a nossa elite, Bolsonaro tem horror a pobre, pavor do povo brasileiro. Se dependesse dessa gente, o Brasil já teria dizimado os índios e aniquilado com a Amazônia, como sonha Bolsonaro.

Toda essa ruindade de Bolsonaro é a cara da elite brasileira. Todo o desprezo pela dor alheia que ele demonstra, é a cara da elite, que ainda acha que é a locomotiva econômica do país, imagina isso.

Esses parasitas da nação que sangram o país, geração após geração, a partir dos sobrenomes dos seus herdeiros, são os verdadeiros ídolos de Bolsonaro. Ou alguém já viu Bolsonaro falar mal da elite econômica?

Bolsonaro é um servo dessa gente e, por isso, é tão venerado e protegido pelo andar de cima.

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Vídeo: Apinhado de banqueiros e rentistas, no convescote da Paulista tinha mais candidatos que público

Apinhado de banqueiros e rentistas, o chá das quatro ontem na Paulista, ainda teve Dória dançando para desmoralizar ainda mais o sarau nababo.

No convescote-cívico-ecumênico da terceira via, tinha mais candidatos do que público. Amoedo, Ciro, Mandetta, Tebet, Dória e mais uns 10. De público mesmo, somente uma meia dúzia.

Essa história de frente ampla, na verdade, só mostrou que é uma frente estreita, minúscula, raquítica e falida.

Assista:

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Vídeo: Bolsonaro está fora da eleição de 2022

O mercado já entendeu que Bolsonaro não tem como enfrentar Lula em 2022, por isso ele está sendo jogado aos leões nos tribunais. Os endinheirados vão tentar juntar os terceira via em torno de um nome, possivelmente o Dória, apostando, inclusive, na volta do gado ao pasto tucano que é originalmente a sua casa. Bolsonaro achou que, dando ossos para o povo e recorde de lucros aos rentistas e banqueiros, estaria garantido o apoio dos endinheirados. Até poderia, mas Lula jogou água no chopp dessa turma e o mercado vai tentar algum outro caminho sem Bolsonaro. Esse já convenceu a oligarquia que é fichinha pro Lula.

Assista:

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No manifesto dos banqueiros a agiotagem diz que a vacina de Guedes fez a economia brasileira virar jacaré

Paulo Guedes é o Paulo Cintura da economia. Em outras palavras, é o que diz o manifesto dos banqueiros contra Bolsonaro.

Trocando em miúdos, os banqueiros assinaram um manifesto dizendo que a economia de Guedes virou jacaré.

O terraplanismo econômico faliu, isso está claro, mas a banqueirada não quer saber de furo de teto e auxílio emergencial de três galos.

Mas há uma questão a mais, os banqueiros sempre acharam que a covid era uma gripezinha e apoiavam as sandices do genocida.

O que mudou para implorarem por vacina antes do mercado?

Para a agiotagem de esgoto, uma coisa é faltar leitos de UTI nos hospitais públicos, outra é faltar leitos nos hospitais particulares que são verdadeiros hotéis de luxo.

Eles não têm como pegar um jatinho e fugir, pois ninguém quer receber brasileiros, nem sendo banqueiro. A água chegou ao convés do Titanic.

Bolsonaro, com sua gripezinha, na tragédia, nivelou pobres e ricos e, agora, estão todos no mesmo Titanic, e não adianta tocar violino.

Estamos falando de um governo que pegou aproximadamente R$ 2.850 trilhões e colocou nos cofres dos banqueiros. É a maior transferência de renda pública para a iniciativa privada da história do Brasil.

E aonde isso foi parar?

O fato é que está faltando UTIs nos hospitais da elite. E justamente por falta de uma política humanizada de acolhimento dos pobres na pandemia, o colapso sanitário, agora, é geral.

Não adianta falar em produção porque não há consumidor. A solução então foi os três maiores banqueiros do Brasil convocarem cerca de 500 economistas de estimação para berrar contra o genocida.

Foi só colapsar os hospitais dos ricos que a super elite financeira resolveu intervir.

Soma-se a isso, sob o comando de Bolsonaro e apoiado pelos banqueiros, o Brasil ter se transformado num pária internacional, que o grande capital passou a perder negócios e sentiu o tranco.

