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“tenho que ficar na sombra”, diz Dallagnol, na clandestinidade, promovendo abaixo-assinado pela prisão Lula

Procurador da Lava Jato colocou colega como “laranja” para dar ordem a ONG e criar ação contra decisão do STF que poderia garantir liberdade a Lula. Pouco mais de uma semana depois, ex-presidente foi preso.

O ódio e o desejo de ver o ex-presidente Lula atrás da grade nutrido por Deltan Dallagnol foi muito além de um Power Point mal feito apresentado à imprensa. Novas conversas divulgadas nesta segunda-feira (12) pelo site The Intercept revelam que o procurador chefe da Lava Jato agia “nas sombras” para mobilizar grupos de direita, criando campanhas para pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) em qualquer decisão que pudesse beneficiar o líder petista.

Oito dias depois do STF conceder a Lula salvo-conduto para que ele, já condenado em segunda instância no caso do triplex do Guarujá, não fosse preso até o julgamento de seu habeas corpus preventivo, marcado para 4 de abril de 2018, Dallagnol acionou a procuradora Thaméa Danelon mandado que ela entrasse em contato com movimentos de direita para criar abaixo-assinado a favor da prisão em segunda instância.

“Se Vc topar, vou te pedir pra ser laranja em outra coisa que estou articulando kkkk”, gracejou Dallagnol, em março de 2018, para a procuradora, antes de fazer o pedido.

“Um abaixo assinado da população, mas isso tb nao pode sair de nós… o Observatório vai fazer. Mas não comenta com ng, mesmo depois. Tenho que ficar na sombra e aderir lá pelo segundo dia. No primeiro, ia pedir pra Vc divulgar nos grupos. Daí o pessoal automaticamente vai postar etc”, ordenou o procurador.

O Observatório Social é uma organização de atuação nacional sediada em Curitiba que se diz “em favor da transparência e da qualidade na aplicação dos recursos públicos”

Satisfeito com a repercussão, Dallagnol escreveu a Danelon: “Temos que cuidar pra não parecer pressão. Se não estivéssemos na LJ, o tom seria outro kkkkk. Ia chutar o pau da barraca rs. Depois chutava a barraca e eles todos tb kkk”. A procuradora subiu vários tons. “Eu colocava todos na barraca e metralhava kkkk”.

O abaixo-assinado criado pela “Ong” foi divulgado por Dallagnol em suas redes sociais um dia depois. Pouco mais de uma semana depois, no dia 7 de abril de 2018, Lula foi preso pela Lava Jato, com direito a comemoração de Moro e de procuradores da força-tarefa.

https://www.facebook.com/deltandallagnol/posts/1730559550321080

 

 

*Com informações da Forum

 

 

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Moro fez doação para ONG que é mantida por empresa envolvida na Lava Jato

Não bastasse o fato do ex-juiz não ter incluído a palestra na sua declaração, entre os mantenedores da ONG está, justamente, a CCR Rodonorte, que fez acordo de leniência com a Lava Jato.

Doação não tem carimbo. Em 2016, a ONG Pequeno Cotolengo do Paraná recebeu, a pedido de Sergio Moro, 10 mil reais a título de doação do Grupo Sinos, por palestra do então juiz.

Entre os mantenedores da ONG dedicada ao acolhimento de pessoas com múltiplas deficiências está a CCR Rodonorte.

A Rodonorte é velha conhecida da Lava-Jato. Em 2018, a força-tarefa autorizou a prisão de 19 pessoas envolvidas em esquemas de corrupção, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, estelionato e peculato na administração das rodovias federais no Paraná.

Entre as enroladas, de acordo com o Ministério Público Federal, intermediadores, agentes públicos e nomes ligados a seis concessionárias que administram o Anel de Integração do Paraná – Econorte, Ecovia, Ecocataratas, Rodonorte, Viapar e Caminhos do Paraná. As informações são do Ministério Público Federal (MPF) no Paraná.

Neste ano, a Lava-Jato firmou acordo de leniência no valor de 750 milhões de reais com a Rodonorte. No acertado, a concessionária admite o pagamento de propinas em troca da obtenção de modificações contratuais que beneficiaram a empresa desde o ano 2000. A informação à época foi divulgada pelo MPF.

Não é só. Neste ano, Rosângela Moro doou seu tempo ao dedicar uma palestra ao Compliance Day, evento organizado pela Pequeno Cotolengo. Ela não cobrou cachê. O tema foi: “Integridade nas Organizações da Sociedade Civil”.

 

 

*Com informações do DCM