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Arregou: ‘Lula pode conversar comigo quando quiser’, diz Trump sobre tarifaço

Presidente dos EUA sinaliza abertura para negociações diretas, mas afirma que ‘pessoas que comandam Brasil fizeram coisas erradas’

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (01/08) que aceita conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre as tarifas impostas pela Casa Branca a qualquer momento que o brasileiro quiser.

Em entrevista a jornalistas em Washington, ele foi questionado se estaria aberto a rever a sobretaxa de 50% cobrada sobre as exportações brasileiras em negociação direta com Lula.

“Ele pode falar comigo quando quiser. Vamos ver o que acontece, mas eu amo o povo do Brasil”, disse Trump.

Novamente questionado sobre a extensão da taxa definida por ele, a maior entre todos os parceiros comerciais dos EUA, o presidente americano complementou dizendo que “as pessoas que estão comandando o Brasil fizeram a coisa errada”.

Essa foi a primeira declaração de Trump sobre a disputa com o Brasil desde que assinou, na última quarta-feira (30/07), a ordem executiva para impor as tarifas comerciais que afetarão mais da metade das exportações brasileiras aos EUA.

Segundo a Casa Branca, as ações do governo brasileiro são uma ameaça “incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa e à economia dos EUA”. Quase 700 produtos, porém, ficaram isentos da barreira tarifária, que entrarão em vigor em 7 de agosto.

Lula se diz aberto ao diálogo
Nas redes sociais, Lula respondeu ao aceno de Trump e se disse aberto ao diálogo, mas reforçou que “quem define os rumos do Brasil são os brasileiros”.

“Neste momento, estamos trabalhando para proteger a nossa economia, as empresas e nossos trabalhadores, e dar as respostas às medidas tarifárias do governo norte-americano”, escreveu o presidente no X.

A jornalistas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a “recíproca é verdadeira” para uma conversa com Trump. “O presidente Lula estaria disposto a receber um telefonema dele quando ele quisesse também. E, conforme eu já disse anteriormente, é muito importante a gente preparar esse encontro, essa conversa”, disse Haddad.

Em declarações anteriores, o presidente brasileiro criticou o que chama de “chantagem inaceitável” por parte de seu homólogo americano. Em diferentes declarações, disse que Trump se considera o “imperador do mundo” e reiterou que não obedecerá ordens vindas do exterior.

Lula tem reiterado que o Brasil tenta negociar com Washington desde que as primeiras tarifas globais foram anunciadas por Trump. Em entrevista ao jornal americano The New York Times, argumentou que seus ministros têm encontrado portas fechadas na Casa Branca para desfazer o impasse.

No entanto, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, chegou a ser recebido pelo secretário de Estado americano, Marco Rubio, em Washington, para uma conversa inicial sobre o posicionamento dos dois países sobre o tema na última quarta-feira.

Também em Washington, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), afirmou que Lula já sinalizou que estaria disposto a negociar diretamente com Trump, mas que quer ser respeitado.

“Por mim, a possibilidade [de diálogo] está aberta, não tenho nenhum problema de dizer isso em nome do presidente Lula. É só organizar”, disse Wagner.

Moraes rebate Trump
O governo dos EUA também anunciou uma sanção contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator dos processos contra a tentativa de golpe de Estado no Brasil e que tem entre os réus o ex-presidente Jair Bolsonaro.

A medida foi rebatida por Moraes nesta sexta-feira, em sessão no STF. Ele afirmou que pretende ignorar as sanções e que a Corte não se submeterá a crivo estrangeiro em seus julgamentos.

*Opra Mundi

*Fotoarte: Portofino


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Brasil Mundo

Importância dos EUA para o Brasil é menor do que Trump pensa, diz Nobel de economia

Para Paul Krugman, Trump “pensa que manda no mundo, mas, sem querer, está dando uma lição sobre os limites do poder norte-americano”

O vencedor do prêmio Nobel de Economia Paul Krugman citou, mais uma vez, as excentricidades das ameaças tarifárias dos Estados Unidos contra o Brasil para criticar o presidente norte-americano Donald Trump.

