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PF identifica elo entre blitze da PRF e plano golpista de Bolsonaro

PF inclui um sétimo núcleo à organização golpista, este dedicado à “alteração criminosa do resultado das eleições presidenciais”.

A Polícia Federal (PF) revelou um elo entre a ação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para obstruir o direito ao voto de eleitores do Nordeste durante o segundo turno das eleições de 2022 e o plano golpista supostamente articulado por Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados. As informações foram divulgadas por Aguirre Talento, do UOL, que teve acesso ao relatório final do inquérito enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao procurador-geral da República, Paulo Gonet.

O documento, que embasou o indiciamento do ex-ministro da Justiça Anderson Torres e do ex-diretor da PRF Silvinei Vasques, descreve ações coordenadas para criar barreiras ilegais no dia da eleição. Segundo a PF, essas operações estavam dedicadas à “alteração criminosa do resultado das eleições presidenciais” e faziam parte de uma organização criminosa articulada em torno do plano de golpe que buscava impedir a vitória do presidente Lula (PT).

Blitze e intimidação de eleitores no Nordeste – As blitze realizadas pela PRF, principalmente na Bahia — estado onde Lula obteve votação expressiva —, foram descritas pela PF como ações orquestradas sob ordens diretas de Anderson Torres. O relatório cita que Torres pressionou as forças de segurança a intensificar o policiamento em regiões estratégicas para o resultado eleitoral. “Houve uma atuação orquestrada deliberada pelo ministro da Justiça, empregando recursos materiais e humanos do Ministério da Justiça, da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal como força armada para criar óbices e intimidação aos eleitores do Nordeste”, destaca o texto.

Segundo o relatório, a operação ilegal utilizou a PRF como ferramenta de intimidação, com a finalidade de desestimular o comparecimento às urnas de eleitores no Nordeste, região que historicamente concentra um forte eleitorado progressista.

A conexão com o plano de golpe – O relatório também vinculou essas ações ao plano golpista amplamente investigado. De acordo com a PF, o plano incluía núcleos com diferentes funções, desde a desinformação e ataques ao sistema eleitoral até operações para incitar apoio de militares e ações coercitivas. O inquérito sobre Torres e a PRF adiciona um possível sétimo núcleo à estrutura criminosa, que visava alterar por meio de crime o resultado eleitoral. Com 247.

Um trecho do documento descreve os atos como uma “tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito”, tipificada nos artigos 359-L e 359-M do Código Penal. A minuta golpista apreendida na residência de Anderson Torres, que previa a alteração do resultado das eleições, é outro elemento que reforça o vínculo direto entre as ações do ex-ministro e o planejamento antidemocrático.

Repercussão e próximos passos – Enquanto a equipe de Paulo Gonet analisa as provas apresentadas, cabe à Procuradoria-Geral da República decidir se os atos envolvendo as blitze da PRF serão incluídos na denúncia principal sobre o plano golpista ou se configurarão um caso à parte. Alexandre de Moraes, ministro do STF, já destacou a possibilidade de conexão entre as investigações.

As defesas de Torres e Vasques afirmaram não ter acesso ao relatório completo e, por isso, não se manifestaram. Jair Bolsonaro, também indiciado, permanece em silêncio sobre o caso.

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Flávio Bolsonaro e emendas para a Marinha: contrato com alvo da PF gera suspeitas

Parlamentar direcionou recursos que foram utilizados em contratos com a Transuniversal, cujo dono foi flagrado com R$ 345 mil dentro de base naval.

Emendas parlamentares do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foram utilizadas pela Marinha do Brasil para pagar contratos da empresa Transuniversal Pinturas e Anticorrosão. André Martinez, dono da empresa, foi flagrado pela Polícia Federal (PF) sacando R$ 345 mil em uma agência bancária dentro da Base Naval de Niterói (RJ). O episódio acendeu o alerta sobre o possível uso dos valores para pagamento de propina, informa o Metrópoles.

R$ 319 mil de emendas parlamentares de Flávio foram destinados à Marinha entre 2020 e 2023, contemplando áreas como o Arsenal da Força e a Base Naval do Rio de Janeiro. A Transuniversal já havia recebido cerca de R$ 120 milhões em contratos desde 2011, sendo R$ 5,4 milhões provenientes de emendas parlamentares, incluindo as de relator e individuais. Em 18 pagamentos rastreados, o senador aparece vinculado como padrinho.

