Maquiavélico, ambicioso, hipócrita e sorriso sarcástico. Este é Tarcísio de Freitas.
Não resta dúvida de que não tem alguém mais feliz com a condenação de Bolsonaro do que ele.
Sua relação com os personagens ou com a trama golpista ainda não está esclarecida.
É como se o “lagarto” observasse, com um sorriso sarcástico, a incapacidade humana de resistir às tentações do desejo e da ganância, e esperasse friamente Bolsonaro se ferrar, abrindo espaço para sua candidatura à Presidência da República em 2026 no lugar de seu ex-amo.
Está aí um sujeito que não tem dilemas éticos, que sorri complacentemente diante da destruição causada por escolhas políticas trágicas, como a tentativa de golpe comandada por Bolsonaro.
Lógico que Tarcísio encarnaria o fã de ficção de Bolsonaro e faria todo o jogo de cena complexa de seu personagem para apunhalar Bolsonaro pelas costas, antes mesmo de ser condenado, lançando-se candidato à presidência como assistimos numa traição descarada.
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O entusiasmo dos bolsonaristas com o lero-lero de Fux é só para piorar a própria vida da direita.
Isso adiciona mais lenha na guerra interna entre o Clã e Tarcisio sobre a liderança de Bolsonaro na direita, mesmo preso.
Como o Congresso é formado, em sua maioria, por oportunistas, os congressistas ligados a Bolsonaro devem abandonar o “mito” para abraçar Tarcísio que segue no jogo.
A angustia piora porque ainda teremos os amantes de ETs e Pneus mantendo devoção ao “mito” dos tolos.
O voto de Fux foi inútil para ajudar a dar uma guinada na condenação de Bolsonaro. Ele vai sim para Papuda.
Na vida como ela é, Bolsonaro seguirá rumo ao cemitério político e será enterrado e, consequentemente, ficará fora da vida nacional.
A direita terá que refazer contas e estratégias atrasando um traçado fecundo para a candidatura de Tarcisio.
Foi uma casca de banana jogada no caminhar da campanha do sabujo dos EUA, Tarcisio de Freitas.
Fora desse disse me disse lateral, Fux apenas jogou para o vento. Não melhorou em nada o resultado da condenação de Bolsonaro.
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O GPS da grande mídia avisou a Tacisio de Freitas que ele pegou a mão errada e os efeitos biológicos deram ruim.
Na falta de suprimento propositivo, ser um borralho de Bolsonaro, é o único bode que o governador de São Paulo consegue tirar da sua felpuda cartola atochada até o pescoço.
Essa alimentação artificial de sua imagem, anda dando curto até para uma legião de abestados bolsonaristas.
Seu discurso na Paulista foi um juramento àquela bandeira norte-americana gigante.
Ele quis misturar dois idiotas em um só Frankenstein, Trump e Bolsonaro.
O troço talhou e, do alto da torre, a mídia, por outros meios, mandou ele usar outro armamento porque com esse acertou o próprio pé.
O fato é que, na mochila do sujeito, não há armamento retórico além de um engenho burocrático, já que não tem obra nenhuma para mostrar da época em que foi ministro de Bolsonaro. A que tem agora, é demandada pelo governo Lula, não o governo de São Paulo.
Se o sujeito enfia o pé na jaca, Lula pega ele no pulo. Se nada falar é ainda pior.
Sua solução de “gênio” foi sentar a mamona em Moraes e a desaprovação da patrãozada da mídia.
O fato é que Tarcísio não tem arma para uma guerra futura contra Lula.
O hurra épico do bolostrô já queimou na largada num anti-histórico buraco n’água.
Uma caricatura do Jeca Tatu carioca em terras paulistas, não poderia dar em outra coisa.
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Pesquisa CNT/MDA testou diferentes cenários de primeiro e segundo turno para as eleições presidenciais de 2026. Confira resultados
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece com vantagem frente aos possíveis candidatos à Presidência da República para as eleições de 2026, conforme pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT), realizada pelo Instituto MDA e divulgada nesta segunda-feira (8/9). Lula também mostra uma recuperação na popularidade, embora a desaprovação seja superior aos que aprovam o presidente.
Os nomes dos candidatos a presidente foram testados em simulações de primeiro e segundo turno. Para o primeiro turno, foram testados três cenários.
No primeiro deles, Lula lidera com 36,2% contra 29,7% de Bolsonaro. Na sequência, aparecem Ciro Gomes (9,6%); Ratinho Jr. (6,9%); o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (2,8%); e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (2%). Os votos brancos e nulos somaram 9,5% e os indecisos 3,3%.
No cenário dois da estimulada, Lula tem 35,8% e Tarcísio, 17,1%. Depois aparecem Ciro Gomes (11,6%); Ratinho Jr. (10%); Caiado (4,2%); e Zema (3,6%) . Os votos brancos e nulos somaram 12,4% e os indecisos 5,3%.
Já no terceiro cenário testado pelo MDA, Lula alcança 37,1% contra 14,6% do deputado federal, Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Os outros possíveis candidatos apresentam o seguinte resultado: Ciro (12,3%), Ratinho Jr. (10,9%), Caiado (4,5%), Zema (4,2%). A opção branco e nulo equivale a 11,8% e os indecisos chegam a 4,6%.
Para o segundo turno, foram realizadas seis simulações. O nome mais competitivo contra o presidente Lula foi o de Ciro Gomes. O petista obteve 39,4% contra 36% de Ciro. Os dois estão tecnicamente empatados uma vez que a margem de erro é de 2,2 pontos porcentuais para mais ou para menos. Brancos e nulos somam 20% e indecisos, 4,6%.
Confira os resultados das demais simulações de segundo turno:
Lula x Bolsonaro
Lula: 45,7%
Bolsonaro: 37,7%
Branco/Nulo: 14,5%
Indeciso: 2,1%
Lula x Tarcísio
Lula: 43,9%
Tarcísio: 37,6%
Branco/Nulo: 14,8%
Indeciso: 3,7%
Lula x Ratinho Jr.
Lula: 43,4%
Ratinho Jr.: 36,7%
Branco/Nulo: 16,1%
Indeciso: 3,8%
Lula x Zema
Lula: 45%
Zema: 30,7%
Branco/Nulo: 19,2%
Indeciso: 5,1%
Lula x Caiado
Lula: 44,8%
Caiado: 30,4%
Branco/Nulo: 20,2%
Indeciso: 4,6%
O MDA realizou 2.002 entrevistas, entre os dias 3 e 6 de setembro, presencialmente nos domicílios. O nível de confiança divulgado é de 95% e a margem de erro de 2,2 pontos porcentuais.
Avaliação do governo A aprovação de Lula, conforme os entrevistados, foi de 44% enquanto há 49,3% que desaprovam o desempenho pessoal do presidente. Houve 6,7% que não souberam opinar ou não responderam.
A aprovação de Lula mostra uma recuperação desde fevereiro. Em junho, o índice era de 40%, passou para 41% e agora são 44%. Já a reprovação demonstrou queda no período. Ela estava em 55% em fevereiro deste ano, recuou para 53% em junho e agora é de 49%.
A avaliação positiva do governo é de 30,5%, composta por 10,4% que consideram Lula ótimo e 20,1%, bom. Para 28,3%, o governo é regular. Já a avaliação negativa é de 40%, sendo que desses 11,2% consideram a gestão ruim e 28,8% péssimo. Os que não souberam ou não responderam equivale a 1,2%. Com Metrópoles.
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Governador está na linha de frente das articulações pela anistia aos golpistas
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou neste domingo (7), durante ato bolsonarista na avenida Paulista, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) poderá ser condenado nesta semana sem nenhuma prova. Disse ainda que a delação de Mauro Cid ocorreu sob coação.
Tarcísio defendeu a anistia geral, pressionou o presidente da Câmara, Hugo Motta, a pautar o tema e disse que o julgamento que ocorre no STF é sobre “um crime que não existiu”. O governador paulista disse que o julgamento não é justo, voltou a falar em “narrativas” e mandou indiretas a Alexandre de Moraes.
“Não vamos aceitar a ditadura de um Poder sobre o outro. Chega”, disse em recado ao Supremo. “Não vamos aceitar que nenhum ditador diga o que temos que fazer.” Em certo momento chamou Moraes de ditador e de tirano. “Ninguém aguenta mais tirania de um ministro como Moraes.”
“Nós não vamos mais aceitar que nenhum ditador diga o que a gente tem que fazer.”
O bolsonarista disse que “não existe Independência sem liberdade”. Lamentou a ausência de Bolsonaro no protesto em São Paulo e disse que a população não pode ser mais “tímida” para defender o que chama de “liberdade, estado de direito e democracia representativa”.
Tarcísio articula anistia aos golpistas Tarcísio esteve em Brasília durante a primeira semana do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no STF (Supremo Tribunal Federal) e embarcou nas articulações da direita por uma anistia que beneficie o padrinho político, deixando o clima mais favorável à aprovação da proposta.
Essa movimentação se deu em meio ao anúncio de desembarque do Progressistas (PP) e do União Brasil do governo Lula —os partidos decidiram entregar cargos ocupados por filiados na gestão federal e aderir à proposta de anistia.
A aprovação de um projeto do tipo ainda esbarra na falta de um texto consolidado e em divergências entre parlamentares sobre incluir ou não Bolsonaro, mas lideranças da direita e do centrão afirmam que a proposta tem o apoio de 300 deputados (de um total de 513).
A proposta do centrão é perdoar Bolsonaro no âmbito das ações penais agora julgadas no STF, sem reverter a inelegibilidade do ex-presidente. Desta forma, abririam caminho para a candidatura de Tarcísio.
A adesão do governador às movimentações no Legislativo também pode ser enxergada como uma maneira de reduzir a resistência de bolsonaristas mais radicais a sua candidatura no ano que vem. Os filhos do ex-presidente, por exemplo, criticam governadores de direita que tentam capturar o espólio eleitoral de Bolsonaro.
Antes do início do julgamento no Supremo, Tarcísio afirmou em entrevista ao jornal Diário do Grande ABC que, caso seja eleito presidente, seu primeiro ato seria conceder um indulto a Bolsonaro. Também criticou o STF, algo que vinha evitando até então: “Não acredito em elementos para ele ser condenado, mas infelizmente hoje eu não posso falar que confio na Justiça, por tudo que a gente tem visto”, disse.
*Por Arthur Guimarães de Oliveira e Gustavo Zeitel/ICL
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Podemos adicionar a debandada do Centrão do governo como mais um livramento, entre tantos que a direita presenteou Lula.
A debandada de partidos do Centrão (PP, União Brasil, e Republicanos) do governo Lula, articulada por figuras como Ciro Nogueira, é um movimento real e amplamente reportado.
Esses partidos, que controlam ministérios estratégicos, sinalizam um afastamento do governo, mirando as eleições de 2026 e uma possível aliança com a oposição de “centro-direita.”
Isso é tão importante quanto a via de mão trocada que Tarcísio, pressionado pelos bolsonaristas, pegou.
Primeiro, exaltando a vitória de Trump, o uso do boné trumpista e as comemorações do governador em apoio às tarifas que atingiram o Brasil, mas sobretudo o estado de SP que o próprio governa.
Nem assim Tarcísio conquistou simpatias ou confiança no mundo animal do bolsonarismo, incluindo o clã.
Mas para implodir a sua imagem dentro das quatro linhas da grande mídia que o tinha como queridinho para a Presidência da República em 2026, o desavisado Tarcísio declarou, em rede nacional, que não confia na justiça brasileira.
Tudo para apoiar o golpe da anistia de Bolsonaro, exigida pelos golpistas. Lambança maior, impossível, que acabou se tornando uma decisiva benção para Lula.
Isso ficou ainda pior para Bolsonaro, porque sabe-se que os Ministros do STF darão seus votos e penas a Bolsonaro, permeados, principalmente, pela defesa da democracia.
Sem falar no gol contra de placa do clã Bolsonaro de fazer lobby na Casa Branca para Trump punir o Brasil com tarifas de 50% e as sanções a Alexandre de Moraes, a pedido de Bolsonaro via Eduardo.
Isso tudo só fortaleceu a candidatura de Lula à reeleição, as pesquisas mostram isso de forma inconteste.
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Tarcísio de Freitas é rato magro com muito pelo. Ele não tem pernas próprias e quer usar as de Bolsonaro como trampolim.
O jogo dele é virar uma ratazana do tamanho de Bolsonaro no ninho dos camundongos golpistas de patente menor no Congresso. Mais que isso, não está verdadeiramente interessado em aliviar Blsonaro de seu momento de derrocada.
Ao contrário, Tarcísio quer ver Bolsonaro pelas costas, tanto que usou a sua derrota no STF por falta de defesa de seus crimes na tentativa de golpe que comandou em favor próprio, dizendo que era em favor de Bolsonaro.
O sujeito abandonou a administração do estado de São Paulo e simplesmente montou acampamento em Brasília para articular sua cartada.
Tudo não passa de teatro tosco.
Sabe que, se a anistia for mesmo votada e chegar a ter maioria na Câmara, não passa no Senado e muito menos no STF.
É ilegal! É inconstitucional! É criminosa! É golpista!
O que ele quer, já conseguiu, a etiqueta de lider do movimento pela anistia de Bolsonaro para a bolsonarada.
Já na outra parte, a do clã, não. Terá que tirar outro bode fedorento da cartola felpuda.
Não tem a confiança de Bolsonaro, menos ainda de Carluxo que o chamou de rato por se lançar candidato antes do pai ser julgado e condenado, além de Eduardo, que não admite levar uma pernada do esperto que sonha em colocar Eduardo no bolso e virar o homem perfeito para o tribunal bolsonarista.
Se essa meleca vai dar certo, não se sabe. Mas que o cara é a própria miséria moral, quanto a isso, não tem dúvidas.
Nisso, ele se iguala a Bolsonaro.
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A que ponto chegou a direita. Amarrada ao pé da mesa do maior medíocre da história.
Não tem uma porcaria qualquer, evidentemente melhor que Bolsonaro. Isso é a falência mais falida de uma bandeira política que já se ouviu falar.
Se a direita fosse minimamente civilizada, não teria produzido a papa-fina da burrice nacional chamada bolsonarismo.
Agora, está cercada por uma
manada dentro do próprio pasto. Produziu excelentes idiotas e agora depende deles para prosperar.
Imagina isso!
É para isso que a catequese antipetista serviu.
Esses idiotas berram exigindo alguma coisa ainda pior que Bolsonaro para votar na direita.
Tarcisio está tomando os pés pelas mãos, fazendo buraco n’água e rompendo a imagem que a mídia tentou pintá-lo, mas o sujeito não tem estofo nem para vestir o paletó de uma besta como Bolsonaro.
O pimpão carioca, que governa o estado de São Paulo, depende em 100% do apadrinhamento literal de Bolsonaro.
Não há força barata possível que remova esse pedregulho na botina de Tarcísio.
Sem a carona na garupa de Bolsonaro, Tarcísio não anda. É pesado demais.
Com a carona de Bolsonaro, some da mídia e fica estagnado do mesmo jeito.
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Até o mais boboca dos seres sabe que Tarcisio está fazendo comício em cima do caixão de Bolsonaro.
É golpista tentando dar golpe em golpista.
Se essa marmota vai colar para os bolsonaristas e para o clã? É evidente que não.
Não colou sequer na grande mídia que elegeu Tarcísio como direita moderada para caber num figurino mais palatável.
O sujeito está andando sobre brasa e, lógico, uma hora sai queimado.
Primeiro, na verdade, ele não quer anistia coisa nenhuma para Bolsonaro, ou ele seria escanteado como candidato da direita em 2026.
Daí a classificação carinhosa de “rato de esgoto” dada por Carluxo ao esperto.
O problema é que sua tática de atacar a justiça dizendo não confiar no Supremo, bateu quadrada na mídia e sua labareda do fogaréu artificial em favor da anistia de Bolsonaro em pleno julgamento, zebrou geral.
Com isso, sua imagem no meio midiático, que já fala em buscar outro nome que possa salvar a direita do fracasso eleitoral em 2026.
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Deputado do PT aciona Supremo contra Tarcísio, que teria articulado anistia a Bolsonaro durante julgamento do golpe
O deputado federal Rui Falcão (PT-SP) protocolou no Supremo Tribunal Federal uma representação explosiva contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. O documento, apresentado como incidente na Ação Penal 2668 e direcionado ao ministro Alexandre de Moraes, aponta a prática, em tese, do crime de obstrução de justiça.
Trata-se da ação penal que julga a tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023, marcada por acusações de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, formação de organização criminosa armada, além de danos qualificados e deterioração de patrimônio público.
Na peça, Rui Falcão sustenta que Tarcísio “deslocou-se a Brasília com o objetivo de articular junto ao Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, e lideranças do Parlamento, uma interferência direta no exercício do Poder Judiciário, com o pretexto de tramitação de um projeto de anistia destinado a beneficiar Jair Bolsonaro e outros réus da trama golpista”.
Essa articulação, segundo o deputado, ocorreu exatamente nos primeiros dias do julgamento no Supremo, o que conferiria gravidade ainda maior ao episódio. Para ele, não se trata de um simples gesto político, mas de uma ação com potencial de fragilizar a autoridade da Corte em um momento crítico.
A representação frisa que “não se trata de ato político isolado, mas de tentativa explícita de influenciar um processo jurisdicional em andamento”. O texto argumenta que a conduta de Tarcísio se enquadra no artigo 2º, §1º, da Lei 12.850/2013, que define obstrução de justiça como qualquer ato capaz de embaraçar a persecução penal ou neutralizar a eficácia da jurisdição. Nesse ponto, a acusação busca ampliar o entendimento da lei para além de casos clássicos, como destruição de provas ou ameaça a testemunhas, alcançando também iniciativas políticas que tenham o efeito prático de esvaziar a atuação judicial.
O deputado ainda aponta a existência de um padrão de comportamento. Segundo a representação, Tarcísio já teria atuado anteriormente para tentar interferir em decisões judiciais, quando “buscou aval do STF para que Bolsonaro pudesse deixar o país antes do julgamento”, episódio noticiado pelo Estadão. A negativa da Corte, à época, teria se dado justamente para evitar risco de fuga. Para Rui Falcão, essa sequência de episódios demonstra “risco concreto e reiterado de interferência externa na jurisdição da Corte”, reforçando a necessidade de uma resposta enérgica do Supremo.
Com base nesse histórico, a representação pede a Moraes a aplicação de medidas cautelares pessoais contra o governador de São Paulo. As solicitações incluem: proibição de ausentar-se do país sem autorização prévia do STF; entrega e retenção de todos os passaportes, inclusive diplomático; incomunicabilidade com réus e investigados nos processos relacionados à tentativa de golpe (AP 2668 e Inquérito 4995); e abstenção de qualquer ato que configure pressão indevida sobre o Supremo ou seus ministros.
Argumentações sobre Tarcísio O texto ainda vai além ao prever a possibilidade de prisão preventiva caso haja descumprimento dessas medidas, evocando precedentes em que a Corte adotou soluções semelhantes, como no caso do senador Aécio Neves em 2017.
Outro ponto do pedido é a investigação sobre a origem dos recursos que custearam a viagem do governador à capital federal. O documento solicita apuração de passagens, hospedagem e demais gastos, com a possibilidade de responsabilização se ficar comprovado o uso de recursos públicos em uma articulação de natureza político-partidária que buscava interferir no andamento de julgamento judicial.
A argumentação também cita a Constituição Federal, em especial o artigo 2º, que estabelece a separação e harmonia entre os Poderes, e defende que essa cláusula basilar da República foi “abalada quando um Chefe do Executivo estadual atuou para condicionar a atuação do Legislativo ao desfecho de um julgamento judicial”. O texto ressalta que o Supremo tem poder geral de cautela como guardião da Constituição, e que já utilizou esse instrumento em ocasiões passadas para proteger sua jurisdição.
Segundo Rui Falcão, “o Supremo não pode permanecer inerte diante de condutas que, embora dissimuladas de atuação política, configuram risco real de enfraquecimento da persecução penal”. Para o parlamentar, permitir que esse tipo de interferência seja normalizada colocaria em risco não apenas o julgamento em curso, mas também a própria estabilidade institucional do país.
De acordo com Cleber Lourenço, ICL, a representação, protocolada hoje (03), está assinada pelo próprio Rui Falcão e pelo advogado Reinaldo Santos de Almeida, da OAB/RJ. Agora, caberá ao ministro Alexandre de Moraes decidir sobre o encaminhamento da petição, avaliar a conexão com os autos em andamento e deliberar sobre os pedidos cautelares que, se deferidos, poderão impor restrições sem precedentes a um governador em exercício.
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