As cortinas da história nem sempre se abrem para que todos possam enxergar a realidade dentro de cada época.
Sempre tive como desenho desse momento de dura realidade que os EUA enfrentam na disputa comercial com a China, a 25 de Março, de São Paulo.
A caricatura sagrada do livre mercado que o liberalismo norte-americano sempre pregou para transformar nações mundo afora em novo desenho colonialista, revelava-se estupenda.
Mas o fator China mudou completamente esse cenário, paisagem e, sobretudo, a prática.
Basta que qualquer pessoa perambule pelas ruas de 25 de Março, para se embrenhar num mar de produtos chineses.
Quando se olha ao redor desse centro de compras de atacado, é incontável o número de ônibus, carros e caminhões abarrotados de mercadorias destinadas à origem desse mar de ônibus e outros meios de transporte dos quatro cantos do Brasil.
A movimentação é gigantesca, é mercadoria saindo pelo ladrão, numa explicita comparação com a total ausência de mercadoria dos EUA na mesma rua, símbolo do atacado no Brasil.
Pode pegar como exemplo um único ônibus daquelas centenas de milhares que orbitam 24 horas por dia a 25 de Março, que não encontrará uma agulha produzida ou patenteada pelos EUA.
E aqui estamos falando da estética visual. No total geral desse universo gigantesco de comércio chinês no Brasil, não tem graça comentar o placar da guerra comercial entre os EUA e China.
Por isso, Trump taxou a 25 de Março como inimiga dos interesses americanos e partiu para a retaliação.
Se esse ataque de Trump vai dar em alguma coisa, sinceramente, duvido. Puxar o carro da aurora americana via 25 de Março é, no mínimo, acreditar em conto de fadas enfeitado de valentias, que não terão a menor importância para quem está levando, de braçadas, essa guerra inútil dos EUA com a China no Brasil.
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Tarifa de 50% anunciado por Trump sobre todos os produtos brasileiros, incluindo café, entra em vigor a partir de 1º de agosto, coincidindo precisamente com o pico de exportações de café do Brasil para os Estados Unidos. O café figura como um dos produtos mais importantes na pauta brasileira e representa item estratégico na lista dos principais bens que os americanos importam do país. Com os Estados Unidos sendo o principal comprador do café brasileiro, o timing das tarifas torna-se particularmente crítico.
A sazonalidade da colheita agrava o cenário. O grão colhido a partir de maio precisa ser secado e preparado, concentrando os embarques entre setembro e janeiro – justamente quando as tarifas estarão vigentes. Caso Trump não recue, essa dificuldade pode abrir oportunidade histórica para a China, onde preços mais competitivos e fretes vantajosos podem atrair os exportadores brasileiros, criando condições ideais para uma mudança estratégica de mercados.
Devastação na cadeia americana de café O impacto das tarifas sobre a cadeia cafeeira americana será devastador. A cadeia completa do café movimenta US$ 343,2 bilhões na economia americana – valor que inclui desde a importação do grão verde até a venda final nas cafeterias e supermercados. Este montante representa toda a transformação e agregação de valor que acontece em solo americano: torrefação, distribuição, varejo e serviços.
O setor emprega 2,2 milhões de pessoas, representando 1,2% do PIB americano. Para cada dólar de café importado, são gerados US$ 43 na economia interna, demonstrando o poderoso efeito multiplicador da cadeia cafeeira. Esse valor elevado explica por que a cadeia americana (US$ 343 bilhões) supera até mesmo o mercado mundial de café como commodity (US$ 269 bilhões), já que inclui toda a transformação e serviços agregados.
Os pequenos estabelecimentos serão os mais prejudicados. Enquanto grandes redes como Starbucks, com faturamento de US$ 27,5 bilhões, têm margem para absorver custos adicionais, as cafeterias especializadas e estabelecimentos independentes operam com margens menores. O setor de cafés especiais, que representa 55% do valor do mercado americano, será particularmente vulnerável por depender de grãos de alta qualidade, frequentemente brasileiros.
Oportunidade chinesa em expansão A China emerge como a alternativa estratégica para o café brasileiro. As exportações brasileiras para o mercado chinês registraram crescimento explosivo de 867% entre 2021 e 2025, com aceleração de 75% apenas no último ano. O Brasil já conquistou a posição de maior fornecedor de café para a China, com 24% de participação nas importações chinesas.