A verdade é que o neoliberalismo brasileiro foi para a selvageria bancando golpes contra a democracia. Agora, está sendo atacado pelo próprio ambiente selvagem que patrocinou.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Manifesto: Banqueiros e economistas querem medidas efetivas de combate à pandemia

Mais de 500 nomes assinam o manifesto até agora.

Grandes economistas e banqueiros do país assinaram e divulgaram, neste domingo, uma carta aberta em que pedem medidas mais eficazes para o combate à pandemia de coronavírus.

Entre as quase 300 assinaturas estão ex-presidentes do Banco Central, como Armínio Fraga, Affonso Celso Pastore, Gustavo Loyola e Ilan Goldfajn e ex-minitros da Fazenda, como Pedro Malan, Marcílio Marques Moreira e Ruben Ricupero.

Nomes ligados ao mercado financeiro, como Octavio de Barros (antigo economista-chefe do Bradesco), Solange Srour (economista-chefe do Credit Suisse), José Olympio Pereira (presidente do Credit Suisse) e Pedro Moreira Salles (co-presidente do conselho de administração do Itaú Unibanco) – a família Moreira Salles também controla a CBMM (Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração) e é dona do Instituto Moreira Salles e da Revista Piauí.

Outros grandes nomes, como Ana Carla Abrão, Bernard Appy, Carlo Góes, Demósthenes Madureira de Pinho Neto, Elena Landau, Flávio Ataliba, Márcio Holland, Marisa Moreira Salles, Octaviano Canuto, Paulo Hartung, Samuel Pessôa, Vinícius Carrasco, entre outros, também aparecem.

Na carta, economistas e banqueiros afirmam que a situação econômica e social trazida pelo agravamento da pandemia é desoladora e pode insurgir uma nova contração da atividade no primeiro trimestre deste ano.

“Essa recessão […] não será superada enquanto a pandemia não for controlada por uma atuação competente do governo federal. Este subutiliza e utiliza mal os recursos de que dispõe, inclusive por ignorar ou negligenciar a evidência científica no desenho das ações para lidar com a pandemia”, dizem os economistas.

Veja a íntegra da carta:

