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Traindo Moro, Bolsonaro decide que Coaf deve ficar com Paulo Guedes

Um dia depois das manifestações fascistas em que Jair Bolsonaro convocou seus apoiadores para atacar o Congresso e o Judiciário, ele próprio demonstra que tudo não passou de uma gigantesca farsa ao trair o seu ministro Sergio Moro; o porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, afirmou que o presidente é favorável a que o Senado mantenha o Coaf sob o comando do Ministério da Economia; bolsonaristas foram massa de manobra de um presidente que não tem compromisso com a agenda de Sergio Moro.

O porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, afirmou nesta segunda-feira (27), que o presidente Jair Bolsonaro é favorável a que o Senado mantenha a reforma administrativa da forma como foi aprovada pela Câmara dos Deputados na semana passada, ou seja, que o Coaf fique sob o comando do Ministério da Economia, e não com Moro.

A declaração acontece um dia depois das manifestações convocadas por Bolsonaro para atacar o Congresso e o Judiciário, tendo como uma das pautas a manutenção do órgão sob o comando de Moro. Enquanto Bolsonaro bravateia que é “preciso ouvir a voz das ruas”, os seus apoiadores se transformam em massa de manobra de um presidente que não tem compromisso com a agenda que ele diz defender.

O Senado deve votar o tema nesta terça-feira (28). O líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP), mantém o discurso pela manutenção do órgão com Moro. Líderes do governo também já fizeram um apelo para que o Senado aprove o texto da Câmara e evite que a medida provisória da reforma administrativa perca a validade no próximo dia 3.

Rêgo Barros acrescentou que o presidente “confia plenamente” na condução da pauta no Senado pelo presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para que “os eventos relativos a medida provisória possam ser mais prontamente possível confirmados”.

 

 

 

 

 

 

*Com informações do 247

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Governo enfraquecido e popularidade em queda, agora é fortalecer o dia 30 de maio e a greve geral em 14 de junho

Agora é a vez do vermelho. Passadas as manifestações fascistas e antidemocráticas, é hora da preparação para as manifestações em defesa da educação, no dia 30 de maio e engatar uma quinta para a greve geral do dia 14 de junho.

Ainda que o bolsonarismo se encontre numa curva descendente, como mostram as ruas e as pesquisas de opinião, cabe reconhecer que o país continua polarizado, cinco meses depois da posse de um presidente eleito com 57 milhões de votos.

Em função de uma escandalosa incapacidade política para apontar anunciar qualquer saída crível para as grandes mazelas do país — desemprego, pobreza crescente — Bolsonaro passa dificuldades no Congresso, é alvo de críticas duras na mídia de maior credibilidade. Também assiste ao afastamento de lideranças militares que lhe deram sustentação na campanha e de aliados políticos indispensáveis para sua chegada ao Planalto. Mesmo as minúsculas parcelas de artistas e intelectuais que lhe davam apoio querem distância.

Enquanto isso, em 15 de maio o país assistiu a um dos grandes protestos políticos da década, contra o programa de destruição do ensino público preparado pelo ministro da Educação, o segundo a ocupar o posto em menos de seis meses. O novo curso não para aqui.

Unidas pela primeira vez na história, em 14 de junho dez centrais sindicais irão às ruas para promover uma greve geral contra a privatização da Previdência, pilar de um projeto de demolição do estado de bem-estar social. Todos sinais disponíveis indicam que se pode prever uma mobilização ainda maior do que a paralisação que levou o governo Temer a arquivar sua própria versão de reforma da Previdência. Antes disso, na próxima quinta-feira, a UNE convoca os estudantes para uma nova paralisação.

Dias atrás, sentindo o risco de um fracasso retumbante na tentativa de privatizar a Previdência, prioridade absoluta dos mercados que sustentam Bolsonaro, numa chantagem clássica Paulo Guedes já ameaçou pedir o boné. Não foi capaz de mobilizar, sequer, o coral de hipócritas profissionais que costumam entoar juras de amor eterno nessas horas.

O protesto de hoje nasceu de uma iniciativa defensiva de Bolsonaro após o dia 15. Como resposta às mobilizações ele divulgou o tenebroso documento no qual se define uma “ruptura institucional” como “inevitável” e “irreversível”. Em seguida, voltou a dizer que a “classe política” é responsável pelas mazelas do país. Receoso de um fracasso dos aliados, mais tarde Bolsonaro passou a simular um distanciamento fictício diante de lideranças que traduzem um inaceitável esforço de agressão à democracia e às garantias constitucionais — prato de resistência de seus 30 anos de vida parlamentar.