Investigação e defesa das partes – A PF recebeu uma denúncia anônima apontando que o dinheiro sacado seria usado para pagar propina a um membro do Comando da Marinha em troca de benefícios. Martinez foi levado à superintendência da PF para depoimento e teve seu celular apreendido. No entanto, as investigações iniciais não identificaram os destinatários do suposto pagamento ou quais atos seriam praticados. O caso foi encaminhado ao Ministério Público Militar para aprofundamento.

Em sua defesa, André Martinez alegou que o saque era destinado ao pagamento de funcionários, destacando que muitos não possuem conta bancária. Ele afirmou que a prática de sacar grandes quantias ocorre há anos, sempre próxima às datas de pagamento, como nos dias 5 e 20. O empresário negou qualquer irregularidade e declarou que a empresa atua exclusivamente por meio de licitações públicas, respeitando as normas legais.

Por sua vez, Flávio Bolsonaro afirmou, por meio de nota, que não conhece a empresa ou seus donos. O senador destacou que seus recursos são direcionados para as Forças Armadas e que questionamentos sobre a execução devem ser dirigidos à Marinha. Ele também negou a possibilidade de emendas parlamentares serem destinadas diretamente a empresas privadas, de acordo com o 247.

Marinha e transparência sob escrutínio – A Marinha, em nota, disse não comentar investigações em andamento, mas reforçou seu compromisso com a ética e a transparência. O caso, entretanto, levanta questionamentos sobre o monitoramento e a aplicação de recursos provenientes de emendas parlamentares, especialmente em contratos com empresas privadas.

O desenrolar da investigação deve trazer novos esclarecimentos sobre o destino dos valores e a existência de possíveis irregularidades.

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PF envia ao STF imagens e depoimentos colhidos nos EUA sobre escândalo das joias sauditas colhidos nos EUA

Material foi colhido nos Estados Unidos e inclui imagens, depoimentos e documentos de lojas em que auxiliares de Jair Bolsonaro negociaram itens valiosos.

A Polícia Federal (PF) entregou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pen drive contendo imagens e depoimentos obtidos nos Estados Unidos durante a investigação sobre a venda de joias sauditas recebidas pelo governo de Jair Bolsonaro (PL). A medida faz parte do inquérito que apura a negociação de presentes de alto valor enviados pelo governo da Arábia Saudita à Presidência da República, ocorrido em 2021. As informações são da CNN Brasil.

Em julho de 2024, Bolsonaro e outras 11 pessoas foram indiciados, e o caso foi encaminhado ao STF. Neste momento, o processo aguarda parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá se apresentará denúncia. As provas enviadas ao STF são fruto de uma investigação conjunta entre a PF e o FBI, realizada no âmbito de um tratado de assistência jurídica entre os dois países.

A operação, que ocorreu em abril de 2024, incluiu visitas de agentes da PF a quatro cidades dos Estados Unidos – Miami, Orlando, Nova York e Wilson Grove – onde foram feitas buscas em lojas e outros locais relacionados à venda dos presentes. O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, colaborou com as investigações, revelando endereços e detalhes sobre as transações. Imagens de câmeras de segurança e outros documentos, como anotações e notas fiscais, foram apreendidos e agora estão em posse do STF.

Esses elementos agora servirão de base para o possível julgamento de Bolsonaro, caso a PGR decida denunciar o ex-presidente. Após o indiciamento, a defesa de Bolsonaro argumentou que os presentes recebidos pela Presidência obedecem a um “rigoroso protocolo de tratamento e catalogação”, ressaltando que o chefe do Executivo não teria ingerência direta nas transações.

A defesa ainda qualificou a investigação como “insólita”, mencionando que casos semelhantes em governos anteriores não foram objeto de apuração. Além disso, a defesa destacou que Bolsonaro, ao ser informado sobre a necessidade de devolução dos bens, se prontificou a restituí-los de forma espontânea.

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Qual será o futuro de Lira?

Sem o comando da câmara dos deputados e com a PF e Dino em seu calcanhar, Lira está longe de parecer aquele baiacu inflado de vaidade e arrogância.