Carta Aberta à Sociedade Referente a Medidas de Combate à Pandemia

O Brasil é hoje o epicentro mundial da Covid-191, com a maior média móvel de novos casos. Enquanto caminhamos para atingir a marca tétrica de 3 mil mortes por dia e um total de mortes acumuladas de 300 mil ainda esse mês, o quadro fica ainda mais alarmante com o esgotamento dos recursos de saúde na grande maioria de estados, com insuficiente número de leitos de UTI, respiradores e profissionais de saúde. Essa situação tem levado a mortes de pacientes na espera pelo atendimento, contribuindo para uma maior letalidade da doença.
A situação econômica e social é desoladora. O PIB encolheu 4,1% em 2020 e provavelmente observaremos uma contração no nível de atividade no primeiro trimestre deste ano². A taxa de desemprego, por volta de 14%, é a mais elevada da série histórica, e subestima o aumento do desemprego, pois a pandemia fez com que muitos trabalhadores deixassem de procurar emprego, levando a uma queda da força de trabalho entre fevereiro e dezembro de 5,5 milhões de pessoas.
A contração da economia afetou desproporcionalmente trabalhadores mais pobres e vulneráveis, com uma queda de 10,5% no número de trabalhadores informais empregados, aproximadamente duas vezes a queda proporcional no número de trabalhadores formais empregados³.
Esta recessão, assim como suas consequências sociais nefastas, foi causada pela pandemia e não será superada enquanto a pandemia não for controlada por uma atuação competente do governo federal. Este subutiliza ou utiliza mal os recursos de que dispõe, inclusive por ignorar ou negligenciar a evidência científica no desenho das ações para lidar com a pandemia. Sabemos que a saída definitiva da crise requer a vacinação em massa da população. Infelizmente, estamos atrasados. Em torno de 5% da população recebeu ao menos uma dose de vacina, o que nos coloca na 45ª posição no ranking mundial de doses aplicadas por habitante.
O ritmo de vacinação no país é insuficiente para vacinar os grupos prioritários do Plano Nacional de Imunização (PNI) no 1º semestre de 2021, o que amplia o horizonte de vacinação para toda a população para meados de 2022.
As consequências são inomináveis. No momento, o Brasil passa por escassez de doses de vacina, com recorrentes atrasos no calendário de entregas e revisões para baixo na previsão de disponibilidade de doses a cada mês. Na semana iniciada em 8 de março foram aplicadas, em média, apenas 177 mil doses por dia. No ritmo atual, levaríamos mais de 3 anos para vacinar toda a população. O surgimento de novas cepas no país (em especial a P.1) comprovadamente mais transmissíveis e potencialmente mais agressivas, torna a vacinação ainda mais urgente. A disseminação em larga escala do vírus, além de magnificar o número de doentes e mortos, aumenta a probabilidade de surgirem novas
variantes com potencial de diminuir a eficácia das vacinas atuais.
Vacinas são relativamente baratas face ao custo que a pandemia impõe à sociedade. Os recursos federais para compra de vacinas somam R$ 22 bilhões, uma pequena fração dos R$ 327 bilhões desembolsados nos programas de auxílio emergencial e manutenção do emprego no ano de 2020.
Vacinas têm um benefício privado e social elevado, e um custo total comparativamente baixo. Poderíamos estar em melhor situação, o Brasil tem infraestrutura para isso. Em 1992, conseguimos vacinar 48 milhões de crianças contra o sarampo em apenas um mês.
Na campanha contra a Covid-19, se estivéssemos vacinando tão rápido quanto a Turquia, teríamos alcançado uma proporção da população duas vezes maior, e se tanto quanto o Chile, dez vezes maior. A falta de vacinas é o principal gargalo. Impressiona a negligência com as aquisições, dado que, desde o início da pandemia, foram desembolsados R$ 528,3 bilhões em medidas de combate à pandemia, incluindo os custos adicionais de saúde e gastos para mitigação da deteriorada situação econômica. A redução do nível da atividade nos custou uma perda de arrecadação tributária apenas no âmbito federal de 6,9%, aproximadamente R$ 58 bilhões, e o atraso na vacinação irá custar em termos de produto ou renda não gerada nada menos do que estimados R$ 131,4 bilhões em 2021, supondo uma recuperação retardatária em 2 trimestres.
Nesta perspectiva, a relação benefício custo da vacina é da ordem de seis vezes para cada real gasto na sua aquisição e aplicação. A insuficiente oferta de vacinas no país não se deve ao seu elevado custo, nem à falta de recursos orçamentários, mas à falta de prioridade atribuída à vacinação.

O quadro atual ainda poderá deteriorar-se muito se não houver esforços efetivos de coordenação nacional no apoio a governadores e prefeitos para limitação de mobilidade. Enquanto se busca encurtar os tempos e aumentar o número de doses de vacina disponíveis, é urgente o reforço de medidas de distanciamento social. Da mesma forma é essencial a introdução de incentivos e políticas públicas para uso de máscaras mais eficientes, em linha com os esforços observados na União Europeia e nos Estados Unidos.
A controvérsia em torno dos impactos econômicos do distanciamento social reflete o falso dilema entre salvar vidas e garantir o sustento da população vulnerável. Na realidade, dados preliminares de óbitos e desempenho econômico sugerem que os países com pior desempenho econômico tiveram mais óbitos de Covid-19. A experiência mostrou que mesmo países que optaram inicialmente por evitar o lockdown terminaram por adotá-lo, em formas variadas, diante do agravamento da pandemia – é o caso do Reino Unido, por exemplo. Estudos mostraram que diante da aceleração de novos casos, a população responde ficando mais avessa ao risco sanitário, aumentando o isolamento voluntário e levando à queda no consumo das famílias mesmo antes ou sem que medidas restritivas formais sejam adotadas.15 A recuperação econômica, por sua vez, é lenta e depende da retomada de confiança e maior previsibilidade da situação de saúde no país.
Logo, não é razoável esperar a recuperação da atividade econômica em uma epidemia descontrolada.
O efeito devastador da pandemia sobre a economia tornou evidente a precariedade do nosso sistema de proteção social. Em particular, os trabalhadores informais, que constituem mais de 40% da força de trabalho, não têm proteção contra o desemprego. No ano passado, o auxílio emergencial foi fundamental para assistir esses trabalhadores mais vulneráveis que perderam seus empregos, e levou a uma redução da pobreza, evidenciando a necessidade de melhoria do nosso sistema de proteção social. Enquanto a pandemia perdurar, medidas que apoiem os mais vulneráveis, como o auxílio emergencial, se fazem necessárias. Em paralelo, não devemos adiar mais o encaminhamento de uma reforma no sistema de proteção social, visando aprimorar a atual rede de assistência social e prover seguro aos informais. Uma proposta nesses moldes é o programa de Responsabilidade Social, patrocinado pelo Centro de Debate de Políticas Públicas, encaminhado para o Congresso no final do ano passado.

