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O bolsonarismo vai ladeira abaixo, e o país só tem a ganhar com isso

Fatos são fatos, opiniões à parte

Escolha o fato recente e mais bizarro que expresse melhor a decadência do bolsonarismo que muitos teimam em não ver – seja porque torcem para que ele se recupere, seja por pura cegueira.

Fato 1: o fracasso da tentativa de golpe em 8 de janeiro. Ora, alguns dirão: Bolsonaro estava fora do país, os chefes militares não se meteram, foi coisa de um bando de fanáticos sem comando.

Concordo que foi obra de amadores, mas os chefes militares não se opuseram a eles, ficaram observando para ver no que iria dar. E acolheram gentilmente os fanáticos à porta dos seus quartéis.

Dariam abrigo e proteção a militantes de esquerda que tivessem desembarcado em Brasília para festejar a posse e as primeiras semanas do governo Lula? Teriam sido tolerantes com eles?

Fato 2: a aposta dos bolsonaristas na instalação de uma CPI sobre o 8 de janeiro. Por mais inacreditável, eles imaginaram possível provar que os golpistas eram de esquerda, e não de direita.

De extrema direita seria a massa que invadiu a Praça dos Três Poderes só para protestar. Mas aí, esquerdistas infiltrados provocaram a destruição que se viu para culpar a massa inocente.

Não foi presa nem denunciada uma única pessoa de esquerda que tenha participado do golpe de 8 de janeiro. Acólitos de Bolsonaro estão presos, e ele corre o risco de ser condenado e preso.

Se arrependimento matasse, os idealizadores da CPI já estariam mortos e enterrados. A CPI arrasta-se sem comando e sem rumo. O governo, que era contra a CPI, assiste satisfeito e celebra.

Fato 3: a aprovação da reforma tributária na Câmara. O líder do time dos derrotados em 2022, sim, o próprio Bolsonaro, foi contra a reforma e orientou seus seguidores a rejeitá-la.

A reforma foi aprovada na Câmara com votos do PL. A essa altura, não convidem para o mesmo grupo de WhatsApp os deputados bolsonaristas. Eles se acusam de radicais e de comunistas.

Não convidem para o grupo, mas por outra razão, a deputada Carla Zambelli (PL-SP), que na véspera do segundo turno da eleição passada perseguiu um homem com arma na mão.

A pistoleira dos Jardins, bairro nobre da capital paulista onde o inusitado ocorreu, é acusada de ter encomendado a um hacker a invasão das contas do ministro Alexandre de Moraes.

Zambelli não só encomendou, segundo depoimento prestado pelo hacker à Polícia Federal: fez questão de apresentá-lo a Valdemar Costa Neto, presidente do PL, para que o contratasse.

Fato 4: a decisão do ministro Gilmar Mendes de desarquivar o processo que apura a omissão de Bolsonaro na gestão da pandemia de Covid-19. O vírus matou no Brasil mais de 700 mil pessoas.

Há provas e evidências no relatório final da CPI da Covid de que Bolsonaro associou-se ao vírus para que morresse quem tivesse de morrer, desde que a economia e o seu governo fossem salvos.

A extrema direita sempre existiu por aqui. Apenas tinha vergonha de mostrar a face. Até 2030, à falta de um candidato para chamar de seu, votará no candidato da direita, seja ele quem for.

Está para nascer um candidato à semelhança de Bolsonaro, capaz de fazer tanto mal ao país. Da noite para o dia, não nasce. Bolsonaro levou mais de 30 anos para ganhar relevância.

E apenas sete meses para perdê-la.

*Blog do Noblat

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Vídeo: O moribundo bolsonarismo dá seus últimos suspiros

Com a prisão dos companheiros de aventura, o mundo de Bolsonaro desabou e, junto, cai o vale tudo bolsonarista, que hoje se encontra tão derretido quanto seu mito por uma variedade incalculável de crimes que, aos poucos, estão sendo revelados, ligando Bolsonaro aos criminosos.

Por isso o fim do bolsonarismo não surpreende ninguém.