Krugman, que já defendeu até o impeachment de Trump pelo uso político das tarifas no caso brasileiro, voltou a afirmar nesta sexta-feira, 1, que o confronto com o Brasil é o mais “descarado” – dentre vários – caso de ilegalidade na política internacional trumpista e criticou o que identifica como arroubos anti-democráticos do líder republicano.

Além disso, destacou os impactos positivos que o embate acabou tendo na popularidade do presidente Lula e, ainda, defendeu que o poder de barganha que os EUA têm sobre o Brasil sequer é tão grande qua…

“Aparentemente, nós precisamos do que o Brasil nos vende, e esta é uma confissão implícita de que, ao contrário do que Trump sempre diz, são os consumidores americanos e não os exportadores estrangeiros quem paga a tarifa”, provocou o economista em uma publicação em seu blog pessoal. “O confronto com o Brasil ilustra de uma maneira especialmente nítida as ilegalidades da onda de tarifas de Trump. Ilustra também, porém, a distância que existe entre a quantidade de poder que Trump aparentemente pensa que tem e a realidade”, acrescentou.

Participação pequena

Krugman, que recebeu o Nobel em 2008 por seus trabalhos mostrando como o comércio exterior ajuda a ampliar a eficiência e a variedade de produtos aos países, argumenta que, a despeito de os Estados Unidos serem o segundo maior comprador do Brasil, sua participação, na prática, não é tão grande.  “Na verdade, nós não temos um papel tão relevante no panorama geral das exportações brasileiras”, disse, mostrando os principais números da nossa balança comercial.

Atualmente, os Estados Unidos respondem por cerca de 12% das exportações brasileiras, ficando atrás da China, com 28%, e até mesmo da União Europeia que, caso considerada em bloco, leva outros 13%. “Trump e os seus assessores realmente acreditam que vão conseguir forçar uma nação com mais de 200 milhões de pessoas a abrir mão dos seus esforços em defender a democracia sendo que 88% do que ela exporta vai para outros países que não os Estados Unidos?”, questiona Krugman.

Tarifa recorde

No início de julho, em uma nova leva de aumentos de tarifas para dezenas de países, Donald Trump anunciou que iria elevar o imposto sobre as importações brasileiras dos 10% inicialmente previstos, a alíquota mais baixa da lista, para 50% – a mais alta entre todos os parceiros retaliados.

Diferentemente do que acontece com os demais, o Brasil já é deficitário no comércio com os Estados Unidos, quer dizer, os americanos já vendem mais para nós do que nós para eles. O país governado por Lula também foi o único a ter o aumento tarifário vinculado a razões políticas – as justificativas, que incluíram também uma ofensiva contra o Pix e sanções ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes são baseadas no que Trump define como uma perseguição política ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Que Trump é um inimigo da democracia e da punição a tentativas autoritárias nós já sabemos. Para além disso, é extremamente ilegal que um presidente dos Estados Unidos use tarifas como uma maneira de tentar influenciar a política interna de outra nação”, diz Krugman. “Basicamente tudo o que Trump tem feito no comércio internacional é ilegal, mas, no caso do Brasil, isso é completamente descarado”

*Veja


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Mundo

Trump envia dois submarinos nucleares após provocação da Rússia

Ex-presidente russo Dmitry Medvedev criticou ameaças de sanção dos EUA e reiterou poder bélico de Moscou

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (01/08) o envio de dois submarinos com capacidade nuclear às “regiões apropriadas” em resposta ao que considerou como “declarações altamente provocativas” do ex-presidente e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev.

No dia anterior, o político aliado do líder russo Vladimir Putin, disse que Washington deveria lembrar que Moscou usufrui de um sistema soviético de retaliação nuclear criado na Guerra Fria, conhecido como “Mão Morta”. O aparato altamente destrutivo foi criado pela União Soviética para disparar mísseis nucleares automáticos caso uma liderança fosse morta pelo Ocidente.

