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Luis Nassif: Qual seria o golpe aplicado no governo de SP no caso Antonov?

Caso reportado pela CNN poderia se resumir a uma “barriga” jornalística, não fosse a notícia oficialmente divulgada pelo governo de SP.

Em um primeiro momento, parecia apenas uma fake news com propósitos políticos. O fabricante da Antonov – maior navio cargueiro do mundo -, que pertence a uma estatal ucraniana, teria decidido investir US$ 50 bilhões em São Paulo, mas desistiu por causa de uma frase do presidente Lula sobre a guerra.

A notícia era inverossímil por dois motivos:

  1. O valor corresponde a um terço do PIB ucraniano de 2021. E o País, hoje em dia, está menor ainda.
  2. O investimento seria em 5 anos, o que corresponderia a 3% do PIB da Ucrânia por ano. Para efeito de comparação, todo investimento público brasileiro não chega a 1% do PIB.
  3. Nenhuma empresa séria suspende investimento dessa ordem devido a uma declaração de um presidente da República, que nem foi contra o País.

Logo depois, veio uma nota oficial do governo ucraniano negando a existência de qualquer representante no país ou de qualquer negociação.

Tudo poderia se resumir a uma “barriga” jornalística, soprada por alguma fonte não confiável, não fosse o fato de que a notícia foi oficialmente divulgada pelo governo de São Paulo.

Pontos de análise

  1. O governo de São Paulo admitiu, oficialmente, as supostas tratativas.

“A Secretaria de Negócios Internacionais do Estado de São Paulo informa que, no dia 11 de abril, recebeu representantes de Oleksandr Nykonenko e Victor Avdeyev, conselheiro e vice-presidente da Antonov Company, para audiência a respeito do interesse da estatal ucraniana Antonov desenvolver atividades no Brasil, em especial no Estado de São Paulo”, diz o governo de SP em nota.

A empresa, por sua vez, é uma fabricante de ventiladores de alto desempenho, para refrigeração, máquinas e processos industriais, entre outros.

Na Internet, há um currículo dele apresentando-o como embaixador da Ucrânia em Portugal e também ex-diretor de assuntos militares no Ministério de Assuntos Internacionais na Ucrânia, mas no período 2008-2010, antes da era Zelensky. Também foi embaixador da Ucrânia em Brasília, entre 1995-2000. Mas não se encontra menção no portal da Antonov.

Já na busca pelo nome Victor Avdeyev, que seria o vice-presidente da Antonov, desautorizado pela própria empresa, aparece um perfil no Facebook de alguém ligado à Cúpula Missionária Internacional. Podem ser apenas homônimo. No LinkedIn, há outro Viktor Avdeev apresentado como profissional de vendas especializado em marketing digital.

2. O Secretário de Negócios Internacionais do governo de São Paulo é Lucas Ferraz, que tem passagem pelo banco dos BRICS, BID, entre outros bancos internacionais, além de ter sido secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia.

3. A Beuno Maia Consultoria aparece na web apenas como “consultoria de inteligência financeira”, sem mais detalhes.
Hipótese mais provável

Tentaram dar um golpe no governo de São Paulo, com essa história inverossímil. Em algum momento, o governo fez alguma exigência que não poderia ter sido atendida pelos grupo. Criou-se então essa versão extravagante para o negócio ter falhado.

GGN

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Opinião

A dobra na aposta de golpe dos bolsonaristas para se livrarem da cadeia pode estar sendo comandada por Carluxo com muito mais violência

A pergunta que todos fazem é, quem vazou para a CNN o vídeo que custou a demissão do general Gonçalves Dias do GSI?

Mas há uma pergunta ainda mais capciosa a ser feita, quem tinha mais interesse em sua saída e por quê?

A operação pode ter sido feita por algum militar ou algum dos muitos agentes do Estado que receberam o material. Mas há uma questão maior, quem pediu a cabeça do general, utilizando justamente esse material?

É, no mínimo, estranho que, em pleno momento decisório para a sua vida, de seus pai e de seus irmãos, Carlos Bolsonaro, que todos sabem, foi o autor e executor da farsa da facada em 2018, tenha ido para as redes sociais com um textinho novelesco para avisar a quem, ninguém sabe, que não estaria mais no comando do gabinete do ódio.

