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Vídeo – Glenn Greenwald no Roda Viva: um jornalista brilhante sendo entrevistado por jornalistas medíocres

Assistir, no Roda Viva, aos súditos de Sergio Moro, perfilados, numa mal disfarçada defesa dos crimes praticados pelos procuradores e juiz da Lava Jato e comparar com a ótima entrevista que Glenn deu para Juca Kfouri na TVT, seria covardia, já que os que estiveram hoje no Roda Viva que, certamente, achavam Moro indestrutível, vieram com todos os clichês condensados na ponta da língua para tentar, numa modorrenta ladainha, culpar o jornalismo, a fonte ou qualquer coisa que tirasse das costas de Moro, Dallagnol e a gangue de Curitiba a responsabilidade pelos crimes que cometeram.

Resultado, a entrevista foi estática por força da mediocridade dos jornalistas que entrevistaram Greenwald, gente que nunca se preocupou com fonte na hora de estampar com garrafais acusações sem provas, vazadas pela Lava Jato, tentando atacar a reputação do Intercept porque ele usou vazamentos de um suposto hacker que teria cometido o crime de roubar essas informações.

Lógico, Glenn, um jornalista para lá de experiente, reconhecido no mundo todo, só não bocejou diante de tanta infantilidade das perguntas, porque foi muito educado. Mas não teve como impedir o tédio que a entrevista acabou provocando, quando todos esperávamos que a entrevista iluminasse ainda mais esse assunto pela qualidade do entrevistado, mas, ao contrário, os jornalistas projetaram em Glenn a própria imagem, possivelmente a mando dos chefes. O resultado foi um espetáculo de mesmice, perdendo uma grande oportunidade de fazer do programa um momento histórico.

Ainda assim, valeu assistir a Glenn dar umas saraivadas educadas nos que tentaram induzi-lo a alguma escorregadela que pudesse servir de bengala para um tipo de jornalismo brasileiro que se interessa mais por pegadinhas do que pelo aprofundamento dos fatos.

Assista à entrevista

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas

 

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A Que Horas O Cara Sai?

Moro promoveu um duelo de morte com Lula, com um detalhe, Lula, desarmado e Moro, entrincheirado na Globo como franco atirador, armado até os dentes. Coisa típica de jagunço, de pistoleiro da casa grande.

E o que temos agora depois da glorificação do herói dos barões dos sistema financeiro? Um Moro sendo comido pelas bordas, destelhado e pronto para ser jogado ao mar, tal a lama que jorra dos vazamentos do Intercept, de sua conduta como juiz da Lava jato.

Mas se Moro já cheira a defunto diante da magreza de seu apoio perante a sociedade, Lula segue de mãos atadas dentro de uma solitária, mesmo todos sabendo que foi a principal vítima de um juiz canalha que já tinha a sua condenação na ponta da língua antes mesmo de iniciar o seu julgamento.

Muitas pessoas na mídia que o aplaudiram, hoje, pisam nele. Mas Lula não é colocado na cena como vítima das crueldades de Moro.

É curiosa essa instrumentalização, lógico que, admitir a contragosto, que Lula não cometeu crime algum e que, ao contrário, é vítima do crime do juiz, soa amargo para uma mídia que, em sua biografia, partilhou ativamente do macartismo curitibano contra a maior liderança política da história do Brasil.

Sendo assim, a inocência Lula não tem merecido sequer um subtítulo nas manchetes que espinafram Moro, quando o que foi regido por Moro tinha como objetivo maior condenar, prender e tirar Lula da disputa pela cadeira presidencial.

A mídia parece fazer de conta que não sabe disso, então, naturaliza a sua prisão como se a canalhice de Moro não tivesse nada a ver com a inocência de Lula.

É uma esquizofrenia. Mas os bacurinhos ou os leitões da grande mídia, que já dão conta do enterro de Moro, também estão destacados na missão de omitir o fato mais relevante de toda essa teia de picaretagem política que Moro teceu, fazer de Lula um sequestrado e não dar espaço para que ele seja libertado.

Para os interesses do grande capital, tudo continua na perfeita ordem. Dallagnol que seja degolado, que Moro seja desprezado como alguém que carrega um caruncho que contamina todo o milharal e, portanto, precisa seja abatido. mas tudo isso tem que ser feito sem poupar Lula, sem admitir sua inocência.

Cabe então aos brasileiros que têm dignidade a responsabilidade e energia de exigir a liberdade de Lula, pois nada é mais urgente neste país.

Por isso é necessário que se abra uma picada e que se marche nessa direção, porque, por enquanto, mesmo com a Lava Jato caindo em desgraça, os senhores da terra continuam impondo um cárcere a Lula sem serem importunados.

 

*Da redação

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Procuradoria Geral da República participou da esbórnia dos vazamentos de dados da Venezuela, por Luis Nassif

Na representação, os advogados da Odebrecht relacionaram as reportagens que já haviam sido publicadas, em cima dos vazamentos.

O vazamento da delação da Odebrecht para procuradores venezuelanos, que a Lava Jato supõe ter sido de responsabilidade da Procuradoria Geral da República, foi denunciado na época pela própria companhia.

Segundo matéria em O Globo, de 17/10/2017, a Odebrecht entrou com uma representação junto ao STF (Supremo Tribunal Federal) para apurar os responsáveis pelo vazamento da parte sigilosa da delação premiada.

Segundo os advogados da companhia, a responsabilidade por resguardar o sigilo deveria ser da PGR. O vazamento comprometeria as investigações e colocaria em risco a segurança dos delatores e de suas famílias.

“Diante da constatação de que , por diversas vezes, documentos sigilosos e custodiados unicamente pela D. PGR estão sendo indevidamente compartilhados a terceiros e de que essas condutas, além de ocasionarem substantivos prejuízos aos colaboradores e à noticiante, amoldam-se a elementos típicos caracterizadores de infrações penais, requer-se a adoção das medidas cabíveis para elucidação desses fatos, com a identificação dos responsáveis pelos vazamentos de informações sigilosas, a efetiva punição deles e, ainda, a adoção de todas as medidas necessárias para que situações de tal jaez não se repitam”, argumentaram os advogados Rodrigo Mudrovitsch, Gustavo Teixeira Gonet Branco, Felipe Fernandes de Carvalho e Luíza Rocha Jacobsen.

Na representação, os advogados da Odebrecht relacionaram as reportagens que já haviam sido publicadas, em cima dos vazamentos.

Diz a matéria:

A primeira delas é do dia 3 de julho, no jornal panamenho “La Prensa”. Em 1º de agosto, foi a vez do argentino “La Nación”. Em 2 de agosto, foi publicada uma matéria no GLOBO sobre corrupção no Peru , que depois foi reproduzida pelo jornal “El Comercio”, do país vizinho. Em 13 e 14 de agosto, foi a vez respectivamente do jornal mexicano “Aristegui Noticias” e do espanhol “El País”. Em 16 de agosto, “El Financiero”, outro jornal mexicano, também publicou reportagem com informações sigilosas da delação da Odebrecht. Em 21 de agosto, foi seguido pelo venezuelano “Los Reportes de Lichi”.

 

*Por Luis Nassif/GGN