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Assim como Lula, o planeta está do lado da Palestina, não de Israel de Netanyahu

Então, fica combinado, dizer que Israel é um Estado frio, assassino, cruel, terrorista, colonialista, racista, despudoramente ladrão, pode, o que não pode dizer é que ele promove o genocídio. Os sionistas patentearam esses termos, holocausto e genocídio.

Em última análise, é essa a bronca dos sionistas descarados e os disfarçados.

Não são poucos, no planeta, os judeus sérios, muitos, intelectuais que comparam sim o Israel de hoje com a Alemanha nazista; comparam sim, Netanyahu com Hitler, até porque são eles que acabam por ser as maiores vítimas do sionismo e toda a história de humanismo dos judeus é colocada de lado para que o mundo os enxerguem como querem os sionistas.

Nisso, há um nonsense total. A Alemanha, que massacrou os judeus, hoje apoia Israel, que massacram, sobretudo crianças e mulheres palestinas, Palestina esta que jamais fez qualquer mal a um único judeu antes de 1948.

Basta isso para se entender que rótulo é uma coisa, conteúdo, é outra completamente diferente, muitas vezes oposta ao que está estampado na propaganda.

Netanyahu, ao contrário de Lula, é do mesmo perfil frio, calculista e cretino que todos os piores e mais sanguinários ditadores da história da humanidade, tanto  que o próprio Netanyahu minimizou a culpa de Hitler pelo holocausto e resolveu culpar o povo palestino.

Essa comparação de Netanyahu, totalmente infundada, beira à absoluta falta de caráter do chefe supremo do sionismo israelense.

As multidões, que se erguem pelo planeta, exigindo o fim da carnificina em Gaza, dizem textualmente que Lula está corretíssimo, mais que isso, Lula já passou da hora de convocar o embaixador de Israel no Brasil para explicar que nome se dá aos atos terroristas de Israel que despedaçam crianças, de forma tão vil e covarde, que nós, à distância, muitas vezes nos acovardamos em ver as fotos.

Lula não disse nada que toda a humanidade já não venha denunciando, de forma muito mais dura, direta e definindo sim, como genocídio ou holocausto o que o exército terrorista de Israel está fazendo com o povo palestino, principalmente, crianças e mulheres.

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Os palestinos de Gaza não têm para onde ir

Após ter deslocado palestinos para o sul de Gaza, Israel agora ataca Rafah, após ter destruído toda a Faixa, deixando os palestinos sem ter para onde fugir.

No dia 9 de fevereiro de 2024, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou que seu exército invadiria Rafah, a última cidade remanescente em Gaza não ocupada pelos israelenses. A maioria dos 2,3 milhões de palestinos que vivem em Gaza fugiram para a sua fronteira sul com o Egito depois de serem informados pelos israelenses, no dia 13 de outubro de 2023, que o norte deveria ser abandonado e que o sul seria uma “zona segura”. Quando os palestinos do norte, especialmente da cidade de Gaza, começaram a marcha para o sul – muitas vezes a pé – foram atacados pelas forças israelenses, que não lhes deram passagem segura. Os israelenses disseram que tudo o que estivesse ao sul de Wadi Gaza, que divide a estreita Faixa de Gaza, seria seguro, mas quando os palestinos se deslocaram para Deir-al-Balah, Khan Younis e Rafah, depararam-se com jatos israelenses os seguindo e com as tropas israelenses os perseguindo. Agora, Netanyahu disse que suas forças entrarão em Rafah para combater o Hamas. Em 11 de fevereiro, Netanyahu disse à NBC News que os israelenses forneceriam “passagem segura para a população civil” e que não haveria “catástrofe”.

Catástrofe

O uso da palavra “catástrofe” é significativo. Essa é a tradução aceita em português da palavra “nakba”, utilizada desde 1948 para descrever a remoção forçada, naquele ano, de metade da população palestina de suas casas. O uso do termo por Netanyahu se dá depois de altos funcionários do governo israelense já terem falado de uma “Nakba de Gaza” ou de uma “Segunda Nakba”. A utilização dessas frases fez parte do requerimento da África do Sul à Corte Internacional de Justiça (CIJ) em 29 de dezembro de 2023, alegando que fazem parte das “expressões de intenção genocida contra o povo palestino por parte de autoridades do Estado israelense”. Um mês depois, a CIJ disse que havia evidências “plausíveis” de genocídio sendo conduzido em Gaza, destacando as palavras das autoridades israelenses. Uma das autoridades, o ministro da Defesa israelense Yoav Gallant, disse: “Eu suspendi todas as restrições [para a ação militar]” (o que foi citado tanto na queixa sul-africana quanto na ordem da CIJ).

Netanyahu disse que não haveria “catástrofe” depois que mais de 28 mil palestinos foram mortos e depois que dois milhões dos 2,3 milhões de palestinos em Gaza foram deslocados, o que é intrigante. Desde a ordem da CIJ, o exército israelense matou quase 2 mil palestinos. O exército israelense já começou a atacar Rafah, uma cidade com uma densidade populacional de 22 mil pessoas por quilômetro quadrado. Em resposta ao anúncio israelense de que entrariam na cidade de Rafah, o Conselho Norueguês para Refugiados (NRC) – um dos poucos grupos que operam na parte sul de Gaza – declarou que essa invasão “poderia levar a resposta humanitária a um colapso”. O NRC avaliou nove dos abrigos existentes em Rafah, que abrigam 27,4 mil civis, e descobriu que os residentes não têm água potável. Como os abrigos estão extenuados, operando com 150% da capacidade, centenas de palestinos estão vivendo nas ruas. Em cada uma das áreas estudadas pelo NRC, os refugiados palestinos foram acometidos por hepatite A, gastroenterite, diarreia, varíola, piolhos e gripe. Devido ao colapso dessa resposta humanitária do NRC e das Nações Unidas – cuja agência UNRWA perdeu seu financiamento e está sob ataque dos israelenses – a situação se deteriorará ainda mais.

Passagem segura

Netanyahu diz que seu governo fornecerá uma “passagem segura” aos palestinos. Essas palavras têm sido ouvidas pelos palestinos desde meados de outubro, quando lhes foi ordenado que continuassem indo para o sul para evitar que fossem mortos pelos bombardeios israelenses. Ninguém acredita em nada do que Netanyahu diz. Saleem, um agente de saúde palestino, me disse que não consegue imaginar nenhum lugar seguro em Gaza. Ele chegou ao bairro de al-Zohour, em Rafah, vindo de Khan Younis, caminhando com a família, desesperado para sair do alcance das armas israelenses. “Para onde vamos agora?”, ele me pergunta. “Não podemos entrar no Egito. A fronteira está fechada. Portanto, não podemos ir para o sul. Não podemos entrar em Israel, porque isso é impossível. Devemos ir para o norte, de volta a Khan Younis e à Cidade de Gaza?”

Saleem se lembra que, quando chegou a al-Zohour, os israelenses atacaram a casa do Dr. Omar Mohammed Harb, matando 22 palestinos (entre eles, cinco crianças). A casa foi destruída. O nome do Dr. Omar Mohammed Harb me marcou porque me lembrei de que há dois anos sua filha Abeer se casaria com Ismail Abdel-Hameed Dweik. Um ataque aéreo israelense ao campo de refugiados de Shouhada havia matado Ismail em agosto de 2022. Abeer foi morta no ataque à casa de seu pai, que era um refúgio para os que fugiam do norte. Saleem mudou-se para essa área de Rafah. Agora ele está inquieto. “Para onde ir?”, ele pergunta.

Domicídio

Em 29 de janeiro de 2024, o relator especial da ONU sobre o direito à moradia adequada, Dr. Balakrishnan Rajagopal, escreveu um forte ensaio no The New York Times intitulado “Domicídio: a destruição em massa de casas deve ser um crime contra a humanidade”. Acompanhando seu artigo, havia um ensaio fotográfico de Yaqeen Baker, cuja casa foi destruída em Jabalia (norte de Gaza) pelo bombardeio israelense. “A destruição de casas em Gaza”, escreveu Baker, “tornou-se comum, assim como o sentimento de que ‘o importante é que você esteja seguro – todo o resto pode ser substituído'”. Essa é uma avaliação compartilhada em Gaza entre aqueles que ainda estão vivos. Mas, como diz o Dr. Rajagopal, a escala da destruição de moradias em Gaza não deve ser considerada um fato natural. Trata-se de uma forma de “domicídio”, um crime contra a humanidade.

O ataque israelense a Gaza, escreve o Dr. Rajagopal, é “muito pior do que o que vimos em Dresden e Roterdã durante a Segunda Guerra Mundial, onde cerca de 25 mil casas foram destruídas em cada cidade”. Em Gaza, segundo ele, mais de 70 mil unidades habitacionais foram totalmente destruídas e 290 mil foram parcialmente danificadas. Nesses três meses sob fogo israelense, ele observa, “um número chocante de 60% a 70% das estruturas em Gaza e até 84% das estruturas no norte de Gaza foram danificadas ou destruídas”. Devido ao domicídio, não há lugar para onde os palestinos de Rafah possam ir caso sigam para o norte. Suas casas foram destruídas. “Essa destruição de Gaza como um lugar”, reflete o Dr. Rajagopal, “apaga o passado, o presente e o futuro de muitos palestinos.” Essa declaração do Dr. Rajagopal é um reconhecimento do genocídio que está ocorrendo em Gaza.

Enquanto falo com Saleem, o som do avanço israelense pode ser ouvido à distância. “Não sei quando poderemos falar em seguida”, diz ele. “Não sei onde estarei.”

(*) Vijay Prashad é um historiador, editor e jornalista indiano. É redator bolsista e correspondente-chefe da Globetrotter. É editor da LeftWord Books e diretor do Tricontinental: Institute for Social Research. Escreveu mais de 20 livros, incluindo The Darker Nations e The Poorer Nations. Seus livros mais recentes são Struggle Makes Us Human: Learning from Movements for Socialism e (com Noam Chomsky) The Withdrawal: Iraq, Libya, Afghanistan, and the Fragility of U.S. Power.

