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Economia

As falsas versões sobre a Petrobras, por Luis Nassif

A redução dos investimentos nada tem a ver com os desarranjos de 2014 – conforme sustentaram alguns analistas. Se fosse assim, como explicar lucros e dividendos recordes?

Há uma enorme dificuldade da mídia em análises isentas sobre a Petrobras. Em parte, devido ao fato de ter se transformado no calcanhar de Aquiles do PT, com a operação Lava Jato. Muito mais pelos interesses diretos do mercado nos dividendos e nas subsidiárias da empresa.

Para colocar um mínimo de racionalidade na discussão, é importante anotar os seguintes dados e relativizações:

  • A corrupção descoberta representava uma parcela ínfima do faturamento da Petrobras. Eram grandes valores levando em conta os ganhos individuais de corrupção. Mas, proporcionalmente, nem arranharam o faturamento da empresa.
  • Alegam que a Petrobras se tornou a empresa mais endividada do planeta. Mas é óbvio, já que descobriu a maior reserva de petróleo do planeta e precisava investir no seu desenvolvimento.
  • Sustentam que a Petrobras esteve perto de quebrar. Um absurdo! Na época em que a mídia trombeteava essa afirmação, a Petrobras colocava títulos perpétuos de dívida no mercado de Nova York com uma demanda várias vezes superior à oferta. Esse discurso foi um álibi para a venda de subsidiárias da Petrobras, atropelando a Constituição e sem sequer submetê-las a processos de licitação.
  • A Petrobras reduziu os investimentos devido aos desarranjos provocados pela corrupção. Aí há um ponto a se analisar. Quando assumiu a presidência, Dilma Rousseff mostrou-se preocupada com a corrupção existente em algumas diretorias da empresa. Colocou como presidente uma pessoa de sua confiança, Graça Foster, mas totalmente jejuna em termos administrativos. Sem noção de compliance ou de formas modernas de controle, paralisou a empresa durante algum tempo, centralizando os pagamentos em seu gabinete – como se fosse possível identificar corrupção no momento do pagamento. Além disso, houve um subpreço dos combustíveis que afetou seu faturamento, mas sem comprometer sua solidez.

A redução dos investimentos nada tem a ver com os desarranjos de 2014 – conforme sustentaram alguns analistas. Se fosse assim, como explicar lucros e dividendos recordes? O que ocorreu foi um saque contra o caixa da empresa, tanto nas vendas de refinarias quanto na distribuição de dividendos, em valores superiores ao próprio lucro contábil, sacrificando o investimento.

Agora, esses sofismas começam a ser desmanchados, e espera-se que a Petrobras retome os investimentos, reative a cadeia de fornecedores, invista em refinarias e se prepare para a revolução verde.

*GGN

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Saúde

Com alta de casos, especialistas alertam para aumento de internações por Covid

A Covid voltou a avançar em algumas regiões do país, porém em um patamar ainda baixo em comparação a outros momentos da pandemia, segundo especialistas. No estado de São Paulo, por exemplo, houve aumento do número de pacientes internados em leitos de UTI e de enfermarias.

Segundo a Folha, nos últimos dias, também houve avanço tanto de positividade (taxa de resultados positivos) quanto de procura por testes para o diagnóstico de infecção por Sars-CoV-2.

Em relação aos dados oficiais, porém, é provável que haja uma subnotificação, uma vez que muitas pessoas realizam o autoteste em casa —cuja notificação não é registrada oficialmente— ou então não procuram os exames diagnósticos se forem assintomáticas (sem apresentar sintomas da doença).

“Temos relatos de muita gente com diagnóstico positivo, mas os dados oficiais não são claros”, afirma a infectologista Raquel Stucchi, professora da Unicamp. “Só vamos conseguir saber o real reflexo do Carnaval daqui a duas semanas, por isso é importante uma certa prudência agora de pessoas com sintomas gripais que fiquem isolados e usem máscara.”

O estado de São Paulo anunciou nesta quinta (2) a retirada da obrigatoriedade de máscaras no transporte público estadual. A medida veio um dia após a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) derrubar a medida que obrigava passageiros e tripulação a utilizarem o equipamento protetor em aviões e aeroportos.

Segundo o órgão, houve uma diminuição dos novos casos em tripulantes em fevereiro, o que justificaria a retirada da medida.

Porém o aumento de casos desde 1° de fevereiro já estava se consolidando, avalia Isaac Schrarstzhaupt, da Rede de Análise Covid.

Para ele, o feriado do Carnaval talvez não signifique um aumento de casos na mesma maneira como foi no passado, quando não havia vacinas, mas é um momento para refletir sobre riscos.

“De fato hoje está melhor a situação, muito graças à vacinação, que ainda ajuda a proteger contra internações e mortes, mas estamos há mais ou menos sete meses em um patamar de mortes de cerca de 80 a 120 óbitos [média móvel] por dia. Para mim, ainda é uma doença preocupante”, afirma ele.

É provável que o Carnaval tenha um papel importante para provocar o aumento de transmissão do vírus e novas infecções ou reinfecções, mas a alta de casos e de internações já era observada há pelo menos quatro semanas em alguns estados, como São Paulo, Rio de Janeiro, alguns estados do Nordeste e o Amazonas.

De acordo com o último boletim InfoGripe, com dados até o dia 25 de fevereiro, há uma tendência de crescimento dos casos de SRAG (síndrome respiratória aguda grave) em São Paulo e no Amazonas, principalmente nos adultos, indicando a circulação de gripe (no caso do Amazonas) e de Covid (no caso de São Paulo) relacionados ao aumento de síndrome respiratória.