O que é preciso ver e de verdade analisar é o que Carlos Bolsonaro pretendeu com o tuíte em que avisa que deixará o comando da rede de fake news, que era não apenas uma rede de ações para estimular a proliferação de mentiras, mas também de uso estratégico para as ações criminosas, que não foram poucas, do governo Bolsonaro.

A meu ver, tem muito mais coelho nesse mato e, possivelmente, a cabeça do general tenha sido planejada aí a degola da cabeça do general.

Deixo claro que não há qualquer acusação, já que não há provas, apenas externo meu estranhamento a todos os fatos interconectados no momento em que o clã está na marca do pênalti.

Que venham as investigações e cheguem aonde devem chegar.

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Política

A mando do mercado financeiro, Alexandre Silveira tenta dar golpe na Petrobras

Florestan Fernandes Jr*

A economia brasileira está entranhada pelo “neoliberalismo” de desmontes e retrocesso de Paulo Guedes.

Não demorou dois meses para o governo Lula sentir o tamanho das garras do mercado financeiro, acomodado no lugar de condução da política econômica e habituado ao poder de direcionamento das políticas públicas durante os governos Temer e Bolsonaro.

O primeiro a mostrar suas garras foi o presidente bolsonarista do Banco Central que, sem qualquer justificativa plausível, manteve a taxa Selic nas alturas, preservando os ganhos milionários dos rentistas.

Agora, acompanhando Campos Neto nessa cantilena, engrossa o coro o “porta-voz” do Centrão, ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD).

De maneira desleal, desrespeitando uma decisão acordada com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, na composição do novo conselho da estatal, o ministro substituiu, por conta própria, dois dos nomes indicados pelo Palácio do Planalto para o novo conselho da companhia — do economista Eduardo Moreira e do empresário e presidente da FIESP, Josué Gomes da Silva. Os substitutos são nomes de confiança do mercado financeiro.

O intuito é claro: impedir que o governo Lula leve a cabo a extinção da política de Paridade de Preços de Importação e também o processo de privatização da Petrobras, este em curso nos últimos seis anos.

Ao que tudo indica, o BTG Pactual, capitaneado por Bruno Bianco, tem todas as digitais nessa articulação “golpista” para manter o novo Conselho de Administração da Petrobras nas mãos do mercado financeiro.

Falar-se em Petrobras para os brasileiros, em defesa dos interesses de uma empresa com imensa relevância estratégica para o povo brasileiro, avançar em ações e projetos que efetivamente devolvam a Petrobras ao seu papel histórico, implica violar dogmas desse “Deus Mercado” que se pretende onipotente.

Priorizar os interesses dos brasileiros e a recuperação da economia tão combalida? Arriscar a absurda posição da Petrobras de maior pagadora de dividendos do mundo? Isso, não! O “deus” mercado reagiu e reagiu fortemente.

Seja o patamar estratosférico da taxa básica de juros, seja essa mais recente investida contra a Petrobras, têm efeitos profundos no nosso dia a dia, pois afetam a economia como um todo e guardam o potencial de inviabilizar os avanços sociais planejados pelo governo federal.

Há pouco mais de um mês, fomos testemunhas de uma tentativa de golpe que devastou as sedes dos Poderes. As ações terroristas/golpistas foram perpetradas por bolsonaristas, entusiastas do caos e da degradação da democracia. As investigações têm apontado para uma verdadeira cooptação de parte dos órgãos de estado. Ou seja, Bolsonaro saiu do Planalto, mas deixou seus agentes inflamados por mentira e ódio social.

Guardadas as diferenças, a economia sofre do mesmo mal. O ex-ministro Paulo Guedes não ocupa mais o ministério da Fazenda, mas a economia brasileira está entranhada pelo “neoliberalismo” de desmontes e retrocesso de Paulo Guedes.