Vai ficar só no sapatinho pra não fazer ondinha?
Sim e não.

Vai dar passos mais curtos como um urubu malandro e dançar conforme a música, não com a música que ele escolhia nesses anos de “todo poderoso” do parlamento.

Suas tramas diabólicas pra perseguir desafetos como Glauber Braga, também ficaram buraquentas.

Mas a câmara ainda ficará enfestada de aliados de Lira, mas ele sem o poder que tinha, sofreu, senão, uma sarcopenia severa, perdeu muita massa muscular anabolizada pela chefia da casa.

Na verdade, Lira agora volta a função de espalha farinha, mas a massa do pão não será feita pelas suas mãos. Isso muda muita coisa.

Isso está assustando o sujeito.

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Braga Netto, troca de advogado. Isso pode ser um bom sinal. Pode vir uma delação nessa mudança de rumo.

Braga Netto, troca de advogado. Isso pode ser um bom sinal. Pode vir uma delação nessa mudança de rumo.

Se Braga Netto ficar trocando de advogado periodicamente, é sinal que o golpista está verificando que deu ruim mesmo pra ele.
Mas ele não está sozinho na foto.

O número de telefone de Bolsonaro, certamente está no seu celular. Tudo indica que isso, a partir do conteúdo das conversas trará novas informações para a PF que serão disponibilizadas para a sociedade.

A pergunta é: Braga Neto, trocou de advogado pra trocar sua tática de se colocar como operador chefe da tentativa de golpe, ou vai mostrar o nome e a foto do poderoso chefão do Vivendas da Barra?

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PF tem material consistente e pode causar estragos para Gustavo Gayer, admitem bolsonaristas

iante da recente operação da Polícia Federal (PF) que investiga o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) por suposto desvio de verbas parlamentares, aliados de Jair Bolsonaro (PL) têm buscado informações no Supremo Tribunal Federal (STF) para entender a real extensão dos problemas enfrentados pelo parlamentar. Segundo Bela Megale, do jornal O Globo, a operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes e, publicamente, o PL e seus líderes ainda tentam transformar o episódio em mais um exemplo do suposto “autoritarismo” do STF. Mas nos bastidores há uma crescente apreensão sobre o impacto das evidências reunidas.

A PF realizou buscas em endereços ligados ao deputado, que é acusado de manter uma escola de inglês e uma loja de roupas com recursos da Câmara dos Deputados. A investigação também inclui mensagens interceptadas, nas quais um empresário próximo ao deputado alega ter alertado Gayer sobre o uso irregular das verbas. A operação está fundamentada em um extenso material coletado pela PF, e as evidências levantadas são consideradas robustas, o que, na avaliação de alguns bolsonaristas, pode prejudicar não apenas a imagem de Gayer, mas também a de figuras próximas.

A operação ocorre em um momento delicado para Bolsonaro, que acompanha de perto as eleições em Goiânia, onde Gayer e o ex-presidente optaram por apoiar o candidato Fred Rodrigues (PL) à prefeitura. A proximidade entre Bolsonaro e Gayer é conhecida desde a última campanha eleitoral, quando Bolsonaro optou por concentrar as forças do deputado no Congresso, evitando que ele disputasse o Executivo de Goiânia. A presença de Bolsonaro no segundo turno ao lado de Gayer e Rodrigues está confirmada, o que aumenta o risco de desgaste com o episódio.

Apesar da operação, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) dobrou a aposta, intensificando os apelos de voto para o candidato do partido e buscando mobilizar a base em resposta ao episódio. No entanto, entre aliados, há o reconhecimento de que a consistência do material levantado pela PF pode afetar significativamente a relação com o eleitorado, lançando uma sombra sobre a campanha e, potencialmente, sobre os planos de Bolsonaro de manter Gayer como um de seus principais defensores no Congresso. A estratégia de defesa pública se mantém focada em questionar o STF, mas o futuro da operação e as ações do tribunal ainda são incertezas que preocupam a base bolsonarista.

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PF colhe outras provas do golpe no celular de Mauro Cid e complica ainda mais os envolvidos

Quem procura acha, diz a repórter Eliane Cantanhêde, ao revelar, em sua coluna no Estadão, que “a Polícia Federal usou um aparelho israelense de última geração para encontrar o que sabia que encontraria no celular do ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro, o tenente-coronel da ativa Mauro Cid: mais evidências e provas da tentativa de golpe, escondidas nas nuvens da internet.

