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Política

Pesquisa Ipespe: Lula lidera a corrida eleitoral em São Paulo

Na eleição para governador, Geraldo Alckmin e o ex-prefeito Fernando Haddad são os primeiros colocados.

O ex-presidente Lula lidera as intenções de voto para presidente no estado de São Paulo, de acordo com pesquisa pesquisa Ipespe divulgada nesta sexta-feira 3 pelo jornal Valor Econômico.

Segundo o levantamento, o petista tem 35% e é seguido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que aparece com 24%. Em seguida, vem Sergio Moro (Podemos) com 12%, Ciro Gomes (PDT) e o governador João Doria (PSDB) com 5%, e a senadora Simone Tebet (MDB) com 2%.

Na eleição para governador, Geraldo Alckmin, de saída do PSDB, e o ex-prefeito da capital paulista Fernando Haddad (PT) são os primeiros colocados.

De acordo com a pesquisa, Alckmin aparece com 23%, enquanto Haddad tem 19%. Logo atrás vem Guilherme Boulos (PSOL) e o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, com 11%.

Nesse cenário, o vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB) têm 3%, e o ex-ministro Abraham Weintraub não pontua. Brancos e nulos somam 27%.

Em um segundo cenário, que exclui Alckmin e Haddad e inclui Márcio França (PSB), Boulos lidera com 23%; França atinge 19%; Tarcísio, 10%; e Garcia, 5%.

Em um terceiro cenário, sem Alckmin ou França e com Haddad, o petista tem 27%, e Boulos e Tarcísio aparecem com 13% cada. Garcia vem em seguida com 6%.

*Com informações da Carta Capital

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Brasil

A fome que assola o Brasil refletida em São Paulo

Sem comer, pessoas desmaiam em filas de postos de saúde de São Paulo e pedem comida nas consultas.

As cadeiras da recepção da UBS (Unidade Básica de Saúde) Jardim Três Corações, na zona sul de São Paulo, ficam distantes umas das outras. Mesmo assim, as pessoas perceberam que Felipe Santos de Oliveira, 23, passava mal. “Comecei a sentir tontura e a mulher do lado perguntou se eu tava bem. Eu caí, apaguei. Foi muito rápido. Acordei e tava todo mundo assustado. Eu tava sem entender o que aconteceu.”, mostra reportagem do Uol.

Todos foram acudi-lo e virou aquela coisa de traz um copo d’água, abana, abre espaço para o moço respirar. Até que perguntaram se Felipe havia tomado café. Ele contou que fazia mais de 24 horas que não comia. O rapaz desmaiou de fome.

Médica da UBS Jardim Campinas, também na região sul da capital, Daniela Silvestre viu entrar em seu consultório, em junho, uma grávida de 30 anos que cambaleava. Olhos fundos, boca seca e muita magreza. Ela perguntou se a paciente usara drogas ou se havia bebido. Arregalou os olhos com a resposta da mulher. “Não. Você não tem nada para eu comer? Eu preciso comer.”

A grávida não comia havia dois dias. Além de tratar doenças, as pessoas têm ido aos postos de saúde procurar remédio para problemas sociais.

Tenho bastante medo de virar morador de rua. Quando a coisa [pandemia] começou, eu perdi emprego e depois fiquei sem comida. Ficava pensando no dia em que ia ser obrigado a pegar minha malinha e ir morar numa calçada.

O secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, disse que os casos de pessoas que procuram unidades de saúde por causa de fome começaram a aparecer há três meses. O primeiro deles foi em Parelheiros, também na zona sul.

Uma enfermeira que trabalha na UBS de Parelheiros contou ao TAB, em condição de anonimato, que toda semana atende crianças que pedem comida durante a consulta. Ela acrescentou que idosos diabéticos não conseguem controlar a glicemia porque têm apenas pão e bolacha para comer em casa. As consequências são feridas que nunca cicatrizam e crises que os fazem ter de procurar hospital.