Assista:

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Depois de tentarem surrupiar 2,5 bi da Petrobras para criar fundação, Moro e Dallagnol tentam fundar seita com xepa do bolsonarismo

É comovente ver Josias de Souza entusiasmado com Cármen Lúcia, por ter passado uma carraspana em Nunes Marques, que classificou as mulheres como “coitadas”, por serem vítimas de trapaças políticas protagonizadas pelos velhos marmanjões do machismo nativo.

Assim, pode-se dizer que, no país, a hipocrisia tem graduações, no caso de Josias de Souza, assim como em quase toda a mídia industrial, hoje entusiasmada com a fala de Cármen Lúcia, a graduação é a de nível 3, a máxima.

Estamos falando das pessoas que fizeram a maior campanha de misoginia de que se tem notícia contra uma mulher, a primeira mulher presidenta da República.

A ministra Cármen Lúcia, por exemplo, na época em que assumiu a presidência do STF, numa crítica boboca a Dilma, disse que ela seria presidente e não presidenta do STF, para delírio dos Nunes Marques da vida, numa clara tentativa de dizer que o termo presidenta, usado por Dilma, não existe na língua portuguesa, contrariando nada mais, nada menos que Machado de Assis.

Mas não é exatamente sobre esse ponto da mídia que queremos destacar aqui neste texto, que envolve sim as questões de um país destruído pela Lava Jato e que, de lambuja, colocou um fascista miliciano, genocida, no poder pelas mãos de um juiz e de um procurador tidos como heróis nacionais pela grande mídia, ratificados pelo elitista sistema de justiça brasileiro.

Muito foi comentado nas redes e nas mídias a chinelada que o grande ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, deu em Girão e Damares, mas sobretudo em Girão por conta de seu marketing macabro de oferecer ao ministro uma réplica de um feto de 11 semanas. Logo o Girão que, na CPI do genocídio, defendeu com unhas e dentes o genocida, o mesmo sujeito que matou milhares de crianças de covid por uma série de crimes que envolvem a compra de vacinas e por usar as bigtecs para espalhar, através dos mágicos algoritmos, milhares de fake news que ajudaram e muito na disseminação da covid, ao vender remédios com ineficácia comprovada, ou seja, um festival de charlatanismo.

Pois bem, primeiro Dallagnol, depois Moro correram para seus twitter de olho na xepa do bolsonarismo para apoiarem Girão, aí não há nada de novo. Os dois, mesmo pateticamente, querem se apresentar aos bolsonaristas como alguém mais bolsonarista que o próprio Bolsonaro.

Essa tática é velha. Na verdade, foi isso que custou a cabeça de Moro no ministério da Justiça, quando alguém avisou a Bolsonaro que Moro estava preparando uma cama de gato para ele já na eleição de 2022.

O problema é que a mídia segue inacreditavelmente protegendo esses dois bandoleiros, quando quem protege sua cria, fazendo de conta que Moro e Dallagnol não são os bandidos que são e que foram vendidos por essa mesma mídia como os grandes paladinos da moral e da justiça.

Ou seja, o fascismo no Brasil tem questões que não são para amadores.

Obs. Moro foi extremamente saudado na mídia por esses que se dizem defensores das mulheres em seu aplauso a Cármen Lúcia, quando cometeu um crime duplo contra a presidência da República grampeando ilegalmente a presidenta e, em seguida, passando para a Globo, de forma criminosa, esse mesmo grampo para ajudar no golpe que se buscava naquele momento somar forças golpistas contra Dilma.

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Política

Bolsonarismo tenta crescer no Nordeste em meio a brigas e dissidências

Aliados de Bolsonaro miram espólio de votos do ex-presidente e tentam se firmar como líderes da direita em seus estados.

Segundo a Folha, derrotados em disputas para governos estaduais no Nordeste no ano passado, aliados de Jair Bolsonaro (PL) miram o espólio de votos do ex-presidente e tentam se firmar como líderes da direita conservadora em seus estados.