Segundo Eliane, “as provas que havia já eram suficientes, mas as novas, guardadas a sete chaves, reforçam o inquérito e complicam ainda mais os envolvidos. E prossegue: O ministro Alexandre de Moraes, do STF, deu mais 60 dias para as investigações da PF, que depois serão analisadas pela PGR e, mais cedo ou mais tarde, vão parar no Supremo em 2025.

Barbas de molho… para Bolsonaro, aconselha Eliane.

A repórter Eliane, depois de dar essa informação exclusiva, também analisa na coluna o momento presente de Bolsonaro e Lula e as perspectivas de ambos para o futuro político, à luz dos acontecimentos recentes, pessoais e partidários.

Leiam abaixo na íntegra, a opinião da repórter:

“Bolsonaro manteve as andanças e os atos pelo País, para segurar apoio popular, mas perde substância política, sai da eleição municipal com adversários consistentes dentro do seu próprio grupo e, além de inelegível, vai passar por poucas e boas na Justiça.

Na outra ponta, o tombo no banheiro, os pontos e o início de hemorragia cerebral livraram o presidente Lula tanto de saias justas e erros nos Brics como da reta final da eleição. Lula não vai para o último ato de campanha de Guilherme Boulos (PSOL) no sábado, nem vai votar em São Bernardo no domingo. É seu aniversário de 79 anos e ele não é mais obrigado a votar.

Triste fim de Bolsonaro e Lula na campanha deste ano. O PL conseguiu se “infiltrar” no Nordeste lulista, mas o ex-presidente não tem mais o comando único do bolsonarismo. Ao insistir toda hora em dizer que será candidato em 2026, acusa o golpe. Inelegível, de cara com os julgamentos no STF? Muito difícil.

E Lula, grande ausente da eleição de 2024, como chegará a 2026, física, emocional, política e eleitoralmente? E o seu governo? Um sucesso, ou nem tanto? São apenas dois anos após uma eleição que expôs a debilidade da esquerda e deixou o PT em segundo plano dentro da própria esquerda, todos batendo cabeça.

Entre tantas outras, uma grande diferença entre o atual e o antigo presidente, sob o ponto de vista político-eleitoral, é que o bolsonarismo continua forte, vai além do PL e do próprio Bolsonaro, atrai com mais facilidade o Centrão, ou “direitão”, e tem alternativas a Bolsonaro.

Já o lulismo respira e se alimenta de Lula. E o PT sem ele? Se não for candidato em 2026 — o que divide opiniões, mas parece cada vez mais provável —, quem será o nome petista? Fernando Haddad, o mais óbvio, terá apoio dos partidos que têm ministérios no governo Lula, como PP, PSD, MDB…? E do próprio PT? Tudo isso reforça o recado das urnas de 2024: a polarização Lula x Bolsonaro foi intensa, mas parece ter vida curta.

 

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Presidente do Ibama aciona PF para investigar se incêndios em São Paulo são criminosos: “há desconfiança de que foi organizado”

Para Rodrigo Agostinho, quase todos os focos são criminosos

O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho, afirmou que pediu à Polícia Federal (PF) que investigue os focos de incêndio que assolam parte do país. Segundo ele, quase todas as queimadas, com poucas exceções, são criminosas, inclusive em São Paulo.

Quase todo incêndio no Brasil é criminoso. Não temos incêndio espontâneo e são raros os casos de acidente, como um caminhão que pegou fogo, ou uma queda de um cabo de alta tensão. Em São Paulo, há uma desconfiança de que tudo foi organizado, pois os focos aconteceram praticamente no mesmo horário — disse, momentos antes de ir à sede do Ibama, em Brasília, para acompanhar a situação de seu gabinete.

Agostinho estará com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, no início da tarde, no Ibama. Existe a expectativa de uma declaração de Lula sobre o cenário atual.

Agostinho confirmou que a fumaça que cobre o céu do Distrito Federal e de Goiás vem de outros lugares atingidos pelas queimadas, como Amazônia, Pantanal e São Paulo. Ele lembrou que a região Centro-Oeste não tem chuva há mais de 120 dias, o que gera focos de incêndio frequentes.