A enfermeira da UBS de Parelheiros disse que profissionais do postinho pedem doações e fazem vaquinhas entre si para a compra de cestas básicas. Idosos acamados e mães com filhos pequenos têm prioridade na distribuição. Outra medida é enviar os pacientes que se queixam de fome à assistência social para tentar incluí-los em algum programa municipal, estadual ou federal. Contatos com ONGs e igrejas também estão na lista de providências.

Sandra Sabino, secretária-executiva municipal de Atenção Básica, Especialidades e Vigilância em Saúde, fez um levantamento logo que soube do caso de Parelheiros, três meses atrás. Descobriu situações idênticas em quase toda a periferia de São Paulo. A lista de bairros inclui São Mateus, São Miguel Paulista, Guaianazes, Ermelino Matarazzo, Itaim Paulista, Grajaú, M’Boi Mirim, Parelheiros, Jardim Ângela, Pirituba e Perus.

O monitoramento iniciado em setembro mostra que a situação está estável, ou seja, em algum canto de São Paulo, todo dia tem gente indo ao posto de saúde por causa de fome.

O caso de Felipe mostra que houve um lapso temporal até as penúrias das periferias chegarem aos gabinetes da prefeitura.

Em julho, ele perdia os sentidos e desmaiava na UBS Jardim Três Corações. Era consequência de um ano de privações. Felipe trabalhava em um lava a jato e foi demitido logo que a pandemia começou. Sem carteira assinada, recebeu apenas agradecimentos e desejos de boa sorte. O primeiro ano de covid-19 foi administrável. No segundo, a sorte foi embora.

Morador da Ocupação Porto Velho, na zona sul de São Paulo, Felipe nunca aspirou sequer ao básico. Cresceu num barraco de chão batido e está acostumado a dormir num quarto com paredes de compensado. Os banhos de caneca sempre foram num banheiro cujas paredes eram panos esticados.

Com a pandemia, também se acostumou a passar 24 horas ininterruptas sem comer nada — hábito que cobrou seu preço. Depois de acordar do desmaio na UBS, Felipe foi colocado no soro. Saiu do posto de saúde com uma receita de Pantoprazol Sódico Sesqui-Hidratado (remédio para gastrite) e uma guia para exame de sangue. O rapaz nunca o fez. Sabe que não teria condições de seguir qualquer dieta sugerida.

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Relatório sigiloso do TCU diz que governo gastou R$ 1 milhão em três motociatas de Bolsonaro

O Estado brasileiro gastou R$ 1,062 milhão com apenas três motociatas realizadas pelo presidente Jair Bolsonaro: a do Rio, em maio, e as de São Paulo e de Chapecó (SC), em junho.

O valor, informado pela Presidência da República e pelo Gabinete de Segurança Institucional ao Tribunal de Contas da União, consta de um processo sigiloso que será julgado pela ministros do Tribunal de Contas da União na tarde desta quarta-feira na corte de contas.

A portas fechadas, em uma reunião reservada, os ministros vão avaliar se o presidente cometeu irregularidades ao promover esses três eventos usando o dinheiro público para bancar segurança e transporte dele mesmo e de seus convidados.

O processo é tratado como sigiloso no tribunal por envolver despesas com a segurança do presidente, mas também por tratar de um assunto que é politicamente delicado para Bolsonaro.

A devassa foi requisitada pelos integrantes da CPI da Covid, incomodados com o fato de Bolsonaro reunir multidões sem usar máscara durante a pandemia e com o propósito de se autopromover.

Ao avaliar os gastos com as motociatas, equipe técnica do TCU considerou apenas os gastos com a segurança do presidente e a estrutura usada nos deslocamentos, como veículos, combustíveis.

Não foram incluídas no relatório moticiatas de Bolsonaro em Brasília (DF), Uberlândia (MG), Santa Cruz do Sul (RS) e Pernambuco (PE). Os dados não foram contabilizados porque elas ocorreram depois do pedido de levantamento.