*Opera Mundi

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Irlanda e Espanha pedem à UE rever cooperação com Israel devido a massacre em Gaza

Primeiros-ministros dos dois países entregaram documento em conjunto solicitando investigação sobre possíveis violações aos direitos humanos e exigindo criação do Estado palestino.

A Comissão Europeia, órgão executivo da União Europeia, recebeu nesta quarta-feira (14/02) um documento assinado conjuntamente por Irlanda e Espanha propondo uma revisão do principal acordo de cooperação do bloco com o Estado de Israel.

O pedido, assinado pelo primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez e por seu homólogo irlandês Leo Varadkar, defende a abertura de uma investigação sobre os possíveis “crimes de guerra” e “violações aos direitos humanos” cometidas por militares israelenses durante os mais de quatro meses de bombardeios e ataques terrestres ao território palestino da Faixa de Gaza.

O texto da solicitação fala em “situação humanitária insustentável” e alerta para o “risco de uma catástrofe ainda maior a partir da expansão das operações em Rafah”.

Esse trecho se refere aos ataques iniciados durante o fim de semana, na cidade próxima à fronteira entre Gaza e o Egito, onde estão abrigados, como refugiados, uma grande parte dos palestinos que ficaram desabrigados devido à destruição promovida pela ofensiva militar israelense.

Em seguida, o documento exigir que as autoridades europeias “atuem urgentemente em relação à crise em Gaza”.

Nesse sentido, a proposta conjunta de Dublin e Madri consiste em avaliar as diretrizes do Acordo de Associação entre a União Europeia e o Estado de Israel, que sustenta a cooperação entre Bruxelas e Tel Aviv em aspectos econômicos, energéticos e militares, mas que também estabelece obrigações em termos de direitos humanos e princípios democráticos a serem cumpridos.

Na avaliação dos solicitantes, “é preciso verificar se Israel está cumprindo com suas obrigações dispostas no acordo”.

Em uma publicação em suas redes sociais, Sánchez mencionou a solicitação conjunta com a Irlanda, dizendo que “o compromisso da União Europeia com os direitos humanos e a dignidade das pessoas não pode ter exceções”.

*Victor Farinelli/Opera Mundi

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Ignorando apelos internacionais, Israel ataca Rafah e mata mais de 100 palestinos

Países aliados e opositores ao governo Netanyahu alertaram para perigos de ofensiva na cidade fronteiriça com Egito, que abriga mais de 1,4 milhão de palestinos refugiados.

Avançando o plano de guerra em ocupar a cidade de Rafah, cidade fronteira com o Egito, Israel realizou ataques aéreos que mataram mais de 100 palestinos na manhã desta segunda-feira (12/02), segundo o Ministério de Saúde da Faixa de Gaza.

A pasta informou que mais de 230 pessoas ficaram feridas nos ataques localizados no centro e norte de Rafah, que atingiram cerca de 14 casas de civis e três mesquitas.

A maioria dos atingidos são mulheres e crianças, algumas das quais foram levadas para o Hospital do Kuwait – um dos poucos que ainda estão em funcionamento na região, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Além de não funcionar em sua plena capacidade, as autoridades dos centros de saúde alertaram que não têm suprimentos suficientes para cuidar do grande número de feridos.

Os bombardeamentos contra Rafah ocorrem após a ordem do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, para uma incursão na região, que abriga mais de 1,4 milhão de palestinos refugiados da Faixa de Gaza após as ordens de evacuação.

Apesar de ser o destino das vítimas da guerra, a cidade de Rafah não está estruturada para recebê-las. Segundo Nebal Farsakh, porta-voz do Crescente Vermelho Palestino, informou que há atualmente 16 mil pessoas por quilômetro quadrado na cidade. Famílias vivem encurraladas contra a cerca da fronteira com o Egito e em tendas improvisadas.

“Não há mais lugar em Gaza para onde os palestinos possam ir”, declarou o representante sobre a justificativa de Israel para atacar Rafah, afirmando que faria um “plano duplo” para a evacuação de civis e atacar militantes do Hamas na região.

Outra organização humanitária, os Médicos Sem Fronteiras, declararam que a ofensiva terrestre de Israel em Rafah “seria catastrófica e não deve prosseguir”.

https://twitter.com/MSF/status/1756951702316400659?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1756951702316400659%7Ctwgr%5Ef81fc6eb2b0523cfb8b93ecd63dd14562c4491cb%7Ctwcon%5Es1_&ref_url=https%3A%2F%2Foperamundi.uol.com.br%2Fpermalink%2F85541

“À medida que o bombardeamento aéreo da área continua, mais de um milhão de pessoas, muitas delas vivendo em tendas e abrigos improvisados, enfrentam agora uma escalada dramática no massacre em curso”, escreveu a diretora geral do MSF, Meinie Nicolai.

Pressão internacional

Diversos países manifestaram-se contra a ofensiva de Israel contra Rafah, inclusive o maior aliado de Netanyahu, os Estados Unidos. O presidente norte-americano Joe Biden, disse que a resposta de Israel aos ataques de 7 de outubro da resistência palestina foi “exagerada”, afirmando que não apoiaria nenhuma operação militar lançada em Rafah sem a devida consideração pelos civis.

O secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit, também alertou sobre as consequências de uma ofensiva terrestre do Exército israelense contra o sul da Faixa de Gaza.

Aboul Gheit assegurou que forçar estes cidadãos a fugir de Gaza para o Egito é uma violação do direito internacional e, além disso, ultrapassa as linhas vermelhas da segurança nacional, denunciando uma “política de limpeza étnica” de Israel.

Com os ataques efetuados na manhã desta segunda-feira, o Ministério das Relações Exteriores da Turquia afirmou, em comunicado, que os bombardeios fazem “parte de um plano para expulsar o povo de Gaza das suas próprias terras”.

“Apelamos à comunidade internacional, em particular ao Conselho de Segurança da ONU, para que tome as medidas necessárias para deter Israel”, completou o documento.

Por sua vez, o Reino Unido, por meio do Secretário de Relações Exteriores, apelou para a suspensão da ofensiva em Rafah e um possível cessar-fogo.

“Estamos muito preocupados com a situação e queremos que Israel pare e pense muito seriamente antes de tomar qualquer medida adicional. Mas acima de tudo, o que queremos é uma pausa imediata nos combates e queremos que essa pausa conduza a um cessar-fogo”, disse ele à imprensa britânica.

Já o Hamas posicionou-se sobre os ataques, afirmando que esta é “uma continuação da guerra genocida” de Israel contra o povo palestino.

Resgate de dois reféns

Segundo o exército de Israel, dois reféns feitos pelo Hamas em 7 de outubro foram resgatados também nesta segunda-feira (12/02): Louis Norberto Har, de 70 anos, e Fernando Simon Marman, de 60 anos.

Com as novas libertações, somadas às dezenas de pessoas que foram resgatadas durante uma semana de trégua em novembro, os soldados israelenses estimam que ainda restem 134 cidadãos cativos pelo Hamas em Gaza.

Neste domingo (11/02), Israel declarou que as operações em Rafah possibilitam um “acordo realista” pela libertação dos reféns.

No entanto, tal afirmação foi contradita pelo Hamas, que ameaçou o sucesso das negociações para libertação dos reféns caso houvesse ofensivas em Rafah.

Com os novos ataques, o grupo palestino ainda não pronunciou-se sobre a continuação ou suspensão do acordo.

*Opera Mundi

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Vídeo: A verdade sobre as mentiras dos sionistas de Israel

“Essa é uma das maiores fraudes da história. Uma campanha de propaganda para justificar a aniquilação de Gaza”

Bebês decapitados? Esqueça tudo que ouviu sobre o 07 de outubro.

Jeremy Scahill, do @theintercept, investigou os arquivos de “israel”. É tudo mentira. Obrigatório.

https://twitter.com/FepalB/status/1755292415953416365

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Presidente argentino, Javier Milei, chegou nesta terça-feira a Israel e anunciou o plano, sendo que a sede diplomática se encontra atualmente em Tel Aviv

O presidente da Argentina, Javier Milei, confirmou nesta terça-feira (06/02) a intenção de mudar a sede da embaixada do seu país em Israel, que atualmente se encontra em Tel Aviv, para a cidade de Jerusalém.

A medida foi anunciada após a chegada do político de extrema direita em solo israelense, onde foi recebido pelo ministro das Relações Exteriores, Israel Katz.

“Quero agradecer-lhe por ter reconhecido Jerusalém como capital de Israel e por ter anunciado a transferência da embaixada argentina para Jerusalém, capital do povo judeu e do Estado de Israel”, disse Katz, segundo nota oficial.

O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, agradeceu Milei pela decisão de mudar a sede da embaixada, enfatizando que o argentino havia cumpriu uma promessa realizada durante a campanha presidencial. Os dois líderes devem se reunir pessoalmente nesta quarta-feira (07/02).

Entre os países que possuem relações diplomáticas com Israel, a maioria mantém suas embaixadas em Tel Aviv, uma vez que a cidade de Jerusalém é disputada politicamente por israelenses e palestinos – a Autoridade Nacional Palestina (ANP) reivindica Jerusalém Oriental como capital do Estado palestino.

Nos últimos anos, governos de extrema direita tomaram a mesma medida anunciada por Milei nesta terça, buscando uma maior aproximação com Israel. O caso mais notório foi o dos Estados Unidos, em 2017, quando o então mandatário Donald Trump realizou esse movimento – que foi revertido posteriormente pelo atual presidente Joe Biden.

Em 2019, antes de realizar sua primeira visita a Israel, o então presidente brasileiro Jair Bolsonaro chegou a prometer a mudança da embaixada do país para Jerusalém. Porém, a viagem terminou com a inauguração de um escritório comercial na cidade.

Entre os países que possuem embaixadas em Jerusalém estão Guatemala, Honduras e Kosovo.

Outros objetivos da viagem de Milei

A visita do presidente argentino a Israel também tem como objetivo fortalecer as relações do país com o governo de Benjamin Netanyahu, que também é sustentado por uma aliança de extrema direita.

A intenção de Milei em se aproximar de Israel durante a campanha foi observada não somente pela promessa da mudança de embaixada como também pelo uso da bandeira israelense em diversas aparições públicas.

Após o início da ofensiva militar israelense contra a Faixa de Gaza, o ainda candidato presidencial chegou a dizer que as “forças do céu” apoiam os bombardeios realizados por Tel Aviv contra o território palestino.

Poucos depois de assumir o cargo, Milei fez com que a Argentina retirasse seu voto a favor de uma resolução de cessar-fogo na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), e passasse à abstenção.

Além disse, o mandatário argentino tenta se converter ao judaísmo. Sua visita a Israel inclui encontros com rabinos em Israel e um roteiro por locais judaicos turísticos em Jerusalém. O político de extrema direita ficará no país até a próxima quinta-feira (08/02).

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Grupo pede em Israel investigação criminal de software usado pela Abin

Pedido sobre “Abin Paralela” está nas mãos da Procuradoria Geral de Israel.

Um grupo israelense liderado pelo advogado Eitay Mack encaminhou à Procuradoria Geral de Israel um pedido de investigação criminal sobre o uso ilegal do software First Mile no Brasil. O programa – usado para espionar ilegalmente a localização de desafetos e até aliados da família Bolsonaro – foi vendido ao Exército Brasileiro pela empresa israelense Cognyte e está no centro do escândalo de espionagem ilegal dentro da Abin.

No documento protocolado pelo advogado Mack, as operações da Polícia Federal no Brasil são usadas como base na argumentação para que a Cognyte seja investigada em Israel, onde a empresa já tem histórico de escândalos. No ano passado, veio à público que a Cognyte vendeu programas de espionagem ao governo de Myanmar, mesmo depois que Israel baniu esse tipo de negócio com aquele país, que empilha mortos depois que um golpe militar destituiu o governo civil. Foi Eitay Mack o principal denunciante do caso.

Além do advogado, outras 32 pessoas assinam o pedido. entre juristas e acadêmicos, está Avrum Burg, ex-presidente do Parlamento de Israel.

O documento cita as evidências que baseiam o pedido, entre elas a suspeita de que até “30 mil pessoas foram monitoradas sem autorização judicial, entre servidores públicos, jornalistas, juízes, desembargadores do Supremo Tribunal, advogados, políticos, um ex-governador de estado do Partido dos Trabalhadores, de esquerda, e policiais. A vigilância foi feita tanto com o propósito de prejudicar adversários políticos como com o propósito de corrupção e de perturbação de investigações criminais, inclusive em relação à família de Bolsonaro.”

Para justificar o pedido de investigação, o grupo diz que “as informações sobre o paradeiro desses alvos foram armazenadas em datacenters em Israel.”

*Leandro Demori

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Palestina: a falsa equivalência entre o colonizado e o colonizador

Concentrar-se na denúncia da violência palestina é o mesmo que pedir a eles que aceitem passivamente o seu destino: morrer em silêncio e não resistir.

“Sob qual padrão de moralidade a violência utilizada por um escravo para romper suas correntes pode ser considerada o mesmo que a violência de um senhor de escravos?” – Walter Rodney

Na sequência dos ataques do Hamas a Israel, ocorridos no dia 7 de outubro, que causaram mais de 1,2 mil mortes, houve uma enxurrada de injunções da mídia ocidental, políticos e especialistas, insistindo para que qualquer pessoa que desejasse expressar uma opinião sobre os acontecimentos e os consequentes crimes de guerra e genocídio israelenses em Gaza, denunciasse primeiro o Hamas antes de expressar qualquer outra opinião. Não fazer isso explicitamente, ou qualquer tentativa de interpretar os eventos em seu contexto histórico ou enfatizar as causas fundamentais do conflito eram interpretadas como condescendência com as ações do Hamas (que o interlocutor era um simpatizante do Hamas) e relacionadas com antissemitismo.