Se o enredo de hoje indica a persistência de um país dividido e polarizado, estudantes, trabalhadores e a população explorada estão fazendo sua parte, exibindo disposição para retornar as ruas, para assegurar a defesa da democracia e seus direitos.

A prioridade absoluta está aqui. Envolve o protesto estudantil desta quinta-feira, 30 de maio, ponto de encontro para a greve geral de 14 de junho. Mais uma vez, o caminho aponta para a mobilização e a luta.

 

 

 

 

*Paulo Moreira Leite

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Protestos a favor: Capitão assustado, direita rachada e país em ponto morto

Em sua primeira viagem ao nordeste, o capitão presidente parecia um homem assustado, acuado, sem norte.

De quem ou do que ele tem tanto medo, sempre olhando para o chão ou para os lados?

Pelo seu semblante sempre cansado, dá a impressão de não dormir direito, apesar de ter uma arma ao lado da cama, como já contou.

Neste sábado de véspera das manifestações de protesto a favor do governo, que ele mesmo incentivou nas redes sociais, e depois desistiu, o país vive um estranho clima de calmaria nas ruas e nas redes sociais.

Agora não temos mais nós contra eles, nem eles contra nós, mas eles contra eles, devorando-se uns aos outros num ritual macabro.

Mal saiu do armário, e a direita já está mais rachada do que a esquerda, acreditem.

Frotas e Janaínas, olavetes e milicos, ministros e herdeiros, estão todos se estranhando.

Ficou tudo muito estranho desde que esta seita esquisita assumiu o poder.

Muita gente, arrependida ou envergonhada, simplesmente parou de falar de política.

Em São Paulo, são os velhos malufistas e os ex-tucanos que, na falta de outra opção conservadora, embarcaram na canoa do capitão, sem saber direito de quem se tratava.

Hoje, parecem tão assustados quanto o próprio, com o rumo que as coisas tomaram, deixando o país em ponto morto, com viés de baixa.

Os chamados “quatrocentões” das tradicionais famílias paulistas ficaram órfãos, depois que até o Estadão velho de guerra passou a esculhambar diariamente o governo Bolsonaro, que ajudou a eleger.

Restaram unicamente os reacionários mais trogloditas e marombados para defender a “nova ordem”, não com argumentos, mas na base de ameaças, agora que as armas foram liberadas.

Do outro lado da calçada, o que sobrou da esquerda também não sabe mais o que falar nem para onde ir, depois de esgotados todos os xingamentos.

Vivemos um tempo de completa anomia social.

No mesmo dia, Paulo Guedes, o todo poderoso ministro da Economia, ameaça pedir o boné se a reforma dele não passar, e depois jura “total compromisso” com o projeto de Bolsonaro.

Os dois acenam com o apocalipse, caso o Congresso não aprove logo a “reforma do trilhão” _ nem mais nem menos, não importa como.

A figura mais patética nesta encenação mambembe é a do ex-juiz Sergio Moro, que Brasília tratou de amansar em seu devido lugar, sem choro nem vela.

Nem vamos falar das outras tristes e patéticas figuras deste governo.

Pobres editores e colunistas da imprensa, que já não encontram mais sinônimos para descrever o total desmantelo dos três poderes, anulando-se um ao outro.

Sem projetos nem ideias para romper o marasmo geral, discute-se o varejo das miudezas, seguindo os passos errantes do capitão, que está deixando seus generais assombrados.

Basta ver a cara desconsolada do general Heleno, que não acredita no que está vendo e ouvindo, e do inoxidável general porta-voz ao tentar explicar o que o capitão queria dizer, também com olhos arregalados.

Com o vice general Mourão em sorridente vilegiatura pela China, não temos nem o contraponto para animar as discussões.

Bolsonaro teve o mérito de revelar uma cara do Brasil que a gente fingia não ver, moldada pela profunda ignorância e intolerância, capaz de assustar o mundo civilizado.

Amanhã saberemos quantos são os idiotas úteis ou inúteis que irão às ruas, os “patriotas” de verde-amarelo, as “pessoas de bem”, que ainda acreditam nesta pantomina.

Para distrair a platéia, teremos logo mais o casamento do filho 02, com pompa e circunstância, fazendo a festa das colunas sociais da nova ordem unida.

Que fim levou aquele Brasil cheio de si que tinha vergonha na cara e acreditava no futuro?