A análise inclui apenas despesas do governo federal. Não leva em conta o que os estados e dos municípios para organizar a estrutura local.

No relatório encaminhado aos ministros, a área técnica do tribunal disse não ser possível apontar irregularidades nos gastos do presidente. Segundo os auditores, não há uma lei que diga o que é uma viagem de interesse público e o que não é.

Nesse caso, os técnicos do TCU recomendam o arquivamento da investigação no tribunal e a remessa dos documentos não apenas à CPI da Covid, mas também às comissões de Fiscalização e Controle da Câmara e do senado.

A investigação, porém, pode ser aproveitada em outro órgão: o TSE, que está averiguando se as motociatas foram atos de antecipação de campanha política. O próprio procurador junto ao tribunal, Paulo Gonet, já pediu o compartilhamento das informações do TCU para avaliar.]

*Com informações de O Globo

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Política

Com obstrução intestinal, estado de Bolsonaro requer transferência para São Paulo para possível cirurgia de emergência

Informação foi divulgada pelo Planalto; presidente foi internado para exames na madrugada desta quarta-feira.

O presidente Jair Bolsonaro deverá ser transferido para São Paulo, após seu médico constatar um quadro de obstrução intestinal. Na capital paulista, ele passará por novos exames para verificar se uma cirurgia de emergência será necessária. A informação foi confirmada por nota do Palácio do Planalto.

Na madrugada desta quarta-feira (14), Bolsonaro deu entrada para exames no HFA (Hospital das Forças Armadas) com dores abdominais. Segundo nota da Presidência da República, Bolsonaro seguiu orientação de sua equipe médica para a realização de exames para investigar a causa dos soluços”.

Ainda de acordo com o Planalto, por orientação médica, o presidente ficaria sob observação, “no período de 24 a 48 horas, não necessariamente no hospital. Ele está animado e passa bem”.

O cirurgião Antônio Luiz Macedo, que operou Bolsonaro após a facada que levou no abdome, em setembro de 2018, foi chamado para Brasília.

Ministros ouvidos sob reserva disseram à Folha que, no início da tarde, Bolsonaro estava sedado por causa dos exames que havia feito. Eles esperavam a avaliação do médico, mas defenderam que o presidente seja logo submetido a uma cirurgia para corrigir eventuais problemas decorrentes da facada.

“O presidente está no HFA em repouso, foi medicado. Falei com o ajudante de ordem dele, ele está bem. Teve fortes dores às 4h, mas nada de grave até o momento. Então, graças a Deus, ele está muito bem. Repousando, que é o que ele precisa”, disse o ministro da Casa Civil, general Luiz Eduardo Ramos.

Na noite anterior, Bolsonaro demonstrava certo abatimento quando se queixou a apoiadores na porta do Palácio da Alvorada sobre os 11 dias de uma crise de soluço.

*Com informações da Folha

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Política

São Paulo, abarrotada, grita em uníssono, Fora Bolsonaro!

Com todos os cuidados, temos que ocupar as ruas. Não dá esperar 2022 para derrotar Bolsonaro. O país não aguenta mais! É preciso unir todos que são contra Bolsonaro e não dar trégua até tirar esse genocida ladrão do poder! #ForaBolsonaroCorrupto #3JForaBolsonaroGenocida.

Confira os vídeos e imagens:

https://twitter.com/DeputadoFederal/status/1411447156716847108?s=20

*Da redação

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Saúde

Caos: São Paulo registra recorde de 1.021 mortes em 24 horas

Dados foram divulgados na manhã desta terça (23) no site da Secretaria Estadual da Saúde. Máxima anterior era de 679 mortes confirmadas em 24h no estado, registrada no dia 16 de março.

O estado de São Paulo registrou 1.021 novas mortes provocadas pela Covid-19 nesta terça-feira (23), o recorde em 24 horas desde o início da pandemia.

O estado agora totaliza 68.623 óbitos causados pelo coronavírus. Os dados foram publicados no site da Secretaria Estadual da Saúde nesta manhã.