“Ordenei que dois submarinos nucleares fossem posicionados nas regiões apropriadas, caso essas declarações tolas e inflamatórias sejam mais do que apenas isso”, escreveu o mandatário norte-americano na plataforma Truth Social. “As palavras são muito importantes e muitas vezes podem levar a consequências não intencionais, espero que este não seja um desses casos.”

De acordo com a agência de notícias russa TASS, o Pentágono não respondeu de imediato sobre a localidade exata em que os submarinos norte-americanos foram posicionados.

Ainda no começo desta semana, em 28 de julho, Medvedev havia comentado pela plataforma X que os ataques de Trump, que incluem sanções à Rússia caso o país não solucione a guerra na Ucrânia dentro de um prazo encurtado de 50 para 10 dias, tratam-se de “uma ameaça e um passo em direção à guerra”.

“Trump está jogando o jogo do ultimato com a Rússia: 50 dias ou 10”, escreveu Medvedev. “Ele deveria se lembrar de 2 coisas: 1. A Rússia não é Israel ou mesmo o Irã. 2. Cada novo ultimato é uma ameaça e um passo em direção à guerra. Não entre a Rússia e a Ucrânia, mas com seu próprio país.”

O jornal britânico The Guardian classificou o ex-presidente russo como “um ávido fã do X”, afirmando que Medvedev “costuma postar ataques agressivos e curiosamente formulados contra países e líderes ocidentais”.

Vale ressaltar que Putin não respondeu ao mais recente prazo dado por Trump. No entanto, nesta sexta-feira (01/08), o presidente russo afirmou que queria uma “paz duradoura e estável”.

“Precisamos de uma paz duradoura e estável em bases sólidas que satisfaçam tanto a Rússia quanto a Ucrânia e garantam a segurança de ambos os países”, disse em coletiva.

*Opera Mundi


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Política

Lula sai fortalecido com tarifas de Trump e o bolsonarismo cava com as mãos sua própria cova

Professor destaca reação diplomática do Brasil e diz que oposição perdeu apoio ao se alinhar a interesses estrangeiros

A aprovação do presidente Lula (PT) superou a rejeição pela primeira vez em 2025 após o decreto do governo dos Estados Unidos que impôs tarifas a produtos brasileiros, segundo o levantamento Latam Pulse, da AtlasIntel em parceria com a Bloomberg, divulgado nesta quinta-feira (31). Para o cientista político Paulo Niccoli Ramirez, professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), o episódio fortaleceu a imagem do governo brasileiro, ao mesmo tempo em que expôs contradições da oposição bolsonarista.

“Lula angariou um discurso mais potente nacionalista, o que o favoreceu. Não é o estúpido estilo dos bolsonaristas, que é da boca para fora, mas um nacionalismo que defende a indústria brasileira, a produção como um todo, os trabalhadores”, afirma.

Por outro lado, ele diz, “a família Bolsonaro enterrou a própria cova política, atacando os interesses nacionais”.

Para o professor, os bolsonaristas não só perderam popularidade, como “esse jogo político conspiratório, antinacional, decreta o fim político da família Bolsonaro”. Ele afirma ainda que o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado deve ter um desfecho “nos próximos meses” e defende a criminalização do bolsonarismo. “Sempre foi uma visão autoritária, militarista, antidemocrática. É isso que caracteriza o bolsonarismo”, critica.

Condução diplomática acertada
Ramirez também destacou a condução diplomática do governo diante da decisão de Donald Trump, que impôs as tarifas, mas manteve, segundo anunciado nesta quarta, isenção para cerca de 42% dos produtos, número que, na sua visão, ainda pode crescer. “O Brasil tentou agir da forma mais correta possível. […] Dentro de uma economia globalizada, é impossível que um país sobreviva por si mesmo”, avalia.

