Manifestantes que irão participar do ato contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) estão concentrados hoje à tarde em frente ao MASP, na avenida Paulista, em São Paulo. A via está bloqueada nos dois sentidos.
Em meio aos cartazes, há até uma reprodução dos “e-mails da Pfizer” endereçados ao presidente, em referência ao vídeo do humorista Rafael Chalub, que ironizou as supostas ofertas de vacina ignoradas por Bolsonaro na pandemia.
“É uma tentativa de tornar lúdico algo que a gente vê no cenário político. Isso serve lembrar as pessoas que a gente já estaria vacinado se Bolsonaro tivesse feito o trabalho dele”, disse Patrick Aguiar, 20 anos, estudante de Gestão Pública da USP.
A concentração ainda conta com um carro de som, faixas pedindo o impeachment, bandeiras de partidos de esquerda, de integrantes do movimento negro e de apoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Com um cartaz onde se lê a mensagem “Ele não”, o pastor evangélico Márcio Pereira, 61, ostentava uma camisa com mensagem de apoio ao SUS e pedindo pela saída de Bolsonaro.
“O evangélico prega amor, justiça social e respeito à diversidade. Bolsonaro é o contrário disso. E representa um governo irresponsável, que não investiu na prevenção”, lamentou.
PP, Republicanos, PSL e PL impõem resistências a planos de filiação de Bolsonaro.
Presidente enfrenta dificuldades para encontrar uma sigla que aceite abrigá-lo na disputa pela reeleição. Após tentativas frustradas, a legenda do senador Ciro Nogueira (PP-PI), escolhido para a Casa Civil, passou a ser opção, mas alianças regionais são entraves.
O presidente Jair Bolsonaro completou, no início do mês, a marca de 600 dias sem estar filiado a um partido e segue enfrentando obstáculos no caminho para encontrar uma sigla que aceite abrigá-lo na disputa pela reeleição, em 2022. No caso do PP, destino que ganhou força após a escolha do senador Ciro Nogueira (PP-PI) para o comando da Casa Civil, alianças regionais aparecem como entraves. Outros partidos avaliados pelo chefe do Executivo e seu entorno também apresentam barreiras, casos de Republicanos, PL e PSL.
O roteiro atípico de um ocupante do Planalto que não consegue um partido para se filiar existe desde 12 de novembro de 2019 (623 dias atrás), quando Bolsonaro deixou o PSL para, em tese, criar seu próprio projeto partidário. Como a iniciativa do Aliança pelo Brasil não foi adiante, restaram as tentativas — frustradas — de ingresso no Patriota. O partido enfrentou um racha interno, seguido de uma disputa jurídica, após mudanças no estatuto para receber o presidente.
Na semana passada, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) disse que a presença de Nogueira no Palácio do Planalto facilitaria o ingresso do pai no PP. Parlamentares do partido ouvidos pelo GLOBO, no entanto, avaliam que não será simples construir um consenso para que Bolsonaro dispute a reeleição pela sigla. Parte das lideranças do PP já se prepara para apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na disputa pelo Palácio do Planalto no ano que vem. Há resistências ao nome de Bolsonaro em estados do Nordeste, como Bahia, Maranhão, Pernambuco e Paraíba. Integrantes do PP dizem ainda que é muito improvável que o presidente consiga controlar estruturas regionais, como desejava fazer com o Patriota.
São Paulo é entrave
Bolsonaro sempre manifesta o desejo de que um de seus filhos, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), controle o diretório de São Paulo do partido que receberá a família — no caso do PP paulista, que apoia a gestão do governador João Doria (PSDB), a hipótese está fora de cogitação.
Nas últimas semanas, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tentou convencer o presidente do PSL, Luciano Bivar, a retomar o diálogo com Bolsonaro e filiá-lo novamente ao partido que o levou a vitória contra Fernando Haddad (PT-SP) em 2018. Como a conversa não evoluiu — o deputado Julian Lemos, por exemplo, reiterou que não abrirá mão do comando da legenda na Paraíba —, Lira e Ciro Nogueira tentarão convencer Bolsonaro a insistir nas conversas com outras siglas menores. Na última quinta-feira, o presidente revelou, durante uma transmissão ao vivo, que esteve com José Maria Eymael, do Democracia Cristã (DC).
Senador do PP por Santa Catarina, Esperidião Amin diz que é amigo de Bolsonaro, mas reconhece que a filiação ao partido, neste momento, não seria um bom negócio:
— Vai provocar ciúme. A inveja é o crime que ninguém confessa. Como eu gosto dele, tenho uma convivência de 30 anos (com Bolsonaro), quero bem, digo que não seria a melhor hora de entrar no partido.
Deputado por São Paulo, Fausto Pinato (PP) é um crítico contumaz do governo Bolsonaro. Já disse que o presidente é portador de “grave doença mental” e constantemente entra em rota de colisão com os filhos do presidente. Sua maior preocupação, segundo diz, é o “extremismo ideológico”. Presidente da Frente Parlamentar Brasil-China, insurgiu-se nos últimos anos contra a política externa do governo, comandada por mais de dois anos por Ernesto Araújo, que não mantinha bom relacionamento com o país asiático.
— O partido tem uma linha independente. Eu sou um crítico da conduta do governo e do extremismo. Não sou contra as pessoas. De repente, a ida do Ciro (Nogueira) pode ser uma sinalização de que, a partir de agora, pode haver moderação. O nosso partido é pragmático — diz Pinato.
Outro nome de destaque entre os que não são alinhados a Bolsonaro é Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), próximo ao ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ). No início do ano, decidiu não apoiar o candidato do Planalto à presidência da Câmara, o colega de partido Arthur Lira. Ex-ministro das Cidades de Dilma Rousseff, Ribeiro é contra a entrada de Bolsonaro no partido.
O deputado federal André Fufuca (PP-MA) ressalta que os contornos regionais têm um peso significativo na história da legenda:
— O PP tem essa característica de respeitar o diálogo nos estados. Em 2018, quando a ex-senadora Ana Amélia foi vice de Alckmin, a realidade era outra em outros estados. Em Pernambuco, estávamos fechados com o PSB. Piauí, Bahia e Ceará, com o PT. Não sei se esse quadro mudaria em 2022.
Os outros dois principais partidos da base de apoio a Bolsonaro no Congresso seguem sem se movimentar para recebê-lo. A interlocutores, o presidente do Republicanos, Marcos Pereira, afirma que a sigla não deseja filiar Bolsonaro e contenta-se em apoiá-lo e ter espaço no governo com o Ministério da Cidadania, que tem João Roma à frente. Ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, o Republicanos chegou a filiar dois filhos de Bolsonaro (Flávio e Carlos), mas a relação desandou — o senador, inclusive, já deixou a sigla. O partido considerou que foi pouco ajudado nas eleições de 2020 em Rio e São Paulo, quando Marcelo Crivella e Celso Russomanno, respectivamente, foram derrotados. Já a igreja acha que o Planalto foi omisso na crise que a instituição enfrenta em Angola.
“acordo caro”
Já o PL de Valdemar Costa Neto anda insatisfeito com o baixo respaldo dado para a ministra Flávia Arruda, da Secretaria de Governo. Em outro foco de resistência, Marcelo Ramos (PL-AM), vice-presidente da Câmara, é opositor de Bolsonaro e tem sinalizado a favor do impeachment do presidente.
Professora de Ciência Política da Universidade Federal do Estado do Rio (UniRio), Luciana Veiga explica que a dificuldade de Bolsonaro em escolher uma sigla ocorre porque fica cada vez mais “caro” apoiá-lo, à medida que o presidente registra desgaste em sua popularidade. A última pesquisa do Datafolha, divulgada no início de julho, mostrou que a reprovação ao governo subiu a 51%, o maior patamar desde o início do mandato.
— Quando a aprovação é baixa, o acordo fica mais caro. Quando a aceitação está mais alta, fica mais barato. No caso do Nordeste, encarece ainda mais porque é uma região que está mais propensa a votar em Lula — analisa Luciana.
*Bruno Góes, Natália Portinari, Marlen Couto e Camila Zarur/O Globo
Dados preliminares indicam que infectados pela linhagem podem ter carga viral cerca de 1.000 vezes maior, o que facilita o contágio.
A variante delta do coronavírus Sars-CoV-2 (anteriormente chamada de B.1.617.2), identificada pela primeira vez na Índia no final de 2020, está colocando em alerta até países com a vacinação avançada contra a Covid-19, como é o caso de Estados Unidos, Reino Unido e Israel.
Nesses locais, a chegada da variante delta fez o número de novas infecções subir rapidamente entre as pessoas que não receberam nenhuma vacina. Nos Estados Unidos, mais de 80% dos novos casos da doença são causados pela variante delta.
Esse cenário pode ser o futuro no Brasil. Por aqui, sabemos que a variante delta já chegou, mas não fazemos sequenciamento genético suficiente para acompanhar com precisão o espalhamento dessa linhagem do vírus entre a população. As medidas para conter a variante são tiros no escuro, com dados incompletos.
A falta de dados, no entanto, não deveria impedir medidas mais incisivas. Sabe-se que a variante delta se espalha com muito mais facilidade aonde chega, e muito rapidamente se torna a linhagem dominante do vírus.
Cientistas da Austrália relataram à mídia local um caso alarmante. No país, o rastreamento de novos casos de Covid é levado muito a sério; é possível saber quem passou o vírus adiante e quando em algumas situações. Em um encontro rápido dentro de um shopping center uma pessoa teria infectado a outra com a variante delta do coronavírus. As duas pessoas teriam ficado próximas uma da outra por um tempo de 5 a 10 segundos apenas.
Esse tempo de exposição é muito inferior aos 15 minutos que os especialistas estimavam anteriormente (um número ainda não confirmado com precisão por estudos científicos).
Os cientistas começam a seguir as pistas que podem nos levar a um melhor conhecimento sobre os mecanismos da variante delta.
“A maior transmissibilidade da variante delta ocorre porque as mutações causaram uma maior afinidade das proteínas S, dos espinhos da superfície do vírus, com o nosso receptor. Há uma interação mais forte”, diz Viviane Alves, microbiologista e professora do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (ICB/UFMG).
“Nunca ficamos doentes inalando apenas um ou dez vírus; tem uma carga viral mínima para gerar a infecção e que varia de acordo com o vírus. No caso da variante delta, precisamos de uma menor quantidade de vírus para sermos infectados. A transmissão de pessoa para pessoa é muito mais fácil”, afirma.
Estimativas sobre o potencial de transmissão da variante delta variam muito, mas dizem que a linhagem é pelo menos 50% mais transmissível. Alguns cientistas sugerem um número acima de 200%.
Além disso, uma pessoa infectada pela variante delta tem uma carga viral que pode ser até cerca de mil vezes maior do que um paciente infectado por outra variante, segundo um estudo realizado por cientistas de instituições chinesas publicado em artigo no formato pré-print, isto é, ainda não revisado por outros cientistas.
Com uma maior carga de vírus, um infectado tende a ser mais contagioso. “Se uma pessoa infectada pelo coronavírus pode passar o vírus para outras três pessoas, com a variante delta ela pode passar para outras cinco”, exemplifica Alves.
O que mais pode ser feito para evitar que a variante se alastre? A prioridade deve ser uma distribuição mais rápida de vacinas, segundo especialistas do mundo todo. Medidas como uso de máscaras, distanciamento social, boa ventilação dos ambientes e higiene das mãos são simples e mantêm o vírus longe –com a chegada da variante delta, elas devem ser intensificadas.
“O fato de estar respirando o mesmo ar de um infectado já é suficiente para o contágio. Se houver espirros e tosses, a chance aumenta ainda mais”, diz Alves.
As vacinas disponíveis, apesar de serem a melhor arma contra a Covid-19, são menos eficazes contra a variante delta. A proteção parcial concedida por uma dose das vacinas da Pfizer/BioNTech e da AstraZeneca/Oxford deixa de existir contra a delta, e é ainda mais importante que o ciclo com duas injeções seja completo, de acordo com estudos recentes.
Um artigo publicado em pré-print na terça-feira (20) indicou que a vacina da Janssen (Johnson & Johnson), aplicada em dose única, pode não trazer proteção contra a variante delta. Mesmo anticorpos gerados após uma infecção, que podem evitar que a pessoa pegue novamente a doença, não são tão potentes contra a variante.
Assim, o número de novas infecções entre pessoas já vacinadas ou que tiveram a Covid-19 no passado pode aumentar com o avanço da variante delta.
Nos Estados Unidos, onde as máscaras não são mais obrigatórias em grande parte do país, a variante delta ameaça trazer a proteção facial novamente.
No fim de junho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) sugeriu que mesmo pessoas já vacinadas deveriam continuar usando máscaras, em parte devido à circulação de novas variantes, como a delta, que ainda não têm todos os seus riscos estudados.
“As vacinas sozinhas não vão fazer parar a transmissão comunitária, e precisamos assegurar que as pessoas vão seguir as medidas de saúde pública”, disse a médica brasileira Mariângela Simão, diretora-geral assistente da Organização Mundial da Saúde (OMS), em entrevista coletiva.
“As pessoas precisam continuar a usar as máscaras consistentemente, ficar em lugares bem ventilados, fazer higiene das mãos, manter o distanciamento físico e evitar as aglomerações”, concluiu.
Uma bela de uma mamata. Com um salário desse, qualquer um fica valente pra ameaçar golpe.
Sim, é exatamente isso. O general Walter Braga Netto, ministro da Defesa, recebeu R$ 100,7 mil de salário líquido no mês passado. O general, que ameaça com novo golpe, é beneficiário de uma verdadeira mamata.
Além dos habituais R$ 30,9 mil de salário, o general obteve R$ 91 mil de “outras remunerações eventuais”.
“Golpismo e mamata explicam arroubo de general. Quero ver explicar isto na Câmara”, escreve no Twitter o deputado federal Rogério Correia (PT-MG), que convocará Braga Netto para dar explicações.
Golpismo e mamata explicam arroubo de General . Quero ver explicar isto na Câmara. Dia 03, na CTASP, vamos votar meu requerimento convocando o Ministro golpista.
Confira lista de locais que serão palco de mais uma manifestação popular contra o governo Bolsonaro.
As Frentes Brasil Popular e Povo sem Medo divulgaram, nesta sexta-feira (23), a lista atualizada das cidades e países que serão palco de mais um protesto contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ao todo, são 426 atos confirmados em 405 cidades e 15 países integram o rol de atos populares.
Do Acre ao Rio Grande do Sul, o Brasil mais uma vez terá manifestações em todas as regiões. Já pelo mundo as ações irão percorrer México, Canadá, Estados Unidos, Alemanha, Áustria, Bélgica, Portugal, Itália, Irlanda, Holanda, Espanha, França, Inglaterra, República Tcheca e Suíça.
Os organizadores orientam que os participantes utilizem máscara, levem álcool em gel e mantenham o distanciamento social durante os atos por conta da covid-19.
Leia aqui: Vai protestar contra Bolsonaro? Saiba como ir às ruas seguindo protocolos sanitários
Os adeptos dos protestos cobram também auxílio emergencial de R$ 600 e políticas contra o desemprego, que atinge mais de 14 milhões de brasileiros. Confira a seguir a lista completa dos locais e horários de cada manifestação.
No Brasil
Norte
AC – Rio Branco – Gameleira | 15h
AM – Itacoatiara – Mirante (ao lado da Pizzaria Panorama) | 16h30
O centrão já deixou claro que não veio para ocupar cargos, mas o governo todo e, de cara, foi direto na jugular de Paulo Guedes tirando dele o planejamento, ou seja, o orçamento de fato ficará nas mãos do centrão, sob o comando do PP.
Só um governo totalmente apodrecido usa o centrão como estaca, mas este cobrará caro. Na verdade, cobrará tudo.
Talvez seja por isso que Dilma tenha dito que “não sobrará pedra sobre pedra” do governo Bolsonaro.
Está claro que os generais de Bolsonaro serão meros recrutas zero a partir de então, Augusto Heleno, Braga Netto, general Ramos, serão no máximo lembranças das vacas de presépio de Bolsonaro com o centrão comandando a birosca, nem microfone esses pijamudos terão mais.
E podem apostar, o centrão vai censurar todas as falas patéticas de Bolsonaro, até deixar o rei completamente nu, oco, afônico.
Imagens mostram Renato algemado, no chão, sendo arrastado por policiais e colocado no porta-malas da viatura. É a segunda vez que o vereador é preso em dois meses.
O vereador do PT de Curitiba Renato Freitas foi preso pela Guarda Civil Municipal da capital na noite desta sexta-feira (23). Ele foi detido na praça Rui Barbosa e levado para a Central de Flagrantes, no bairro Portão, segundo informações postadas por ele nas redes sociais.
As imagens mostram Renato algemado, no chão, sendo arrastado por policiais e colocado no porta-malas da viatura. O vídeo também mostra os policiais debochando de Renato e dando risada durante a prisão.
É a segunda vez que o vereador é preso em dois meses. No início de junho, ele foi preso pela Polícia Militar enquanto jogava basquete com amigos ouvindo música. Ele acusou a PM de racismo.
Renato é advogado e doutor em Direito. Há três meses, é comentarista fixo na TV 247, no programa Giro das 11.
“AÇÃO FASCISTA DA GUARDA MUNICIPAL DE CURITIBA. Acabaram de deter o vereador Renato Freitas na Praça Rui Barbosa por PROTESTAR contra o genocida Jair Bolsonaro. O vereador tá sendo levado para a Central de Flagrantes, no Bairro Portão. FASCISTAS!”, informa a postagem no Instagram do vereador.
Confira:
Nossa solidariedade ao vereador de Curitiba, Renato Freitas, preso por protestar contra o governo genocida de Jair Bolsonaro. Mais um flagrante caso de abuso de autoridade que atenta contra a Democracia e o Estado de Direito. #ForaBolsonaroGenocidapic.twitter.com/QotrxZ1Nuw
— Rogério Carvalho 🇧🇷 ⭐️ (@SenadorRogerio) July 23, 2021
Reportagem do Terra mostra que Fabrício Queiroz, o laranjeiro mais famoso do planeta terra, braço direito do clã Bolsonaro, parceiro de batalha do miliciano Adriano da Nóbrega, é o exemplo de que a Lava Jato que se diz o divisor de águas do combate à corrupção, combateu tudo, menos a corrupção, ainda mais nesse caso em que Moro, como ministro da Justiça e Segurança Pública tinha um contrato de gaveta com Bolsonaro para não encostar o dedo em Queiroz.
Não há forma de expressão mais significativa do que essa foto de Queiroz para mostrar que a Lava Jato foi a maior farsa jurídica da história desse pais, mais que isso, foi criada para derrubar Dilma e impedir a volta de Lula.
Já dentro do pasto bolsonarista, o gado acha perfeitamente normal Queiroz se fotografar, se filmar praticando tiro e expor esse material no Instagram.
Com legenda igual – “Vap! Vap!!” -, os três vídeos mostram o amigo de longa data do presidente Jair Bolsonaro disparando modelos diferentes de armas de fogo. Em um deles, a pessoa que filma pede para ele fazer “cara de mau”. Sorridente, de boné e óculos, o PM da reserva exibe uma arma automática.
Possivelmente ele está pensando numa forma de investimento numa futura candidatura à Câmara ou ao Senado, ou ainda à presidência da República.
Como bem disse Glenn Greenwald, depois que Bolsonaro chegou ao topo do poder, qualquer um pode ser eleito presidente da República do Brasil.
Brasil, o país bananeiro, um estranho país em que o candidato que está em 2º lugar nas pesquisas, combina com um juiz a prisão do 1º colocado em troca de uma pasta no ministério e nenhum deles vai preso.
Ao contrário, ambos são presenteados, um se transforma em presidente e, o outro, em ministro da Justiça e Segurança Pública.
O pior é que, no pleito seguinte, o juiz vira candidato à presidência da República e o presidente, que venceu a eleição fraudada, faz discurso contra a urna eletrônica em nome do combate à fraude.
Tudo isso ocorreu na cara do TSE que tem um presidente que é fã do juiz vigarista e da sua operação policial também vigarista.
E o faz o presidente do TSE? Ouvidos moucos.
Se isso não é uma republica das bananas, eu não sei mais o que é banana.
De cara, a capa de nacionalismo patriótico sumirá do ex-personagem central. Na verdade, a única coisa que deve ficar com o capitão genocida é a caneta Bic. Talvez uma só caneta não resolva o caso.
O centrão não quer o poder pelo poder, muito menos com ideias ou ideologias. O fisiologismo do centrão é absolutamente pragmático, por isso quer cortar pela metade os poderes de Guedes para que o dinheiro circule mais na praça, o que certamente vai desagradar o mercado.
Mas o centrão não é exatamente um escravo do mercado, convive bem com ele, mas não como súdito, o que interessa ao centrão é devolver o Brasil a uma ideia de política de colônia igualando seus poderes aos de Bolsonaro.
Por isso, sabendo que o aumento da miséria é um dos principais impedimentos para Bolsonaro recuperar alguma capilaridade política, o centrão investirá nesse caminho querendo a volta dos R$ 600 de auxílio emergencial, com um pequeno grande detalhe, quem vai se promover mais neste caso serão os senhores do centrão, o que deve trazer pouco efeito positivo à imagem de Bolsonaro.
Mas de alguma forma trará benefício, porém, muita coisa nesse teatro de conveniências será destravado, já que Bolsonaro só será abençoado no Congresso pelo velho centrão se for capaz de produzir vantagens diretas aos caciques partidários que integram esse poço sem fundo chamado centrão.
Não esperem, portanto, o grande espetáculo do crescimento. Todas as ações do centrão serão localizadas em determinado ponto do país com o objetivo de dar um choque de popularidade na figura de comando do centrão. E o que não falta é gente querendo um bom pedaço dessa massa de pão.
Essa, certamente, será a questão primeira que o rodamoínho bolso-centrão colocará. Não haverá uma composição de caráter nacional que torne a imagem pública de Bolsonaro algo que lhe renda um logradouro público. Na verdade, o centrão é miniaturista e, por isso, reproduz-se nos menores lugares e tem uma cena para cada chão de terra batida e forçará essa verdadeira aula de fisiologismo mesmo que a careta do mercado fique feia para Bolsonaro.
Essa é a arte política do centrão. Nada de impressionar as massas, mas focar em seu público e criar ilhotas eleitorais bem localizadas e programadas.