O recorde anterior, registrado na semana passada, era de 679 mortes em um dia, e representava um óbito a cada 2 minutos nas últimas 24h.

Os novos registros não significam, necessariamente, que as mortes aconteceram de um dia para o outro, mas que foram computadas no sistema neste período.

As notificações costumam ser menores em finais de semana, feriados e segundas-feiras, por conta do atraso na contabilização.

Internados

O número de pacientes internados com Covid-19 subiu 113% no estado de São Paulo em apenas um mês. Nesta segunda (22), 29.039 pessoas ocupam leitos destinados à doença. No dia 22 de fevereiro, eram 13.606.

Do total pacientes internados atualmente, 16.871 estão em enfermaria e 12.168 em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).

O número de pessoas em UTI em São Paulo é mais de três vezes maior do que em toda a Argentina, que possui uma população semelhante ao estado com aproximadamente 44 milhões de habitantes.

As taxas de ocupação dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) do estado de São Paulo também já superaram os índices registrados no pico de 2020 da pandemia.

Nesta segunda, a ocupação média chegou a 91,9% no estado de São Paulo, contra 77,2% no momento mais grave da pandemia no ano passado, no final de maio.

O índice foi a 91,6% na Região Metropolitana da capital. Na Grande São Paulo, a taxa se aproxima do recorde registrado em maio de 2020, quando a ocupação chegou a 92,2%.

No dia 10 de março, o governo de São Paulo já havia alertado para a dificuldade de atender a população, uma vez que o ritmo de novas internações é maior do que o de altas.

*Com informações do G1

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Saúde

Médicos e cientistas já veem São Paulo em colapso e defendem lockdown

São Paulo vem batendo recordes de casos, mortes e ocupação de UTIs

“Temos uma situação bastante dramática.” O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), reconheceu com estas palavras a gravidade sem precedentes da pandemia no Estado.

A declaração foi feita em uma coletiva de imprensa na quarta-feira (17/3), enquanto São Paulo bate recordes de casos e mortes, vê sua rede de saúde passar de 90% de ocupação e aplica as medidas de isolamento mais rígidas desde o início da crise para tentar evitar uma tragédia ainda maior.

“Não há nenhum Estado no Brasil em situação confortável. Todos estão à beira do colapso”, disse Doria.

No entanto, segundo epidemiologistas e cientistas ouvidos pela BBC News Brasil, o sistema de saúde paulista já colapsou — e a situação vai se agravar ainda mais nos próximos dias.

“Dizer que está à beira do colapso é uma licença poética”, diz Domingos Alves, responsável pelo portal Covid-19 Brasil, que monitora a pandemia, e pelo Laboratório em Inteligência de Saúde da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto.

Márcio Sommer Bittencourt, médico do centro de pesquisa clínica e epidemiológica do Hospital Universitário da USP, faz a mesma avaliação.

Ele se baseia nos dados divulgados pelo próprio governo paulista, que apontou que ao menos 280 pessoas estão aguardando por um leito de UTI no Estado.

“Se há lista de espera de pacientes que não conseguem ser internados, alguns deles esperando há dias, não faz sentido dizer que está com 90% de ocupação”, diz Bittencourt. “O sistema de saúde de São Paulo está em colapso, sem dúvida.”

Para a epidemiologista Ethel Maciel, professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), todos os Estados brasileiros já colapsaram.

“Quando fala que está com mais de 90% de leitos de UTI ocupados, não estão contando as cidades que já não têm mais leito, as pessoas que estão esperando por um leito de UTI no pronto atendimento. Se levar isso em conta, já passou de 100%”, diz Maciel.

Recordes de casos e mortes, com UTIs lotadas

São Paulo vem batendo diariamente recordes de pessoas internadas por causa da covid-19 desde o final de fevereiro.

