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Moro demorou 16 meses para descobrir em 24 horas que Bolsonaro não valia nada e vice-versa

Que essa guerra entre Bolsonaro e Moro tem todos os componentes da fábula do escorpião e do sapo, disso não há dúvida, o difícil é saber nessa história quem é o escorpião e quem é o sapo. Moro só se tornou ministro porque Bolsonaro ganhou a eleição, e este só ganhou a presidência porque Moro condenou e prendeu Lula sem provas. Ainda assim , se não fosse o TSE, mesmo preso, Lula venceria a eleição, ainda no primeiro turno, como apontaram pesquisas. Ou seja, a chegada desses dois ao poder foi uma fraude produzida em sociedade.

Se o raciocínio não partir daí, não se saberá a origem da tragédia porque passa o Brasil, porque para o lado de Bolsonaro e Moro o que se tem é um terreno pantanoso com duas pessoas em busca do poder, que se uniram para, juntas, darem um golpe 2.0 na democracia brasileira. o resto é conversa mole.

Muito se falava que a escumalha golpista, depois do golpe em Dilma, não aceitaria não a volta do PT ou de Lula, mas a volta da democracia. A direita no Brasil sempre chegou ao poder de forma rasteira, para dizer o mínimo. Mas o golpe faz parte do manual estratégico da direita brasileira que pode ser ou não usado, dependendo da situação, com diferenças e circunstâncias proporcionais ao momento.

O que se pode afirmar é que se em 1964 a elite brasileira usou os militares sempre obedientes aos donos do dinheiro grosso, contra Dilma e, em seguida, contra Lula, a ponta de lança da escória golpista, também comandada pela oligarquia, foi o sistema de justiça.

Agora, o que se tem é uma disputa entre essas duas representações da oligarquia, Bolsonaro representando a xepa de 1964 e Moro, a escória do judiciário, logicamente incluindo boa parte do Ministério Público Federal.

O interessante é que, se no método, esses dois universos mostram formas diferentes de agir para se chegar ao poder, na prática política, utilizam a mesma linha de ação. Foi aí que Bolsonaro e Moro se bicaram, cada um utilizando o governo para buscar uma situação de futuro político imperante sobre o outro. É lobo comendo lobo.

Os dois chegaram no governo com um cálculo político, tentando utilizar a sua cadeira para minar a do oponente.

Agora, depois do problema ser escancarado através da disputa do comando da Polícia Federal que, no acordo entre os dois vigaristas, coube a Moro, o caso veio a público e, depois de 16 meses de governo, Moro descobriu em 24 horas, na sua saída do ministério da Justiça, que Bolsonaro não valia nada, assim como o inverso. Bolsonaro ainda tem a cara de pau de se dizer traído por Moro, como se não soubesse com que bisca estava lidando. Essa gente é mesmo invertebrada.

Enquanto segue essa guerra aonde não há virtudes nem na origem e, muito menos em sua trajetória, o Brasil se transforma na grande vítima, reflexo de um comportamento do nosso darwinismo político. Cada um defendendo suas fronteiras, esses dois grupos corporativistas, farda e toga, fazem não só a economia como a própria pandemia do coronavírus, se agravar e se adensar de forma constante em que o valor da vida das pessoas no Brasil é nenhum e os rumos da economia apontando para uma tragédia sem precedentes.

Por isso, não dá para tratar esse momento olhando apenas para o discurso oficial dos gladiadores, os dois se uniram para construir, através de um comportamento político imundo, a naturalização da perversidade, Moro como juiz da Lava Jato e suas práticas de milícia institucional e Bolsonaro, utilizando o mesmo expediente com a milícia informal. É sob essa bomba relógio e as mazelas que ela traz é que a crise política no país se agrava e não se pode esperar nada de melhoras se os dois, Moro e Bolsonaro, não morrerem abraçados, porque qualquer um dos lados que reinar, a democracia, o Brasil e, sobretudo o povo brasileiro é que pagarão.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

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Como Bolsonaro não conseguiu sequer 2% de assinaturas para criar o partido, a solução é acabar com o PT

Ora, é só seguir a lógica de Moro para entender como o vice-procurador-geral eleitoral, Renato Brill de Goés, raciocinou. Moro negociou seu cargo de ministro tirando os direitos de Lula de disputar a eleição e, diga-se de passagem, ganhar no primeiro turno.

Assim, finalmente a direita conseguiu uma “vitória eleitoral” depois de quatro derrotas consecutivas.

Mutilar o adversário, desde a farsa do mensalão, foi a estratégia que a direita arrumou. E quando se diz direita, é ela como um todo, pois não dá para separar Bolsonaro de Fernando Henrique, porque, do ponto de vista político, estão, como sempre estiveram, no mesmo campo, o neoliberal. Por isso, tanto um quanto o outro promoveram a tragédia na economia brasileira, empobrecimento da massa e enriquecimento da elite econômica.

Isso posto, tem que se olhar de forma linear, FHC teve que tirar o verniz para, depois da derrota de seu pupilo, Aécio Neves, fazer carga para dar um golpe, não simplesmente em Dilma, mas em mais de 54 milhões de eleitores, rasgando seus votos em praça pública em nome da “democracia”.

O cinismo dessa gente é a grande arma, corruptos que dizem combater a corrupção, contraventores milicianos que dizem combater o crime, ditadores fardados ou estatutários que dizem defender a democracia e, assim por diante.

O problema é que essa gente não consegue adesão da sociedade. O plano vocalizado, sobretudo por Olavo de Carvalho, desde 2013, é não permitir que o debate flua. Não sabendo debater, agride o oponente, xingando a ele e aos seus com uma catimba fascista para que a bola do debate não role.

Isso, porque os tempos são outros, e o que essa gente queria mesmo era reproduzir 1964 com a mesma ladainha da elite vigarista de combater o comunismo. Sim, porque não foi exatamente um golpe militar, porque os militares sempre estiveram a serviço dos ricos do país e nunca se furtaram, desde a escravidão, a serem capatazes e capitães do mato da casa grande.

Tradição é tradição. Eles fazem isso cantando os hinos patrióticos, usando a mesma lógica cínica da elite social da qual são parte no oficialato.

Então, isso será visto sempre que a direita se vir humilhada pela realidade, como o partido do presidente da República, que dizem ser um mito de popularidade, não conseguir sequer 2% de assinaturas para criar a maçaroca fascista com a ajuda dos pastores mais canalhas e charlatães do universo evangélico.

Isso também revela como o Ministério Público está podre. Não está localizado apenas naquela escumalha armada por Moro para dar suporte a golpes e condenações políticas. A sociedade terá que fazer um grande exercício num debate nacional para cobrar do poder judiciário do Estado Brasileiro independência do grande capital, porque no fundo de tudo isso, quem move as pernas e braços de fantoches como FHC, Bolsonaro, juízes e procuradores fascistas, é o dinheiro grosso, são os donos da terra, é literalmente a mão invisível do mercado.

Lógico que isso não vai prosseguir, até porque corre-se o risco de, cassando o PT, formar-se uma esquerda ainda mais forte e mais aguerrida, sabendo-se que do outro lado está toda a escória da sociedade defendendo seus próprios interesses.

Por isso não vão querer bulir com o formigueiro. É somente mais uma tentativa de desviar o foco da tragédia do governo Bolsonaro, na medida em que avança a pandemia do coronavírus no Brasil, porque a direita sabe que ela será a principal vítima junto com uma grande parcela do mercado.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Globo não dará nenhuma notícia positiva sobre Lula porque Moro é o seu candidato à Presidência em 2022

Sem a mínima sutileza, buscando discrição em sua escolha, a Globo já apontou o seu candidato à Presidência em 2022. E esse será um dos principais apelos de Moro para ser convidado por um partido com base eleitoral sólida, certamente, o PSDB, afinal de contas, o bom filho à casa torna.