O mercado chinês de café atingiu US$ 43,29 bilhões em 2024, com crescimento anual robusto de 18,1%. O consumo chinês cresceu 38,9% entre 2019 e 2023, superando qualquer outro grande país consumidor do mundo. Essa expansão é impulsionada pelas principais cadeias de cafeterias: a Luckin Coffee lidera com mais de 20 mil pontos de venda, enquanto a Starbucks mantém 7,3 mil lojas no país.
A Luckin Coffee representa o novo modelo de consumo chinês, oferecendo preços 30% menores que a Starbucks e focando na conveniência digital. Essa abordagem democratiza o acesso ao café e acelera a adoção de novos hábitos de consumo, especialmente entre consumidores de 25 a 44 anos, que formam o maior grupo de bebedores de café na China.
O cenário transformador: China com padrão americano Se a China atingisse o consumo per capita de café dos Estados Unidos, o país asiático consumiria 114,1 milhões de sacas por ano – equivalente a 64,8% de toda a produção mundial atual. Os números revelam uma oportunidade de dimensões históricas que poderia revolucionar o mercado global de café.
A diferença de consumo per capita é abissal: cada americano consome 4,7 kg de café por ano, enquanto cada chinês consome apenas 0,15 kg – uma diferença de 31 vezes. Combinada com a população de 1,4 bilhão de chineses, essa disparidade cria um potencial sem precedentes. Para comparação, países escandinavos como Finlândia (12 kg) e Noruega (9,9 kg) lideram o consumo mundial, seguidos por Islândia (9 kg) e Dinamarca (8,7 kg).
Vantagens estratégicas para o Brasil Instrumentos de resiliência O Brasil possui ferramentas robustas para superar o impacto das tarifas americanas. O setor cafeeiro conta com o Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), que oferece financiamento específico para produtores e exportadores. O Banco do Brasil mantém linhas de crédito especializadas, garantindo liquidez em momentos de crise.
O governo Lula, através do ministro Fernando Haddad, já sinalizou apoio aos setores atingidos pelas tarifas americanas. Essa promessa de suporte governamental adiciona proteção extra ao setor produtivo brasileiro, complementando os instrumentos financeiros já disponíveis.
*O Cafezinho
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Reunião da principal instância das Nações Unidas teve troca de acusações entre as principais potências, segundo Uol.
Representantes da Rússia e da China aproveitaram a reunião do Conselho de Segurança, principal instância da Organização das Nações Unidas (ONU), para acusar Israel e também os Estados Unidos pelo agravamento da situação no Oriente Médio a partir do bombardeio lançado por Tel Aviv contra o território do Irã, nesta sexta-feira (13/06). A informação é do colunista do UOL Jamil Chade.
A reunião do Conselho aconteceu nesta mesma sexta, e foi marcada por uma forte declaração do embaixador russo, Vasily Nebenzya, que afirmou ter “a impressão de que a liderança de Israel está convencida de que tem total liberdade na região e provavelmente pensa que pode desrespeitar todas as normas legais e substituir todos os órgãos internacionais, inclusive o Conselho de Segurança e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA)”.
“A Federação Russa condena veementemente essa ação. A aventura militar empurra a região para a beira de uma guerra em grande escala, e a responsabilidade por todas as consequências dessas ações recai totalmente sobre a liderança israelense e aqueles que a incentivam”, disse.
Já a China disse condenar “as ações de Israel que violam a soberania, a segurança e a integridade territorial do Irã e se opõe à intensificação das tensões e à expansão dos conflitos, e está profundamente preocupada com as possíveis consequências graves das operações israelenses”.
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“O aquecimento abrupto da região não serve aos interesses de ninguém. Pedimos a Israel que cesse imediatamente toda aventura militar, evite aumentar ainda mais as tensões e conclame todas as partes relevantes a respeitar a Carta das Nações Unidas e o direito internacional, resolva as disputas por meios políticos e diplomáticos e mantenha conjuntamente a paz e a estabilidade regionais”, acrescentou o representante chinês.
Em seguida, a China fez uma alusão aos Estados Unidos, ao dizer que “os países com influência significativa sobre Israel devem praticamente um papel construtivo” para resolver a situação.
O Conselho de Segurança analisa os dois ataques lançados por Israel contra o território do Irã. O encontro foi convocado após Teerã entregar uma carta oficial às autoridades da ONU acusando Tel Aviv de cometer “uma agressão ilegal e imprudente” e enumerando as violações ao direito internacional que o país governado pelo sionista Benjamin Netanyahu teria perpetrado com suas operações militares.