Havia até terça-feira (16/3) 24.992 pacientes hospitalizados, dos quais 10.756 em UTIs e o restante em enfermarias, segundo os dados mais recentes.

É bem mais do que as 6.250 pessoas que estavam internadas em uma UTI no pior momento da primeira onda da pandemia no Estado, em julho do ano passado.

Isso é um reflexo do aumento expressivo de novos casos nas últimas semanas. A média móvel, que leva em consideração os sete dias anteriores, passou de 13 mil pela primeira vez na pandemia na terça-feira e continuou subindo na quarta-feira. Está em 13.472 óbitos diários. Há cerca de um mês, eram cerca de 8,5 mil.

São Paulo também bateu na terça-feira o recorde de óbitos. Foram 679 em 24 horas, o maior índice já registrado. Até então, o recorde era o de sexta-feira (12/3), com 521 mortes.

O Estado também teve sua maior média móvel de óbitos na quarta-feira, com 421 mortes diárias.

Isso elevou o total para 65.519 vítimas fatais. Em nenhum outro Estado brasileiro morreu tanta gente por causa da covid-19. O segundo com mais vítimas é o Rio de Janeiro, com pouco mais da metade dos óbitos em São Paulo (34.586).

‘Tem que fazer lockdown agora’

Desde segunda-feira (15/3), está em vigor no Estado a chamada “fase emergencial” do plano de combate à pandemia de São Paulo entrou em vigor na última segunda-feira (15/3).

Ela foi criada justamente por causa desse agravamento inédito da pandemia — até então, o nível com as medidas mais duras de restrição do plano de combate à pandemia em São Paulo era a “fase vermelha”.

A nova fase prevê um toque de recolher das 20h às 5h, período em que a população deve ficar em casa.

Também foram suspensas as celebrações religiosas e atividades esportivas em grupo. Parques e praias foram fechados, e mesmo setores e serviços que podiam abrir na fase vermelha, como as lojas de material de construção, agora não podem funcionar.

Avenida Paulista vazia

Essas medidas ficarão em vigor até o próximo dia 30, mas, até agora, não surtiram muito efeito sobre a circulação dos paulistas.

O índice de isolamento foi de 44% no Estado e de 43% na capital na terça-feira. Em ambos os casos, houve o aumento de só um ponto percentual em relação a uma semana antes, quando a fase emergencial ainda não estava em vigor. O governo paulista diz que o objetivo é chegar a um índice acima de 50%.

Outro problema é que as novas restrições só vão se refletir nos números da pandemia daqui a duas semanas a um mês. Este é o tempo que especialistas apontam que leva para as medidas levarem a uma queda de casos e mortes.

“Agora que tudo desabou, querem tentar resolver, mas não dá mais tempo. Vai piorar antes de melhorar”, diz Márcio Bittencourt.

O epidemiologista critica a forma como não só o governo paulista, mas o país em geral vem reagindo à pandemia.

“Ficam correndo atrás do vírus e tomando decisões tardias e de curto prazo em vez de pensar em uma estratégia de médio e longo prazo para evitar que piore. Do ponto de vista epidemiológico, vai ser preciso intensificar as medidas de controle ainda mais.”

Era especulado que um anúncio nesta linha fosse feito hoje pelo governo de São Paulo, mas isso não aconteceu.

“Precisamos de algum tempo para observar o impacto das medidas que tomamos e ver se há necessidade de outras medidas”, disse Paulo Menezes, coordenador do centro de contingência da covid-19 de São Paulo, que assessora o governo estadual no combate à pandemia.

Domingos Alves discorda frontalmente dessa decisão. “Querem esperar o quê? O caos? Deviam falar que ainda não é hora para as famílias das pessoas que morreram por falta de leito de UTI. Quanto caos é caos suficiente para eles?”

Alves destaca que, hoje o Estado tem uma média móvel de 2.790 internações por dia por causa da covid-19. “”Já não dá pra prever que o sistema de saúde não vai dar conta disso?”, diz pesquisador, que defende um lockdown, como é chamado o conjunto de medidas mais restritivas de circulação, com o confinamento da população em suas casas durante todo o dia.