Originalmente, Moro é um projeto do PSDB. Ele está com seu passe emprestado a Bolsonaro, agora sem partido, mas foi criado nas bases do clube tucano para o qual ele deve retornar para tentar a faixa presidencial, fechando o ciclo final da Lava Jato com uma vitória com V maiúsculo.

Só que no meio do caminho tem uma pedra, tem um Lula no meio do caminho. E aí começa a saga do ex-juiz, agora político, para transpor essa muralha política.

Ninguém é ingênuo de acreditar que, depois de produzir toda aquela sujeira odiosa na Lava Jato contra Lula, o sujeito vai de cara limpa enfrentar o maior fenômeno político da história do Brasil.

Não, Moro não quer isso, muito menos a Globo, ele quer vencer por WO, pelo menos de Lula, repetindo a mesma receita usada com sucesso para levar Bolsonaro à cadeira da Presidência e ao maior vexame internacional que é.

Nesse ponto, Moro leva vantagem sobre Bolsonaro. Se o capitão já era conhecido no Brasil como um dos maiores vigaristas do partido mais denunciado pela Lava Jato, o PP, hoje Progressista, ninguém sabia nada dele fora do país, mas demorou pouco tempo para ficar conhecido como o político mais imbecil da terra, como disse o New York Times.

Moro, assim como Bolsonaro, é visto com o mesmo desprezo por grande parcela politizada da sociedade que sempre desprezou o capitão. Só que Moro já é conhecido pela comunidade jurídica internacional como um dos juízes mais vigaristas do mundo, o que não é pouca coisa.

Assim, repetir a receita de uma fraude eleitoral, é a única saída encontrada pela direita no país. E Moro é atualmente o principal nome da escória política, dos barões da comunicação e dos donos do dinheiro grosso.

Mas Moro não quer correr riscos. Nesse ponto, o provinciano de Curitiba, que vive pateticamente citando frases do Batman, porque nunca leu uma única biografia de quem quer que seja, como confessou no programa Conversa com Bial, na TV Globo, quando protagonizou um dos momentos mais constrangedores da história da televisão brasileira, dizendo que gostava de ler biografias, mas, perguntado por Bial qual a última que havia lido, o mentiroso respondeu, não lembro.

O fato é que, fora desses detalhes bizarros, Moro tem um projeto na cabeça, apoiado sistematicamente pela Globo, como sempre, tirar Lula do páreo para que ele seja o Presidente da República. Por isso está afrontando o STF, indo sistematicamente ao Congresso para pressionar deputados e senadores a irem contra a Constituição e ao próprio entendimento do STF e aprovar a volta da prisão após condenação em segunda instância.

O sujeito quer entrar em campo para disputar a final do campeonato sem adversário e sem torcida contrária.

Não é bobo não, né?

Da fruta que Bolsonaro gostou, Moro come até o caroço sem se fazer de rogado.

A primeira coisa que se deve ter em mente é que, todas as vezes que a mídia falar na volta da segunda instância, é, na verdade, impedir Lula de se candidatar e devolvê-lo à solitária que o tirou do páreo em 2018.

Isso está mais do que desenhado, colorido e margeado. Moro remonta em seus passos, um melodista que desenha em suas notas os acordes da harmonia, de tão escancarados que são os caminhos que ele escolheu para trilhar.

O que a oposição precisa é denunciar essa manobra do vigarista que não cabe dentro de sua própria ambição e que tem apoio incondicional da Globo e, por isso mesmo, a emissora já estabeleceu censura prévia a qualquer notícia que possa produzir uma melhora na imagem de Lula no caso da Lava Jato, por que isso significa uma perda do castelo de areia fabricado pelos dois, Moro e Globo. Simples assim.

Por isso o que se espera é que a oposição assuma com vigor o protagonismo dessa denúncia e que diga aos quatro cantos do país que a operação Moro 2022 da Globo já está a todo vapor, com suas metas e estratégias traçadas dentro de suas redações em comum acordo entre os Marinho e Moro, com o apoio dos tucanos, certamente.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas