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Vídeo: A comemorada chegada dos médicos cubanos na Itália é um tapa na cara da hipocrisia ocidental

Lógico que emociona ver o espírito de solidariedade de Cuba com a Itália, principalmente dos médicos cubanos com os italianos, chegando para salvar, certamente, milhares de vidas em um país devastado pela pandemia do coronavírus.

Quando se pensa que o ocidente impõe um boicote covarde a Cuba há 60 anos, consegue-se medir o tamanho não só da hipocrisia ocidental, mas da máquina de moer seres humanos que o sistema capitalista produz nesse mesmo continente, que transformou as pessoas em meros zumbis do consumo, como se a sociedade só tivesse sentido através de um sistema desumano que segrega mais do que inclui.

O coronavírus veio para desancar esse sistema sórdido, mostrando como ele é venal para os povos. Sim, porque os cidadãos médios e pobres são os que mais morrerão. Os ricos também vão morrer, mas numa proporção infinitamente menor, porque para eles, não faltarão os melhores leitos, aparelhos, os melhores hospitais e os melhores médicos, podendo, inclusive, se isolar em qualquer lugar do planeta.

Esses mesmos donos do sistema perverso que, mesmo em Nova York, o berço do capitalismo, que acaba de anunciar que já conta com mais de 15 mil infectados, já tem 114 mortos sem que, até onde se tem notícia, nenhum é milionário, na terra dos milionários.

Certamente, o coronavírus obrigará o mundo a repensar seu conceito civilizatório, sua intolerância ideológica, mas sobretudo a hegemonia ocidental que promove tanta desgraça no mundo em nome da ganância, do lucro desenfreado e da selvageria capitalista.

A paz e a serenidade expressas nos rostos dos médicos cubanos chegando na Itália, é o que mais emociona, pelo risco que estão correndo em países que segregam o seu povo, suas famílias, para atender aos interesses, principalmente dos grandes magnatas americanos que, por sua vez, não fazem outra coisa, senão estimular e pensar na ganância e na produção de um discurso de ódio contra quem não lhes serve como cargueiro de tesouros arrancados do suor de cada ser humano, de cada trabalhador que não faz outra coisa que não seja sobreviver e enriquecer os faraós modernos maquiados de democratas.

Ninguém sabe como as coisas vão se dar, mas que o mundo, inapelavelmente, terá uma mudança radical depois do coronavírus, disso não resta a menor dúvida, pois sua maior vítima será o sistema capitalista e seu sórdido pensamento exclusivista, egoísta, individualista e ganancioso.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Enfermeiro fotografa impacto do coronavírus nos hospitais da Itália: ‘Morrer sozinho é horrível’

Paolo Miranda trabalha em hospital no epicentro do surto de coronavírus na Itália; ele também é fotógrafo e suas imagens contam história dos profissionais de saúde que estão na linha de frente para salvar pessoas.

“Todo mundo está nos chamando de heróis, mas eu não me sinto como um.”

Paolo Miranda é enfermeiro da unidade terapia intensiva (UTI) no único hospital de Cremona.

Esta pequena cidade na região da Lombardia é o epicentro do surto do novo coronavírus na Itália – na cidade, 2.167 pessoas atualmente têm o vírus e 199 morreram.

Como muitos de seus colegas, Miranda está trabalhando em turnos de 12 horas no último mês. “Somos profissionais, mas estamos ficando exaustos. Hoje, sentimos que estamos nas trincheiras – e todos estão com medo.”

Miranda costuma fotografar e decidiu retratar a drástica situação dentro da UTI em que trabalha.

“Não quero esquecer nunca o que está acontecendo. Isso se tornará história, e, para mim, as imagens são mais poderosas que as palavras.”

Em suas fotos, ele deseja mostrar a força de seus colegas – e também sua fragilidade.

“Outro dia, do nada, uma das minhas colegas começou a gritar e pular no corredor.”

Paolo é enfermeiro em Cremona e também fotógrafo: ele está retratando a luta contra o coronavírus no hospital em que trabalha.

Há mais de 35 mil casos de infecções com o novo coronavírus na Itália.

Ela havia feito um teste e descobriu que não tinha o coronavírus.

“Ela é normalmente muito comedida, mas estava apavorada e não conseguiu conter o alívio. Ela é apenas humana.”

É um período muito difícil para Miranda e sua equipe. Mas eles se uniram, e isso ajuda.

“Às vezes, alguns de nós desmoronam: sentimos desespero e choramos porque nos sentimos impotentes quando nossos pacientes não estão melhorando”.

Quando isso acontece, o resto da equipe se aproxima e tenta fazer a pessoa em questão se sentir melhor. “Fazemos alguma piada, tentamos provocar um riso – caso contrário, perderíamos a cabeça.”

Paolo capturou um dos momentos em que a equipe se prepara para visitar os pacientes.

Mais de 3,4 mil pessoas morreram em cerca de quatro semanas na Itália.

Com mais de 41 mil casos confirmados, os médicos e enfermeiros do país – principalmente nas cidades mais atingidas do norte – estão lutando para conseguir lidar com a situação.

Trabalhando há nove anos como enfermeiro, Paolo já viu muitas pessoas morrerem.

Mas, na pandemia atual, dói ver tantas pessoas morrerem sozinhas.

“Normalmente, quando os pacientes morrem na UTI, estão cercados pela família. Há dignidade na morte. E nós estamos lá para apoiá-los, é parte do que fazemos.”

Mas, no mês passado, para evitar contágios, foi proibida a presença de parentes e amigos de pacientes internados nas UTIs. Na verdade, no cenário atual, visitantes próximos nem podem entrar no hospital.

“Estamos tratando pessoas com o coronavírus que estão basicamente abandonadas a si mesmas.”

“Morrer sozinho é algo muito feio. Não desejo a ninguém.”

O hospital de Cremona se transformou em um “hospital de coronavírus”. Só pacientes com a covid-19 são tratados ali, e todas as outras operações médicas foram suspensas.

Hoje, cerca de 600 pacientes estão sendo atendidos. Novos continuam chegando, mas não há mais leitos de UTI.

“Colocamos camas em todo lugar que pudermos, em todos os cantos dos hospitais. Está tudo muito superlotado.”

Do lado de fora da entrada, está sendo construído um hospital de campanha, que terá 60 leitos extras para tratamento intensivo. Já se sabe, porém, que este número não será suficiente.

O que vem em abundância, por outro lado, é o carinho recebido pela equipe, conta Paolo. Os profissionais do hospital em Cremona foram abarrotados de presentes.

“A cada dia que entramos no trabalho, achamos algo novo”, diz o enfermeiro.

“Pizzas, doces, bolos, bebidas… outro dia, recebemos milhares de cápsulas de café expresso. Digamos que mantemos nosso ânimo com carboidratos.”.

Os presentes dão a Paolo um pouco de conforto, mas ele nunca pode se desligar completamente do hospital.

“Quando volto para casa no final do meu turno, estou abalado. Mas quando vou dormir, acordo várias vezes durante a noite. A maioria dos meus colegas vive isso também.”

Mas essa situação está começando a ter seu preço, e Paolo se sente mais cansado todos os dias.

“Não vejo a luz no fim do túnel por enquanto. Não sei o que vai acontecer, só espero que isso acabe.”

 

 

*Sofia Bettiza/Da BBC News/Via Uol

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Maníaco do Planalto: Com 22 pessoas de sua comitiva infectadas pelo coronavírus, Bolsonaro dobra a aposta no caos

Apesar de 22 pessoas de sua comitiva estarem infectadas pelo coronavírus, Bolsonaro segue minimizando e fará novo teste.

No futuro, historiadores não buscarão explicações na história de outros presidentes da República ou chefes de Estado, para as atitudes de Bolsonaro, mas nos maníacos, psicopatas, assassinos que horrorizaram a humanidade.

A essa altura do campeonato poucas certezas se tem de Bolsonaro e do bolsonarismo, mas uma delas é a de que é um corrupto ligado à barra mais pesada da contravenção nacional. Na verdade, não se tem notícia de um miliciano com mais atividade do que o clã do Vivendas da Barra.

Se a casa 58 desse condomínio falasse, o mundo, que já trata Bolsonaro com repugnância, certamente o elegeria como um dos piores monstros da história da humanidade.

Não é retórica afirmar que Bolsonaro traz um comportamento clássico de um maníaco, um psicopata perigoso com ideia fixa. É só analisar o seu histórico e comparar com suas ações nos dias que correm. Bolsonaro se alimenta do bolsonarismo para tentar se agarrar ao poder, porque já percebeu que não tem mais.

É nítido que, diante da pandemia de coronavírus, Bolsonaro está completamente deslocado do restante de seu governo na definição de papeis, Bolsonaro não tem nenhum, está alinhado com os que propagam que a China inventou o vírus numa grande conspiração intergalática para dizimar os povos da terra, exceto os chineses.

A consequência disso é que muita gente já se infectou no Brasil por culpa de Bolsonaro.

Agora há pouco, voltando do supermercado, o único motivo que me faz sair de casa, observei uma conversa de um motorista de Uber com um lixeiro, o motorista disse que o comércio não pode parar e que a pandemia de coronavírus não é bem assim, tem muita coisa inventada. Fui obrigado a intervir dizendo que jamais contrataria seu serviço pelo pouco apreço que tem à sua vida e a dos outros. Completei dizendo ao lixeiro, não vá nessa conversa, porque a coisa é muito séria e você dobra o risco do seu trabalho que já é muito arriscado com tanta exposição na coleta de lixo. O rapaz me olhou como quem entendeu o que eu disse e o motorista do Uber se calou.

Mas quantos outros diálogos desse tipo não acontecem por aí nas ruas e redes sociais estimulados especificamente pelo comportamento de Bolsonaro? Quantos profissionais da medicina Bolsonaro está colocando em risco com o seu discurso irresponsável? É só observar quantos já morreram na Itália ou mesmo na China tentando salvar vidas?

Mas o animal continuará ruminando e mugindo estupidez pelos quatro cantos do país enquanto não for tomada a decisão de tirar dele qualquer forma de comunicação e poder.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

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A pandemia que Bolsonaro chama de histeria, já matou mais gente na Itália que na China

Jamil Chade: Número de mortes na Itália supera total de vítimas na China.

Pela primeira vez, o número de mortos pelo coronavírus na Itália supera o total já registrado na China. Nesta quinta-feira, as autoridades em Roma indicaram que 3,4 mil pessoas não sobreviveram à doença, cerca de 150 a mais que na China. Os dados confirmam a Europa como o novo epicentro da pandemia, enquanto governos da região avaliam ampliar as quarentenas em diferentes países.

Os números são anunciados no mesmo momento em que imagens são divulgadas nas redes sociais de caminhões militares sendo destacados para dar conta do volume de corpos de italianos mortos pelo vírus.

A transformação da geografia do vírus ocorre no mesmo dia em que o governo em Pequim anuncia que nenhum novo caso autóctone foi registrado. Com uma população 20 vezes superior a da Itália, a China era até a semana passada o epicentro da doença.

Mas o número de contaminados na Europa superou o da China e, agora, o número de mortes também ultrapassa o do país asiático.

No total, estima-se que 220 mil pessoas já tenham sido contaminadas no Mundo, com 9 mil mortes. Na Itália, foram 41 mil contra 80 mil na China, país com mais de 1 bilhão de habitantes.

Outra preocupação na Europa é a Espanha, com 209 novos casos de mortes em apenas 24 horas. No total, são mais de 700 mortos e 17 mil pessoas contaminadas, 3,4 mil a mais que na quarta-feira.

Enquanto a pandemia muda seu centro gravitacional, a OMS alertou hoje aos governos de todo o mundo que apenas metade deles tem padrões suficientes para lidar com infecções e que apenas 70% deles tem planos em relação ao coronavírus. Na avaliação da agência, todos os governos precisam estar preparados.

Recessão

Para o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, chegou a hora de o G-20 assumir a liderança do processo e propor medidas reais para superar a crise. Mas alertou que, diferentemente da crise de 2008, não basta colocar dinheiro nos bancos. Desta vez, são as pessoas que terão de receber apoio.

“Estamos enfrentando uma crise de saúde global diferente de qualquer outra nos 75 anos de história das Nações Unidas – uma crise que está espalhando o sofrimento humano, infectando a economia global e acabando com a vida das pessoas”, disse. “Uma recessão global – talvez de dimensões recorde – é quase uma certeza”, afirmou.

“A Organização Internacional do Trabalho (OIT) acaba de informar que os trabalhadores de todo o mundo podem perder até 3,4 trilhões de dólares em renda até o final deste ano”, disse. “Nossa família humana está estressada e o tecido social está sendo rasgado. As pessoas estão sofrendo, doentes e assustadas”, afirmou.

“Estamos numa situação sem precedentes e as regras normais já não se aplicam. Não podemos recorrer às ferramentas habituais”, completou.

 

 

*Jamil Chade/Uol

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Economia

Dia de fúria: Bolsa bate 10% de queda e é paralisada; dólar a R$ 4,80

Em plena era da revolução digital, estamos nós pobres mortais, à mercê do velho ditado: “o futuro a Deus pertence”.

Quem pode ficar tranquilo com o caos instalado nas bolsas do mundo inteiro, principalmente depois da declaração de Paulo Guedes de que ele e equipe econômica estão tranquilos?

Diante dessa violência do dinheiro contra o próprio mercado, o único remédio que os economistas têm é o deixa que eu deixo. No bom português, é o famoso, tumé, onde todos colocam a barba de molho e espera um sinal qualquer de uma luz no fim do túnel.

Mas como, se ninguém sabe a extensão da pandemia do coronavírus?

Economista não tem bola de cristal, aliás, costuma errar previsão até mesmo do passado. Bastou mover o tabuleiro do xadrez geopolítico, com a Rússia não aceitando o jogo da Arábia Saudita de reduzir a produção de petróleo, e esta, por vingança, resolveu retaliar a Rússia, abrindo as torneiras da produção de petróleo, baixando o preço do barril a nível da guerra do Golfo em 1991, pronto, o barata voa está instalado.

Não é um mero jogo de xadrez, mas um processo que se dá no segundo lance estratégico em cima de uma areia movediça, que é o coronavírus.

Se por um lado, a China vem reduzindo o número de pessoas infectadas, a Itália, por sua vez, não consegue deter o surto e a doença avança de forma galopante.

O que é a economia diante de uma tragédia humana? Nada. Nessa hora reina o empirismo, o achismo e o chutismo. Cada um chuta para onde o nariz aponta. Neste caso, prudência e caldo de galinha são o melhor remédio. É que o vemos agora com o circuit breaker na Bolsa de Valores.

Oremos, pois é a única coisa que nos resta como reles mortais.

 

*Da redação.

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Vídeo – Itália: Ao som de Bella Ciao, Manifestantes se mobilizam contra ex-premiê de ultradireita Matteo Salvini

‘Sardinhas’, como manifestantes se autointitulam, reuniram mais gente do que comício de Salvini nas eleições do Estado da Emilia-Romagna.

Um movimento espontâneo e organizado pelas redes sociais virou a pedra no sapato do ex-ministro Matteo Salvini, em um dos bastiões da esquerda na Itália, o Estado da Emilia-Romagna.

Autodenominado como “sardinhas”, o grupo assumiu a linha de frente para evitar que o popular secretário da Liga conquiste o governo da Emilia-Romagna, no norte do país, nas eleições regionais de 26 de janeiro.

A mobilização surgiu na última quinta-feira (14/11), quando Salvini abriu a campanha eleitoral de sua candidata a governadora, Lucia Borgonzoni, com um comício em uma arena de Bolonha com capacidade para 5,6 mil pessoas.

No Facebook, quatro internautas convocaram uma manifestação chamado “6 mil sardinhas contra Salvini”, que tinha como objetivo reunir mais pessoas do que o comício do ex-ministro do Interior. Os organizadores pediram que os participantes não levassem bandeiras de partidos, apenas cartazes representando sardinhas.

A manifestação ocorreu na Piazza Maggiore, a 1,5 quilômetro do evento de Salvini, e durou cerca de 20 minutos, reunindo entre 12 mil e 13 mil pessoas, o dobro do esperado.

A manifestação se repetiu nesta segunda-feira (18/111), mas em Modena, onde 7.000 indivíduos ignoraram o mau tempo para se espremer “como sardinhas em lata” em uma praça do centro da cidade.

Assim como em Bolonha, o ato desta segunda foi realizado paralelamente a um comício do ex-ministro e embalado pelo som de “Bella ciao!”, música símbolo da resistência italiana contra o nazifascismo, e do slogan “Modena não se liga”, em referência ao partido de extrema direita.

“Queríamos tocar um despertador coletivo, e isso aconteceu”, disse Mattia Santori, um dos organizadores do flash mob, na última sexta-feira (15/11). Segundo ele, o objetivo era acordar a esquerda, “que dormiu por tempo demais”. “Não queríamos chegar ao dia seguinte às eleições com todos se perguntando ‘como foi possível?'”, acrescentou.

Assista à manifestação em Modena:

 

 

*Com informações do Ópera Mundi

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No governo Bolsonaro, Brasil já perdeu R$ 3,5 bilhões no comércio com EUA e Israel

Balança comercial brasileira em 2019 é negativa com países de fora do continente alinhados ao governo de Jair Bolsonaro.

Os dois países mais alinhados ao governo de Jair Bolsonaro e com maior influência no xadrez da geopolítica mundial deram prejuízo no comércio ao Brasil até agora em 2019.

De janeiro e agosto deste ano, a balança comercial brasileira teve saldo negativo de 352 milhões de dólares e de 519 milhões de dólares, respectivamente, com Estados Unidos e Israel. No total das transações com os dois, o Brasil perdeu 871 milhões de dólares (cerca de R$ 3,5 bilhões).

Com relação a países europeus com governos nacionalistas e de extrema-direita, como Itália, Hungria, Polônia e República Checa, a diferença entre exportações e importações também é desfavorável ao Brasil. Apenas os sul-americanos “amigos” contribuem positivamente.

O país que mais se beneficiou do comércio com o Brasil foi Israel, do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, de quem Bolsonaro é aliado no Oriente Médio.

A diferença entre exportações e importações nos oito primeiros meses do ano foi de US$ 519 milhões negativos na balança brasileira. O “rombo” foi maior que o do mesmo período de 2018, quando o saldo foi de US$ 446 milhões negativos.

Em abril deste ano, o presidente esteve em Israel e, demonstrando seu apoio internacional ao país, visitou o Muro das Lamentações – um dos símbolos mais sagrados do judaísmo – ao lado de Netanyahu, algo inédito para um chefe de estado brasileiro, já que o local também é reivindicado pela Palestina.

Nesta terça-feira (17), ocorreram eleições legislativas em Israel. Até o momento, Netanyahu, do campo da extrema-direita, e seu adversário Benny Gantz, de centro-direita, estão empatados na apuração dos votos e nenhum dos dois teria capacidade para formar um novo governo.

Já os Estados Unidos, um dos principais aliados do governo brasileiro na geopolítica mundial, “lucrou” US$ 352 milhões com o Brasil até agosto. A balança comercial com os norte-americanos tem variado bastante nos últimos anos. Em 2018, nos oito primeiros meses, o valor das importações brasileiras superaram ainda mais as exportações, e o País perdeu US$ 839 milhões.

No ano anterior, em 2017, o saldo foi positivo para o Brasil: US$ 922 milhões. Já em 2015 e 2016, foram os americanos que receberam mais dólares: US$ 2,1 bilhões e US$ 543 milhões, respectivamente.

Após mais de uma década com uma política externa alinhada a países emergentes, como os do bloco BRICS (designação para se referir à Rússia, Índia, China, África do Sul, além do Brasil), o País voltou a se aproximar dos EUA com Bolsonaro no poder.

O presidente dos EUA, Donald Trump, já prometeu, por exemplo, o apoio à entrada do Brasil na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico). Em troca, o Brasil renunciaria ao status de nação em desenvolvimento na OMC (Organização Mundial do comércio)

Todos os dados são do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços e foram verificados no portal Comex Stat, site oficial do órgão para estatísticas de comércio exterior do Brasil.

Europeus alinhados ao Brasil

Na Europa, os números também mostram perdas na balança comercial com Itália, Hungria e República Checa. Respectivamente, entre janeiro e agosto, o Brasil teve “prejuízo” de US$ 503 milhões, US$ 158 milhões e US$ 226 milhões.

A Polônia é a exceção. O país do leste europeu exportou mais do que importou do Brasil, que neste caso ficou com saldo positivo de US$ 146 milhões. Apesar disso, o valor foi menor que os US$ 171 milhões de 2018. O presidente da Polônia, Andrzej Duda, se reuniu com Bolsonaro em Brasília, em janeiro deste ano, e disse que o País compartilha os “mesmos valores” de seu governo.

Saldo positivo na América do Sul

Com os países vizinhos alinhados ao governo Bolsonaro, o Brasil tem uma balança comercial favorável. Colômbia, Paraguai e Chile renderam ao País, respectivamente, US$ 1,1 bilhão, US$ 721 milhões e US$ 1,3 bilhão.

Nos últimos anos, o Brasil têm sempre exportado mais que importado para os três. Porém, com relação a Paraguai e Chile, os valores foram maiores no mesmo período do ano passado. Enquanto o saldo positivo do primeiro caiu de US$ 1,2 bilhões para US$ 721 milhões, a do segundo foi de US$ 1,7 bi para US$ 1,3 bi.

A Colômbia foi a única que passou a exportar mais do que importar neste ano, beneficiando a balança comercial brasileira. Em 2018 o “lucro” brasileiro entre janeiro e agosto havia sido de US$ 603 milhões. O salto no período foi de US$ 480 milhões.

A Colômbia, governada por Iván Duque, tem sido uma das principais aliadas do governo de Bolsonaro na América do Sul, principalmente no que diz respeito à crise político-econômica na Venezuela. Nenhum dos dois países reconhecem o governo de Nicolás Maduro e consideram o líder da oposição Juan Guaidó como o presidente interino venezuelano.

 

Lucas Baldez/terra

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O extremismo por trás do governo Bolsonaro é um projeto global

Que Bolsonaro é um trapalhão despreparado todo mundo sabe. Mas o que muita gente ainda não aceita é que existe um projeto global por trás de seu governo, extremamente bem organizado, do qual ele é só a ferramenta útil. Querem ver o exemplo da semana passada? Se liguem no que rolou na Itália.

Pano de fundo: Matteo Salvini, ministro do Interior (espécie de Casa Civil do país), é o premier de fato. Ele faz parte da Lega Nord, um partido que faz populismo com racismo e xenofobia, demonizando “comunistas” e minorias em geral. Seu principal projeto: uma lei chamada “Decreto Sicurezza”, espécie de “lei anticrime” do Moro. Basicamente uma lei jogando pra torcida, com ações inócuas e midiáticas. Soa familiar, não?

Antes de ser aprovada, a lei já fez uma vítima. Uma professora foi suspensa e teve salário cortado pela metade depois de uma batida do governo em seu colégio. Crime: “permitir” que alunos fizessem um vídeo que compara o decreto de segurança às leis raciais do fascismo.

Perseguição a professores. Soa familiar? Salvini, depois, voltou atrás, e disse que a punição era “exagero”. Sim, soa familiar.

Quem mais vem perseguindo professores e alunos, chegando ao ponto de expelir uma universidade para fora do país? Viktor Orbán, o Bolsonaro da Hungria.

Salvini, Bolsonaro e Orbán são políticos da nova onda de populismo de extrema direita. Não é coincidência que seus inimigos sejam os mesmos: professores (e jornalistas, “o comunismo”, George Soros etc). Todos estão seguindo um manual extremamente previsível de anti-iluminismo.

O projeto é criar novas oligarquias, destruir as instituições públicas e privadas e substituí-las por suas próprias instituições e amigos. Na Hungria, Orbán dá o caminho.

Seus familiares e amigos fazem negócios com o governo (Hol van Queiroz?) enquanto ele busca apoio público mirando em inimigos comuns, jogando sobretudo com o medo das pessoas em relação à segurança). Cria os fantasmas que depois diz combater. Em meio a isso, toma controle do Judiciário e sufoca a mídia usando a tática do “eles estão contra mim e só produzem fake news”. Soa familiar? Porque é.

Salvini, nesta semana, levou a Lega Nord ao topo da Europa.

A extrema -direita fez 34% dos votos nas eleições do Parlamento Europeu, resultado só alcançado por cinco partidos nos 70 anos da democracia italiana pós-guerra.

Ironicamente, entre eles, está o Movimento 5 Stelle, que venceu as eleições nacionais do ano passado esmagando os partidos tradicionais empunhando a bandeira da antipolítica. O M5S abraçou a extrema -direita Lega para formar seu governo. Salvini foi colocado no cargo de ministro do Interior pelo M5S. Do topo ao chão, o M5S fez apenas 17% nas europeias, metade do ano passado, chegando atrás também do Partido Democrático, de esquerda.

O movimento-fenômeno liderado por um comediante e que sonhava derrotar o establishment criou cuervos.

 

 

 

 

*Com informações do Intercept