Sem querer ser nostálgico, mas ando com uma saudade danada do Brasil sem sair do Brasil.

Quando a segunda-feira chegar, aconteça o que acontecer no domingo, nada será diferente.

É tudo muito triste o que estão fazendo com nosso país.

E vida que segue.

 

 

 

 

 

*Ricardo Kotscho/247

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Vídeo de Bolsonaro ironizando japoneses por ‘tamanho do pênis’ viraliza

Ao comentar sobre a possibilidade da reforma da Previdência não ser aprovada como o governo deseja, Jair Bolsonaro voltou a ser preconceituoso em relação aos japoneses, dizendo que “se for uma reforma de japonês, ele vai embora. Lá (no Japão), tudo é miniatura”, declarou nesta sexta-feira (24), em Petrolina (PE)

“Se não tiver reforma, ele (Paulo Guedes) tem que ir para a praia. Não precisa mais de ministro da Economia. Vai fazer o que em Brasília?”, questionou Bolsonaro, segundo a Folha de S. Paulo.

Há poucas semanas, no aeroporto de Manaus, Bolsonaro havia ridicularizado um estrangeiro de origem asiática, dizendo: “Tudo pequenininho aí?”. Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, compartilhou o vídeo, que viralizou nas redes sociais.

 

https://youtu.be/kxwSdVYPEmQ

 

 

 

 

 

*Com informações do 247

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Bolsonaro responde a Paulo Guedes: “Ninguém é obrigado a continuar como ministro”

Após o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmar que “pego um avião e vou morar lá fora” caso a reforma da Previdência não seja aprovada nos moldes em que foi encaminhada ao Congresso Nacional, o presidente Jair Bolsonaro, que está em viagem a Pernambuco, disse que “ninguém é obrigado a continuar como ministro”.

“Ninguém é obrigado a continuar como ministro meu. Logicamente, ele tá vendo uma catástrofe e é verdade, concordo com ele, se nós não aprovarmos uma reforma realmente muito próxima a que nós enviamos para o parlamento. Paulo Guedes não é um vidente e nem precisa ser pra entender que o Brasil será um caos econômico sem a provação dessa reforma”, disse Bolsonaro.

Mais cedo, durante reunião do Conselho Deliberativo da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), na capital pernambucana, Bolsonaro fez um apelo para que os governadores do Nordeste apoiem a reforma previdenciária, rejeitada pela maioria dos brasileiros.

“Faço um apelo aos senhores governadores do Nordeste. Nós temos um desafio pela frente, que não é meu, é também dos senhores governadores e senhores prefeitos, independentemente da questão partidária, é a reforma da Previdência, sem a qual não podemos sonhar em botar em prática parte do que nós estamos acertando aqui neste momento”, disse antes de embarcar para Petrolina, no Sertão do Estado.

 

 

 

 

 

*Com informações do 247

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É bom ir arrumando as malas: Paulo Guedes ameaça ir embora do Brasil se a reforma da Previdência não for aprovada como ele quer

“Se eu sentir que o presidente não quer a reforma … pego o avião e vou morar lá fora”, afirmou Guedes.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou, em matéria publicada na Veja, nesta sexta-feira (24), que deixa o governo caso a reforma da Previdência não seja aprovada.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou, em matéria publicada na Veja, nesta sexta-feira (24), que deixa o governo caso a reforma da Previdência não seja aprovada.

“Se só eu quero a reforma, vou embora para casa. Se eu sentir que o presidente não quer a reforma, a mídia está a fim só de bagunçar, a oposição quer tumultuar, explodir e correr o risco de ter um confronto sério… pego o avião e vou morar lá fora.”

As ameaças de Guedes, no entanto, não param por aí. Os recursos que foram temporariamente bloqueados em diversas áreas do governo, como na educação, poderão ser liberados caso a reforma da Previdência seja aprovada e a economia apresente sinais de recuperação.

“Estamos tendo de rever as previsões que eles deixaram contingenciando gastos. Isso quer dizer que as Forças Armadas param em setembro. E as universidades, em agosto ou julho. Não vai ter dinheiro. Se a gente fizer as reformas, a economia vai retomar o crescimento e as receitas vão voltar. Aí, podemos fazer uma aposta no futuro e descontingenciar vários desses cortes.”

Já com relação ao desempenho do Governo, o Posto Ipiranga do presidente Jair Bolsonaro (PSL-RJ) avalia que as coisas poderiam ter ido melhor em seus primeiros meses.

