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Opinião

Olavo de Carvalho, o guru dos inescrupulosos, não doutrina ninguém além dos autodoutrinados

O poder de doutrina de Olavo de Carvalho é nenhum, zero, nulo.

Vejo gente de esquerda afirmando que Olavo é capaz de engrossar as fileiras fascistas. O que a realidade mostra é o inverso. O que ele faz, além de converter os convertidos é pedir aos inescrupulosos que não tenham escrúpulos e, ainda assim, costuma perder alguns seguidores mais melindrados que têm outros gurus com patente acima de Olavão para determinadas figuras.

O guru não tem medo do ridículo, esse é um ponto que conta muito a seu favor. Aquela cena trágico-patética de uma velharia marchando e fazendo continência, cantando o hino do exército em frente à estátua da liberdade e da réplica da casa branca em uma loja da Havan, escancara que a falta absoluta de preocupação com o ridículo é uma das marcas dos fascistas tropicais.

Gente das classes balofas que parece estar num hospício e, por isso mesmo, Olavo, com suas idiotices de falsas paranoias consegue nutrir de conceitos imbecis os imbecis que passaram a vida inteira se nutrindo desse tipo de gente.

Na verdade, o que o Datafolha mostra é que os tais 14% de bolsonaristas, não são bolsonaristas coisa nenhuma, são os mesmos que já foram Maluf, Collor, Aécio, Alckmin, Serra, FHC e outras porcarias que estão fora de moda.

Mas não tenham dúvidas, numa eleição em que disputasse alguém do PT com o Maluf, Sarney ou Collor, por exemplo, essa gente se vestiria de verde e amarelo, tentaria cantar o hino nacional, coisa que ainda não aprendeu e cumpriria aquele mesmo papel ridículo em praça pública, o mesmo que cumpre com Bolsonaro. Tanto ele quanto Olavão são vírus oportunista, eles não têm gado próprio, instalaram-se em mentes doentes por puro oportunismo.

Quem assistiu ao vídeo dos moradores dos prédios de luxo do Morumbi, vizinhos da favela Paraisópolis, entende perfeitamente que essa gente é absolutamente lesada, a ponto de imaginar o Batman matando todos na favela, a coisa é nesse nível. Aí sim merece um estudo profundo sobre a letargia mental que essa burguesia fétida carrega na cabeça oca que tem. Isso não é coisa de política e sim de psiquiatra.

Ainda ontem, em dois vídeos, certamente por orientação de Bolsonaro, Olavo de Carvalho fez críticas a Moro, chamando-o de ingênuo e republicano por respeitar a Constituição, imagina isso! Não foi ácido, é verdade, mas disse que ele tem muito a aprender, pois a Constituição brasileira é ideológica, uma preparação para o Brasil ser comunista e assar criancinhas em praça pública.

Olavão sabe o gado que tem, por isso não entrou de sola em Moro, ainda assim recebeu muitas críticas dos moristas, mostrando que, mesmo no ambiente da estupidez completa, existem rachas, pensamentos distintos com o mesmo foco, ódio aos pobres, aos negros, ao PT e ao Lula. Em determinado momento eles se unem e o que tiver na boca, eles vomitam.

O que Olavo de Carvalho faz é dar assistência técnica 24 horas a essa gente com falso extremismo para que nenhum debate siga adiante, assim mantém o gado dentro do curral.

Dar a essa figura status de doutrinador é dar bom dia a cavalo. O cara não passa de uma toupeira frustrada, um picareta do baixo clero intelectual que não tem qualquer formação e, muito menos conhecimento da profundidade de um pires, que fará doutrinar alguém.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Itamaraty contraria Constituição e prega religião como política de Estado

O governo de Jair Bolsonaro afirma que uma das principais mudanças geradas pela nova administração do país foi colocar a religião no processo de formulação de políticas públicas. Foi assim que o secretário de Assuntos de Soberania Nacional e Cidadania, embaixador Fabio Mendes Marzano, apresentou a visão de mundo do novo Itamaraty, um ano depois da chegada ao poder do governo de Jair Bolsonaro. Segundo ele, há ainda uma ameaça contra o cristianismo e a liberdade religiosa também precisa incluir a possibilidade de converter aqueles que não têm religião.