A missiva iraniana, assinada pelo chanceler Seyed Abbas Araghchi, também fala no direito da república islâmica de enviar uma “resposta decisiva e proporcional” contra o território israelense. Teerã lançou uma retaliação antes da conclusão do Conselho.
A Guarda Revolucionária iraniana disse que as forças do país realizaram uma “resposta precisa e esmagadora” contra dezenas de alvos, incluindo centros militares e bases aéreas. Sirenes de alarme e explosões foram ouvidas em Tel Aviv, onde prédios chegaram a tremer em função dos estrondos, além de Jerusalém e outras áreas do país.
Não há confirmação de quantos mísseis foram lançados. A imprensa israelense dá conta entre 100 e 150 foguetes. A Irna, disse que alguns desses lançamentos atingiu o Ministério da Guerra de Israel, além de “outros alvos específicos”
O jornal israelense Haaretz, citando fontes dos serviços de emergência local, relata que 15 pessoas ficaram feridas no centro do país, incluindo uma com ferimentos moderados. Pelo lado do Irã, 78 pessoas morreram e 329 ficaram feridas.
A China anunciou neste domingo (18) tarifas antidumping que chegam a 74,9% sobre as importações de copolímero de polioximetileno (POM), um plástico de engenharia utilizado em autopeças, eletrônicos, bens de consumo, maquinário industrial e equipamentos médicos.
O imposto afetará produtos provenientes dos Estados Unidos, União Europeia, Japão e Taiwan.
Segundo o ministério do Comércio chinês, a decisão é resultado de uma investigação aberta em maio de 2024, após a adoção unilateral de tarifas pelos EUA sobre carros elétricos, semicondutores e outros produtos chineses.
O ministério concluiu que houve dumping e dano material à indústria doméstica. As tarifas entrarão em vigor a partir de segunda-feira (19) e valerão por cinco anos.
Os EUA foram os mais atingidos, com alíquota máxima de 74,9%. Para as importações da UE, a tarifa será de 34,5%. O Japão enfrentará 35,5%, com exceção da empresa Asahi Kasei, que terá taxa reduzida de 24,5%. Taiwan, por sua vez, terá tarifa geral de 32,6%, mas as empresas Formosa Plastics e Polyplastics Taiwan pagarão apenas 4% e 3,8%, respectivamente.
Resposta ocorre em meio a trégua comercial com os EUA
De acordo com o Vermelho, a medida foi anunciada apenas seis dias após o acordo de 90 dias de trégua entre China e Estados Unidos, que prevê a suspensão temporária de tarifas punitivas e a abertura de um canal permanente de negociação comercial.
Apesar do entendimento provisório, Pequim optou por manter a resposta autônoma ao dumping, indicando que a China não aceitará passivamente a ofensiva protecionista de Washington, liderada por Donald Trump.
O copolímero de POM é considerado estratégico, pois substitui metais como zinco, cobre e chumbo, sendo usado em setores sensíveis da indústria global. Segundo o governo chinês, a entrada massiva do produto estrangeiro a preços artificialmente baixos estava “causando dano substancial” à produção nacional.
Reação pode afetar relações com a União Europeia
A medida também pode tensionar ainda mais a relação entre China e União Europeia, que no ano passado impôs tarifas pesadas sobre veículos elétricos chineses e vêm acusando Pequim de excesso de capacidade industrial.
O jornal South China Morning Post destacou que a decisão chinesa sublinha as contradições da trégua, ao mesmo tempo em que reflete a estratégia de defesa ativa de Pequim: manter a porta aberta ao diálogo comercial, mas reagir com firmeza sempre que identificar práticas desleais.
Segundo o comunicado oficial da Xinhua, novos exportadores poderão solicitar revisão de tarifas, mas as alíquotas anunciadas se aplicarão por padrão a partir do dia 19 de maio.
A iniciativa é respaldada pelas regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e faz parte dos mecanismos multilaterais de defesa comercial.
Apesar dos cuidados, o consumo de carne de frango ou ovos bem armazenados em casa ou comprados, é seguro.
Brasil confirmou nesta sexta-feira (16) o primeiro foco de gripe aviária em uma granja comercial no Rio Grande do Sul. A informação foi confirmada pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, após análise do Laboratório Federal de Diagnóstico Agropecuário, em Campinas (SP).
De acordo com informações de Fávaro a jornalistas, o status de emergência determinado pela China, acionado automaticamente por cláusula contratual após a divulgação do foco da gripe, dura 60 dias. Caso não seja registrado outro foco e o isolamento da granja afetada seja feito adequadamente, porém, o ministro acredita que a relação comercial pode ser restabelecida antes desse prazo.