O movimento é liderado sobretudo por ex-ministros do governo Bolsonaro, que atuam para consolidar bases eleitorais e ganhar capilaridade fora dos grandes centros urbanos.

Nomes como o senador Rogério Marinho (RN), os ex-ministros João Roma (BA) e Gilson Machado (PE), e o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (AL), trabalham para estruturar os diretórios locais do PL com o objetivo de pavimentar candidaturas para as eleições de 2024 e 2026.

O desafio não é pequeno. Em 2022, os estados do Nordeste deram ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) uma frente de 12,5 milhões de votos no segundo turno contra Bolsonaro, determinante para a vitória do petista.

Ao mesmo tempo, o campo conservador no Nordeste enfrenta disputas internas com embates entre o “bolsonarismo raiz” mais radical, os neobolsonaristas, além dos quadros históricos do PL.

As dissidências são outro problema: prefeitos do PL começam a migrar para partidos aliados a Lula, assim como deputados estaduais do partido passaram a fazer parte da base aliada de governadores de esquerda.

O ex-presidente acompanha as movimentações e mantém o Nordeste em seu radar. Após voltar ao Brasil no fim de março, sinalizou que quer percorrer a região onde teve seu pior desempenho nas urnas.

Aliados exaltam obras como a transposição do rio São Francisco, cujas obras chegaram a 90% de andamento em governos anteriores, e programas como o Auxílio Brasil, que foi novamente substituído pelo Bolsa Família.

“Nós temos a obrigação de defender o legado de Bolsonaro no Nordeste”, afirma Marcelo Queiroga, paraibano e ex-ministro da Saúde.

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Opinião

Quem vai herdar a massa falida do bolsonarismo?

O escândalo das joias foi a pá de cal no sepultamento do fascismo nativo.

O cadavérico Bolsonaro, nunca mais pisa no Brasil.

Seu crime de peculato, é titica perto do que será descortinado daqui pra frente.

O sujeito é imundo.

A condenação moral desse animal é tanta que nem os mais radicais devotos do ex-mito, ensaiam qualquer defesa do vigarista.

O caso agora é outro.

Quem ficará com a sua xepa, para minimizar os efeitos dessa decomposição?
Por hora, Moro, Dallagnol e Nikolas estão tentando.

Mas no primeiro momento em que isso significar, e vai significar, que sair na foto com ele é suicídio político pela contaminação, os três passarão a atacá-lo.

A conferir os próximos capítulos de uma novela fracassada.

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Opinião

Com afastamento do juiz Bretas, o que sobrou da Lava Jato é o bolsonarismo

Na avaliação do colunista do UOL José Roberto de Toledo, com a decisão do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) de afastar do cargo o juiz federal Marcelo Bretas, titular da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro e responsável pelos processos da Lava Jato na capital fluminense, tudo que resta da Lava Jato é o bolsonarismo.

Durante o programa Análise da Notícia, Toledo discutiu com Kennedy Alencar o significado do afastamento de Bretas.

O que restou da Lava Jato agora é o bolsonarismo, basicamente é o que sobrou com o afastamento do juiz Bretas pelo CNJ. José Roberto de Toledo

Toledo ainda relembrou o caminho trilhado pelos principais personagens da Lava Jato após a operação:

  • Sergio Moro abandonou a magistratura, foi ministro de Jair Bolsonaro (PL) e se elegeu senador;
  • Deltan Dallagnol abandonou sua carreira como procurador e se elegeu deputado federal no Paraná;
  • Outros procuradores pediram para deixar a investigação;
  • O procurador Eduardo El Hage foi punido e afastado pelo Conselho Nacional do Ministério Público.

Tinha sobrado Marcelo Bretas, que agora foi afastado pelo CNJ da 7ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro, que ele comandava havia oito anos e durante esses oito anos mandou prender o Michel Temer, o Eike Batista e o Sérgio Cabral. Ficou famoso por essas operações espetaculosas. José Roberto de Toledo

Participação político-eleitoral. Toledo afirmou que é inegável a participação que Bretas teve na campanha ao governo do Rio de Janeiro em 2018. Ele relembrou que, faltando apenas três dias para as eleições, Bretas divulgou um depoimento de um ex-secretário de Eduardo Paes, adversário de Wilson Witzel, dizendo que Paes fazia negociatas em seu gabinete.