O diplomata foi um dos convidados para discursar nesta quarta-feira na conferência internacional organizada pelo governo de Viktor Orban, na Hungria, com o objetivo combater a perseguição sofrida por cristãos pelo mundo.

Em seu discurso, o representante do Itamaraty deixou claro a mudança radical na postura do Brasil em relação à fé e consolidou a guinada religiosa da diplomacia nacional.

Marzano, que falou em uma sessão dedicada à mudança de paradigma nas relações exteriores, seria interrompido com aplausos ao mencionar a necessidade de governos falarem abertamente sobre a fé. Segundo ele, se a a maioria da população é religiosa, não se deve considerar como agressivo tratar de religião, nem em fóruns nacionais ou internacionais.

Constituição de 1988 define Estado laico no Brasil

O caráter laico de um Estado implica, de uma forma geral, que leis, instituições e políticas públicas não podem ser definidas com base em uma religião. Nenhuma crença pode ser privilegiada e o espaço à descrença deve ser garantido e respeitado. Assim, os rumos políticos de um governo ou jurídicos de um país não podem ser determinados por considerações de fé.

A Constituição brasileira de 1988 confirmou o caráter laico do estado, mesmo que não use o termo e cite em seu preâmbulo a frase “sob a proteção de Deus”.

Ela garante a liberdade de cada pessoa de escolher sua crença ou simplesmente de não ter nenhuma. Entre outros pontos reforçando essa postura, a Constituição também impede que um governo tenha uma relação de “aliança” com cultos religiosos ou igrejas, salvo no caso de interesse público.

No Artigo 19 da Constituição, fica vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público;

Para juristas, a incidência republicana na Constituição ainda serve como maneira de impedir que o estado seja orientado por ideários religiosos.

“Banimento politicamente correto”

“Um banimento parece existir sobre esse assunto”, disse Marzano no evento em Budapeste. “É como se falar abertamente de religião machucaria aqueles que dizem não ter uma religião, o que eu acho que é impossível”, afirmou.

“Portanto, o que temos de fazer é estressar que a liberdade religiosa não é somente o direito de praticar uma religião. Mas o direito de se manifestar, debater e defender a fé. E mesmo de tentar converter aqueles que não têm uma religião. Claro, não pela força. Mas os mostrando a verdade, a verdade real”. Fabio Mendes Marzano, secretário do Itamaraty.

Entre os participantes da conferência estão alguns dos principais aliados do regime de extrema-direita de Orban: os EUA de Donald Trump, os ultraconservadores da Polônia e o Brasil de Jair Bolsonaro.

Steve Bannon, ex-estrategista de campanha de Donald Trump e guru mundial conservador, era um dos convidados. Acabou cancelando sua participação.

ONGs de oposição acusam o governo Orban de ter organizado o debate para justificar sua política antimigração e manter a Hungria e a Europa “branca”.

O próprio governo de Budapeste admite que o debate está estreitamente ligado com a questão migratória. No primeiro dia da conferência, Orban alertou sobre o risco de seu país ser uma “rota da invasão islâmica” e que tem o “direito de defender sua cultura”.

Marzano disse que, em nome de Bolsonaro, estava “orgulhoso” em participar do evento e confirmou que existe uma “mudança de paradigmas” da política externa sob o novo governo.

Governo Bolsonaro defende fé e política juntos O embaixador fez questão de apontar para o fato de que a religião passou a fazer parte da elaboração de políticas públicas no Brasil.

“A religião e espiritualidade sempre tiveram um papel chave na vida de milhões de pessoas. Ao longo da história, a religião deu valores para diferentes sociedades. Não apenas forjou a arquitetura de nossas cidades. Mas moldou a forma que vivemos e nos relacionamos”, disse.