Outras medidas de apoio às pequenas e médias empresas também se fazem necessárias. A experiência internacional com programas de aval público para financiamento privado voltado para pequenos empreendedores durante um choque negativo foi bem-sucedida na manutenção de emprego, gerando um benefício líquido positivo à sociedade.
O aumento em 34,7% do endividamento dos pequenos negócios durante a pandemia amplifica essa necessidade. A retomada de linhas avalizadas pelo Fundo Garantidor para Investimentos e Fundo de Garantia de Operações é uma medida importante de transição entre a segunda onda e o pós-crise.
Estamos no limiar de uma fase explosiva da pandemia e é fundamental que a partir de agora as políticas públicas sejam alicerçadas em dados, informações confiáveis e evidência científica. Não há mais tempo para perder em debates estéreis e notícias falsas. Precisamos nos guiar pelas experiências bem-sucedidas, por ações de baixo custo e alto impacto, por iniciativas que possam reverter de fato a situação sem precedentes que o país vive.

Medidas indispensáveis de combate à pandemia: a vacinação em massa é condição sine qua non para a recuperação econômica e redução dos óbitos.

1. Acelerar o ritmo da vacinação. O maior gargalo para aumentar o ritmo da vacinação é a escassez de vacinas disponíveis. Deve-se, portanto, aumentar a oferta de vacinas de forma urgente. A estratégia de depender da capacidade de produção local limitou a disponibilidade de doses ante a alternativa de pré-contratar doses prontas, como fez o Chile e outros países. Perdeu-se um tempo precioso e a assinatura de novos contratos agora não garante oferta de vacinas em prazo curto. É imperativo negociar com todos os laboratórios que dispõem de vacinas já aprovadas por agências de vigilância internacionais relevantes e buscar antecipação de entrega do maior número possível de doses. Tendo em vista a escassez de oferta no mercado internacional, é fundamental usar a política externa – desidratada de ideologia ou alinhamentos automáticos – para apoiar a obtenção de vacinas, seja nos grandes países produtores seja nos países que têm ou terão excedentes em breve.
A vacinação é uma corrida contra o surgimento de novas variantes que podem escapar da imunidade de infecções passadas e de vacinas antigas. As novas variantes surgidas no Brasil tornam o controle da pandemia mais desafiador, dada a maior transmissibilidade.
Com o descontrole da pandemia é questão de tempo até emergirem novas variantes. O Brasil precisa ampliar suas capacidades de sequenciamento genômico em tempo real, de compartilhar dados com a comunidade internacional e de testar a eficácia das vacinas contra outras variantes com máxima agilidade. Falhas e atrasos nesse processo podem colocar em risco toda a população brasileira, e também de outros países.

2. Incentivar o uso de máscaras tanto com distribuição gratuita quanto com orientação educativa. Economistas estimaram que se os Estados Unidos tivessem adotado regras de uso de máscaras no início da pandemia poderiam ter reduzido de forma expressiva o número de óbitos. Mesmo se um usuário de máscara for infectado pelo vírus, a máscara pode reduzir a gravidade dos sintomas, pois reduz a carga viral inicial que o usuário é exposto. Países da União Europeia e os Estados Unidos passaram a recomendar o uso de máscaras mais eficientes – máscaras cirúrgicas e padrão PFF2/N95 – como resposta às novas variantes. O Brasil poderia fazer o mesmo, distribuindo máscaras melhores à população de baixa renda, explicando a importância do seu uso na prevenção da transmissão da Covid.
Máscaras com filtragem adequada têm preços a partir de R$ 3 a unidade. A distribuição gratuita direcionada para pessoas sem condições de comprá-las, acompanhada de instrução correta de reuso, teria um baixo custo frente aos benefícios de contenção da Covid-1923. Considerando o público do auxílio emergencial, de 68 milhões de pessoas, por exemplo, e cinco reusos da máscara, tal como recomenda o Center for Disease Control do EUA, chegaríamos a um custo mensal de R$ 1 bilhão. Isto é, 2% do gasto estimado mensal com o auxílio emergencial. Embora leis de uso de máscara ajudem, informar corretamente a população e as lideranças darem o exemplo também é importante, e tem impacto na trajetória da epidemia. Inversamente, estudos mostram que mensagens contrárias às medidas de prevenção afetam a sua adoção pela população, levando ao aumento do contágio.