Era como se a história do que chamamos conflito palestino-israelense tivesse começado no dia 7 de outubro e não com a Declaração Balfour de 1917, em que o governo colonial britânico anunciou o seu apoio ao estabelecimento de um “lar nacional para o povo judeu” na Palestina. Esse anúncio culminou naquilo a que os palestinos e os árabes chamam de Nakba (a Catástrofe), em 1948, em simultâneo com a fundação do Estado de Israel por meio da limpeza étnica generalizada, dos massacres e do deslocamento de centenas de milhares de palestinos. Mais guerras se seguiram, mais violência, mais assassinatos e mais ocupação de novos territórios. Isso levou a ainda mais deslocamentos, mais assentamentos ilegais e mais bombardeios, que custaram a vida de centenas de milhares de palestinos e forçaram milhões a viver como refugiados. Não me deterei nesta história, pois inúmeras fontes já o fizeram brilhantemente. Em vez disso, o meu objetivo aqui é estabelecer alguns paralelos com a história da luta anticolonial argelina para mostrar a vacuidade, a miopia e a injustiça de denunciar a violência do oprimido/colonizado e do opressor/colonizador em termos equivalentes. Os dilemas morais, os debates sobre a violência e os desacordos em torno da forma como as pessoas oprimidas ou colonizadas devem resistir, e o que podem ou não fazer, não são novos.

Quando penso na Palestina, não posso deixar de estabelecer paralelos com o caso do meu país, a Argélia, durante a era colonial (1830-1962). Não é por acaso que as classes populares e trabalhadoras argelinas apoiem fortemente a causa palestina, uma vez que ambos os países vivenciaram/vivenciam um colonialismo violento e racista. Para compreender o porquê, vale a pena visitar os escritos e as análises de Frantz Fanon sobre aquilo que chamou de “violência revolucionária” na sua obra-prima Os condenados da Terra, que escreveu com base nas suas experiências na Argélia e na África Ocidental nos anos 1950 e no início dos anos 1960. Os condenados da Terra é um texto canônico sobre a luta anticolonial e serviu como uma espécie de bíblia para as lutas de libertação da Argélia à Guiné-Bissau, África do Sul, Palestina e o movimento de libertação negra nos EUA.

Fanon descreveu minuciosamente os mecanismos de violência postos em prática pelo colonialismo para subjugar os povos oprimidos. “O colonialismo não é uma máquina de pensar, nem um corpo dotado de faculdades de raciocínio. É a violência no seu estado natural e só cederá quando confrontado com uma violência maior”, escreveu. Segundo Fanon, o mundo colonial é um mundo maniqueísta que, no limite, “desumaniza o nativo, ou, para falar claramente, transforma-o em animal”. Para ele, “a libertação nacional, o renascimento nacional, a restituição da nacionalidade ao povo, a comunidade: quaisquer que sejam os títulos utilizados ou as novas fórmulas introduzidas, a descolonização é sempre um fenômeno violento”.

A luta de independência da Argélia contra os colonizadores franceses foi uma das revoluções anti-imperialistas mais inspiradoras do século XX. Parte da onda de descolonização iniciada após a Segunda Guerra Mundial (na Índia, na China, em Cuba, no Vietnã e em muitos países africanos), a Conferência de Bandung declarou que estes movimentos faziam parte do “despertar do Sul” – um Sul que esteve sujeito durante décadas (em alguns casos, mais de um século) à dominação imperialista.

Após a declaração de guerra na Argélia em 1 de novembro de 1954, atrocidades impiedosas foram cometidas por ambos os lados (1,5 milhão de mortes, com milhões de deslocados no lado argelino, e dezenas de milhares de mortos no lado francês). A liderança da Frente de Libertação Nacional (FLN) tinha uma avaliação realista do equilíbrio de poder militar, que pendia fortemente a favor da França, que na época possuía o quarto maior exército do mundo. A estratégia da FLN foi inspirada no ditado do líder nacionalista vietnamita Ho Chi Minh: “Para cada nove de nós mortos, mataremos um; no final, vocês irão embora”. A FLN buscava criar um clima de violência e insegurança que acabaria por se tornar intolerável para os franceses, internacionalizar o conflito e chamar a atenção do mundo para a luta da Argélia.

Seguindo essa lógica, Abane Ramdane e Larbi Ben M’hidi decidiram levar a guerra de guerrilha para as áreas urbanas e lançar a Batalha de Argel em setembro de 1956. Talvez não haja melhor maneira de apreciar esse momento chave e dramático de sacrifício do que através do clássico filme realista de 1966 de Gillo Pontecorvo: “A Batalha de Argel”. No filme, há um momento marcante em que o coronel Mathieu, uma discreta referência ao general Massu na vida real, conduz o líder da FLN capturado, Larbi Ben M’Hidi, a uma coletiva de imprensa na qual um jornalista questiona a moralidade de esconder bombas em cestas de compras de mulheres. “Você não acha um pouco covarde usar cestas e bolsas de mulheres para transportar dispositivos explosivos que matam tantas pessoas?” Pergunta o repórter. Ben M’hidi responde: “E não lhe parece ainda mais covarde lançar bombas napalm em vilarejos indefesos, de modo que há mil vezes mais vítimas inocentes? Dê-nos seus bombardeiros, e você pode ficar com nossas cestas.”

Através de uma cobertura favorável generalizada da revolução argelina na imprensa afro-americana, muitas exibições locais de A Batalha de Argel, assim como os escritos de Fanon, a Argélia passou a ocupar um lugar seminal na iconografia, retórica e ideologia dos principais ramos do movimento afro-americano pelos direitos civis, que passou a ver sua luta associada às lutas das nações africanas por independência.

Depois de visitar a Argélia em 1964 e Casbah, local da Batalha de Argel contra os franceses em 1956-1957, Malcolm X declarou:

“As mesmas condições que prevaleceram na Argélia e forçaram o povo, o nobre povo da Argélia, a recorrer eventualmente a táticas de tipo terrorista que eram necessárias para ‘tirar o peso das costas’; essas mesmas condições prevalecem hoje na América em cada comunidade negra.”

Alguns meses depois, em 1965, ele disse:

“Eu não sou a favor da violência. Se pudermos obter o reconhecimento e o respeito de nosso povo por meios pacíficos, ótimo. Todos gostariam de alcançar seus objetivos pacificamente. Mas eu também sou um realista. As únicas pessoas neste país que são instadas a serem não violentas são as pessoas negras.”

E ao saber do assassinato de Martin Luther King, Jr. em 1968, o líder do Partido dos Panteras Negras, Eldridge Cleaver, proclamou:

“A guerra começou. A fase violenta da luta pela libertação negra está aqui, e se espalhará. A partir desse tiro, a partir desse sangue. A América será pintada de vermelho. Corpos encherão as ruas e as cenas lembrarão os relatos nojentos, aterrorizantes e oníricos vindos da Argélia durante o auge da violência geral pouco antes do colapso final do regime colonial francês.”

Também devemos desafiar a narrativa de culpabilização da vítima que se fixa nos palestinos como vítimas imperfeitas, o que, nas palavras da pesquisadora americano-palestina Noura Erakat, equivale a uma “absolvição e cumplicidade com a dominação colonial de Israel”. Ao destacar a violência palestina, nossa mensagem para eles “não é que eles devem resistir de maneira mais pacífica, mas que não podem resistir à ocupação e agressão israelenses de forma alguma”.

Denunciar e destacar a violência dos oprimidos e colonizados não é apenas imoral, mas racista. Os povos colonizados têm o direito de resistir com quaisquer meios necessários, especialmente quando todas as vias políticas e pacíficas foram bloqueadas ou obstruídas. Nos últimos 75 anos, todas as tentativas palestinas de negociar um acordo de paz foram rejeitadas e minadas. Todo meio não violento foi bloqueado, incluindo a “Marcha do Retorno” promovida pelo Hamas em 2018 (brutalmente reprimida, com mais de 200 mortos e dezenas de milhares feridos e mutilados), assim como a campanha internacional de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS), que foi tornada ilegal em vários países ocidentais sob a pressão do lobby sionista.

Em meio a uma ocupação colonial bárbara e condições de apartheid, seria apropriado que qualquer discussão sobre justiça e a responsabilidade pela violência contra civis começasse pelo opressor. Como a racionalidade de revolta e rebelião de Fanon coloca, os oprimidos se revoltam simplesmente porque não conseguem respirar.

Optar por focar na denúncia da violência palestina é semelhante a pedir a eles que aceitem passivamente seu destino – morrer em silêncio e não resistir. Em vez disso, vamos nos concentrar em um cessar-fogo imediato, interromper o desenrolar da segunda Nakba e encerrar o cerco e a ocupação, mostrando nossa solidariedade aos palestinos em sua luta por liberdade, justiça e autodeterminação.

As vidas palestinas importam!

(*) Hamza Hamouchene é um pesquisador e ativista argelino que vive em Londres. Atualmente, é coordenador do programa do Norte da África no Transnational Institute (TNI).

*Opera Mundi

 

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África do Sul celebra decisão da CIJ contra Israel: ‘seguiremos defendendo os palestinos’

Corte Internacional de Justiça acatou denúncia sul-africana e ordenou que Tel Aviv ‘previna um genocídio’ em Gaza; para os denunciantes, aceite é ‘vitória decisiva’.

O governo da África do Sul, responsável por apresentar uma denúncia contra Israel por genocídio contra os palestinos em Gaza na Corte Internacional de Justiça (CIJ), celebrou nesta sexta-feira (26/01) a decisão do tribunal em aceitar a petição.

Segundo a gestão de Cyrill Ramaphosa, o determinação da CIJ aceitando dar prosseguimento ao processo é uma “vitória decisiva” ao Estado de direito internacional, apontando que a decisão de pedir que Israel “previna um genocídio” é um “marco significativo” na “busca por justiça” para os palestinos.

“Em uma decisão histórica, a Corte Internacional de Justiça (CIJ) determinou que as ações de Israel em Gaza são plausivelmente genocidas e indicou medidas provisórias com base nisso. Para a implementação do Estado de direito internacional, a decisão é importante. A África do Sul agradece ao Tribunal pela sua decisão rápida”, disse o governo em um comunicado.

Mais cedo, a Corte decidiu que há elementos suficientes para se julgar o Estado de Israel por possível crime de genocídio contra os palestinos residentes na Faixa de Gaza.

Através da leitura de um documento por parte da presidente do tribunal, a magistrada norte-americana Joan Donoghue, a CIJ definiu que “alguns atos parecem se enquadrar na convenção sobre genocídio”, o que justifica o prosseguimento do caso. Porém, não há prazo para uma decisão sobre o mérito da denúncia.

Por outro lado, a Corte acatou uma parte das exigências apresentadas pela África do Sul, deixando de lado um cessar-fogo imediato. A guerra de Israel na Faixa de Gaza já vitimou mais de 25 mil palestinos.

Nesse sentido, a África do sul disse que o país seguirá agindo para “proteger os direitos dos palestinos em Gaza”, que “continuam a permanecer em risco urgente, incluindo ataques militares israelenses, fome e doenças”.

“A África do Sul continuará a fazer tudo o que estiver ao seu alcance para preservar a existência do povo palestino, para pôr fim a todos os atos de apartheid e genocídio e a caminhar no sentido da realização do seu direito coletivo à autossuficiência. A determinação como Nelson Mandela declarou momentaneamente é “a nossa liberdade é incompleta sem a liberdade dos palestinianos”, afirmou a nota.

O governo declarou também que o Conselho de Segurança da ONU será notificado sobre a decisão da CIJ, declarando que não se pode permitir que o “poder de veto exercido por Estados individuais frustre a justiça internacional”.

Nesse sentido, o país africano espera que Estados, agora “conscientes da existência de um sério risco de genocídio” contra os palestinos, devem agir de forma independente e imediata para que Israel dê fim aos ataques: “isto impõe necessariamente a todos os Estados a obrigação de cessarem o financiamento e a facilitação das ações militares de Israel, que são plausivelmente genocidas”.

“A África do Sul espera sinceramente que Israel não aja para frustrar a aplicação desta ordem, como ameaçou publicamente fazer, mas que, em vez disso, aja para cumpri-la integralmente, como é obrigado a fazer”, conclui o comunicado.

Decisão da CIJ

A decisão da Corte Internacional de Justiça faz recomendações que Israel deve cumprir, mas não colocou sanções contra o país de Benjamin Netanyahu.

Algumas das medidas envolvem Israel ter que “prevenir um genocídio” em Gaza e permitir a entrada de ajuda humanitária. Porém, a Corte não detalhou que ações específicas devem ser tomadas nesse sentido.

Tel Aviv terá um mês para apresentar um informe sobre as ações que já foram tomadas, como forma de contestar a acusação da África do Sul sobre um possível genocídio contra o povo palestino durante a atual ofensiva militar em Gaza.

*Opera Mundi

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Rússia sobre o apoio da Alemanha a Israel em Haia: ‘Especialista em extermínio em massa de humanos’

A Alemanha decidiu apoiar Israel no processo movido na Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia, pela África do Sul que acusa o país de genocídio contra a população palestina, diante das mais de 25 mil mortes causadas pela guerra só na Faixa de Gaza.

Para a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, a decisão não é uma surpresa, já que o apoio “incondicional” ao país judeu é obrigatório na “ordem internacional baseada em normas” dos Estados Unidos. A declaração aconteceu neste domingo (21).

“A decisão do governo alemão não nos surpreende. Ela ocorre no contexto do apoio incondicional que Berlim sempre prestou a Israel, sem levar em consideração suas consequências”, respondeu Zakharova.
Além disso, a representante oficial pontuou que “as elites políticas alemãs parecem ter feito um grande desserviço a Israel”.

“Em uma declaração do governo relacionada, Berlim se refere à ‘história alemã e ao crime contra a humanidade na forma do Holocausto’, reivindicando-se assim como ‘especialista’ em extermínio em massa de seres humanos”, indicou.

Zakharova afirmou que as ações do governo alemão mostram o contrário de um “arrependimento ativo e admissão incondicional de culpa” com relação aos crimes de guerra do país, diante da recusa a pagar indenizações aos sobreviventes não judeus do cerco à cidade soviética de Leningrado (atual São Petersburgo). Além disso, há grande apoio alemão a Kiev.

Assim, Zakharova denunciou que “mais uma vez, como há 80 anos, nas ações do Berlim oficial, existe uma divisão das pessoas com base na nacionalidade, levada a um novo nível mais sofisticado”.
“Berlim decidiu singularizar apenas uma parte de sua culpa histórica para com a humanidade — o Holocausto — e não considerá-la em sua totalidade, mas apenas do ângulo que lhe é favorável”, explicou.

“É chocante e indignante que a maior parte dos crimes do Terceiro Reich, incluindo o extermínio de 27 milhões de cidadãos da URSS [União das Repúblicas Socialistas Soviéticas], não seja considerada pelas autoridades alemãs como motivo de arrependimento”, acrescentou.

Para concluir, a representa oficial do Ministério das Relações Exteriores afirmou que o comportamento “inaceitável, ilegal e imoral” do país europeu pode ter consequências “muito graves” para o destino da própria Alemanha, bem como para a Europa e o mundo, “dada a experiência histórica contraditória deste país”.

*Sputnik