A granja com foco de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (H5N1) foi identificada no município de Montenegro (RS). Após a confirmação, o governo deu início ao protocolo estabelecido pelo Plano Nacional de Contingência de Influenza Aviária, com isolamento da área e eliminação das aves restantes.
A Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) também investiga o caso de mortalidade de aves no Zoológico de Sapucaia do Sul, que está fechado para visitação.
Em nota, o Serviço Veterinário Oficial do RS destaca à população que, apesar dos cuidados, o consumo de carne de frango ou ovos bem armazenados em casa ou adquiridos em pontos de venda é seguro, já que a doença não é transmitida por meio do consumo.
Janja, primeira-dama do Brasil, não desperdiçou a rara oportunidade de apontar, diante do poder chinês, um fato incômodo que todos gostariam de esclarecer: o TikTok, embora oriundo de um país que muitos rotulam como “comunista”, vem sendo paradoxalmente usado como ferramenta da extrema-direita global – assim como o Instagram, o X (ex-Twitter) e outras redes, nascidas do capitalismo mais selvagem.
Essas plataformas alavancaram figuras sinistras da extrema-direita. Jair, o ex-mito, hoje réu no STF, acusado de múltiplos crimes, surfou nos algoritmos e, apesar de sua figura grotesca, foi eleito e quase reeleito. Donald Trump, que tentou um golpe e escapou da justiça, tuitou ódio até voltar para a Casa Branca. E Elon Musk, que transformou o X num espaço onde reacionários se divertem, já atacou abertamente a soberania brasileira.
Até aí, nenhuma surpresa.
Então, por que a fala de Janja virou alvo de tanto furor?
A surpresa está aqui.
O problema não foi o que ela disse, mas a resposta que provocou. Xi Jinping, com sua serenidade oriental, lembrou que o Brasil é soberano e pode regular empresas que ameacem sua democracia ou desrespeitem suas leis. Declarou, assim – em outras palavras – que corporações, sejam chinesas como o TikTok ou pertencentes a magnatas como Musk e Zuckerberg, valem menos do que a liberdade civil dos povos e devem se submeter às constituições das nações onde operam. Uma verdade tão clara quanto a fala de Janja, mas que, como Xi ensinou, precisa ser reafirmada em tempos obscuros.
Para nossa mídia corporativa, no entanto, Janja cometeu o pecado de falar como cidadã lúcida e curiosa. E, quando a lucidez não é bem-vinda, esse aparelho da ideologia neoliberal recorre, sem pudores, ao poder da misoginia, ainda reinante, para desviar o foco. Em vez de debater o ensinamento respeitoso implícito na resposta de Xi Jinping, a narrativa foi recortada, distorcida e rebaixada, para pintar Janja como uma primeira-dama que “se intromete” em assuntos de Estado – um ataque pessoal que, aliás, contrasta com o silêncio complacente dessa mesma mídia diante das condutas escandalosas da ex-primeira-dama que o país teve de engolir junto com todo o pacote nauseabundo pós-2018.
E não é segredo que essa mídia sonha com um Brasil curvado ao “mercado”, seja através dos algoritmos, dos templos ou dos quartéis. E, para proteger seu sonho, é capaz de soterrar verdades como a de Xi Jinping – cuja postura de respeito à soberania brasileira contrasta, por exemplo, com a do governo dos EUA, ou com a de figuras como Musk ou Jair.
Nessa guerra ideológica que lutamos desde o golpe neoliberal contra Dilma, falas como a de Xi serão sempre obscurecidas para que as bravatas dos que preferem o Brasil de joelhos sigam ecoando. P.S.: E a suposta indignação da esposa de Xi Jinping, alardeada pela fofoca? Alguém perguntou à Sra. Xi o que ela achava do TikTok, ou a história foi inflada apenas para alimentar o sensacionalismo? Algo tão nonsense que espanta ver tanta gente boa não perceber o falso problema – tão ridículo quanto óbvio.
A China vai conceder isenção de vistos para brasileiros para viagens de até 30 dias.
A medida entra em vigor em 1º de junho e valerá por um ano, ou seja, até o dia 31 de maio de 2026, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, nesta quinta-feira (15), durante uma entrevista coletiva.
Argentina, Chile, Peru e Uruguai também foram inclusos na isenção.