De maneira geral, a situação climática não ajuda. A umidade está baixíssima. Embora o desmatamento tenha caído bastante, há um estoque de áreas desmatadas ao longo da última década e as pessoas ateiam fogo para mantê-las assim — afirmou.

Ele ressaltou que o governo trabalha com um número recorde de brigadistas. Disse que há mais de 2 mil pessoas trabalhando em todo o país, das quais 1400 somente na Amazônia e 800 no Pantanal. Afirmou ainda que a crise é uma das maiores e impede a recuperação de rios amazônicos que foram atingidos pela seca do ano passado, como o Madeira e o Tapajós.

 

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Áudios obtidos pela PF mostram que Pablo Marçal participava de esquema de golpes bancários

O bolsonarista capturava e-mails para atrair as vítimas do esquema.

Áudios obtidos pela Polícia Federal mostram o bolsonarista Pablo Marçal (PRTB), candidato à prefeitura de São Paulo, conversando sobre a captura de endereços de e-mails que foram usados para atrair vítimas de um esquema de golpes bancários, informa o Globo. A conversa foi utilizada pela Justiça para fundamentar a condenação de Marçal por integrar o grupo criminoso. No entanto, a pena dele foi extinta por prescrição do processo.

A quadrilha disparava e-mails com assuntos chamativos, como avisos falsos de inadimplência e irregularidades no CPF, para atrair vítimas e ter acesso a senhas. Segundo a sentença, Marçal era o encarregado de capturar listas de e-mails para que o grupo que o contratou infectasse o computador das vítimas com programas invasores.

Em um dos áudios, o ex-coach conversa com acusado de liderar o grupo sobre a seleção dos e-mails. Um programa era usado para captar as contas que eram de fato acessadas pelos usuários, aumentando a chance de as vítimas clicarem nos links maliciosos. “Quero ver a produção de e-mail capturado. Aqueles e-mails que você capturou no primeiro dia não estavam bons”, disse o chefe do grupo.

Em resposta, Marçal perguntou se ele próprio não poderia disparar os e-mails. “Não tem jeito de eu enviar de lá (endereço onde o grupo se reunia)? Eu mesmo pôr para enviar os que eu estou pegando?”, questionou. O líder recusa a oferta e pede para Marçal apenas “capturar os e-mails”.

A sentença ainda cita outros seis áudios que comprovam a participação de Pablo Marçal no esquema. Em um deles, o ex-coach afirma que está compactando os e-mails capturados para enviá-los ao líder do grupo, e diz que dois computadores estão capturando os endereços eletrônicos e outros dois estão enviando as mensagens.

Outro diálogo mostra o comandante do esquema dando orientações a Marçal sobre como fazer a seleção dos e-mails para evitar endereços inativos. O ex-coach responde que “vai fazer isso”.

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PF faz operação contra influenciadores e empresários por bloqueios em rodovia após vitória de Lula em 2022

Operação batizada de “Defesa” é para reprimir crimes contra os poderes constitucionais.

A Polícia Federal cumpre na manhã desta quarta-feira (21) quatro mandados de busca e apreensão contra empresários e influenciadores digitais em Santarém (PA) por bloqueio de uma rodovia e incitação a crimes após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022.

Segundo a PF, a operação batizada de “Defesa” combate uma associação criminosa que, por meio de redes sociais e aplicativos de mensagens, incitava a prática de crimes contra os poderes constitucionais do Brasil.

As investigações começaram após o bloqueio da rodovia BR-163, no Pará, em frente ao 8º Batalhão de Engenharia de Construção (8º BEC), do Exército, por insatisfação de manifestantes com o resultado daquela eleição presidencial em que Jair Bolsonaro (PL) foi derrotado.

A investigação da PF aponta que, dentre os manifestantes, havia um grupo organizado com divisão e distribuição de competências para o financiamento, execução e incentivo de ideias que defendiam a ilegitimidade do resultado eleitoral.

O inquérito da PF do Pará também diz que o grupo realizava a prática de crimes que visavam impedir a posse do presidente eleito, bem como incentivar as Forças Armadas a abolir o Estado Democrático de Direito.

Após os mandados de buscas e apreensões, as investigações devem continuar com análise do material apreendido.