3. Implementar medidas de distanciamento social no âmbito local com coordenação nacional. O termo “distanciamento social” abriga uma série de medidas distintas, que incluem a proibição de aglomeração em locais públicos, o estímulo ao trabalho a distância, o fechamento de estabelecimentos comerciais, esportivos, entre outros, e – no limite – escolas e creches. Cada uma dessas medidas tem impactos sociais e setoriais distintos. A melhor combinação é aquela que maximize os benefícios em termos de redução da transmissão do vírus e minimize seus efeitos econômicos, e depende das características da geografia e da economia de cada região ou cidade. Isso sugere que as decisões quanto a essas medidas devem ser de responsabilidade das autoridades locais.
Com o agravamento da pandemia e esgotamento dos recursos de saúde, muitos estados não tiveram alternativa senão adotar medidas mais drásticas, como fechamento de todas as atividades não-essenciais e o toque de recolher à noite. Os gestores estaduais e municipais têm enfrentado campanhas contrárias por parte do governo federal e dos seus apoiadores. Para maximizar a efetividade das medidas tomadas, é indispensável que elas sejam apoiadas, em especial pelos órgãos federais. Em particular, é imprescindível uma coordenação em âmbito nacional que permita a adoção de medidas de caráter nacional, regional ou estadual, caso se avalie que é necessário cercear a mobilidade entre as cidades e/ou estados ou mesmo a entrada de estrangeiros no país. A necessidade de adotar um lockdown nacional ou regional deveria ser avaliado. É urgente que os diferentes níveis de governo estejam preparados para implementar um lockdown emergencial, definindo critérios para a sua adoção em termos de escopo, abrangência das atividades cobertas, cronograma de implementação e duração.
Ademais, é necessário levar em consideração que o acréscimo de adesão ao distanciamento social entre os mais vulneráveis depende crucialmente do auxílio emergencial. Há sólida evidência de que programas de amparo socioeconômico durante a pandemia aumentaram o respeito às regras de isolamento social dos beneficiários. É, portanto, não só mais justo como mais eficiente focalizar a assistência nas populações de baixa renda, que são mais expostas nas suas atividades de trabalho e mais vulneráveis financeiramente.
Dentre a combinação de medidas possíveis, a questão do funcionamento das escolas merece atenção especial. Há estudos mostrando que não há correlação entre aumento de casos de infecção e reabertura de escolas no mundo26. Há também informações sobre o nível relativamente reduzido de contágio nas escolas de São Paulo após sua abertura.
As funções da escola, principalmente nos anos do ensino fundamental, vão além da transmissão do conhecimento, incluindo cuidados e acesso à alimentação de crianças, liberando os pais – principalmente as mães – para o trabalho. O fechamento de escolas no Brasil atingiu de forma mais dura as crianças mais pobres e suas mães. A evidência mostra que alunos de baixa renda, com menor acesso às ferramentas digitais, enfrentam maiores dificuldade de completar as atividades educativas, ampliando a desigualdade da formação de capital humano entre os estudantes. Portanto, as escolas devem ser as últimas a fechar e as primeiras a reabrir em um esquema de distanciamento social. Há aqui um papel fundamental para o Ministério da Educação em cooperação com o Ministério da Saúde na definição e comunicação de procedimentos que contribuam para a minimização dos riscos de contágio nas escolas, além do uso de ferramentas comportamentais para retenção da evasão escolar, como o uso de mensagens de celular como estímulo para motivar os estudantes, conforme adotado em São Paulo e Goiás.