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Opinião

Bezerro de Ouro 1: Deputado desafia STF e diz que pregar golpe é um direito

Reinaldo Azevedo*

Ignorância sobre o conteúdo da Constituição; falsa simetria entre igrejas e sindicatos (embora ele negue fazer o que precisamente faz); intolerância religiosa e cultural; desumanização da mulher, transformando-a numa mera bolsa reprodutiva… Não há tese reacionária ou estúpida em que não tenha incidido o deputado Eli Borges (PL-TO), falando em nome da bancada evangélica. Espero que as pessoas lúcidas, parlamentares ou não, adeptas das mais variadas correntes religiosas reunidas sob tal signo reajam para que o exercício da fé não se misture com golpismo, obscurantismo e misoginia. Na entrevista publicada pela Folha neste domingo, o sr. Borges deixou claro que sabe, sim, como se fazer influente nas esferas de poder — habilidade que os lobistas também têm —, mas, em matéria de religiosidade, parece mais propenso a cultivar bezerros de ouro.

Não tenho receio de enfrentar esse debate porque, mais de uma vez, defendi o direito que têm os evangélicos — e é aquele que assiste toda gente — de se manifestar, de ter uma voz identificada como tal. E assim é com todos os que professam uma religião. Eu mesmo sou católico e não ignoro que, aqui e ali, se percebe certo olhar oblíquo, como se a crença fosse incompatível com um mundo civilizado. Felizmente, não é a regra. E é certo que o repúdio à religiosidade como princípio é também uma forma de intolerância. Sei bem o terreno em que piso.

O deputado Eli Boges julga haver uma “ditadura da toga” no Brasil, Ao detalhar seu pensamento, deve ter batido o recorde de bobagens para 95 palavras: “Venho falando que nós vivemos um ativismo judicial. Por exemplo, este 8 de janeiro: quero compreender que tem uma pequena minoria de baderneiros infiltrados e, às vezes, algumas pessoas na sua simplicidade, mas eles não representam o pensamento da maioria dos brasileiros. Tem muita gente boa que está buscando a sua liberdade e está presa. Esse ativismo antecede [o 8 de janeiro]. Nós tivemos interferência do Supremo em muitos assuntos, como ideologia de gênero, aborto. Acho que não são matérias do Supremo. Judiciário tem que julgar leis, e quem faz as leis é o Parlamento.”

Na formulação do deputado, a prisão de golpistas, a maioria em flagrante e uma parcela bem menor como decorrência das investigações, decorreria de “ativismo judicial”, donde se depreende que um Judiciário que não fosse, segundo seus termos, “ativista” deveria fazer vista grossa, permitindo que os criminosos, eles sim, pudessem praticar o seu “ativismo”, que apelou a práticas terroristas — ainda que a imputação do crime de terrorismo seja controversa, lembrando sempre que o Código Penal dispõem de artigos para fazer com que a canalha passe uns bons anos na cadeia.

O deputado, como se nota, trabalha com o conceito de “gente boa”, não ficando claro o que quer dizer com isso. Cabe, por óbvio, indagar: que “gente boa” é essa que, dado o resultado da eleição, pretende impedir que aquele que venceu legitimamente o pleito tome posse. Mais do que isso: passa a ocupar os espaços públicos para pregar uma intervenção militar que entronize o derrotado. Atenção! Na hipótese de haver acampados que não participaram do ataque às respectivas sedes dos Três Poderes, não havia um só que não concordasse ao menos com esse programa mínimo. E ilegal.

Para tentar sustentar a sua tese impossível, lança mão, então, da teoria conspiratória segundo a qual os vândalos eram, na verdade, infiltrados. Como a esmagadora maioria da população repudiou o ataque, então busca dissociar do bolsonarismo os criminosos. E, por óbvio, ele precisa deixar a realidade de lado para sustentar a sua fantasia. Reitere-se: na quase totalidade, as prisões se deram em flagrante. E, claro!, não há nem vestígio de que tenha havido alguma armação. Ele está inventando.

Note-se adicionalmente: o STF não teria como interferir em “ideologia de gênero” porque isso não existe. Talvez esteja se referindo à extensão das penas da Lei 7.716 (antirracismo) para o crime de homofobia. Basta ler a fundamentação da decisão do tribunal para constatar que se trata apenas de aplicar os princípios da Constituição. A propósito: o deputado pretende praticar homofobia e permanecer impune ou conta com os votos daqueles que pretendem praticá-la? Que Deus é esse?

De resto, nem sei se ele pretendeu, de fato, dizer o que disse, mas, com efeito, cumpre ao Supremo também julgar as leis, além de aplicá-las. Como faz com os golpistas.