Ele analisa como acertada a decisão de Lula de não fazer contato direto com Trump, delegando a mediação ao vice-presidente Geraldo Alckmin (PDB). “Agora vemos a importância da aliança feita com o PSB e com a figura de Alckmin, exatamente porque o Alckmin é o representante, como sempre foi, dos setores burgueses brasileiros, do setor industrial, do agronegócio”, observa.

Questionado se as sanções dos EUA poderiam representar uma tentativa de golpe contra o Brasil, Ramirez associou a postura de Trump a estratégias históricas de interferência dos EUA na América Latina. “Não é uma atitude econômica que foi tomada contra o Brasil, mas uma atitude política que não tem outro objetivo, como tentam os fascistas, de intervenção sobre a soberania dos países do mundo”, indica.

*BdF


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Política

Moraes diz que não se intimida com sanções dos EUA: ‘tentativa patética’

Ministro do Supremo denuncia chantagem, ataques às famílias e tentativa de sabotagem institucional articulada por brasileiros foragidos nos EUA para barrar julgamento do 8 de janeiro

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), se manifestou sobre as sanções impostas pelo presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, por meio da Lei Magnitsky e do tarifaço de 50% aos produtos brasileiros nos EUA, durante a abertura das atividades do Judiciário, na manhã desta sexta-feira (1). Ele demonstrou não se intimidar pelos recentes eventos e ainda considerou as ações como “covardes” e “traidoras”.

“Sem o menor respeito institucional, sem o menor pudor, sem a menor vergonha, para obter um início de impeachment contra ministros dessa Corte sem existência de qualquer indício de crime de responsabilidade, mas por discordarem da atuação desse tribunal. Uma tentativa patética de tentar afastar o ministro de sua missão constitucional”, afirmou. “Não vamos permitir que chantagem estrangeira defina o futuro do Brasil”, declarou Moraes.

O ministro ressaltou que a Corte não se intimidará diante da ofensiva antidemocrática que tenta corroer as instituições brasileiras. “As instituições são fortes e seus integrantes, forjados no mais puro espírito democrático da Constituição de 1988. Não aceitaremos coações, obstruções ou tentativas de novos golpes de Estado como o ocorrido em 8 de janeiro”, concluiu.

Moraes afirmou que há uma organização criminosa atuando fora do país para tentar forçar o arquivamento das ações penais que julgam a tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023. “Esses brasileiros, pseudo patriotas, escondidos no exterior, tentam submeter o funcionamento do STF ao crivo de um Estado estrangeiro, com o objetivo expúrio de obstruir a Justiça e impedir a responsabilização pelos atos golpistas. Isso é traição à pátria”, declarou Moraes.

Em sua fala, o ministro confirmou que os foragidos — sem citar nomes diretamente, mas em clara referência ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e outros articuladores da extrema-direita — vêm fazendo ameaças diretas a ministros do Supremo e a familiares, além de pressionar presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal para aprovarem anistia aos golpistas sob ameaça de que as tarifas americanas contra o Brasil continuem, diz a Forum.

“Chegamos ao ponto em que um brasileiro foragido ameaçou diretamente os presidentes da Câmara e do Senado: ‘Ou votam a anistia, ou vocês também terão aplicada a lei da morte financeira’. Isso é chantagem. Isso é milícia digital a serviço do golpe”, afirmou Moraes.


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Mundo

The Guardian: como Israel está matando os palestinos de fome em Gaza?

Segundo jornal, governo israelense calcula quantas calorias cada habitante precisa para se manter vivo no enclave e dificulta entrada de comida

O governo de Israel tem calculado quantas calorias são necessárias para que um palestino se mantenha vivo na Faixa de Gaza, conforme relatou uma reportagem do The Guardian publicada nesta quinta-feira (31/07). “Os palestinos não podem sair, a guerra acabou com a agricultura e Israel proibiu a pesca, então praticamente todas as calorias que sua população ingere devem ser trazidas de fora”, disse o jornal britânico. “Israel sabe quanta comida é necessária.”