4. Criar mecanismo de coordenação do combate à pandemia em âmbito nacional – preferencialmente pelo Ministério da Saúde e, na sua ausência, por consórcio de governadores – orientada por uma comissão de cientistas e especialistas, se tornou urgente. Diretrizes nacionais são ainda mais necessárias com a escassez de vacinas e logo a necessidade de definição de grupos prioritários; com as tentativas e erros no distanciamento social; a limitada compreensão por muitos dos pilares da prevenção, particularmente da importância do uso de máscara, e outras medidas no âmbito do
relacionamento social. Na ausência de coordenação federal, é essencial a concertação entre os entes subnacionais, consórcio para a compra de vacinas e para a adoção de medidas de supressão.
O papel de liderança: Apesar do negacionismo de alguns poucos, praticamente todos os líderes da comunidade internacional tomaram a frente no combate ao Covid-19 desde março de 2020, quando a OMS declarou o caráter pandêmico da crise sanitária. Informando, notando a gravidade de uma crise sem precedentes em 100 anos, guiando a ação dos indivíduos e influenciado o comportamento social.
Líderes políticos, com acesso à mídia e às redes, recursos de Estado, e comandando atenção, fazem a diferença: para o bem e para o mal. O desdenho à ciência, o apelo a tratamentos sem evidência de eficácia, o estímulo à aglomeração, e o flerte com o movimento antivacina, caracterizou a liderança política maior no país. Essa postura reforça normas antissociais, dificulta a adesão da população a comportamentos responsáveis, amplia o número de infectados e de óbitos, aumenta custos que o país incorre.
O país pode se sair melhor se perseguimos uma agenda responsável. O país tem pressa; o país quer seriedade com a coisa pública; o país está cansado de ideias fora do lugar, palavras inconsequentes, ações erradas ou tardias. O Brasil exige respeito.

*Com informações da Folha

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Política

Entregar o Banco Central aos rentistas é o mesmo que entregar os presídios ao PCC

Que fique evidente que o retorno a condição neocolonial a que o golpe de 2016 impôs ao Brasil, esvaziando com Temer e Bolsonaro a soberania nacional, tem apoio no parlamento. A votação que autoriza o banco central ser transformado no sindicato dos rentistas é a comprovação disso. (Marcio Pochmann)

Se for mesmo aprovada a independência do Banco Central, quem governará o Brasil, independente de quem seja o presidente da República, serão os banqueiros.

E se já mandam no país para saquear a população, produzindo miséria e fome, podem multiplicar isso por dez.

Outro fato que precisa ficar registrado, é que a entrega do Banco Central ao sistema financeiro num governo militar, acaba de vez com a balela de que os militares são patriotas.

A entrega do BC à agiotagem é, como bem disse Pochmann, a coroação do golpe em Dilma e a condenação e prisão de Lula pelas forças que estavam por trás dessa trama macabra contra o povo brasileiro.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Matéria Política

O que o Datafolha revelou foi uma grande vitória política da esquerda e uma grande derrota da direita

Não interessa que a população não saiba que foi a esquerda quem conseguiu impor goela abaixo de Bolsonaro o auxílio emergencial de R$ 600 que deu a ele algum chão que havia perdido, justamente porque não conseguiu qualquer apoio do povo em seus 20 meses de governo.

Se parte da esquerda está desolada com o Datafolha, a direita clássica está sem cor, anunciando a falência do governo Bolsonaro.

A obsessão dessa gente pelo Estado mínimo para os pobres é uma doença. Isso faz parte da personalidade mística das classes opulentas no Brasil. Por isso a vitória temporária de Bolsonaro numa pesquisa do Datafolha deixou de cabelo em pé a direita apaixonada por Guedes, que ameaça deixar Bolsonaro se ele continuar a seguir a linha mestra da esquerda, com programas sociais que tragam qualquer benefício a uma legião de pobres e miseráveis nesse país.

A direita não está interessada no ganho político de Bolsonaro, mas em privatizações, cortes orçamentários e um calhamaço de regras neoliberais que Bolsonaro, segundo ela, já abandonou.