A isenção de visto de até 30 dias vai valer para viagens de:
turismo;
negócios;
visita de família e amigos;
intercâmbio;
e trânsito.
Com a medida, o Brasil fica pé de igualdade com muitos países europeus e asiáticos.
Isso porque, desde o ano passado, a maioria dos países europeus, bem como seus vizinhos Japão e Coreia do Sul, não precisam de visto para viajar para a China.
O anúncio foi feito após um fórum entre autoridades chinesas, latino-americanas e caribenhas em Pequim no início desta semana, no qual o presidente Xi Jinping prometeu aumentar a presença da China com uma nova linha de crédito de US$ 9 bilhões e novos investimentos em infraestrutura, segundo o g1.
O presidente Lula (PT) lamentou novamente, nesta terça-feira (13), a morte do ex-presidente do Uruguai José Mujica, aos 89 anos, durante entrevista coletiva ao final da visita à China, em Pequim. Ele disse que conhece muitos políticos, mas nenhum tem a grandeza de alma de Mujica.
Lula expressou seu pesar pela morte do aliado político e afirmou que o mínimo que pode fazer é se “despedir das pessoas que serviram de exemplo para a gente”. Ele ainda comentou que, ao retornar de viagem à China para Brasília, fará uma visita a Montevidéu para o enterro de Mujica.
O petista descreveu Mujica como um exemplo de dignidade e coragem. “Era um ser humano muito importante para a democracia, para os setores progressistas, para a esquerda”, afirmou Lula. “Ele era efetivamente uma figura excepcional.”
Lula também falou sobre o último encontro entre eles, em março, durante a posse do presidente Yamandú Orsi, e disse ter a certeza de que era a última vez que se encontravam em vida. “Ele mesmo dizia que estava no fim. Ele não escondeu nenhuma vez a gravidade da evolução da doença”, contou.
“Ele me disse ‘Lula, estou indo embora’. Com a maior tranquilidade que ele me disse isso, era o jeito que ele governava o Uruguai. A carne se vai, mas as ideias ficam. Espero que as pessoas tirem proveito das ideias e do ensinamento do Pepe Mujica.”
Lula também publicou em suas redes sociais uma homenagem, dizendo que a trajetória de Mujica “foi um exemplo de que a luta política e a doçura podem andar juntas”. “E de que a coragem e a força podem vir acompanhadas da humildade e do desapego.”
“Em seus quase 90 anos de vida, Mujica combateu fervorosamente a ditadura que um dia existiu em seu país. Defendeu, como poucos, a democracia. E nunca deixou de militar pela justiça social e o fim de todas as desigualdades”, escreveu o presidente.
A retomada das negociações é um falso passo positivo.
A imprevisibilidade das políticas de Trump e as tensões geopolíticas sugerem que a guerra comercial está longe de um desfecho definitivo e positivo para os EUA.
A trégua comercial entre Estados Unidos e China, anunciada nessa segunda, 12 de maio de 2025, trouxe alívio temporário, mas não solução da crise que se agravou nos EUA.
Analistas sérios alertam que a trégua não elimina a incerteza de longo prazo, já que o acordo é temporário e não aborda questões estruturais, como desequilíbrios comerciais ou cambiais.
Especialistas, nos EUA, destacam que a falta de compromissos concretos da China e a possibilidade de retomada das tarifas após 90 dias mantêm a instabilidade.
Além disso, o impacto das tarifas já aplicadas pode elevar a inflação nos EUA em até 1,5 ponto percentual e pressionar cadeias de suprimentos globais.
O nome disso é jogo de cena. Ninguém sabe ao certo o que vai acontecer nos EUA.
Trump acabou ligando uma luz amarela para algo que o mundo não tinha ideia da gravidade.
A imprevisibilidade das políticas de Trump e as tensões geopolíticas sugerem que a guerra comercial está longe de encerrar.
Pior que isso, é saber que existe um problema grave na economia norte-americana que o mundo não sabe exatamente o tamanho.
Em visita de Estado à China, o presidente Lula (PT) e sua comitiva firmaram, nesta terça-feira (13), um conjunto de 20 atos bilaterais com o governo chinês. Os acordos abrangem áreas estratégicas como infraestrutura, ciência e tecnologia, agricultura, energia, meio ambiente, finanças, inteligência artificial, saúde, cultura e comércio internacional.