Revela-se que a fome como “arma de guerra” não é um projeto recente, uma vez que, a agência de Coordenação de Atividades Governamentais de Israel nos Territórios Palestinos, a COGAT, do Ministério da Defesa, responsável pelo fluxo dos embarques de ajuda humanitária no enclave, há muitos anos calculava o volume de comida necessário para cada palestino. O órgão divulgou um estudo, com data de 2008, de que cada residente precisa de um mínimo de 2.279 kcal por dia para sobreviver. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a quantia calculada pelo regime sionista é o nível teto para evitar a desnutrição dos habitantes de Gaza.

Estas 2.279 kcal relatadas pela COGAT poderiam ser fornecidas por meio de 1,836 kg de alimento. Entretanto, atualmente, as organizações humanitárias estão pedindo uma quantidade mínima para os cidadãos em Gaza: 62 mil toneladas métricas de alimentos para atender ao menos 2,1 milhões de pessoas por mês, ou seja, cerca de 1 kg de comida por pessoa por dia.

Embora Tel Aviv negue a existência de fome em Gaza, como disse recentemente Netanyahu – em afirmação que foi rebatida inclusive pelo seu maior aliado, Donald Trump – os dados compilados pela própria COGAT contradizem o premiê e evidenciam a desnutrição da população no enclave: entre março e junho, Israel permitiu que apenas 56 mil toneladas de alimentos entrassem no território, ou seja, menos de um quarto das necessidades mínimas de Gaza para esse período.

Nos meses de março e abril, logo após a violação do cessar-fogo com o Hamas, a Palestina estava sob cerco total do regime sionista. Em meados de maio, o premiê israelense, pressionado pela comunidade internacional, disse que os embarques seriam reiniciados parcialmente. De acordo com a ONU, apenas em janeiro e fevereiro, que foi o período em que vigorou o cessar-fogo e expandiu o acesso humanitário, foram fornecidas calorias suficientes para os habitantes.

“No entanto, em maio, apenas um fio de comida voltou, em quantidades que serviram apenas para retardar a queda de Gaza na fome, não para detê-la”, disse o The Guardian. Em julho, a fome tomou proporções no enclave, hospitais locais passaram a registrar mortes por inanição e circularam pelo mundo imagens de crianças desnutridas, o que provocou mais uma reação global, incluindo indignação de líderes mundiais.

Pressionado novamente, Netanyahu prometeu uma ajuda “mínima” e liberou a entrada de mais caminhões humanitários e possibilitou lançamentos aéreos com suprimentos básicos – embora o paraquedismo em alimentos seja caro e até mortal, uma vez que, no ano passado, pelo menos cinco pessoas morreram afogadas tentando recuperar alimentos que caíram no mar.

Segundo os dados fornecidos por Israel, até o momento, 104 voos forneceram o equivalente a apenas quatro dias de comida para Gaza por um custo de dezenas de milhões de dólares.

“Eles permitem que Israel e seus aliados enquadrem a fome como uma catástrofe causada pela logística, não uma crise criada pela política do Estado”, afirmou o The Guardian. Nesta sexta-feira (01/08), o Ministério da Saúde de Gaza contabiliza 154 mortes por fome, sendo 89 das vítimas crianças.

*Opera Mundi


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Brasil

Em defesa de Moraes, Lula, que está indignado, fará pronunciamento em rede nacional

O presidente Lula (PT) decidiu convocar um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão para defender o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o próprio tribunal após a nova sanção imposta pelo governo de Donald Trump contra o magistrado. A informação foi divulgada pela coluna de Igor Gadelha, no portal Metrópoles, nesta quinta-feira (31).

A medida anunciada pelos Estados Unidos se deu com base na chamada Lei Global Magnitsky, que permite sanções contra autoridades estrangeiras acusadas de corrupção ou violações de direitos humanos. Moraes já havia sido alvo de sanções diplomáticas anteriormente por parte da gestão republicana norte-americana.