É praticamente unanimidade na direita, principalmente entre banqueiros, rentistas e grandes empresários que Guedes já foi para a frigideira e está para pular fora do governo ou mesmo ser pulado por Bolsonaro.

Bolsonaro é pragmático, está enrolado, tem uma família de criminosos e todos os dias pipoca uma notícia nova que envolve a organização criminosa da família que, como mostram os fatos, ninguém se salva. E se isso não importa para os endinheirados, apavora Bolsonaro, porque basta pegar um de seus filhos que o chão dele desaparece de vez. E como ele sabe onde seu calo aperta, está tentando um meio termo impossível entre os interesses da classe dominante e a sobrevivência dos mais pobres.

E é aí que a porca torce o rabo, porque a reação da pesquisa Datafolha mostrando Bolsonaro com a popularidade crescente em função do auxílio emergencial, azedou o fígado de um número infinitamente maior dos abutres da direita do que alguns apressados da esquerda que andam apavorados com a sua “melhora” nas pesquisas.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

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Cloroquina, depois da gripezinha, é o novo fundamentalismo dos bolsonaristas

Um médico, infectado com a Covid-19, tomou, junto com outros medicamentos, a cloroquina e se curou, como tem muitos que não tomaram e também se curaram, o que isso quer dizer? Que ainda não existe nada concreto e definitivo a favor ou contra a cloroquina. Mas o gado bolsonarista já foi para a  arquibancada gritar “cloroquina” porque o mito, que sabe tudo de coronavírus, disse que a cloroquina é milagrosa contra a gripezinha.

Para um presidente que parece não ter saído da infância maniqueísta, a vida só tem sentido se for feita de heróis e bandidos. Lógico, ele, um miliciano convicto, acha que está do lado dos mocinhos.

Já seus seguidores, impulsionados por robôs do gabinete do ódio, abraçam qualquer coisa que ajude Bolsonaro a tirar de suas costas o peso de governar o país, pois há 14 meses está aí sem apresentar nada de construtivo, ao contrário, é o próprio desmonte do Estado, como reza a cartilha dos super liberais que foram os primeiros a aplaudir o “Estado mínimo” que, no primeiro sintoma da pandemia no Brasil, os banqueiros, em 24 horas arrancaram do governo R$ 1,2 trilhão.

A cloroquina é a nova vedete desse mundo cheio de sacis, curupiras e mulas sem cabeça que orbitam o universo do bolsonarismo, os mesmos que bradavam, junto com Bolsonaro, que não passava de uma gripezinha, agora, exaltam o “milagre” da cloroquina.

Então, vem a pergunta, por que Bolsonaro está nessa cruzada a favor da cloroquina, se para ele a pandemia não passa de uma histeria? Mas o gado não quer saber porque não foi programado para raciocinar, é pior do que o robô. E Bolsonaro sabe disso e, por isso mantém contato diário, no chiqueirinho, com esse caldo de ignorância.

O fato é que não há um brasileiro que não esteja torcendo para que a cloroquina e outros medicamentos possam trazer qualquer benefício à saúde dos contaminados pela Covid-19. O que uma pessoa minimamente racional não admite é que a cloroquina seja tratada como a pica das galáxias, quando a ciência, ao contrário de Bolsonaro que só entende de milícias, diz que ainda são inconclusivas as pesquisas sobre a eficácia do medicamento.

O que se tem de eficaz, e isso está sendo comprovado pelo mundo todo, é o isolamento social, coisa repudiada por Bolsonaro para beneficiar o empresariado do baixo clero, como o Véio da Havan e cia., assim como a plutocracia que vive de rentismo especulativo.

Se ao menos Bolsonaro estivesse agindo como um chefe de Estado em proteção ao seu povo, estaria numa campanha cerrada pela prevenção da população através da higiene das mãos e do isolamento social, porque isso sim, está cientificamente provado que é eficaz e Bolsonaro insiste em fazer de conta que não sabe, o que amplia e muito o contágio e o consequente adoecimento e óbitos produzidos pelo coronavírus de forma cada vez mais agressiva.

Na verdade, Bolsonaro está usando a cloroquina para avalizar sua tresloucada cruzada a favor da quebra do pacto social para que os lucros voltem a jorrar nos cofres de seus comparsas.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas