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Se a suspeição de Moro não for decretada, será pior do que em 2018, o candidato Moro será o grande beneficiado

Se a fraude jurídica, comandada por Moro, tirou Lula da eleição, que venceria ainda no primeiro turno, como apontavam as pesquisas, elegendo Bolsonaro e transformando Moro em super ministro, caso Moro não seja considerado suspeito por sua parcialidade no caso Lula, desta vez será pior, pois vai tirar Lula da disputa presidencial e o grande beneficiado será o próprio Moro.

Isso seria uma pá de cal na desmoralização do STF.

Moro, que se transformou num bandido de fama internacional, merecendo uma matéria de destaque no New York Times, acusando-o de comandar a maior quadrilha jurídica da história da humanidade, como disse Gilmar Mendes ontem, sendo eleito ou mesmo candidato nessas condições, arrastaria o judiciário inteiro para a desmoralização internacional.

É disso que estamos falando.

Aguardemos os próximos acontecimentos jurídicos.

*Da redação

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Assista ao vivo: STF julga compartilhamento de mensagens da Lava Jato com a defesa de Lula

Neste exato momento o STF julga se deixa frouxa ou não a lama que escorre das mensagens trocadas entre os contraventores da Lava Jato, travestidos de procuradores. A mesma Lava Jato que é culpada pelo caos econômico, político e sanitário do país.

2ª turma do Superior Tribunal Federal julga se valida compartilhamento de mensagens da Lava Jato que colocam em xeque condenação do ex-presidente.

Assista:

*Com informações do Uol

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Vivaldo Barbosa: Foi dada a largada

Os últimos acontecimentos políticos serviram de base à abertura da sucessão presidencial. Desde o ano passado, dizia-se que neste ano de 2021 seria dado início à campanha presidencial. Governo fraco, sem articulação política mais duradoura, levaria ao debate das eleições bem antes do ano que vem. Mal abre o ano, foi dada a partida.

O presidencialismo tem força aglutinadora própria, especialmente com o Executivo forte e atuante, como o deixaram os militares e a nova Constituição o abraçou. A eleição presidencial nacional é mobilizadora das opiniões e dos interesses em torno do presidente eleito de forma determinante. Mesmo com o avanço do liberalismo com a mutilação da Constituição operada por FHC e amesquinhamento do Executivo com as privatizações e desregulamentações da economia e que se seguiram nos governos Temer e Bolsonaro, a Presidência da República continua forte centro mobilizador da política brasileira. As eleições dos presidentes da Câmara e do Senado reviveram a capacidade mobilizadora da Presidência, até mesmo com Bolsonaro, um espalha brasa com suas idiotices e agressões.

A corrida presidencial começou bem para Bolsonaro. O que é bom. Aliás, foi de bom significado a resposta que ele deu aos que o vaiavam no Congresso Nacional: “Nos encontraremos em 2022”. Bom sinal. Uma eleição presidencial tem essa magia: abre caminho para resolver as pendengas, para a tudo dar equação. O pior é procurar sempre resolver no golpe, como sempre procuraram resolver no Brasil quando o conservadorismo se sai mal nas eleições. Bolsonaro elegeu amigos e correligionários presidentes da Câmara e do Senado e está recompondo forças conservadores em torno dele. Atraiu de vez as duas correntes em que se dividiu a ARENA (DEM e PP), que deu sustentação política e parlamentar à ditadura, e mais isto que se denomina Centrão (PSD de Kassab, Republicanos de Edir Macedo, aquilo em que se transformou o PTB nas mãos de Roberto Jeferson, e outras pérolas mais), misto de conservadorismo e fisiologismo que gravita em torno da Presidência da República.

Estão de fora, pois se dizem arrependidos e já querem distância do Bolsonaro, o PSDB (principal sustentação do conservadorismo neoliberal, Brizola dizia que era a nova cara da direita), com Doria e um rol de processados pela justiça (não pela Lava Jato de Curitiba, claro), os que se aglutinam em torno desse Huck, pedações em que se acabou o MDB e os meios de comunicação que não gravitam em torno da Presidência. Agora se proclamam arrependidos, assim como muitos da famosa Banda de Música da UDN se arrependeram do golpe contra Getúlio em 1954 e contra Jango em 1964. Alguns meios de comunicação confessaram há pouco que foi “erro editorial”.

A campanha começa boa para Bolsonaro, melhor ainda para os democratas e progressistas, para a esquerda em geral: o conservadorismo está dividido.

Lula fez um movimento político significativo, mas ainda impossível de prever e medir seus desdobramentos: pediu a Haddad que saia em campo. Lula é a força popular aglutinadora, que melhor falaria ao povo e o livraria de muitos dos enganos do Bolsonaro. Mas Lula parece não alimentar ilusões que o STF, cuja maioria ele e Dilma nomearam, vá sair do golpe e lhe devolver os direitos de se candidatar. Embora seja difícil para o Supremo continuar dando respaldo a golpes, Lula parece não alimentar muitas esperanças. Pois bastaria o STF fazer Justiça e devolver os direitos políticos de Lula para todos das forças populares se unirem em torno dele, como disse esta figura lúcida que desponta na vida brasileira, o Governador Flávio Dino.

O quadro está bom para o nosso lado. Mas requer muita competência e sabedoria política. Nossa sabedoria será reunir nossas forças e nossa capacidade para derrotar todos os que sempre deram golpe no Brasil, desde ao Presidente Getúlio Vargas até ao Presidente Lula; todos os que sustentam o neoliberalismo; todos os que contribuem para alienar nossa soberania para exploração de nossa riqueza pelos grupos econômicos; todos os que sempre sugaram nosso povo e querem retirar seus direitos; todos os que sustentam esta pesada herança da escravidão e do colonialismo que ainda nos persegue.

*Vivaldo Barbosa – Ex-deputado federal constituinte

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Novo escândalo: STF quer saber aonde foi parar parte do fundo bilionário da Lava Jato

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, quer saber se parte do dinheiro discutido no acordo do fundo da “lava jato” teve destinação diferente do previsto. O pedido de informações consta de ofício assinado nesta terça-feira (4/2) e endereçado ao juiz Luiz Antonio Bonat, titular da 13ª Vara Federal de Curitiba.

O acordo firmado para destinar R$ 1 bilhão para os incêndios florestais da Amazônia e R$ 1,6 bilhão para a educação foi homologado pelo ministro em setembro.

O dinheiro provém de acordo assinado entre a Petrobras e os procuradores da “lava jato”. Originalmente, foi prevista a criação de um fundo a ser administrado pelo Ministério Público Federal para investir genericamente em “projetos de combate à corrupção”. O acordo gerou o montante de R$ 2,6 bilhões, que seria depositado na conta da 13ª Vara Federal de Curitiba.

A ConJur mostrou que esse primeiro foi previsto em acordo com acionistas nos Estados Unidos. No entanto, em petição enviada ao STF, a companhia afirmou que a criação não foi informada aos acionistas da empresa nem ao seu conselho fiscal.

Esse primeiro fundo bilionário foi então suspenso pelo ministro, que entendeu ser “medida precária implementada por órgão incompetente”. “Os propósitos externados no Acordo de Assunção de Compromissos, em princípio, exorbitaram das atribuições que a Constituição Federal delimitou para os membros do Ministério Público, que certamente não alcançam a fixação sobre destinação de receita pública, a encargo do Congresso Nacional”, afirmou.

Depois dessa suspensão, foram então firmados os acordos que endereçaram os recursos ao combate a incêndios na Amazônia e à educação.

*Do Conjur

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Para ministros do STF não restam dúvidas sobre crimes de Moro e procuradores da Lava Jato

Dentro do Supremo Tribunal Federal (STF), é cada vez maior a convicção de ministros sobre as ilegalidades cometidas pelo ex-juiz Sérgio Moro e procuradores da Lava Jato, liderados por Deltan Dallagnol.

A jornalista Daniela Lima, da CNN Brasil, afirmou pelo Twitter que os gabinetes dos ministros estão analisando as trocas de mensagens entre Moro e os procuradores que compõem o acervo da operação Spoofing, e já identificaram pelo menos cinco ilegalidades cometidas pela Lava Jato.

Segundo Lima, a análise de técnicos do STF sobre as mensagens aponta indício de antecipação de decisão e combinação de jogo processual; compartilhamento contínuo de informações sigilosas; interferência na produção de provas; falhas na cooperação com autoridades estrangeiras e falhas nas ações contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Nesta quinta-feira, o ministro Gilmar Mendes, do STF, disse em entrevista à CNN Brasil que a Lava Jato não tinha agentes públicos atuando dentro de suas competências, mas “transgressores da lei”. “Quem é o chefe/coordenador da Lava Jato segundo esses vazamentos, esses diálogos? É o [Sergio] Moro, que eles [procuradores] chamavam de russo”, criticou.

*Com informações do 247

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Com base na Lei de Segurança Nacional, Pimenta e Damous pedem a prisão de Moro e procuradores

O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) e o advogado e ex-deputado Wadih Damous (PT-RJ) ingressaram no Supremo Tribunal Federal com pedido de prisão do ex-juiz Sérgio Moro, do procurador Deltan Dallagnol e outros procuradores que atuaram na operação Lava Jato.

A notícia-crime protocolada no STF acusa os integrantes da Lava Jato de várias condutas ilegais que vêm sendo reveladas em diálogos acessados pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no âmbito da operação Spoofing.

“É possível constatar fortes indícios da existência de uma associação estruturalmente ordenada e composta por agentes públicos, que se valeram da manipulação fraudulenta do sistema de justiça para ocultar a implementação de um projeto político e ideológico de poder, contando com a participação de agentes estrangeiros, cujo propósito aparenta ter sido a violação da soberania nacional, a obtenção de vantagens indevidas, a satisfação de interesses ou sentimentos pessoais e o aniquilamento do Estado de Direito”, diz um trecho o documento.

Na ação, Damous e Pimenta argumentam que a Lava Jato também colocou em risco a segurança nacional e citam Art. 8º da Constituição: “Entrar em entendimento ou negociação com governo ou grupo estrangeiro, ou seus agentes, para provocar guerra ou atos de hostilidade contra o Brasil. Pena: reclusão, de 3 a 15 anos. Parágrafo único – Ocorrendo a guerra ou sendo desencadeados os atos de hostilidade, a pena aumenta-se até o dobro”, continua.

Em março deste ano, a Vaza Jato divulgou que Dallagnol e o procurador Vladimir Aras não entregaram nomes de pelo menos 17 americanos que estiveram em Curitiba em 2015 sem conhecimento do Ministério da Justiça.

De acordo com a notícia-crime, “a realidade oculta o sob verniz de legalidade consistiu na perseguição contra inimigos políticos visando à implementação de um projeto de poder contrário às regras do Estado Democrático de Direito”. “É urgente a necessidade de instauração de procedimento investigatório cabível para apuração das condutas ora reportadas, sob pena do mais absoluto descrédito do sistema de justiça brasileiro”.

Leia a íntegra do documento:

Paulo Pimenta e Wadih Damous pedem prisão de Moro e procuradores da Lava Jato from Aquiles Lins

*Com informações do 247

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Lava Jato monitorava minuto a minuto o grampo nos advogados e em Lula

Segundo o GGN, os procuradores eram informados minuto a minuto do que ocorria e articulavam os próximos passos em função das conversas grampeadas.

Outro relatório do perito contador Cláudio Wagner levantou as conversas da Lava Jato sobre o monitoramento dos telefones dos advogados de Lula e do próprio Lula, confirmando que servia para identificar as estratégias da defesa e se antecipar.

Os procuradores eram informados minuto a minuto do que ocorria e articulavam os próximos passos em função das conversas grampeadas.

De acordo com o que vai sendo revelado pelas conversas vazadas da Lava Jato, tornam-se abundantes as provas que, por mais escaramuçada que tenha sido a vida de Lula pela Lava Jato, nada foi encontrado para incriminá-lo.

Por isso era preciso pilhar o Jornal Nacional com manchetes fantasiosas para enfiar uma carapuça a vácuo na cabeça de Lula, mostrando que todas as acusações foram feitas na base do improviso, da molecagem, de forma misteriosa soprada por alguma entidade extraterrestre.

Moro, que já está murcho, vazio, com a cabeça pendida, suando, como um frouxo que é, está tentando segurar com as mãos no STF a barragem de lama que se rompeu e que não para de atazanar o ex-herói dos tolos, até porque cada desonra sofrida por ele que sempre teve horror à verdade e, agora, não tem sossego nem para dormir, Lula, por sua vez, assiste de camarote a tragédia inteira que o bando da Lava Jato sofre junto com o patrão.

Certamente, Lula se diverte com o que está sendo revelado, enquanto Moro mergulha num desespero depois de ser turbilhonado por um caixote que o arremessou a 50 metros de distância da praia, enchendo todos os seus orifícios de areia grossa e lixenta.

Ou seja, o imbecil caiu na própria emboscada que armou para Lula junto com o núcleo central. Agora, vê-se rodopiando dentro do próprio moinho numa sofreguidão terrível tentando apelar para Fachin lhe servir de peneira de tanto cascudo e rolete de fumo que o idiota está levando.

*Da redação

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Com Lira encrencado com a justiça, STF vê risco de impasse sobre situação de Lira em linha sucessória da Presidência

Além de cupincha do genocida, Arthur Lira está encrencado com a justiça.

Decisão do Supremo de 2016 diz que réus em ações penais não podem assumir Planalto nas ausências de presidente e vice.

Recursos apresentados contra o resultado de dois julgamentos do STF (Supremo Tribunal Federal) reforçam na corte um impasse sobre a condição do deputado Arthur Lira (PP-AL) como substituto eventual do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Lira foi eleito presidente da Câmara para o biênio 2021/2022 nesta segunda-feira (1º). O ocupante do cargo é o segundo na linha sucessória presidencial —o primeiro é o vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB).

Uma decisão do STF de 2016 diz que réus em ações penais não podem substituir o presidente e o vice caso os dois se ausentem do país, ainda que estejam liberados para comandar as duas casas legislativas federais.

O novo presidente da Câmara é alvo de duas denúncias por crimes de corrupção passiva e organização criminosa, resultantes de investigações da Operação Lava Jato. As duas acusações foram julgadas e aceitas pelo Supremo.

No andamento processual, após a denúncia ser aceita, a fase seguinte é a abertura da ação penal. Nela, os acusados passam a ser réus. Mas cabem recursos.

E foi justamente o que ocorreu nos dois casos que envolvem Lira. Foram apresentados recursos contra as decisões dos ministros de aceitar as denúncias, adiando a abertura das ações penais.

A Folha apurou que há no Supremo uma divisão sobre o momento em que o denunciado passa a receber o tratamento de réu —se a partir do recebimento da denúncia ou se a partir da formalização da ação penal.

Para parte dos ministros, uma vez acatada a acusação apresentada pela PGR (Procuradoria-Geral da República), o investigado torna-se automaticamente réu.

Outra ala do tribunal, todavia, entende que Lira poderia assumir o Executivo porque seria necessário esgotar os recursos e formalizar a abertura da ação para que ele ficasse impedido.

Isso, porém, ainda deve ser discutido pelo STF. A aposta é que partidos de oposição devem acionar o Supremo para que a corte defina se o aliado de Bolsonaro e líder do centrão pode ou não substituí-lo na Presidência da República.

A avaliação interna na corte é que, além da discussão jurídica, o resultado do julgamento dependerá do comportamento que o deputado terá em relação ao Supremo.

A maioria dos ministros simpatizava com a atuação de Rodrigo Maia (DEM-RJ), que, enquanto presidente da Câmara, ajudava o STF para impor limites às ofensivas de Bolsonaro contra os demais poderes.

Maia, por exemplo, deu respaldo ao inquérito das fake news em curso no Supremo com a CPMI do Congresso que também investigava a atuação da militância bolsonarista nas redes sociais para descredibilizar as instituições.

Caso Lira reforce o alinhamento com o chefe do Executivo a ponto de respaldar os ataques ao Supremo, a corte não deve enfrentar o julgamento sobre sua situação jurídica com bom humor.

Em uma das denúncias aceitas pelo STF, Lira foi acusado de receber R$ 106 mil em propina do então presidente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), Francisco Colombo, em troca de apoio para mantê-lo no cargo.

Em sessão no final de novembro, a Primeira Turma do STF formou maioria para negar recurso do parlamentar de Alagoas. O julgamento foi suspenso após pedido de vista do ministro Dias Toffoli.

Ao lado de colegas do PP, o deputado também responde ao inquérito chamado “quadrilhão do PP”, por suposta participação em esquema de desvios da Petrobras.

De acordo com a acusação, integrantes da cúpula do partido integrariam uma organização criminosa, com ascendência sobre a diretoria da Petrobras, e que desviava verbas em contratos da estatal.

A denúncia foi aceita pela 2ª Turma do Supremo, em junho de 2019, mas a ação penal ainda não começou a tramitar em razão de recursos apresentados pelas defesas dos réus.

O criminalista Pierpaolo Bottini, advogado do presidente da Câmara, disse que não há no Supremo uma decisão definitiva sobre o tema. Para ele, a condição de réu não constitui fator impeditivo.

“Afastar o parlamentar réu da linha sucessória, por acusação de crime sem relação com o exercício da presidência da república, é impor medida não prevista em lei”, afirmou.

“Se um réu em ação penal tem condições de disputar o cargo de presidente da república pela eleição direta, não há impeditivo para uma pessoa na mesma situação ocupar o posto em linha sucessória.”

*Com informações da Folha

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Toda a direita saiu derrotada ontem

A cara fúnebre de alguns comentaristas da GloboNews, sobretudo Merval Pereira, já mostrava que o sucesso que imaginava os articulistas do tal centro-direita, foi demolido, arruinado, anulado. Sofreram um revés que não deixou, principalmente Merval, esconder seu desgosto, tal a perturbação de suas palavras.

Lembrando que hoje esse tal centro-direita vinha tentando construir nomes como Dória, Moro, Huck, ou seja, foi um verdadeiro strike de Bolsonaro com a vitória de Lira.

Mas, ao contrário do que quis vender o Palácio do Planalto, a vitória de Lira de fato representou um insucesso, diria mais, um desastre para Bolsonaro.

Na verdade, toda a direita sofreu uma acachapante derrota para os mercenários do Centrão que praticam o fisiologismo de time de fazenda “bola pro mato que o jogo é de campeonato”.

O Centrão, em hipótese nenhuma, colocará azeitona na empada de Bolsonaro, ao contrário, vai querer vender a sua empada cada vez mais cara, porque Bolsonaro se mostrou absolutamente rendido, murcho politicamente para tocar o governo sem seguir as ordens do Centrão.

Para piorar, quem foi fazer o papel de se posicionar de joelhos no milho, com o pescoço debaixo do facão, foi o general Ramos jogando a imagem das Forças Armadas, já completamente esfarrapada com o desastre do governo militar de Bolsonaro, somado à hecatombe chamada general Pazuello, desintegrou-se de vez na eleição da Câmara.

Se alguém acha que Bolsonaro, para compensar seus absurdos e ter a festinha dos terraplanistas com suas pautas contra o meio ambiente e os direitos humanos, não deve ter prestado atenção no recado que STF, via Fux, deu diretamente a Bolsonaro de que ele não vai encontrar moleza no Supremo no que se refere a essas duas pautas, porque enfrentará duas comissões pesadas que terão afinidade direta com a própria pauta de Biden.

Para entender melhor o tamanho da tragédia do que ocorreu ontem com a direita, é preciso avaliar a desmoralização total da imagem da Lava Jato com as novas revelações do hacker, liberadas por Lewandowski, mas principalmente a guerra ao vivo que se travou hoje entre Constantino e Dória, um que não vale nada e, o outro que não vale o um.

Nessa discussão patética entre Dória e Constantino, dá para se ter uma ideia da síntese da tragédia que foi para o campo da direita o dia de ontem.

Com a vitória de Lira não se pode dizer que Bolsonaro não governa mais, até porque nunca governou, o que se pode afirmar com a mão na consciência e sem medo de errar, é que Bolsonaro já não apita mais nada. Ele entrará em campo com a camisa 11 e ficará lá na ponta direita, quase fora do gramado, compondo o time por ser o dono do jogo de camisas, mas não receberá uma bola e correrá pra lá e pra cá na mesma reta, sem efetivamente participar do jogo.

Isso, por ora, porque o Centrão avançara muito mais e sugará a última gota de sangue que sobrar do genocida. A conferir.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Operação Spoofing: 1% do arquivo revela um vírus na origem da era do horror

Embora o assunto da hora seja a ida de Jair Bolsonaro às compras — não me refiro a sal, chiclete, alfafa e leite condensado, mas a deputados do Centrão —, deu-se um evento importante nesta quinta. O ministro Ricardo Lewandowski. do STF, decretou o sigilo de tudo o que diz respeito à Operação Spoofing — incluindo o material a que a defesa de Lula já teve acesso, que corresponde a uma parte ínfima do conjunto.

Por que o ministro o fez também para o conteúdo que já é e que ainda será do conhecimento dos advogados do ex-presidente? É provável que se tenha chegado a coisas do arco da velha. Alguns detalhes foram publicados pela edição online na Veja. Já volto ao ponto. Antes, um pouco de memória.

A Operação Spoofing foi deflagrada por comando de Sergio Moro, quando ainda ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, para tentar chegar aos hackers que passaram o material ao site The Intercept Brasil, que resultou na série de reportagens conhecida como “Vaza Jato”.

As conversas, extraídas do aplicativo Telegram, revelam relações absolutamente impróprias e ilegais entre o então juiz Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol, que coordenava a Lava Jato de Curitiba. Também há conversas entre os procuradores que poderiam merecer o título de “Arquitetura de uma Condenação sem Provas”.

TAMANHO DO ARQUIVO

A Polícia Federal foi de uma rapidez realmente impressionante e chegou a Walter Delgatti Neto. Recolheu-se, então, um vasto arquivo que estava com ele que soma espantosos sete terabytes. Um terabyte — ou 1.024 gigabytes — pode arquivar 130 mil fotos digitais. Deu para ter ideia de quanta coisa há lá?

Cumpre lembrar que Lewandowski havia determinado compartilhamento desse material com a defesa de Lula. As reportagens da Vaza Jato foram eloquentes o bastante para evidenciar o que chamo acima de “arquitetura de uma condenação”.

Prestem atenção: dos sete terabytes, forneceram-se à defesa de Lula 740 gigabytes — 10,32% do total. Desses 10,32%, um perito judicial conseguiu analisar, por sua vez, apenas 10%. Assim, estamos falando que foram analisados apenas 74 gigabytes: pouco mais de 1% do que foi apreendido.

E, creiam, já foi o suficiente para acrescentar um conteúdo assombroso àquilo que a Vaza Jato já havia revelado. A rigor, não há um componente criminoso novo até agora ao menos. O que se vê é a confirmação das ilegalidades com conteúdos ainda mais comprometedores.

Informa a revista:

VEJA teve acesso ao conteúdo apresentado ao STF pela defesa como sua “análise preliminar”, encaminhado aos advogados na quarta-feira pelo perito Cláudio Wagner, que mostra sete diálogos curtos entre o ex-juiz federal Sergio Moro e o ex-coordenador da força-tarefa da Lava Jato no Paraná Deltan Dallagnol.

Para os advogados de Lula, “é possível desde já constatar, para além da escancarada ausência de equidistância que deveria haver entre juiz e partes, por exemplo: (i) a efetiva existência de troca de correspondência entre a “Força Tarefa da Lava Jato” e outros países que participaram, direta ou indiretamente, do Acordo de Leniência da Odebrecht, como, por exemplo, autoridades dos Estados Unidos da América e da Suíça; (ii) documentos e informações que configuram quebra da cadeia de custódia relacionados aos sistemas da Odebrecht; e (iii) a busca selvagem e a lavagem de provas pelos órgãos de persecução, com a ciência e anuência do juízo de piso”.

Sim, meus caros! O pouco que se soube do pouco que foi analisado evidencia que o diabo é mesmo tão feio como revelou a Vaza Jato e com artimanhas adicionais.

ARQUITETURA DE UMA PERSEGUIÇÃO

Uma troca de mensagens de 23 de fevereiro de 2016 entre Deltan Dallagnol e Sergio Moro há de deixar constrangidos juízes federais e procuradores que tenham vergonha na cara. O então juiz pergunta ao coordenador da Lava Jato se a força tarefa tinha uma denúncia sólida contra Lula. E o despropósito se revela inteiro.

Como se falasse a um chefe — e se prova, mais uma vez, que era Moro quem comandava a operação –, Dallagnol detalha o caminho que pretende seguir para incriminar Lula. Na conversa, verifica-se a perversão em que se transformou a delação premiada. Informa o procurador ao juiz, que tem o dever legal de ser neutro:

“Estamos trabalhando a colaboração de Pedro Correa, que dirá que Lula sabia da arrecadação via PRC [Paulo Roberto Costa] (e marcaremos depoimento de PRC para um dia depois da nova fase, para verificar a versão dele).

É do balacobaco:

– juiz cobrando ação do procurador contra o réu com receio de perder uma boa oportunidade de incriminá-lo;

– procurador detalhando a juiz seu plano, como se estivesse numa caçada; – instrumentalização de delatores para atingir o alvo preferencial;

– manipulação de fases e depoimentos com o intuito de incriminar. E isso tudo, ora vejam!, sendo combinado com ninguém menos do que o juiz, que tem a obrigação funcional de ouvir com equidistância defesa e acusação.

E isso tudo, ora vejam!, sendo combinado com ninguém menos do que o juiz, que tem a obrigação funcional de ouvir com equidistância defesa e acusação.

ESTADO PARALELO

As coisas não param por aí.

Entre 28 de novembro e 1º de dezembro de 2015, Moro, o chefe, cobra informações sobre contas da Odebrecht no exterior e quer saber se João Santana, que havia sido marqueteiro do PT, era um dos beneficiários. Deltan diz que há americanos cuidando do assunto no caso do dinheiro que tenha passado pelos EUA, já que a tal conta é, na verdade, suíça. E aí informa:

“Nesta semana, teremos contato com os suíços, que vêm pra cá pedindo extremo sigilo sobre a visita”.

Informa a Veja: Em 18 de outubro de 2016, um dia antes da prisão do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, Deltan Dallagnol tentava combinar um horário para encontrar Sergio Moro e falar com ele “sobre apreensão dos celulares”. Ele também cita reuniões com representantes suíços e americanos para “discutir e negociar percentuais da divisão do dinheiro”.

Essa história dos celulares de Cunha já tinha sido publicada pela Vaza Jato. Chama a atenção nesse caso, mais uma vez, a articulação com suíços e americanos. O tal dinheiro a ser dividido deve dizer respeito a alguma apreensão ou multa, não está claro no contexto.

O que merece destaque aí é a onipresença de autoridades estrangeiras nessa fase da investigação. O ministro Ricardo Lewandowski enviou um ofício à Procuradoria Geral da República cobrando informações sobre essas parcerias da Lava Jato com autoridades suíças e americanas. E recebeu uma resposta intrigante: não há registro oficial a respeito.

Parece que se tinha, com efeito, um verdadeiro estado paralelo em operação.

FBI, LEMBRAM-SE?

O site Consultor Jurídico já havia noticiado em fevereiro de 2018 a colaboração do FBI com a Lava Jato. Bem, uma coisa é cooperação; outra, distinta, é uma parceria ao arrepio da lei, estabelecida nas sombras. Reportagem da Agência Pública, em parceria com o site The Intercept Brasil, revelou a atuação ilegal da polícia americana no país, em conluio com a força-tarefa, ao arrepio do Ministério da Justiça e da própria Procuradoria Geral da República.

Na citada reportagem, ficou claro também que Dallagnol mantinha contatos com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos em assuntos envolvendo até extradição, sem a intermediação, como exige a lei, do Ministério da Justiça. Estado dentro do Estado.

PEDIDO EXTRAVAGANTE

As primeiras informações que vêm à luz em razão do compartilhamento dos arquivos da Operação Spoofing reforçam, com sobras, a cadeia de ilegalidades que já havia sido revelada pela Vaza Jato. Dá para entender por que Dallagnol e alguns colegas procuradores apelaram a Lewandowski para suspender esse compartilhamento. Se malsucedidos, pedem que a questão seja levada ao pleno. Para começo de conversa, é matéria que diz respeito à Segunda Turma porque se trata de investigação já em curso.

Na petição enviada a Lewandowski os procuradores contestam que tenha havido perícia no arquivo, afirmando que esta evidencia apenas que não houve nenhuma adulteração depois da apreensão. E insiste na tese ridícula de que o material apreendido pode ter sido manipulado antes pelos hackers.

A argumentação chega a ser pueril. Para tanto, seria preciso, então, que Delgatti hackeasse os diálogos e os adulterasse, apostando, então, que um dia esse material seria apreendido pela polícia, servindo para desmoralizar Moro e Dallagnol. Nesse caso, ele não seria um hacker, mas um adivinho.

O pouco que se sabe do pouco mais de 1% analisado dos sete terabytes apreendidos evidencia o buraco legal em que a Lava Jato meteu o país. Não por acaso, tanta dedicação ao combate à corrupção acabou resultando na eleição de Jair Bolsonaro, este que agora vai às compras na Câmara e que incita os brasileiros a ter coragem, não temendo o coronavírus. Com o país marchando célere para os 250 mil mortos antes que termine fevereiro.

O vírus lava-jatista do ataque ao devido processo legal e ao estado de direito nos atingiu antes que o coronavírus. E nos deu Bolsonaro de presente. Quantos dos atuais 221,6 mil mortos se devem a essa parceria?

Reinaldo Azevedo/Uol

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