De acordo com auxiliares do presidente, Lula está “indignado” com a atitude do governo Trump e considera que o Brasil não pode aceitar ataques a instituições democráticas por parte de governos estrangeiros. Um ministro relatou ao Metrópoles que Lula quer “solidariedade” ao tribunal, o qual “precisa ser defendido”.

Ainda não há data prevista para a transmissão do pronunciamento. Este será o segundo pronunciamento em cadeia nacional feito por Lula em menos de um mês. Em meados de julho, o presidente já havia utilizado o mesmo recurso para rebater o tarifaço imposto por Trump a produtos brasileiros como carne e café, que vão enfrentar uma taxa de 50% para entrar nos Estados Unidos.


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Política

Desemprego cai para 5,8% pela 1ª vez no Brasil

Emprego com carteira e taxa de população ocupada também são recordes da série histórica inicada em 2012

A taxa de desemprego no Brasil recuou para 5,8 no segundo trimestre de 2025, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE) nesta quinta-feira (31). O patamar atingido durante o governo Lula é histórico: trata-se da primeira vez que o indicador registra um valor abaixo de 6% desde o início da série histórica em 2012.

Os dados do IBGE passaram por uma atualização da série histórica nesta quinta e, agora, passam a incorporar informações do Censo Demográfico 2022. A atualização foi necessária para refletir as novas estimativas populacionais: o censo mais recente projeta que a população em 2024 era de 212,6 milhões, enquanto a Pnad calculava mais de 216 milhões.

Brasil registra menor taxa de desemprego da série histórica
A taxa de desemprego (5,8%) caiu 1,2 ponto percentual (p.p.) em relação ao trimestre anterior, encerrado em março (7%). No mesmo trimestre de 2024, a taxa era de 6,9%. O número absoluto da população desocupada recuou para 6,3 milhões, o que representa uma variação de 17,4%, ou seja, menos 1,3 milhão de pessoas desempregadas no trimestre.

A pesquisa destaca outros recordes da série histórica: no segundo trimestre de 2025, a Pnad registrou alta de 1,8% na população ocupada (102,3 milhões). No ano, o aumento foi de 2,4%, com mais 2,4 milhões de pessoas ocupadas.

Mais um destaque é a maior taxa de empregados com carteira assinada no setor privado da série histórica, chegando a 39 milhões, com altas nas duas comparações: 0,9% (mais 357 mil pessoas) no trimestre e 3,7% (mais 1,4 milhão de pessoas) no ano. O número de empregados sem carteira no setor privado (13,5 milhões) subiu 2,6% (mais 338 mil pessoas) no trimestre e manteve estabilidade no ano.

O número de empregados no setor público (12,8 milhões) foi recorde da série e cresceu nas duas comparações: 5,0% (mais 610 mil pessoas) no trimestre e 3,4% (mais 423 mil) no ano. Houve recorde entre os trabalhadores por conta própria (25,8 milhões) também. A taxa cresceu nas duas comparações: 1,7% (mais 426 mil pessoas) no trimestre e 3,1% (mais 767 mil) no ano.

O rendimento real habitual de todos os trabalhos (R$ 3.477) foi recorde, com crescimento nas duas comparações: 1,1% no trimestre e 3,3% no ano. A massa de rendimento real habitual (R$ 351,2 bilhões) foi igualmente recorde: aumento de 2,9% (mais R$ 9,9 bilhões) no trimestre e de 5,9% (mais R$ 19,7 bilhões) no ano.

A população desalentada (2,8 milhões) caiu 13,7% (436 mil pessoas a menos) no trimestre e 14% (menos 449 mil pessoas) no ano. O percentual de desalentados (2,5%) caiu 0,4 ponto percentual no trimestre e recuou 0,4 p.p. no ano.