Auxílio-moradia. Além disso, mesmo possuindo um patrimônio imobiliário de mais de R$ 6 milhões e morando em um apartamento de 430 m² no Flamengo, Bretas solicitou auxílio-moradia de aproximadamente R$ 5 mil. Sua mulher, que também é juíza, já recebia o benefício e o CNJ proibia o acúmulo. Bretas, entretanto, conseguiu autorização para também receber.

Digo que o bolsonarismo sobrou porque [a Lava Jato] criou as condições políticas para o impeachment [de Dilma Rousseff] e para a prisão do Lula, que tirou da corrida presidencial o candidato favorito em 2018 e, assim, beneficiando Jair Bolsonaro. Não dá para negar que Bolsonaro é filho da Lava Jato e que o bolsonarismo foi o que sobrou dessa operação. José Roberto de Toledo

*Com Uol

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Política

Na ONU, governo Lula inicia desmonte do bolsonarismo e quer retomar protagonismo

Jamil Chade*

Com a tarefa de desmontar o legado do governo de Jair Bolsonaro, o ministro de Direitos Humanos, Silvio Almeida, começa nesta semana sua primeira missão internacional na esperança de recolocar o Brasil de volta como um dos principais atores e protagonistas da agenda de direitos humanos na ONU. A partir de segunda-feira, o chefe da pasta vai liderar a delegação brasileira no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, em Genebra, um dos palcos da “guerra cultura” conduzida pela extrema direita e ex-ministra Damares Alves, hoje senadora.

Silvio Almeida terá reuniões com uma dezena de ministros, relatores, sociedade civil e atores internacionais ao longo da semana, enquanto a cúpula da ONU não esconde a curiosidade por saber do novo ministro quais são suas prioridades e como o novo governo pretende lidar com desafios estruturais do país, como racismo, violência política e a desigualdade.

A mensagem do governo é de que o Brasil volta a ser parte dos esforços internacionais para o fortalecimento dos órgãos de direitos humanos e que é um parceiro confiável. Mas também se espera da delegação liderada pelo novo ministro que explique como irá desfazer os retrocessos implementados pela antiga administração.

Diagnóstico revela que Bolsonaro distanciou Brasil de posições históricas em direitos humanos

De fato, o informe preparado pela equipe de transição no Itamaraty já havia identificado o mesmo desafio. “Nos últimos quatro anos, o Brasil se distanciou de algumas de suas posições históricas em matéria de direitos humanos e do próprio mandato constitucional que determina que as relações internacionais do Brasil devem reger-se pelos princípios “da prevalência dos direitos humanos; da não-intervenção, do repúdio ao terrorismo e ao racismo”, apontou o diagnóstico realizado e que estava sendo mantido em sigilo.

“Desde a redemocratização, o país se pautava pela defesa da indivisibilidade dos direitos humanos, seletividade do uso político dessa também, atitude equilibrada e construtiva que favorecia a cooperação e o diálogo como ferramentas para a promoção e a proteção dos direitos humanos”, afirmou.

O documento também constata que “o governo Bolsonaro abandonou o protagonismo em agendas internacionais caras aos interesses de desenvolvimento nacional, como direito à saúde, direito à alimentação adequada, igualdade de gênero e racial, e enfrentamento a todas as formas de violência e de discriminação”.

“A mudança no discurso diplomático e a participação desastrada em alianças ultraconservadoras caminharam de mãos dadas com o desmonte de políticas públicas domésticas, em especial no que se refere a igualdade de gênero, direitos sexuais e reprodutivos e direito de minorias”, afirmou.

A gestão de Bolsonaro “também promoveu visão enviesada do direito à liberdade religiosa e de crença, que falhou no enfrentamento à discriminação religiosa, principalmente contra religiões de matriz africana”.