“De zero a 10, dou 7… 7,5. O governo está excepcional? Não. Se na política tivéssemos conseguido fazer rápido a aliança entre centro e direita, se vocês, da imprensa, tivessem feito a sua parte, explicando para todo mundo entender, poderia ser 10”.

 

 

 

 

 

*Com informações da Forum

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Paulo Guedes e Bolsonaro querem os pobres da porta para fora

Em discurso para cerca de 30 empresários reunidos na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Guedes diz que a Constituição provocou gastos excessivos na área social.

Num pacto entre a mídia, a escória, o dinheiro e o judiciário para a restauração neoliberal, Paulo Guedes é a ponta de lança.

Qual solução Bolsonaro e Guedes encontraram?

Exilar os pobres dentro do próprio país.

Os manuais dos “cidadãos de bem” contemplam esse muro entre os muito ricos e os pobres.

Na verdade, Guedes e Bolsonaro estão garantindo que a área social do governo seja um peso morto para que a tropa de ocupação encontre caminho livre para demolição social, como tem sido feito nos programas Mais Médicos, Minha Casa Minha Vida e Bolsa Família.

É essa a pedagogia do governo Bolsonaro.

É um passo meticulosamente estudado.

E não é só isso, os interesses dominantes triunfarão nesse governo.

O sonho de um Brasil no qual caiba por inteiro o povo, acabou.

Guedes e Bolsonaro querem os pobres da porta para fora, do lado de fora da democracia, da dignidade e da civilização.

 

 

 

*Por Carlos Henrique Machado – Músico, compositor e pesquisador da música brasileira

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Paulo Guedes diz que o grande mal do país é o ‘gasto excessivo’ com social

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse a uma plateia de empresários da Fiesp, em São Paulo, que a Constituição Federal provocou “gastos excessivos” na área social e que a inclinação social-democrata adotada pelos últimos governo, “do ponto de vista técnico” se tornou obsoleta.

Enquanto a população enfrenta a falta de médicos, medicamentos, escolas sucateadas e a falta de equipamentos para a segurança pública, o ministros afirma foi excessivo.

“Com a Constituição viemos a gastar mais na área social e passamos 30 anos investindo com uma ênfase maior na plataforma social-democrata, que é uma plataforma do ponto de vista técnico mais obsoleta”, destacou.

Guedes ainda aproveitou para dizer que o grande mal do país é o sistema de repartição e a legislação trabalhista, que levou ao excesso de gastos pelo Estado brasileiro.

“São 40 anos de excessos de gastos públicos financiados pela reciclagem dos petrodólares do governo [militar de Ernesto] Geisel. O resultado foram crises cambiais recorrentes que até hoje cobram o preço. Foram quase US$ 400 bilhões em reservas para conter crises cambiais”, afirmou Guedes.

Vale lembrar que a desigualdade de renda dos brasileiros atingiu o maior patamar já registrado no primeiro trimestre de 2019. Segundo pesquisa do estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/IBRE), o índice que mede a desigualdade vem subindo consecutivamente desde 2015, e atingiu em março o maior patamar desde o começo da série histórica, em 2012.

O índice de Gini, indicador da desigualdade, mostra que o Brasil ficou em 0,6257 em março. A escala é de 0 a 1 – sendo que, quanto mais próximo de 1, maior é a desigualdade.

 

 

 

 

*Com informações do 247

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Paulo Guedes diz: Privatização dos ‘peixes grandes’ começará em breve

Com as mãos, Paulo Guedes mostra o tamanho do problema que está criando.

Com Reuters – O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira (22) que as privatizações durante o governo Jair Bolsonaro chegarão “aos peixes grandes”. É a concretização do projeto de liquidação do patrimônio nacional. “Está tudo sendo preparado”, assegurou Guedes. O primeiro “peixe grande” a ser entregue será anunciado já nesta quarta-feira, quando a Petrobrás comunicar o início da privatização da BR Distribuidora.

“Por enquanto não tem peixe grande, só coisinha pequena aqui, concessões ali. Daqui a pouco vão entrar os grandes, nós vamos começar os grandes também. Está tudo sendo preparado”, disse sem citar quais empresas estariam na mira das privatizações.

O ministro fala com orgulho do fato de entregar o patrimônio dos brasileiros: “Tínhamos botado uma meta de US$ 20 bilhões de privatizações este ano — queríamos aí R$ 80 bilhões, quase R$ 100 bilhões — e já privatizamos US$ 11 bilhões, mais da metade em menos da metade do tempo”.