O GOLPE COMO UM DIREITO

Ocorre que o coordenador da bancada evangélica acha que tentar dar um golpe é um direito, que se ampararia na Constituição. E é destemido na bobagem. Diz: “Se você abrir a Constituição, está muito claro: as Forças Armadas exercem um papel de atender ao clamor popular, e essa população foi fazer um clamor que a Constituição define como um direito constitucional. Não vi nada de errado na sociedade fazer o seu clamor.”

É uma tese golpista. Nas boas democracias do mundo, deveria ter de responder ao Conselho de Ética da Câmara. Qual era mesmo “o clamor” da tal “gente boa”? Lembro de novo: intervenção militar. Esse senhor acha que atuar contra as garantias constitucionais e contra o Código Penal é um “direito”. Lembro os Artigos 359-L e 359-M do CP:

Abolição do estado de direito Art. 359-L. Tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais: Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, além da pena correspondente à violência.

Golpe de estado

Art. 359-M. Tentar depor, por meio de violência ou grave ameaça, o governo legitimamente constituído: Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos, além da pena correspondente à violência.

O deputado está mentindo. Não há uma só passagem na Constituição que sustente que as Forças Armadas existem para “atender ao clamor popular”. Até porque, senhor, ainda que o ataque fosse um clamor dos 49,1% que votaram em Bolsonaro — e isso também é mentira —, não era o dos 50,9% que escolheram Lula.

Ainda que tal artigo seja notavelmente mal redigido, por razões que não vêm ao caso agora, uma das atribuições das Forças Armadas é garantir os Poderes constitucionais, não derrubá-los. A “manutenção da lei e da ordem” não supõe impedir o eleito de tomar posse. Fosse como ele diz, caberia aos militares, não aos eleitores, dizer quem pode e quem não pode governar o país.

Recomendo a Borges que se atualize. Até Ives Gandra Martins, o exegeta do golpismo, já recuou, tentando dar uma arrumada na própria biografia, afirmando que não disse o que disseram que disse. E ele disse. E estava estupidamente errado.

Uma pergunta aos demais membros da bancada evangélica: vocês se sentem representados por alguém que acredita que cabe às Forças Armadas a decisão última sobre as urnas? Que pregar golpe de Estado é um direito? Que a baderna foi promovida por infiltrados — que só poderiam ser, claro!, de esquerda?

É este o país que vocês querem construir, a saber: aquele em que hordas decidem depor o presidente eleito na marra, supondo que a Constituição traria uma licença para a sua própria destruição? Ainda falta dizer algumas coisas sobre a entrevista absurda. E eu o farei. Mas encerro com uma indagação de natureza ética, que deve ser enviada ao Conselho de Ética da Câmara: a imunidade compreende que um parlamentar ataque os fundamentos que garante a legitimidade do próprio Parlamento?

*Uol

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Justiça

Gilmar Mendes sobre complô golpista: Éramos governados por uma gente de porão

Decano do Supremo comenta reunião de Bolsonaro sobre golpe e diz que ex-presidente flertou com ideia de golpe militar.

Decano do Supremo Tribunal Federal, o ministro Gilmar Mendes disse nesta sexta (3) que o caso denunciado pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES) mostra que “a gente estava sendo governador por uma gente do porão”, ligada “às milícias do Rio de Janeiro”.

Do Val, em um vaivém de versões, relata que teve uma reunião com o então presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) no fim do ano passado no qual foi discutido um complô golpista para reverter o resultado das eleições vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em outubro.

O senador tentou mudar de versão, isentando Bolsonaro de iniciativa do esquema, que seria ideia de Silveira, preso por ordem do Supremo na quinta (2).

A trama incluiria fomentar as concentrações golpistas em frente a quartéis e a gravação ilegal de alguma inconfidência do presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro do Supremo Alexandre de Moraes.

“Vamos esperar o resultado das investigações, mas essas pessoas [Do Val e Silveira] se comunicaram”, afirmou Gilmar, citando os áudios e prints de mensagens divulgados pela revista Veja.

“O que [o episódio] mostra é que a gente estava sendo governado por uma gente do porão. Esse é um dado da realidade. Pessoas da milícia do Rio de Janeiro, com contato na política internacional, isso é o que resulta quando vemos a nominata desses personagens”, disse.