“Está na hora de fazer um lockdown completo, não aquela palhaçada de fazer só no final de semana ou alguns dias, tem que ser por no mínimo 15 dias para ter efeito. Só com um lockdown São Paulo vai conseguir reverter essa situação”, afirma o cientista.

Ethel Maciel concorda que será necessário o confinamento. “Vai precisar de lockdown, sem dúvida”, afirma epidemiologista.

“O ideal é que fosse nacional, coordenado pelo governo federal, porque hoje estamos em uma situação em que nenhum Estado está em condição de ajudar o outro. A gente sabe que o governo federal não vai, mas temos que dizer que isso é necessário mesmo assim.”

*Rafael Barifouse/BBC News Brasil

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Saúde

São Paulo chega a 679 óbitos diários por covid e médico prevê recorde em ‘alta escala’ nesta terça no Brasil

O estado de de São Paulo ultrapassou a marca das 600 mortes diárias por Covid-19 e bateu um novo recorde.

Foram registrados 679 óbitos por causa da doença nas últimas 24 horas.

O recorde anterior tinha sido na sexta (12), com 521 mortes. A escalada de casos tem sido assustadora. No mês passado, o número ficava abaixo das 400 vítimas fatais.

Os números chocam quando comparados aos do ano passado: no dia 20 de agosto de 2020, exatamente 679 pessoas morreram —mas em todo o Brasil.

Ou seja, só em São Paulo estão morrendo hoje diariamente um número de pessoas equivalente ao de todo o país no ano passado.

O médico João Gabbardo, que coordena o Centro de Contingência do Coronavírus em SP, postou em seu Twitter uma mensagem nesta terça (16) afirmando que o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, “quando assumir vai se deparar com os piores números da pandemia. Recorde de óbitos hoje será em alta escala”. Ele criticou as falas do novo comandante da Saúde, que descartou a possibilidade de lockdown (confinamento) no país.

O salto em São Paulo foi de 28,2% de uma semana para a outra.

A taxa de ocupação hoje de UTIs no estado é de 89%. Na região metropolitana, ela chega a 90%.

A situação segue crítica mesmo depois da abertura de 1.118 novos leitos nos últimos dez dias –cerca de 700 deles destinados às UTIs.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou na segunda (15) que não descarta endurecer ainda mais as restrições no estado para conter o avanço da Covid-19 caso a atual fase emergencial não dê resultados. Segundo Doria, a fase mais aguda de restrições seria um lockdown (confinamento).

O governador não especificou como seria o confinamento em São Paulo e disse que as decisões são tomadas pelo Centro de Contingência do Coronavírus, formado por mais de 20 médicos e cientistas.

“Não hesitaremos em adotar todas as medidas que forem necessárias para proteger a população de São Paulo. A população precisa seguir as orientações dos médicos para se protegerem, ficarem em casa e respeitarem esse período da fase emergencial para que não tenhamos que adotar restrições mais duras se tivermos recrudescimento dos índices de infecção no estado”, afirmou o governador.​

*Mônica Bergamo/Folha

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Globo fabrica uma falsa dicotomia entre Dória e Bolsonaro, dois picaretas neoliberais

Um não vale nada, o outro, nada vale. Não foi sem motivo que os dois se aliaram em 2018 para formar a chapa BolsoDória no maior colégio eleitoral do país que resultou na vitória dos dois.

O que a Globo pretende é concentrar e monopolizar o debate entre as duas faces da mesma moeda, pois os dois são absolutamente neoliberais e, portanto, sendo Bolsonaro reeleito ou Dória eleito, a política de arrocho com os trabalhadores e segregação dos pobres e negros, assim como a violência policial que a Globo tanto estimula, estarão garantidos.

Bolsonaro, o tempo todo, teve atitude criminosa durante a pandemia. Dória e  seu pau mandado, Bruno Covas, não tiveram comportamento diferente ou São Paulo não seria uma das cidades no mundo que mais tiveram casos de contágios e mortes por covid, pelo mesmo motivo que fez Bolsonaro ser considerado um genocida.

Da maneira como a Globo coloca, parece que Dória não teve uma atitude criminosa junto com Bruno Covas, que esconderam, de maneira fraudulenta, a grave crise sanitária que São Paulo já vivia no período eleitoral, afirmando que tanto a cidade quanto o estado estavam com a covid estabilizada para, menos de 12 horas depois do pleito, correrem na mesma Globo para dizer, com a maior cara de pau, que São Paulo estava entrando em estado de alerta, tomando medidas restritivas e Dória sendo pego em viagem para Miami, escancarando a fraude montada não só pelos dois, mas pela própria Globo que, por sua vez, fez-se de morta, mesmo sabendo que os casos de contágio e mortes haviam explodido em São Paulo.

Se Dória fosse referência de alguma coisa, São Paulo não estaria com as UTIs lotadas em quase todos os hospitais públicos e privados e o pilantra não posaria para foto oficial da vacina quando ele é um dos principais culpados pela tragédia sanitária em São Paulo, assim como Bolsonaro é culpado pelo Brasil.

A coisa é tão séria que até os tucanos estão constrangidos em comemorar a suposta vitória política de Dória com o episódio da vacinação, porque sabem que não há qualquer diferença no comportamento criminoso dele e de Bolsonaro.

A Globo é que está tentando fazer de um vilão, herói para seguir com o projeto neoliberal e censurar a esquerda no debate sobre a vacina, pois tanto Bolsonaro quanto Dória são responsáveis por esse estado catastrófico em que o Brasil se encontra, porque, certamente, se a esquerda tivesse espaço na mídia, ela denunciaria.

Na narrativa da Globo, não há o outro lado da história, porque a esquerda está proibida de falar na emissora, para ela há somente um lado, o que interessa a ela, o lado da ideologia neoliberal representada tanto por Bolsonaro quanto por Dória.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Saúde

Mortes por covid-19 se multiplicam por 4 na Grande São Paulo

Média móvel foi de 22 casos diários para 88 entre 10 de novembro e a última sexta-feira; taxa de ocupação de UTIs já preocupa.

A média móvel de mortes por covid-19, índice que avalia a evolução da doença com base em uma média de novos óbitos nos últimos sete dias, já se multiplicou por quatro na Grande São Paulo desde a primeira quinzena de novembro, quando teve início a atual onda de contágio. Essa média era de 22 mortes por dia em 10 de novembro e chegou a 88 na sexta-feira.

A taxa de ocupação de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) na região metropolitana, também em alta, já alerta as autoridades de saúde sobre uma possível subida na transferência de pacientes graves, em níveis que podem comprometer a oferta de vagas na cidade. Segundo o governo estadual, o aumento das mortes é consequência do crescimento de novos casos, e há programa no governo para expandir em 2.000 o número de vagas de UTI em todo o Estado nos próximos meses.

Nesta semana, em que o Estado chegou a ficar um dia sem divulgar o número de mortes sob argumento de falha no sistema, os dados de óbitos na Grande São Paulo, quando divulgados, na quinta, poderiam colocar a região na fase laranja do Plano São Paulo, a segunda mais rígida. A gestão João Doria (PSDB) informou, entretanto, que o crescimento estava relacionado ao represamento de dados e que um único indicador não seria capaz de provocar a mudança, uma vez que são ao todo sete os índices que classificam as regiões.

A taxa de ocupação dos leitos de UTI na região (a capital e os demais 38 municípios), que já chegou a menos de 41%, foi para 67,5% na última sexta, em meio a uma tendência de aumento. A ocupação maior é tanto efeito do crescimento do número de internações quanto da redução da quantidade de leitos de UTI disponíveis – em todas as cidades da Grande São Paulo, essas vagas foram sendo fechadas à medida que a crise diminuía e, agora, o ritmo de reabertura dos leitos não tem sido em volume suficiente para reduzir esse porcentual de ocupação.