Guedes sustenta o falacioso discurso de que os recursos obtidos com as privatizações serão empregados no pagamento da dívida pública, mas o dinheiro arrecadado não irá interromper a festa dos bancos e rentistas, que sangram o Tesouro Nacional há décadas. No anúncio dos “peixes grandes” ele informou que os pagamentos de juros da dívida deverão chegar a R$ 360 bilhões neste ano. Ele compara o valor arrecadado ao pagamento dos juros, mas o fato é que o dinheiro auferido não terá o condão de reduzir o volume da dívida. Enquanto Guedes fala com orgulho da venda de R$ 100 bilhões, a dívida pública federal, que inclui os endividamentos do governo dentro do Brasil e no exterior R$ 3,877 trilhões, segundo a Secretaria do Tesouro Nacional.

 

 

 

 

 

*Com informações do 247

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Paulo Guedes admite: “Estamos no fundo do poço”, mas quem cavou o buraco?

O falso profeta admite o fracasso atual, mas o mergulho depressivo começa com Dilma e atende ao recado popular: quanto mais cai, mais afunda.

Anunciam os analistas do mercado em seus boletins: o Ministério da Fazenda reduz projeção do PIB de 2019 de 2% para 1,5%. No mesmo diapasão, o ministro Paulo Guedes encerrou seu depoimento na Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional com uma angustiada proclamação: “A realidade é que estamos no fundo do poço”.

Paulo Guedes joga todas as fichas na reforma da Previdência. Feita a reforma, nos moldes propostos pelo governo, o Brasil retoma o crescimento. Digo, sem ironia: no crepúsculo dos 76 anos, auguro que o sonho do ministro alcance a felicidade dos meus filhos. Dos meus, dos seus, dos nossos.

Desde os anos 80 do século passado, os governos do mundo e seus súditos estão empenhados em reformar os sistemas de proteção social para conter os efeitos indesejáveis sobre os déficits e a dívidas públicas. Solapadas pelas transformações geoeconômicas, tecnológicas e laborais, as reformas são reformadas de tempos em tempos. A experiência do capitalismo internacional deveria ter ensinado que não há bala de prata para derrotar o irrequieto dragão que ameaça deglutir as finanças públicas.

O poço de Paulo Guedes começou a ser cavado com esmero e persistência na posteridade das eleições de 2014. A presidenta eleita convocou Joaquim Levy para os trabalhos de perfuração com as ferramentas, pás, enxadas e picaretas, oferecidas pelos operadores do mercado financeiro e recomendadas pelos senhoritos da mídia e da academia.

O mergulho depressivo iniciado entre os estertores de 2014 e a crisálida de 2015 pode ser apresentado como um exemplo do fenômeno que as teorias da complexidade chamam de “realimentação positiva” ou, no popular, “quanto mais cai, mais afunda”.

A interação entre a subida da taxa de juros, a desvalorização do real, o corte dos investimentos públicos e o choque de tarifas determinaram a elevação da inflação em simultâneo à contração do nível de atividade e daí à restrição do crédito. O encolhimento do circuito de formação da renda levou, inexoravelmente, à derrocada da arrecadação pública.

A combinação entre choques negativos de oferta e seus efeitos sobre a renda agregada da economia suscitou um processo de “realimentação positiva” decorrente das reações de autoproteção das empresas, bancos e consumidores, estes ameaçados pelo desemprego.

As fábricas se encharcam de capacidade ociosa. Endividadas, as empresas são constrangidas a ajustar seus balanços diante das perspectivas de queda da demanda e do salto do serviço da dívida. Para cada uma delas era racional dispensar trabalhadores, funcionários, assim como, diante da sobra de capacidade, procrastinar investimentos que geram demanda e empregos em outras empresas. Para cada banco individualmente era recomendável subir o custo do crédito e racionar a oferta de novos empréstimos.

Os consumidores, bem, os consumidores reduzem os gastos. Uns estão desempregados e outros com medo do desemprego. Assim, o comércio capota, não vende e reduz as encomendas aos fornecedores que acumulam estoques e cortam ainda mais a produção. As demissões disparam. A arrecadação míngua, sugada pelo redemoinho da atividade econômica em declínio. Isso enquanto a dívida pública cresce sob o impacto dos juros reais em queda, mas ainda mais elevados que a taxa de crescimento da economia.

 

 

 

 

*Com informações da Carta Capital