A assinatura dos documentos ocorreu paralelamente à 4ª Reunião Ministerial do Fórum China-CELAC, da qual Lula participou como convidado especial, ao lado de outros chefes de Estado e ministros da América Latina e do Caribe. Em declaração conjunta emitida pelas duas partes, Brasil e China se comprometeram a fortalecer a chamada “Comunidade de Futuro Compartilhado” e defender um mundo mais justo, sustentável e multilateral.
VEJA A LISTA COMPLETA DOS ATOS ASSINADOS ABAIXO:
1) Memorando de Entendimento entre a Casa Civil da Presidência da República Federativa do Brasil e a Comissão de Desenvolvimento e Reforma da República Popular da China sobre a Cooperação para a Primeira Etapa do Plano de Cooperação para o Estabelecimento de Sinergias entre o Programa de Aceleração do Crescimento, o Plano Nova Indústria Brasil, o Plano de Transformação Ecológica, o Programa Rotas da Integração Sul-Americana; e a Iniciativa Cinturão e Rota
2) Declaração Conjunta de Intenções entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil e a Administração Espacial Nacional da China sobre o Compartilhamento de Dados Espaciais om os Países da América Latina e do Caribe
3) Memorando de Entendimento entre Banco Central do Brasil e Banco Popular da China sobre Cooperação Estratégica no Campo Financeiro
4) Memorando de Entendimento entre o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima da República Federativa do Brasil e a Administração Nacional de Florestas e Pastagens da República Popular da China sobre Cooperação em Restauração de Vegetações e Sumidouros de Carbono
5) Memorando de Entendimento para o Estabelecimento Conjunto de um Centro de Transferência de Tecnologia entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação da República Federativa do Brasil e o Ministério da Ciência e Tecnologia da República Popular da China
6) Memorando de Entendimento sobre o Reforço da Cooperação em Inteligência Artificial entre o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços da República Federativa do Brasil e a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da República Popular da China
7) Memorando de Entendimento (2025–2030) sobre Cooperação em Agricultura Familiar Moderna e Mecanização Agrícola entre o Ministério da Agricultura e dos Assuntos Rurais da República Popular da China e o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar da República Federativa do Brasil
8) Carta de Intenções sobre a Promoção do Desenvolvimento de Alta Qualidade da Cooperação em Investimentos na Economia Digital entre o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços da República Federativa do Brasil e o Ministério do Comércio da República Popular da China
9) Plano de Ação de Cooperação para o Desenvolvimento Sustentável da Mineração (2025–2026) entre o Ministério de Minas e Energia da República Federativa do Brasil e a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da República Popular da China
10) Acordo de Swap de Moedas Locais entre o Banco Central do Brasil e o Banco Popular da China
11) Memorando de Entendimento entre o Ministério da Agricultura e Pecuária da República Federativa do Brasil e a Administração-Geral de Aduanas da República Popular da China na Área de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias
12) Protocolo de Requisitos Sanitários e Fitossanitários para a Exportação de Proteínas e Grãos Derivados da Indústria do Etanol de Milho e Farelo de Amendoim, da República Federativa do Brasil para a República Popular da China, entre a Administração-Geral de Aduanas da República Popular da China e o Ministério da Agricultura e Pecuária da República Federativa do Brasil
13) Protocolo entre o Ministério da Agricultura e Pecuária da República Federativa do Brasil e a Administração Geral de Aduanas da República Popular da China sobre Inspeção, Quarentena e Requisitos de Segurança de Alimentos para a Exportação de Carne de Aves do Brasil para a China
14) Memorando de Entendimento entre a Comissão Nacional de Energia Nuclear e a Autoridade de Energia Atômica da China para Cooperação no Desenvolvimento Sustentável da Energia Nuclear
15) Memorando de Entendimento no Campo da Comunicação em Saúde entre o Ministério da Saúde da República Federativa do Brasil e a Agência de Notícias Xinhua da República Popular da China
16) Memorando de Entendimento entre a ApexBrasil e o China Media Group
17) Protocolo de Intenções de Cooperação entre o Ministério de Minas e Energia da República Federativa do Brasil e a Administração Nacional de Energia da República Popular da China
18) Memorando de Entendimento entre o Ministério de Minas e Energia da República Federativa do Brasil e a Administração Nacional de Energia da República Popular da China sobre Cooperação em Etanol e Mobilidade Sustentável
19) Memorando de Entendimento para a Cooperação no Setor Postal entre o Ministério das Comunicações da República Federativa do Brasil e o State Post Bureau da República Popular da China
20) Memorando de Entendimento entre a ApexBrasil e o Conselho Chinês para a Promoção do Comércio Internacional.