Na Grande São Paulo, em 10 de novembro (data em que a tendência de crescimento teve início), quando a taxa de ocupação dos leitos de UTI era de 42%, a média móvel de novas internações era de 1.814 pacientes diários. Na sexta-feira, era de 2.921 (aumento de 61%). Já o total de leitos de UTI naquela data era de 4.062, enquanto agora é de 4.330.

Embora a oferta de leitos já tenha subido, o número de vagas disponíveis é o menor ao menos desde 8 de outubro (dado mais antigo no sistema da secretaria). Naquela ocasião, havia 4.830 leitos, mas a média móvel de internações era de 1.280, menos da metade do índice atual.

No caso da capital, segundo dados da Prefeitura, o número de leitos de UTI também está menor do que nos meses anteriores. São 966 agora, eram 1.076 em 10 de novembro, quando as internações recomeçaram a subir. O secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, afirmou que o município tem facilidade de aumentar o número, reativando leitos em andares que estão fechados no Hospital Brigadeiro e em outras unidades. “Mas pode haver uma onda de casos da Grande São Paulo para cá, uma vez que nem todas as cidades estão reativando leitos”, disse.

Roberto Kraenkel, professor do Instituto de Física Teórica da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e integrante do Observatório Covid-19 BR, confirma que há uma notória tendência de subida no número de internações na Grande São Paulo, com destaque para o Grande ABC e a capital. “Subindo realmente de forma muito forte e em outras regiões do Estado também”, diz. O pesquisador explica que as internações são o indicador mais apropriado para analisar a situação de um lugar de forma mais emergencial, uma vez que os dados de casos confirmados costumam ter atraso nas atualizações.

Com o alerta para a possibilidade de aumento da demanda por leitos na capital ou mesmo transferência de pacientes das cidades vizinhas, o professor observa que esse crescimento, com o cenário atual, não pode ser atribuído apenas a essa mobilização. “Proporcionalmente, isso não deve modificar as tendências que têm tido.” Segundo Kraenkel, o cenário de piora que se instalou há mais de um mês é real, embora cresça um pouco mais devagar.

“No começo, quando você tem toda a população sem imunidade, suscetível de ter a doença, o crescimento vai muito rápido. Agora, cresce mais devagar, mas se vê aumento muito claro na maioria dos departamentos regionais de saúde do Estado e se vê isso nos dados nacionais, que estão subindo sustentadamente”, afirma Kraenkel. Para ele, o momento é muito perigoso e se faz necessário adotar medidas urgentes para evitar contágios e que promovam o distanciamento social. “Pode passar por fechar parte do comércio, bares, restaurantes, academia e monitorar de forma muito próxima a situação de casos, internações e mortes para depois calibrar o quão forte vai ser isso. Os lugares mais bem-sucedidos foram os que agiram rápido.”

Disponibilidade

Ao admitir o crescimento da taxa de ocupação dos leitos de UTI da Grande São Paulo, a Secretaria Estadual da Saúde informou, por meio de nota, que, com 67,5%, “há leitos disponíveis para o atendimento à população”.

Sobre a migração de pacientes de outras cidades para a capital, a secretaria informou que “dá total apoio na organização de fluxos e em transferências intermunicipais de pacientes quando necessário, inclusive de moradores de São Paulo que precisem de atendimento em serviços da Grande São Paulo ou qualquer outra região do Estado” e que “todo cidadão pode ser atendido em qualquer serviço de saúde independentemente de seu local de moradia”.

Sobre o risco de pessoas que precisam de UTI ficarem sem esse atendimento, a gestão Doria argumentou que “não é adequado correlacionar o aumento no número de mortes à assistência, uma vez que a rede está organizada para que todas as pessoas com quadro respiratório grave tenham atendimento”.

*Estadão conteúdo

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