“No coração da família, que é a principal célula sobre a qual qualquer sociedade é construída, a religião nos permite conectar com a essência espiritual da humanidade”, insistiu.

“Uma das principais mudanças conduzidas pelo governo Bolsonaro foi exatamente colocar a religião no processo de formulação de políticas no Brasil”. Fabio Mendes Marzano, secretário do Itamaraty

“Isso foi feito em reconhecimento ao papel central que a religião tem na vida de milhões de brasileiros. Na forma que vivem, que se definem e buscam significado à sua existência”, explicou. A análise da diplomacia brasileira é de que, ao recorrer à religião, a cultura da paz e tolerância podem ser fortalecidas.

Itamaraty cita inimigos, mas não os identifica

O representante do Itamaraty criticou a falta de ação internacional diante da perseguição de cristãos. Segundo ele, os ataques contra locais de culto em muitos lugares do mundo mostram que o direito humano fundamental da liberdade de religião está cada vez mais sob ataque. Ele chegou apontar a liberdade de religião como “talvez o direito humano mais fundamental”.

A avaliação do governo é de que “esforços urgentes e concretos” precisam ser tomados e que o aumento dos ataques contra cristãos “deve nos deixar preocupados”.

Mas o embaixador também fez um alerta. “Essa perseguição que está ocorrendo não é um acidente. Ela está ocorrendo de uma forma sistemática e organizada, e muito bem planejada”, afirmou.

“Mas hoje, está sendo ameaçados na base, nos principais valores, por inimigos muito bem organizados”, disse, sem explicar quem seriam os adversários. Ao terminar a conferência, a coluna questionou quais seriam esses inimigos. Mas não houve uma resposta clara.

 

 

*Jamil Chade/Uol

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Juízes e Promotores não podem transpor suas competências

Por Vivaldo Barbosa

A Constituição queria que o exercício do poder, mesmo eletivo, ficasse sob fiscalização e controle. Mesmo com governantes e congressistas eleitos pelo voto popular, deveriam eles submeter-se ao controle de instituições livres, autônomas, independentes.

O exercício do poder é algo tentador, sobe para as cabeças e as cabeças menos preparadas transbordam em apetites e ganâncias que necessitam ser controladas. O abuso do poder é constante na vida humana. Quer o abuso do poder de forma opressiva nos regimes autoritários, quer o aproveitamento pessoal que resulta nos casos de corrupção. O mandato temporário de quatro anos já ajuda, limita. Mas durante esse período, mesmo curto, tudo pode desandar se não houver controle. Os grandes pensadores sempre observavam que a República exige virtude. Mas não é suficiente e nem todos são virtuosos.

A Constituição optou por dar ao Ministério Público poderes para essa tarefa de controle e fiscalização. Além dos poderes, deu autonomia administrativa, funcional, financeira. E ao Judiciário, para onde todo o trabalho de fiscalização do Ministério Público seria levado para julgamento, igualmente a Constituição deu autonomia financeira, administrativa e funcional, além do poder de julgar livremente, o poder judicante autônomo e independente.

Andou a Constituição no caminho dos países em geral na construção da democracia e no sistema de proteção aos direitos das pessoas na segunda metade do Século XX, após a derrota do fascismo na Europa, mas que ainda durou algum tempo em países da América Latina, África e Ásia.

Só que a Constituição brasileira falhou em um ponto essencial: não criou as amarras necessárias para o exercício da autonomia administrativa e financeira do Judiciário e do Ministério Público. O resultado foi a construção de palácios, gabinetes suntuosos e outras regalias. Passaram a fixar seus próprios vencimentos, que se tornaram os mais elevados da República. Os palácios do STJ e TSE são, sem dúvida, o maior espaço por metro quadrado que o ser humano já usufruiu, entre juízes e funcionários. Tudo feito com recursos do Tesouro, da nação. Isso em meio a milhões de brasileiros sem moradia digna, muitos nas ruas, sem escolas, sem hospitais dignos.

Sem controles e sem amarras constitucionais, muitos integrantes do Judiciário e do Ministério Público passaram a ir muito além das suas atribuições legais, segundo agora se revela nos famosos diálogos divulgados. Juiz e promotor ou procurador devem trabalhar nos processos em que atuam, segundo a lei e a tradição. Esta é sua função única. Só que alguns passaram a falar à imprensa sempre, até contratam assessoria de imprensa paga com recursos públicos, entram no debate político a toda hora, até participam de articulações políticas.

Juiz e promotor conquistam seus cargos através de concurso. Muitos pensam que com isso nada devem a ninguém. Sua função é por toda vida, sem limite de tempo, não exercem mandato temporário.

O Conselho do Ministério Público nada apura, nada disciplina, pois é integrado na sua maioria por eles próprios. Tentei emenda na Constituinte para que a maioria fosse de representantes da sociedade. Fui derrotado. Outros tentaram alguma forma de controle do judiciário, na sua função administrativa, não na sua função judicante, é claro. Fomos derrotados. O Conselho Nacional de Justiça não é nenhum alento nesse controle, pois é integrado e dirigido por integrantes do Judiciário.

A nação tem que ter coragem de tomar uma decisão superior, em nome da República, e criar amarras que não facilitem o abuso do exercício dos poderes e se alcance melhor utilização dos recursos públicos.

 

* Vivaldo Barbosa foi Deputado Federal e Constituinte

*Do Jornal do Brasil

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Intercept: Pela Liberdade de Imprensa; “nós não temos medo de enfrentar quem quer que seja porque é a democracia que está em jogo”

Na manhã de ontem, dia 27 de julho, o presidente Jair Bolsonaro deu uma entrevista coletiva na qual ameaçou o jornalista e editor cofundador do Intercept, Glenn Greenwald. Eu, como todos aqueles que defendem a democracia, fiquei assustada. É por essa razão que o Intercept reafirma que:

O Intercept condena veementemente as declarações que o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, fez sobre o jornalista e editor cofundador do Intercept, Glenn Greenwald. Jair Bolsonaro chamou Glenn Greenwald de “malandro” por ter casado com um brasileiro e adotado crianças no Brasil, o que dificultaria a sua deportação do país. A acusação seria ridícula se não fosse perigosa: o casamento de Glenn Greenwald ocorreu há quatorze anos, antes dele e da equipe do Intercept Brasil terem começado a publicar uma série de reportagens baseadas em um arquivo de conversas secretas revelando a má conduta de certos membros da força-tarefa Lava Jato.

Bolsonaro também disse que Greenwald “talvez pegue uma cana aqui no Brasil”, uma expressão coloquial que soa como uma ameaça. Glenn Greenwald e os repórteres do Intercept Brasil conduziram seu jornalismo com a máxima integridade, sempre pensando no interesse público, e por isso, gozam de total proteção da Constituição brasileira. O Intercept apoia e reafirma o direito de Glenn Greenwald, e de todos os jornalistas do Intercept Brasil, de fazer jornalismo sem qualquer intimidação oficial, muito menos deportação ou prisão.

Somos gratos pela solidariedade dos defensores da liberdade de imprensa em todo o mundo, já que as instituições democráticas brasileiras enfrentam esse profundo teste sob o atual governo, comandado por um autoritário que não vê nada de errado em ameaçar um jornalista simplesmente por exercer a sua profissão.

Experiências autoritárias em diversas partes do mundo demonstram que, mais do que nunca, é hora de fortalecer o jornalismo independente, que não se ajoelha diante de governantes ou de corporações. É isso que o Intercept e o Intercept Brasil fazem. Nós não temos medo de enfrentar quem quer que seja porque é a democracia que está em jogo. Se você acha que essa luta é importante faça também sua parte.

 

*Do Intercept Brasil