Veja imagens da destruição no STF

Gilmar falou antes e durante uma conferência sobre política e economia do Lide, grupo empresarial fundado pelo ex-governador paulista João Doria, em Lisboa.

Para o ministro, “as instituições foram o alvo predileto das vivandeiras alvoraçadas”, parafraseando a famosa citação do ditador Humberto Castello Branco de 1964, aludindo aos políticos que incitavam agitação nos quartéis.

Ele criticou a elite política na era do bolsonarismo, que alimentava “zumbis consumidores de desinformação”. “Espero que as investigações identifiquem quem estava no topo dessa pirâmide e qual lucro auferiam, política ou economicamente”, disse.

A crítica aberta ao “éthos” bolsonarista foi completada com uma crítica ao ex-chanceler Ernesto Araújo. “Nunca mais voltemos a ser um pária internacional, objetivo vocalizado por um certo expoente de uma certa doutrina”, afirmou.

O ministro disse, contudo, estar otimista. “Apesar de a extensão do dano ser grande, seu conserto é possível. O Brasil tem a capacidade singela de se reinventar”, afirmou. Ele discorreu acerca da necessidade de haver “regras do jogo estáveis”, apesar do risco dos “impulsos ditatoriais”.

Por fim, fez uma mesura ao governo Lula, dizendo que “o Brasil voltou ao cenário internacional”.

Diferentemente do evento anterior do Lide, em novembro em Nova York, não foram registrados ainda protestos de bolsonaristas contra a presença de ministros do Supremo no encontro —também está na capital portuguesa Ricardo Lewandowski, enquanto Moraes e Luís Roberto Barroso irão participar de forma remota.

O decano do Supremo também disse, em uma entrevista ao jornal português Expresso publicada nesta sexta, que Bolsonaro flertou com a ideia de um golpe militar.

“Não creio que tenha sido cogitado [um golpe das Forças Armadas]. Embora seja muito provável que o entorno do ex-presidente, e o próprio, tenham flertado com a ideia”, afirmou ao jornal.

Gilmar descarta, contudo, envolvimento institucional das Forças com intentonas golpistas ou os ataques bolsonaristas às sedes dos três Poderes em 8 de janeiro.

Em sua intervenção, Barroso afirmou que os anos sob Bolsonaro, a quem não nomeou, foram “um período grande de déficit de civilidade, de extração do que de pior havia nas pessoas”, disse.

“Um momento de desprezo à educação, uma visão de armas em vez de bibliotecas, descrédito à ciência. Isso culminou no 8 de janeiro”, disse.

Para ele, a convulsão golpista foi “um processo histórico, antecedido por ataques às instituições, pela politização das Forças Armadas, que incluiu a defesa da volta do voto impresso”.

“Imagine o que seriam as seções eleitorais com contagem manual com essa gente, muitas vezes armada, tumultuando”, disse, criticando o “estilo Roberto Jefferson [ex-deputado preso por atirar em policiais] e Daniel Silveira [deputado preso no inquérito das fake news]”.

*Com Folha

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Política

Senador Marcos do Val revela que Bolsonaro tentou convencê-lo a dar golpe e anuncia renúncia

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) afirmou na madrugada desta quinta-feira que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou coagi-lo para dar um golpe de estado. A investida, segundo o parlamentar, foi recusada e prontamente denunciada. O senador também anunciou que vai renunciar ao mandato.

https://twitter.com/desmentindobozo/status/1621078200251203589?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1621078200251203589%7Ctwgr%5E006686e280b1469999fd0f2ea0475112c81a6d38%7Ctwcon%5Es1_c10&ref_url=https%3A%2F%2Fd-23482858093582754492.ampproject.net%2F2301181928000%2Fframe.html

 

— Eu ficava puto quando me chamavam de bolsonarista. Vocês me esperem que vou soltar uma bomba. Sexta-feira vai sair na Veja a tentativa de Bolsonaro de me coagir para que eu pudesse dar um golpe de estado junto com ele, só para vocês terem ideia. E é lógico que eu denunciei — afirmou do Val.

Após a transmissão, Marcos do Val usou sua conta no Instagram para reforçar o que havia declarado anteriormente. O parlamentar capixaba comunicou sua “saída definitivamente da política”.

“Perdi a convivência com a minha família em especial com minha filha. Não adianta ser transparente, honesto e lutar por um Brasil melhor, sem os ataques e as ofensas que seguem da mesma forma. Nos próximos dias, darei entrada no pedido de afastamento do senado e voltarei para a minha carreira nos EUA”, escreveu o senador.

Marcos do Val também alegou ter perdido a “paixão” por sua atividade parlamentar, lembrou que teve um problema de saúde, “chegando a sofrer um princípio de infarto”, e que vem sofrendo ofensas pesadas e que afetam até mesmo sua família.

“Desculpem, mas meu tempo, a minha saúde até a minha paciência já não estão mais em mim! Por mais que doa, o adeus é a melhor solução para acalmar o meu coração”, finalizou.

*Com O Globo

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Política

Deputados bolsonaristas incentivam golpe e terror para dentro do Congresso: “Vai ter guerra”

Ao lado de Eduardo Bolsonaro, Nikolas Ferreira liderou golpistas e ironizou decisão do STF para devolver acesso dele às redes. “Porque a paz não vai ter aqui”, disse o deputado mineiro.

Menos de um mês após atos terroristas de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) que destruíram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o edifício-sede do Supremo Tribunal Federal (STF) deputados aliados do ex-presidente levaram o golpe e o terror bolsonarista para dentro do plenário da Câmara Federal durante a cerimônia de posse ocorrida nesta quarta-feira (1º).

Liderados por Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e pelo novato Nikolas Ferreira (PL-MG), os parlamentares da ultradireita radical voltaram a brincar com a democracia levando plaquinhas contra Lula e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que busca a reeleição.

Poucos dias após retomar o acesso às redes sociais e mesmo diante de imposição do STF – entre elas a de não incitar atos antidemocráticos -, Ferreira divulgou um vídeo em que diz que haverá “guerra”, em clara alusão à violência que foi incitada nos atos terroristas.

“Pessoal, primeiro dia pediram para chegar aqui na tranquilidade”, disse o deputado mineiro ironizando a decisão da Justiça.

“A gente fez umas plaquinhas aqui ‘Pacheco não’ e ‘fora Lula’. Vamos pra cima. Porque a paz não vai ter aqui. Vai ter guerra”, emendou.

A deputada federal Dandara Tonanzin (PT-MG) flagrou um momento em que os bolsonaristas, com Eduardo Bolsonaro à frente, se enfileiram com adesivos “fora Lula” e o sinal de proibido na mão com quatro dedos – que mostra o preconceito dos extremistas.

“Tô indignada vendo essas manifestações por deputados que não respeitam a soberania popular, o voto de mais de 60 milhões de pessoas. Vale lembrar: Nikolas teve um pedido de suspensão de posse por apoiar os atos golpistas. Eles não se preocupam com o nosso povo. Não passarão”, escreveu Dandara.

*Com Forum

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Opinião

Para o Estadão, Dilma não sofreu golpe, tudo feito dentro da lei pelos ilibados, Cunha, Aécio e Temer

Sejamos amenos com os senhores feitores do baronato midiático.

Quando alguém do Estadão escreve uma história de meia página e não explica o processo, apresenta um pensamento à míngua.

Agarrado ao antipetismo, o Estadão chicoteia as costas da verdade com uma publicação que melhor dá uma explicação do porquê o Brasil chegou ao fascismo bolsonarista.

Com uma pitada de arte do contorcionismo, o Estadão usa o açúcar de uma suposta legalidade para utilizar as falácias básicas, típicas de quem usa ingredientes “legais” para se agarrar a um galho fraco que não aguenta o pouso de um mosquito.

O que pode ter de legal no processo de impeachment contra Dilma, comandado por Eduardo Cunha, Aécio Neves e Michel Temer, que forma a santíssima monarquia da picaretagem nacional?

Para o Estadão, essas três figuras, que nem vale a pena recordar a ficha corrida, garantiram a integridade do golpe do impeachment. Lógico, a coisa ainda passou pelas mãos da estrambótica bolsonarista, Janaina Paschoal, num daqueles repiques de quem explica o que não se explica, O Estadão faz uma zorra linguística caricaturada das bocas malditas, ofendendo a inteligência alheia para entoar uma mentira na base do tranco.