Reposicionamento em temas sobre gênero e defesa da mulher

Não por acaso, uma das primeiras medidas adotadas pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva neste aspecto foi retirar o Brasil de duas alianças estabelecidas por Bolsonaro com países ultraconservadores. Uma delas – a Declaração do Consenso de Genebra – visava impedir que organismos internacionais fizessem qualquer referência aos direitos de mulheres por acesso à saúde sexual ou direitos reprodutivos.

O Brasil também saiu de um grupo criado com Hungria e Polônia para a “defesa da família”, um argumento usado por governos reacionários para se opor ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Com o reposicionamento, o governo volta a adotar posturas tradicionais de defesa de uma ampliação de direitos para mulheres e meninas.

Sociedade civil e retomada de mecanismos de consultas

Nas reuniões internas na ONU, o governo brasileiro deve ainda anunciar que está retomando a criação de mecanismos de consultas com a sociedade civil. Ao longo do governo de Bolsonaro, Damares Alves esvaziou os conselhos que existiam na estrutura do estado para permitir que ongs e movimentos sociais pudessem dar suas opiniões e recomendações sobre políticas públicas.

A ONU chegou a denunciar o ato e alertou que tais medidas eram sinais de que o espaço cívico estava sendo reduzido. Alguns dos órgãos apenas continuaram a funcionar graças a decisões judiciais. Mas, mesmo assim, sua influência, papel e recursos foram abalados.

Genocídio indígena e visitas internacionais ao Brasil sobre racismo

Outro tema pendente na relação entre o Brasil e a ONU, em termos de direitos humanos, é a visita de relatores especiais ao país. O Brasil tem um convite aberto para que qualquer representante internacional possam fazer missões para examinar questões como racismo, indígenas ou situação das execuções sumárias pela polícia. Mas, para que uma viagem ocorra, o governo precisa concordar com datas e organizar um roteiro.

Durante o governo de Bolsonaro, apenas missões que poderiam favorecer a narrativa dos grupos ultraconservadores foram aceitas, enquanto se acumularam mais de dez pedidos de viagens de relatores internacionais ao país. Agora, o governo Lula terá de liderar com os pedidos.

De fato, um primeiro sinal de uma mudança de comportamento já aconteceu com a delegação da ONU para a prevenção de genocídio. O governo brasileiro fechou uma agenda de viagem para o final de abril, permitindo que a representação possa fazer investigações no país sobre um possível caso de genocídio indígena.

Nos cálculos internos do Itamaraty, as novas visitas de relatores ainda podem ajudar o novo governo a justificar a retirada de medidas adotadas pela gestão de Jair Bolsonaro em temas como o combate ao racismo, situação dos povos indígenas e violência policial.

Direitos Humanos com perspectiva dos países em desenvolvimento

Um dos projetos do novo governo é a de enquadrara a questão dos direitos humanos dentro da realidade dos países em desenvolvimento e suas necessidades.

Mas o país ainda terá o desafio de restabelecer o debate dos direitos humanos como uma questão de valores, e desfazer a prática de Bolsonaro de usá-los como instrumento ideológico para justificar a pressão política sobre governos estrangeiros.

A prática ficou evidente durante o debate sobre a crise na Venezuela, na qual o governo Bolsonaro transferiu para o Conselho de Direitos Humanos parte da estratégia de deslegitimar Nicolas Maduro.

O governo brasileiro também abandonou a causa palestina para dar seu apoio para Israel em todas as votações na ONU, além de se alinhar de forma completa com pontos da política externa dos EUA.

Apesar da tentativa de desfazer o caráter ideológico do debate de direitos humanos, o governo terá de encontrar uma postura para lidar com violações registradas pela própria ONU na Ucrânia ou na Nicarágua.

*Uol

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Bolsonarismo

“Não há como separar o bolsonarismo do lavajatismo”, diz jurista

“Quanto mais se criminaliza a política, que é o que a Lava Jato fez, mais espaço se abre para aventureiros golpistas no estilo de Bolsonaro”, frisou a jurista Gisele Cittadino.

A jurista Gisele Cittadino, integrante do Grupo Prerrogativas (Prerrô) e da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), analisou a conjuntura política e falou sobre os desdobramentos jurídicos das investigações dos atos terroristas do bolsonarismo.

“Temos uma elite política que é muito pouco acostumada à convivência democrática. Nós temos uma tradição fortemente autoritária”, apontou a professora.

Para Cittadino, o “bolsonarismo é fruto do lavajatismo”. “Quando usa um dos poderes da República para perseguir um adversário político, criminaliza de tal forma a política que abre uma espécie de avenida gigantesca para que Bolsonaros apareçam. Não há como separar o bolsonarismo do lavajatismo”, enfatizou.

Segundo a professora, o momento exige uma unidade de “todas as forças comprometidas com a defesa da legalidade, da institucionalidade, com o respeito à soberania popular, enfim, com a defesa do estado democrático de direito”.

“Quanto mais se criminaliza a política, que é o que a Lava Jato fez, mais espaço se abre para aventureiros golpistas no estilo de Bolsonaro”, frisou.

Questionada sobre o comportamento de setores da elite diante da decisão política do presidente Lula em combater as desigualdades, Cittadino afirma que a elite brasileira tem muita dificuldade de compartilhar esse compromisso com a defesa democrática porque tem dificuldade de compartilhar o compromisso com a inclusão.

“Não há como imaginar uma democracia que funcione somente para 40% da população, quando todo resto da fique à margem da sociedade”, disse. “A elite tem que colocar na sua cabeça que é impossível ter democracia sem inclusão”, completou.

*Com 247

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Depois de trocar menos de 10% dos cargos do GSI, Lula agora quer mudanças

Apesar da desconfiança no entorno do petista, só sete de 80 cargos de confiança do Gabinete de Segurança Institucional têm novos ocupantes desde a posse.

Alvo de desconfiança do entorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desde antes da invasão de golpistas ao Palácio do Planalto, no último dia 8, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) passará por uma renovação dos quadros herdados do governo Bolsonaro. Dos 80 integrantes de cargos de confiança que compõem o órgão, apenas sete foram exonerados desde a posse do petista — menos de 10% do total.

A avaliação de ministros é que os militares responsáveis por zelar pela sede do Poder Executivo foram ineficientes durante os atos terroristas sem precedentes na história do país.

— O GSI está sendo mudado e será mudado quase na sua integralidade, quase 100% dele será renovado. Já começou e todas as pessoas serão renovadas para ter uma oxigenação e para botar pessoas com maior treinamento, com maior capacidade de ação e de reação — disse o ministro da Casa Civil, Rui Costa, em entrevista ao Globo.

Hoje, o GSI é composto por cerca de 1.100 servidores — incluindo o pessoal da área administrativa —, sendo 80 integrantes de cargos de confiança. As mudanças promovidas até agora ocorreram de forma pontual na Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial e em departamentos ligados à logística e à capacitação.

A maioria do efetivo do GSI é composta por militares das Forças Armadas, principalmente em áreas sensíveis como na segurança de autoridades e instalações. Mas também há civis que integram, em especial, as áreas administrativa e de planejamento.

No governo Bolsonaro, o GSI era comandado pelo general da reserva Augusto Heleno, que chegou a ser cotado para ser vice na chapa do ex-presidente em 2018. O órgão é composto majoritariamente por militares, uma das categorias mais alinhadas ao bolsonarismo.

 

O GSI teve sua atuação questionada por não ter conseguido impedir que golpistas invadissem o Planalto. O episódio gerou desgaste para o general da reserva Gonçalves Dias, escolhido por Lula para chefiar a pasta formada majoritariamente por militares. O GSI não respondeu aos questionamentos do GLOBO.

— Eu não consigo imaginar a Casa Branca sendo invadida. O uso de todas as forças na última instância seria utilizado para impedir isso. Deveria ter sido utilizada a energia máxima para impedir o que ocorreu — afirmou o ministro da Casa Civil.

Na tarde de 8 de janeiro, quando os golpistas acessaram as dependências do Planalto, o contingente do órgão era de apenas 40 homens.

Em depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal, o responsável pela segurança do Planalto no momento da invasão, o militar José Eduardo Natale de Paula Pereira, do GSI, afirmou que só no Salão Nobre do segundo pavimento do prédio havia cerca de 700 pessoas, ou seja, o equivalente a 17 invasores para cada segurança.

“Havia por volta de 40 homens na tropa de choque do GSI para fazer a contenção dos milhares de manifestantes”, declarou Pereira. “Havia gritaria, barulho de cornetas e barulho de bombas. A maioria dos manifestantes vestia roupas verde e amarelo e outras roupas camufladas e desferiam palavras de ordem contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, informando que não aceitavam ele como presidente legítimo”, acrescentou.

O baixo efetivo se somou ao fato de que, na véspera da invasão, o GSI decidiu dispensar reforço no Batalhão da Guarda Presidencial. A determinação, feita por escrito, ocorreu cerca de 20 horas antes do ato golpista, segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo. O batalhão é uma unidade do Exército, vinculada ao Comando Militar do Planalto (CMP), com atribuição de cuidar da segurança do Planalto.

*Com O Globo

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Opinião

Vídeo: E agora, o que fazer com a massa falida do bolsonarismo?

Sem os super poderes que imaginavam ter, youtubers,  blogueiros e congêneres bolsonaristas viraram pó.

Aqueles heróis, considerados acima do normal, pela capacidade de animar o gado no pasto, perderam seus super poderes depois da derrota de Bolsonaro.

Lógico que, ainda sob o efeito do anabolizante provido pela grana e pela própria imagem de Bolsonaro como presidente, muita gente que emergiu do bolsonarismo digital, acreditou que a festa seria para sempre, até que esses começaram a enfrentar o desconforto de se encontrar com a realidade. Muitos já se encontraram com ela, outros ainda procuram não se abater, buscando um esvaziado caminho, remexendo as redes, mas sendo emudecidos pelas plataformas ou estão se tornando figuras adormecidas na lembrança dos bolsonaristas.

O fato é que não há outra definição a ser dada, além de massa falida do bolsonarismo, a Augusto Nunes, Ana Paula do Vôlei, Guilherme Fiuza, Rodrigo Constantino, Caio Coppola, Paulo Figueiredo, entre outros diabos menores que, nos últimos quatro anos, mamaram gostosamente no pescoço do Estado através da Secom.

Tudo isso é passado. Todo esse castelo foi desfeito. Toda essa gente está abatida, emudecida, encolhida, esvaziada. O bolsonarismo simplesmente não rende mais nada, pior do que não dar mais lucro, ele fede como uma carniça a céu aberto, e não há desconto possível para esse efeito dominó que prostrou os bolsonaristas, tal o tamanho do desgosto da realidade que estão enfrentando.

A derrota de Bolsonaro está na fisionomia deles, uma fisionomia atrofiada, debilitada, com a cabeça derrubada, humilhada. Tem gente falando em cometer suicídio em frente ao STF.

Essa gente toda que amesquinhou a política e que jamais calçará a sandália da humildade, desaparecerá do mapa. Figuras como Monark tentam se debater no seco, fora d’água para buscar, de forma primária, ao menos uma temporada de aviso prévio, fazendo barulhos funestos para garantir um qualquer com uma audiência pífia, porque seus seguidores já abandonaram a seita e estão mais prostrados do que essa turma.

É esse o significado real da derrota de Bolsonaro na vida prática do bolsonarismo. Não há a menor chance de transferir para a realidade algum ganho, mesmo emprestado, de quem se encontra em menos de 15 dias na bancarrota digital diante de uma labirinto a partir de um deserto de ideias que sempre promoveu seus espaços e, logicamente, suas contas bancárias.

Para essa gente, a derrota de Bolsonaro foi o fim do caminho.

Fora animadores de terroristas! Muitos de vocês enfrentarão a cadeia pelos crimes que cometeram ao espalhar mentiras pagas por Bolsonaro.

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