Confira os principais dados da pesquisa

  • Taxa de desocupação: 5,8% (recorde da série histórica)
  • População ocupada: 102,3 milhões (recorde da série histórica)
  • População desocupada: 6,3 milhões
  • Empregados com carteira assinada: 39 milhões (recorde da série histórica)
  • Empregados sem carteira: 13,5 milhões
  • Empregados no setor privado: 52,6 milhões
  • Empregados no setor público: 12,8 milhões (recorde da série histórica)
  • Trabalhadores por conta própria: 25,8 milhões (recorde da série histórica)
  • População desalentada: 2,8 milhões

*TVTNews


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Cotidiano

Moraes faz gesto do dedo para bolsonarista em jogo do Corinthians e viraliza

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), demonstrou tranquilidade após ser sancionado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com a Lei Magnitsky.

As sanções a Moraes congelam quaisquer bens do ministro nos EUA, proíbe cidadãos e empresas estadunidenses de realizar negócios com ele e impede sua entrada no país. Duas semanas antes, o Departamento de Estado já havia revogado os vistos de Moraes e de outros ministros do STF. A medida vem como retaliação do governo Trump à ação penal conduzida por Moraes contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, réu por tentativa de golpe de Estado.

O ministro, no entanto, parece não estar muito preocupado. Ele foi à Neo Química Arena, em São Paulo (SP), para acompanhar a partida do Corinthians, seu time do coração, no clássico contra o Palmeiras, na noite desta quarta (30), válida pelas oitavas de final da Copa do Brasil, horas depois o anúncio de retaliação de Trump.

Moraes, logo ao chegar, lançou um “vai, Corinthians” e, no camarote, foi visto sorrindo, conversando e acenando para o público. Um momento em específico, no entanto, vem viralizando nas redes sociais. O ministro foi flagrado por um fotojornalista do jornal “Estadão” mostrando o dedo médio.

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Mundo

Canadá anuncia que reconhecerá Estado palestino na ONU em setembro

Decisão posiciona o país ao lado da França e do Reino Unido; outras nações como Austrália e Nova Zelândia poderão seguir o exemplo nos próximos meses

O primeiro-ministro canadense, Mark Carney, anunciou nesta quarta-feira (30/07) que o Canadá pretende reconhecer oficialmente o Estado da Palestina durante a Assembleia Geral das Nações Unidas em setembro.

A declaração, realizada em coletiva de imprensa ao lado da ministra da Defesa, Anita Anand, posiciona o país ao lado da França, do Reino Unido e de outras nações que já sinalizaram apoio à criação de um Estado palestino independente.

“O Canadá pretende reconhecer o Estado da Palestina na 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas”, afirmou Carney aos jornalistas. “Pretendemos fazê-lo porque a Autoridade Palestina se comprometeu a liderar uma reforma tão necessária”, complementou.

Ele afirmou que “preservar uma solução de dois Estados significa apoiar todas as pessoas que escolhem a paz em vez da violência ou do terrorismo”.

Segundo Carney, o reconhecimento canadense dependerá do cumprimento de certas condições, como a realização de eleições democráticas pela Autoridade Palestina em 2026, com a exclusão do Hamas do processo, e a adoção de reformas políticas.

“O Hamas deve libertar todos os reféns, se desarmar e não participar da governança da Palestina no futuro”, condicionou o premiê.

Reações
The Guardian destaca que posição canadense gerou reações imediatas. O embaixador de Israel no Canadá, Iddo Moed, afirmou que seu país “não se curvará à campanha de pressão internacional” e classificou a medida como um risco de imposição de “um estado jihadista”.

Após a declaração, o ex-presidente Donald Trump ameaçou retaliar comercialmente o Canadá insinuando dificuldade nas negociações de um novo acordo comercial, cujo prazo final se encerra em 1º de agosto.

“Uau! O Canadá acaba de anunciar que apoia a criação de um Estado para a Palestina. Isso tornará muito difícil para nós fecharmos um acordo comercial com eles. Ah, Canadá!!!”, escreveu no seu Truth Social.

Trump ameaçou aplicar uma tarifa de 35% sobre produtos canadenses que não estejam protegidos por acordos prévios.

*Opera Mundi


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