Ora, se Dilma foi totalmente absolvida pela justiça da acusação de pedalada fiscal, por que o Estadão afirma o oposto, utilizando como espelho os arquitetos do golpe?

Sim, a má digestão do Estadão sobre tal tema, emoldurado por esse assunto, é refluxo de quem não consegue digerir a ideia de que não mantém o monopólio oficial das verdades absolutas e, claro, o senhor barão do Estadão abandona a etiqueta republicana e diz que a verdade não pode ser dita pela imprensa oficial.

Para o jornalão e seu arroto editorial, isso é uma declaração de guerra contra a verdade.

O fato é que o telescópio do jornal dos Mesquita, reza por uma alegoria miúda, enfadonha, dissimulada e totalmente desfocada, um aviso tosco para que o governo Lula não meta a mão em cumbuca midiática, do contrário, os imperadores da “verdade” reagirão.

*Imagem em destaque: O Grito

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Opinião

Nem para pintar meio fio

Parece que o slogan “braço forte, mão amiga”, que deu uma mãozinha para a fuga dos terroristas em Brasília, desceu quadrado na goela do povo brasileiro.

Essa aliança do exército com Bolsonaro custou caríssimo para a imagem das Forças Armadas.

A tentativa fracassada de golpe, com uma depredação generalizada das sedes dos três poderes, não tem nada a ver com ideologia, foi bandalha em estado puro. Pior, o interventor, Ricardo Cappelli, que comanda as investigações, já identificou vários profissionais treinados para esse tipo de operação, misturados a bolsonaristas que fizeram parte da insurreição terrorista do Isis de Sucupira.

O exército emudeceu, porque não tem como responder por que se transformou no quartel-general do terrorismo no Brasil, com aquele acampamento visitado por generais e esposas dos generais.

Por isso, se a brincadeira que se fazia, de que militar só serve para pintar meio fio e árvore, perdeu a graça para a imensa maioria do povo brasileiro.

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Opinião

Torres guardou de lembrança prova de que governo Bolsonaro planejou golpe

Se burrice fosse crime previsto no Código Penal, Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, certamente pegaria uma cana longa por conta disso. Afinal, poucas pessoas politicamente visadas manteriam guardadas em seu armário evidências de que o governo do antigo chefe planejou dar um golpe de Estado.

A Polícia Federal afirma ter encontrado na casa de Torres uma minuta de um decreto para intervir no Tribunal Superior Eleitoral e melar as eleições segundo reportagem de Vinicius Sassine e Camila Mattoso, da Folha de S.Paulo. O documento teria sido produzido depois do segundo turno.

A investigação da PF precisa indicar como o documento foi feito. Surgiu a pedido de Jair ou foi coisa de alguns dos geniais assessores que o rodeavam? E se isso não fosse coisa do núcleo do governo, por que ficou guardado no armário? Ao receber uma proposta desse tipo, no mínimo, ela teria que ter sido jogada fora e, no máximo, entregue à polícia. Por que ficou guardado entre seus pertences pessoais?

A questão é que a proposta não parecer ser alienígena, mas vai ao encontro da narrativa do então presidente, que sistematicamente atacou o TSE e seus ministros por não se dobrarem às suas necessidades eleitorais.

Anderson Torres assumiu o cargo de secretário de Segurança Pública do Distrito Federal na virada do ano. Na semana passada, mudou o esquema de segurança na capital federal e viajou para os Estados Unidos.

O colunista do UOL, Tales Faria, apontou que ele teria se encontrado com Jair Bolsonaro, que está em um auto-exílio em Orlando, na Flórida, um dia antes de uma horda de golpistas bolsonaristas praticar atos terroristas em Brasília.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, apontou que as mudanças e omissões de Torres contribuíram para que a PM do DF permitisse a invasão, depredação e pilhagem do Congresso, do Palácio do Planalto e do STF. Por isso, decretou sua prisão provisória.

O mais bizarro não é constatar que o governo Bolsonaro tenha pensado em saídas para um golpe, pois ele avisou que faria isso. Mas que, mesmo após a posse de Lula, Jair, Torres e sua equipe continuem tentando provocar o caos no Brasil a fim de derrubar o Estado democrático de direito. E ainda esteja soltos.

*Sakamoto/Uol

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