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Política

A fortuna americana da família Cid

  • Irmão do tenente-coronel Mauro Cesar Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, comprou mansão de R$ 8,5 milhões nos EUA
  • Nos últimos anos, ele fez outras aquisições milionárias, incluindo uma casa na Flórida
  • Alguns dos negócios foram registrados em nome de um trust familiar, o “Cid Family Trust”
  • Daniel Cid operou “milícia digital” contra as eleições e disseminou fake news
    Polícia Federal investiga transações financeiras do clã no exterior

ARTHUR GUIMARÃES*

Quando decolou com Jair Bolsonaro rumo aos Estados Unidos, em 30 de dezembro de 2022, o então ajudante de ordens do presidente, tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, já tinha planos de esticar sua temporada em terras americanas para além de Orlando, na Flórida.

Como ele próprio contou à Polícia Federal em 5 de abril, em depoimento ao qual o Metrópoles teve acesso, a partir do último dia de dezembro Cid saiu de férias, cruzou o país e foi visitar familiares na Califórnia.

O tenente-coronel do Exército, hoje em prisão domiciliar, precisava descansar. Já investigado em diversas frentes, por distribuição de fake news, vazamento de documentos sigilosos para tumultuar o processo eleitoral e pela suspeita de operar um caixa paralelo no Planalto que servia à família Bolsonaro, ele havia tido um mês de dezembro frenético. Esteve empenhado na tentativa frustrada de resgate das joias presidenciais retidas pela Receita no aeroporto de Guarulhos e no esforço para fraudar comprovantes de vacinas, o que acabaria resultando na operação que o levou à cadeia, meses depois, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

O faz-tudo de Bolsonaro não detalhou para os policiais o restante de sua programação nos Estados Unidos, mas seu roteiro lança luz sobre um rol de propriedades milionárias compradas e registradas em nome de sua família nos últimos anos em solo americano.

A começar pelo endereço principal que seria visitado na viagem à Califórnia, uma mansão de US$ 1,7 milhão (nada menos que R$ 8,5 milhões) onde vive seu irmão, Daniel Cid, um outro personagem do clã que também que já caiu na malha da Polícia Federal e do STF por envolvimento na difusão de fake news em favor de interesses bolsonaristas.

A mansão e o “trust”

A mansão está registrada oficialmente como propriedade de um trust de nome sugestivo: “Cid Family Trust”.

A propriedade tem um grande jardim e vista para as colinas que cercam a cidade. A paisagem estonteante foi registrada pela filha de Mauro Cid em um post publicado nas redes sociais em 13 de janeiro deste ano.

No ordenamento jurídico americano, trusts são um instrumento legal que permite a proprietários de bens, sejam eles fundos de investimento ou imóveis, deixarem a tutela do patrimônio a cargo de pessoas de confiança (daí vem o nome, em inglês), que ficam a cargo de administrá-lo.

Trata-se de um modelo bastante usado, por exemplo, para blindar patrimônios de eventuais problemas judiciais e garantir sua transferência futura para quem o proprietário original indicar. Os donos reais, as pessoas físicas, não aparecem nos registros oficiais — foi preciso cruzar os dados com outras fontes para descobrir que Daniel está ligado aos negócios.

Os trusts também são uma forma de obter benefícios fiscais e, ao mesmo tempo, um recurso que figuras conhecidas da política brasileira, como o notório Eduardo Cunha, já utilizaram para garantir mais privacidade — e menos transparência, por óbvio — para suas transações.

No caso em questão, a mansão registrada em nome da Cid Family Trust fica em Temecula, cidade vinícola encravada no sul da Califórnia, a cerca de 130 quilômetros de Los Angeles.

Cinematográfica, a propriedade (veja acima galeria de fotos) foi registrada em nome do trust em 2019. Tem 438 metros quadrados de área, com cinco quartos, quatro salas e uma confortável área de lazer que inclui piscina e fireplace. Em dois documentos americanos, junto ao nome do trust aparece também o nome do irmão do tenente-coronel que era ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.

Mais propriedades

Pelo menos desde o ano de 2019, o trust da família Cid passou a ser dono, ainda, de outra casa, menor, avaliada em R$ 2,2 milhões e localizada na mesma cidade. Antes, o imóvel estava em nome de Daniel, como pessoa física. O irmão do tenente-coronel também aparece ligado a um terceiro imóvel em Temecula, vendido recentemente por ele pelo equivalente a R$ 3,3 milhões.

Segundo os registros oficiais do condado de Riverside, onde fica Temecula, foi no mês de março do primeiro ano do governo Bolsonaro que o principal bem, a mansão, foi posto em nome do trust.

A propriedade teve uma valorização considerável nos últimos anos. Sites especializados estimam que, atualmente, ela valha mais de US$ 2,2 milhões — algo próximo a R$ 11 milhões.

Nos Estados Unidos, o irmão de Mauro Cid fez, nos últimos anos, uma série de movimentações — inclusive financeiras e societárias — que chamam atenção.

 

O irmão “nerd” e a milícia digital
Até o ano passado, Daniel era apenas mais um brasileiro vidrado em tecnologia que fez carreira no setor de segurança digital na Califórnia. Quando começou a lançar mão das habilidades para ajudar Jair Bolsonaro na tentativa de fraudar as eleições e a disseminar mentiras sobre a pandemia de Covid-19, no entanto, ele entrou no radar da polícia e do STF.

Daniel Cid foi o criador e administrador do “brasileiros.social”, uma página virtual hospedada fora dos servidores tradicionais e ilustrada com a bandeira do Brasil. Foi nesse mesmo site que foi parar uma cópia de um inquérito sigiloso da PF alardeado em uma “live” pelo ex-presidente — na companhia do tenente-coronel Cid — para supostamente “provar” a manipulação do sistema eleitoral, segundo a delegada federal Denisse Ribeiro. O caso virou um inquérito que ainda tramita no Supremo.

O irmão “nerd” e a milícia digital

Até o ano passado, Daniel era apenas mais um brasileiro vidrado em tecnologia que fez carreira no setor de segurança digital na Califórnia. Quando começou a lançar mão das habilidades para ajudar Jair Bolsonaro na tentativa de fraudar as eleições e a disseminar mentiras sobre a pandemia de Covid-19, no entanto, ele entrou no radar da polícia e do STF.

Daniel Cid foi o criador e administrador do “brasileiros.social”, uma página virtual hospedada fora dos servidores tradicionais e ilustrada com a bandeira do Brasil. Foi nesse mesmo site que foi parar uma cópia de um inquérito sigiloso da PF alardeado em uma “live” pelo ex-presidente — na companhia do tenente-coronel Cid — para supostamente “provar” a manipulação do sistema eleitoral, segundo a delegada federal Denisse Ribeiro. O caso virou um inquérito que ainda tramita no Supremo.

*Mate´ria publicada com exclusividade pelo Metrópoles

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Justiça

Perícia em celular de Mauro Cid revela diálogos sobre remessas de dinheiro para o exterior

A perícia no celular do tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), revelou conversas sobre remessas de dinheiro para fora do país. Com informações do g1.

Cid é um dos alvos da Operação Venire, que investiga a inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. Ele foi preso na última quarta-feira (3) durante operação da Polícia Federal (PF).

Ao todo, os agentes cumpriram 16 mandados de busca e apreensão em Brasília, um deles na casa de Bolsonaro, e no Rio de Janeiro. Além de Cid, outras 5 pessoas foram presas.

Por meio da perícia feita no aparelho do tenente-coronel, os investigadores extraíram trocas de mensagens com o suposto operador da conta que seria do militar nos Estados Unidos. Os valores chamam a atenção e serão investigados.

A tendência, agora, é de que os investigadores solicitem a quebra de sigilo da conta, que será feito por meio do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional do Ministério da Justiça (DRCI).

O trâmite no Brasil costuma ser rápido, mas a obtenção das informações pode demorar no Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

*Com DCM

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Justiça

Anderson Torres e Mauro Cid ainda teimam em não cantar

A ser assim, não deixarão a gaiola tão cedo.

A certeza de Bolsonaro de que se reelegeria começou a desmoronar no início da segunda quinzena de setembro do ano passado. Foi quando ele se convenceu de que, na melhor das hipóteses, Lula não liquidaria a eleição no primeiro turno. Quase liquidou.

Àquela altura, Bolsonaro já decretara 100 anos de sigilo em torno do seu cartão de vacina. Se tivesse de ceder o poder, um novo governo levaria algum tempo para conferir que ele de fato não se vacinara. Quanto às joias milionárias, ele as resgataria mais tarde.

Se a eleição em segundo turno tivesse acontecido em 31 de outubro, não no dia 30, ele poderia tê-la vencido. Em Minas Gerais, Lula derrotou Bolsonaro no primeiro turno por 48,29% dos votos válidos a 43,60%.30. No segundo, por 50,20% a 49,80%.

Foi com a esperança de ser reeleito que ele incumbiu Anderson Torres, seu ministro da Justiça, da tarefa de reduzir a vantagem de Lula nos lugares onde fora bem votado. E a solução encontrada foi usar a polícia para dificultar o acesso às urnas de eleitores do PT.

Preso há quase 120 dias em um batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal, no Guará, cidade a 30 quilômetros de Brasília, Torres será, hoje, novamente interrogado pela Polícia Federal sobre o golpe de 8 de janeiro que não se limitou a um único dia.

O golpe de 64 foi tramado durante meses, mas se consumou em dois dias – 31 de março e 1 de abril. O do 8 de janeiro passou pelo dia 30 de outubro e irrompeu nas ruas em 12 de dezembro com a queima de ônibus em Brasília e o ataque à sede da Polícia Federal.

Avançou em 24 de dezembro com a desativação da bomba que poderia ter explodido um caminhão e parte do aeroporto de Brasília. E culminou com o convite aos bolsonaristas radicais para que participassem da “Festa da Selma” em 8 de janeiro.

Só fracassou porque o governo, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal reagiram a tempo. Do contrário, Bolsonaro teria sido reconduzido ao poder nos braços da extrema-direita e dos militares e a democracia revogada, dando lugar à ditadura.

Dizem os que cercam Torres que ele ainda não está disposto a contar o que sabe, por mais que esteja abalado. O mesmo acontece com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordem de Bolsonaro, também preso, envolvido na fraude do cartão de vacina.

Mauro Cid ainda confia nas articulações que faz seu pai, um general da reserva, para soltá-lo. Jura fidelidade a Bolsonaro e garante que jamais o deletará. O destino dos dois passarinhos na gaiola parece ser o de ficarem presos até que admitam cantar.

O de Bolsonaro já está traçado: a inelegibilidade por 8 anos. Dê-se por feliz se não for para a gaiola.

*Noblat/Metrópoles

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Opinião

Sombra de Bolsonaro, Mauro Cid estava sempre na cena do crime

Cenário está armado para que o tenente-coronel pague a conta em nome do capitão.

A cena marcou os debates da eleição presidencial. Nos intervalos de cada rinha televisiva, um militar subia ao palco para cochichar com Jair Bolsonaro. Era o tenente-coronel Mauro Cid, preso na quarta-feira pela Polícia Federal.

Nos estúdios de TV, o oficial fardado se destacava entre os civis. Sua presença tinha duplo significado. Simbolizava o uso da máquina na campanha à reeleição e o apoio dos quartéis ao candidato da extrema direita.

Cid foi a sombra de Bolsonaro no poder. Tenente-coronel do Exército, não se limitava às atribuições de um ajudante de ordens, como carregar papéis e atender telefonemas. Também aconselhava o chefe em assuntos políticos e eleitorais.

O militar entrou na mira da PF em 2021, ao organizar live em que o presidente fez ataques à urna eletrônica. O caso o levou a ser indiciado por vazamento de dados confidenciais. A Justiça ordenou a quebra de seu sigilo telefônico, o que daria origem a uma série de novas investigações.

A polícia descobriu que o faz-tudo de Bolsonaro trocava mensagens com extremistas que tramavam um golpe de Estado. Ele também foi indiciado por produzir desinformação sobre a vacina contra a Covid.

Mais tarde, a PF passou a investigá-lo sob suspeita de operar um esquema de caixa dois no Planalto. O dinheiro seria usado para pagar despesas pessoais do presidente e da primeira-dama.

O tenente-coronel ainda se envolveu na tentativa de liberar joias apreendidas pela Receita Federal em Guarulhos. As peças foram trazidas ilegalmente para o país e engordariam o patrimônio da família Bolsonaro. Já no governo Lula, Cid foi o pivô da crise que derrubou o comandante do Exército. Apesar da sua folha corrida, o general Júlio Cesar de Arruda insistia em nomeá-lo para comandar um batalhão em Goiás.

No caso que o levou à cadeia, Cid não agiu apenas a serviço do capitão. Também adulterou dados do SUS para a mulher e as filhas. Em mensagem interceptada pela PF, ele se gabou do próprio negacionismo. “Não vou tomar vacina mesmo. Eu e ninguém aqui em casa”, disse. Mesmo assim, mandou emitir carteirinhas falsas para que a família pudesse entrar nos EUA.

A prisão do faz-tudo criou novos riscos para o bolsonarismo. Curiosamente, o advogado escalado para defendê-lo se mostrou mais preocupado em defender o ex-presidente. A julgar por suas entrevistas, Cid seria o primeiro ajudante de ordens que, em vez de cumprir ordens, agia à revelia do chefe.

O cenário está armado para que o tenente-coronel pague a conta em nome do capitão. Cid é um arquivo vivo. Viu tudo, ouviu tudo e sempre esteve na cena do crime. A ver se aceitará o papel de bode expiatório.

Diário de um detento

A defesa de Anderson Torres diz que o ex-ministro chora todos os dias e precisa sair da cadeia. Mas não quer que ele seja transferido para um hospital penitenciário, como facultou o ministro Alexandre de Moraes.

Então ficamos combinados assim: Torres está doente demais para ficar preso e doente de menos para ser internado.

*Bernardo Mello Franco/O Globo

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Justiça

Áudios revelam Golpe de Estado foi planejado dentro do Planalto

PF encontrou mensagens no celular de Mauro Cid recebidas de Ailton Barros, ambos ex-auxiliares de Jair Bolsonaro que trabalhavam na antessala do gabinete da Presidência da República, informa a Forum.

A situação do tenente-coronel Mauro Cid Barbosa está cada vez mais complicada. A Polícia Federal (PF) encontrou áudios no telefone celular do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) enviados por outro auxiliar do ex-presidente, Ailton Barros, nos quais é tramado um golpe de Estado.

A trama teria se desenrolado na antessala do gabinete da Presidência da República, local em que Mauro Cid e Barros atuavam como ajudantes do ex-presidente. A revelação do material foi feita pela jornalista Daniela Lima, da CNN, nesta quinta-feira (4).

O teor das conversas divulgadas é bombástico. Nos áudios, Ailton fala que o golpe precisaria da participação do então comandante do Exército, Freire Gomes, ou de Bolsonaro e que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes deveria ser preso.

Teor dos áudios golpistas
A primeira mensagem foi enviada no dia 15 de dezembro por Barros a Mauro Cid.

“É o seguinte, entre hoje e amanhã, sexta-feira, tem que continuar pressionando o Freire Gomes [então comandante do Exército] para que ele faça o que tem que fazer” […] Até amanhã à tarde, ele aderindo… bem, ele faça um pronunciamento, então, se posicionando dessa maneira, para defesa do povo brasileiro. E, se ele não aderir, quem tem que fazer esse pronunciamento é o Bolsonaro, para levantar a moral da tropa. Que você viu, né? Eu não preciso falar. Está abalada em todo o Brasil.”

Barros ressalta a necessidade de Gomes ou Bolsonaro realizarem o pronunciamento comentado na mensagem de voz e destaca que seja, “de preferência, o Freire Gomes. Aí, vai ser tudo dentro das quatro linhas”.

Ele prossegue que seria necessário ter, até o dia seguinte, 16 de dezembro, pela tarde, “todos os atos, todos os decretos da ordem de operações” prontos.

“Pô [sic], não é difícil. O outro lado tem a caneta, nós temos a caneta e a força. Braço forte, mão amiga. Qual é o problema, entendeu? Quem está jogando fora das quatro linhas? Somos nós? Não somos nós. Então nós vamos ficar dentro das quatro linhas a tal ponto ou linha? Mas agora nós estamos o quê? Fadados a nem mais lançar. Vamos dar de passagem perdida?”, indaga.

Barros prossegue a descrição da trama golpista.

“Se for preciso, vai ser fora das quatro linhas”. “Nos decretos e nas portarias que tiverem que ser assinadas, tem que ser dada a missão ao comandante da brigada de operações especiais de Goiânia de prender o Alexandre de Moraes no domingo, na casa dele”, adiciona.

De acordo com a mensagem de Barros para Mauro Cid no áudio, a ideia é que na segunda-feira, 19 de dezembro, fossem lidas as portarias, decretos de garantia da Lei e da Ordem e “botar [sic] as Forças Armadas, cujo Comandante Supremo é o presidente da República, pra agir”.

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Justiça

PF diz ao STF que Mauro Cid é elo entre Bolsonaro e milicianos

Preso nesta quarta-feira (3) por integrar um esquema de falsificação de cartões de vacina que funcionaria no Palácio do Planalto, o tenente-coronel do Exército Mauro Cid é tratado pela Polícia Federal – em justificativa admitida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes – como o elo entre Jair Bolsonaro (PL) e milícias em uma conspiração política.

Na investigação sobre fraudes em atestados de vacinação, relatou a Polícia Federal ao ministro, segundo a Veja, surgiram evidências de “tratativas para execução de um golpe de estado” e “tentativa de abolição violenta” do regime democrático.

Os trechos transcritos por Moraes no mandado de prisão de Mauro Cid, por fraude em documentos do Sistema Único de Saúde, não detalham quais seriam os indícios ou provas disponíveis sobre o envolvimento dele e de Bolsonaro num plano para golpe de estado.

Indica apenas que ambos contavam com a colaboração de milícias digitais e, também, mantinham laços com uma fração do crime organizado de Duque de Caxias

(RJ), na Baixada Fluminense, “no planejamento de um golpe de Estado”.

Neste caso, Mauro Cid estaria atuando com um militar da reserva, Ailton Gonçalves Moraes Barros, “e pessoas ainda não identificadas”.

Para a polícia, “seja nas redes sociais, seja na realização de inserções de dados falsos de vacinação contra a Covid-19, ou no planejamento de um golpe de Estado, o elemento que une seus integrantes está sempre presente, qual seja, a atuação no sentido de proteger e garantir a permanência no poder”.

Acrescenta: “A milícia digital reverberou e amplificou por multicanais a ideia de que as eleições presidenciais foram fraudadas, estimulando aos seus seguidores ‘resistirem’ na frente de quartéis e instalações das Forças Armadas, no intuito de criar o ambiente propício para uma intervenção federal comandada pelas forças militares, sob o pretexto de aturarem como um Poder Moderador, com base em uma interpretação peculiar do art. 142 da Constituição Federal.”

“Os arquivos de áudio e capturas de tela de mensagens trocadas no aplicativo WhatsApp” — prossegue — “evidenciaram a arquitetura do plano criminoso pelo grupo investigado. Apesar de não terem obtido êxito na tentativa de golpe de Estado, sua atuação, possivelmente, foi um dos elementos que contribuíram para os atos criminosos ocorridos no dia 8 de janeiro de 2023.”

O relato policial foi aceito pelo juiz, que deu prazo até a segunda-feira 3 de julho para apresentação das evidências.

Ao impedir a ascensão de Mauro Cid ao comando do Primeiro Batalhão de Ações de Comando, Lula e o ministro José Múcio, no mínimo, livraram o Exército de um grande constrangimento.

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Política

Braço direito de Bolsonaro, coronel Cid fez ‘jogo duplo’ para reaver joias sauditas de R$ 16,5 milhões, revelam depoimentos à PF

Ao lidar com a Receita, Cid tomou providências que só podem ser feitas para itens com destinação pública. Já entre a equipe ligada ao gabinete presidencial, Cid tratou as joias como um presente pessoal destinado ao ex-presidente.

A análise dos depoimentos de testemunhas à Polícia Federal no caso das joias de R$ 16,5 milhões, enviadas pela Arábia Saudita e retidas pela Receita Federal, revela que o então assessor e braço direito de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid, fez “jogo duplo” para reaver o conjunto milionário e destiná-lo ao então presidente, segundo o G1.

Nos últimos dias de dezembro de 2022, no fim do governo Bolsonaro, Cid providenciou a documentação necessária para realizar um procedimento burocrático junto à Receita Federal que só pode ser feito em caso de bens com destinação pública – e não privada.

Esse procedimento era necessário para retirar o conjunto milionário da alfândega. Enquanto isso, no entanto, ele atuou internamente para que, uma vez que as joias saíssem da Receita, elas fossem para o acervo privado de Jair Bolsonaro.

O objetivo era obter a liberação de um conjunto de joias de R$ 16,5 milhões apreendido pela Receita com a comitiva oficial do governo brasileiro que havia viajado para a Arábia Saudita em outubro de 2021.

Os itens foram encontrados na mala de um assessor do Ministério de Minas e Energia e não foram declarados à Receita como item pessoal, o que obrigaria o pagamento de imposto. Por conta disso, as joias acabaram retidas.

O conjunto valioso poderia ter entrado no Brasil sem o pagamento de imposto, desde que fosse declarado como presente para o Estado brasileiro, mas, neste caso, ficaria com a União.

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Operação para resgatar joias milionárias começou com pedido de Bolsonaro, aponta depoimento de braço-direito de ex-presidente à PF

Mauro Cid, que foi ajudante de ordens do ex-presidente, foi ouvido pela Polícia Federal em 5 de abril, em São Paulo.

A tentativa frustrada de recuperação, por parte do governo federal, de joias recebidas da Arábia Saudita que estavam retidas na alfândega no Aeroporto de Guarulhos (SP) começou com um pedido de Jair Bolsonaro (PL), de acordo com depoimento prestado à Polícia Federal (PF) por Mauro Cid, que era ajudante de ordens do ex-presidente à época.

Segundo alegou Cid à PF, Bolsonaro informou a ele em meados de dezembro de 2022 sobre a existência de um presente retido pela Receita Federal e pediu que ele checasse se era possível regularizar os itens. De acordo com Cid, não houve ordem de recuperação do presente por parte do ex-presidente, mas sim uma solicitação.

Segundo Cid, esta ocasião foi a primeira vez que a ajudância de ordens acionou a Receita Federal para pedir a incorporação de bens ao ex-presidente, mas que era comum que ele buscasse presentes para Bolsonaro em todo o país.

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Saiba quem é Mauro Cid, o conselheiro no pé do ouvido de Bolsonaro no caso das joias

O ex-ajudante de ordens foi designado para tentar reaver as joias dadas ao então presidente pela Arábia Saudita e apreendidas pela Receita Federal.

Segundo O Globo, no dia 1º de julho de 2021, o então presidente Jair Bolsonaro começava uma das suas tradicionais lives semanais no Palácio da Alvorada com uma dica a seus apoiadores. Na transmissão, fez uma recomendação de um livro que nunca chegou a abrir, mas foi lido por seu ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, que destacou alguns trechos que julgava ser interessantes. Bolsonaro gostou do que viu e citou uma passagem sobre a ingratidão na política, fazendo uma referência indireta à infidelidade de ex-correligionários.

Na sequência, vociferou contra uma notícia selecionada por Cid sobre uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de investigar uma organização criminosa suspeita de espalhar notícias falsas. O tema estimulou o mandatário a lançar dúvidas infundadas sobre o sistema eleitoral, acusação que, mais tarde, colocou Bolsonaro na própria mira do inquérito. O fiel escudeiro assistia à cena atrás das câmeras.

De forma discreta, o tenente-coronel, de 43 anos, foi uma presença constante ao lado de Bolsonaro durante os quatro anos de governo. O militar da ativa ganhou a confiança ao assumir funções que iam além de carregar a mala e o celular do chefe. A maior evidência disso ocorreu no fim do ano passado, quando Cid tentou reaver as joias dadas pelo governo da Arábia Saudita e apreendidas pela Receita Federal — o presente seria incorporado ao acervo pessoal do então presidente.

Pessoas próximas a Bolsonaro dizem que o ajudante de ordens teria convencido o chefe de que a operação daria certo. A investida atabalhoada pode levar o antigo ocupante do Palácio do Planalto a responder a mais uma investigação.

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Política

Ajudante de ordens do Planalto se envolveu em outras polêmicas de Bolsonaro, além do caso das joias; veja quais

Pelo ex-presidente, o assessor direto já foi denunciado, teve complicações por interferências, atos antidemocráticos e até “demissão”.

De acordo com O Globo, as tentativas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de reaver as joias avaliadas em R$ 16,5 milhões apreendidas pela Receita Federal trouxeram novamente à tona o trabalho do ajudante de ordens e tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid. O ajudante de ordens é um secretário particular em tempo integral, uma espécie de braço direito do presidente, um faz tudo: carrega celulares, recepciona visitas, anota as demandas e atende pedidos pessoais do chefe do Executivo.

No caso de Cid, o papel dele extrapolou suas funções, tornando-se um conselheiro de Bolsonaro, o que chegou a causar ciumeira no Palácio do Planalto. Cid é um dos integrantes da equipe que viajou com ex-presidente para os Estados Unidos, dois dias antes de terminar o mandato.

A proximidade com Bolsonaro fez Cid participar dos “rolos” do ex-presidente e acabou sendo alvo de pedido de indiciamento da Polícia Federal e convidado a prestar depoimento no inquérito dos atos antidemocráticos.

Confira abaixo os principais “rolos” do tenente-coronel Mauro Cid.

Joias

O ajudante de ordens foi autor do ofício entregue por um assessor dele, o sargento da Marinha Jairo Moreira da Silva, no dia 29 de dezembro de 2022, no escritório da Receita Federal do Aeroporto de Guarulhos, para tentar reaver as joias que seriam presente do governo da Arábia Saudita a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

As câmeras de segurança registraram o momento em que Jairo fala com o supervisor da alfândega em Guarulhos. Na gravação é possível ver que o militar liga para Mauro Cid e chega, inclusive, a tentar passar o telefone para o auditor da Receita, para que o assessor de Bolsonaro negocie ele mesmo a liberação das peças. O auditor, então, diz que não pode falar ao telefone e explica o procedimento oficial para liberação de objetos apreendidos. Depois de novas tentativas infrutíferas, o assessor do braço direito de Bolsonaro vai embora.

A relação do ajudante de ordens no caso é um dos pontos que pode comprovar que o ex-presidente sabia e também atuava para tentar ficar com o estojo com colar, anel, par de brincos e um relógio de diamantes da marca Chopard.

Atos antidemocráticos

Em 2020, Mauro Cid foi chamado para prestar depoimento no inquérito dos atos antidemocráticos aberto pelo STF, após a Polícia Federal encontrar mensagens trocadas entre o ajudante de ordens e o blogueiro Allan dos Santos. Santos havia escrito que era a favor da intervenção das Forças Armadas, e Cid respondeu: “Opa”, o que foi o suficiente para ser chamado para depor.

Informações falsas

O braço direito de Bolsonaro também foi alvo de pedido de indiciamento da Polícia Federal (PF), junto com o ex-presidente. Segundo a PF, eles cometeram o delito de incitação a crime sanitário por estimular as pessoas a não usarem máscaras. O inquérito foi aberto a pedido da CPI da Covid por causa de uma “live” na qual o ex-presidente fez uma associação falaciosa entre o uso da vacina contra o coronavírus ao vírus da Aids. Cid foi apontado como responsável pela produção do material divulgado pelo presidente.

O relatório final da PF foi encaminhado ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, mas deve ser analisado agora na primeira instância porque Bolsonaro perdeu o foro privilegiado ao deixar a Presidência.

Pagamentos em dinheiro vivo

Investigações sob o comando do STF apontam que Mauro Cid pagava contas do clã presidencial em dinheiro vivo. Entre as contas pagas pelo ajudante de ordens, estão faturas de cartão de crédito adicional emitido no nome de Rosimary Cardoso Cordeiro, funcionária do Senado Federal e amiga próxima de Michelle. A investigação, que corre sob sigilo, apontou que era Michelle quem usava o cartão adicional de Rosimary, o que foi reconhecido por Bolsonaro.

Mauro cid é suspeito de operar “caixa paralelo” nos saques de recursos dos cartões corporativos. A Polícia Federal, que conduz a investigação, aponta que parte dos recursos usados vinha de saques dos cartões corporativos do governo. Os investigadores mapearam saques e pagamentos feitos por Cid na agência do Banco do Brasil que funciona no Planalto.

Elo com apoiadores radicais

A mesma investigação aponta ainda que Cid atuava como elo entre Bolsonaro e apoiadores radicais que organizavam a “militância bolsonarista nas redes”. O blogueiro Allan dos Santos, que teve a prisão decretada por Moraes e vive nos Estados Unidos, é um dos nomes apontados como contatos mais frequentes do ajudante de ordens do ex-presidente.

Bolsonaro também aparece como interlocutor em mensagens e teria gravado áudios que indicam que ele tinha conhecimento de que seu Mauro Cid era quem dava as ordens ao “exército digital” nas redes.

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