Há também crescimento em São Paulo nas crianças e adolescentes, o que pode estar relacionado a outros vírus respiratórios. Já no Rio de Janeiro e Ceará, o crescimento pode ser verificado também em idosos.

Mapa mostrando os estados brasileiros com tendência de aumento (marrom) ou queda (verde) de casos de síndrome respiratória no curto (três semanas) e longo (seis semanas) prazo

“Nós temos no Brasil hoje uma soma de três conjuntos de dados que podem ajudar a entender como está o andar da pandemia: a positividade dos laboratórios, as internações por SRAG e os casos ‘anedóticos’, que são os relatos de pessoas com Covid, porque muitas fazem o teste rápido em casa e não há notificação oficial”, afirma Leonardo Bastos, um dos coordenadores do boletim InfoGripe da Fiocruz.

INTERNAÇÕES EM SP VOLTAM A SUBIR

Enquanto isso, as internações por Covid em UTI e em enfermarias no estado de São Paulo e na Grande São Paulo voltaram a subir, segundo do governo.

Nesta quarta (1º), havia 550 pacientes internados em leitos de UTI para Covid no estado, saldo 10% maior em relação ao último dia 16 e 30% maior na comparação com 1º de fevereiro.

As internações em leitos de enfermaria, que somavam 1.284 nesta quarta (1º), também apresentaram aumento de 26% e 75% respectivamente, considerando as mesmas datas.

O crescimento se repete quando observados os dados apenas da Grande São Paulo. Nesta quarta (1º), 390 pessoas estavam internadas em leitos de UTI, quantidade 13% maior em relação ao último dia 16 e 54% maior na comparação com 1º de fevereiro.

Nos leitos de enfermaria, havia 868 pacientes nesta quarta (1º), 42% a mais em comparação ao último dia 16 e 116% a mais em relação a 1º de fevereiro.

Schrarstzhaupt lembra que a situação epidemiológica agora é, de fato, mais favorável do que há um ano, quando houve a introdução pela primeira vez da variante ômicron no Brasil, mas ainda estamos longe de afirmar que a “pandemia acabou”.

A analogia que o pesquisador costuma fazer é que antes tínhamos um tsunami de novas infecções com a ômicron, mas agora as ondas podem ser vistas mais como “marolas” sequenciais. “Estamos vendo um nível do mar elevado, mas sem aquelas ondas enormes, ou seja, dá para reduzir o nível”, diz.
Relembre algumas variantes da Covid-19.

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Política

Vídeos: O escracho que Glauber deu em Dallagnol, o senhor moral

Dallagnol, depois de tudo o que fez, falou o que quis e ouviu o que não quis.

Lógico, Glauber Braga deu-lhe um esculacho bem dado.

O colega Glauber Braga (PSOL) lembrou, no início de sua fala, que agora que é parlamentar, Dallagnol também pode e deve ser questionado.

“Chegou o momento, eu queria saber, deputado, o que o senhor quis dizer, ou que o senhor articulou, quando na mensagem trocada com Sérgio Moro falou que tinha que consultar os americanos. O que o senhor estava dizendo?”, perguntou Braga.

Na sequência, o deputado ainda quis saber sobre uma das revelações da Vaza Jato, que mostrou conversas dele através do aplicativo de mensagens Telegram com o ex-juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba.

E por aí vai.

Confira

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Cotidiano

Vídeo: Deputada gaúcha adesiva bilhetes nos vinhos produzidos com trabalho escravo

A deputada estadual Laura Sito (PT-RS), presidente da Comissão Permanente de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (ALRS), tem atuado diretamente contra empresas envolvidas com trabalho análogo à escravidão.

Nesta última quarta-feira (1°), a petista foi a um supermercado de Porto Alegre e colou adesivos com os dizeres “produzido com trabalho escravo” em garrafas de vinho das vinícolas gaúchas Salton, Aurora e Cooperativa Garibaldi, acusadas por exploração no trabalho.

Em uma ação conjunta, realizada na última semana pela Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), resgatou 207 trabalhadores em condições análogas à escravidão em Bento Gonçalves (RS).

“A indústria do vinho é muito importante para a nossa região, economicamente e culturalmente. Mas nosso vinho gaúcho, que é símbolo do nosso estado, não pode estar sujo com a mão do trabalho escravo. Exatamente por isso, nós não aceitamos. Chega de lucro com a escravidão”, disse Laura

https://twitter.com/RonnyCombate/status/1631373580150747136?s=20

*Com DCM

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Política

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Política

Vídeos: Protesto na Câmara de Caxias do Sul contra vereador que atacou baianos

Manifestação aconteceu pouco antes da sessão que aprovou os pedidos de cassação do bolsonarista Sandro Fantinel por discurso xenófobo.

A Câmara de Caixas do Sul (RS) contou, na manhã desta quinta-feira (2), com uma manifestação histórica liderada pelo movimento negro em solidariedade ao povo baiano e em protesto contra o vereador Sandro Fantinel (sem partido).

A casa legislativa foi tomada por manifestantes pouco antes da sessão que aprovou, por unanimidade, pedidos de cassação do bolsonarista por conta da fala xenófoba que fez na última terça-feira (28) contra trabalhadores vítimas do trabalho análogo à escravidão.

Em sua discurso na terça-feira, Fantinel relativizou o escândalo dos mais de 200 trabalhadores – a maioria da Bahia – resgatados em situação análoga à escravidão em uma empresa terceirizada que oferecia mão de obra para as vinícolas Salton, Aurora e Cooperativa Garibaldi, em Bento Gonçalves (RS), e afirmou que os nordestinos, a quem ele se referiu como os “lá de cima”, seriam “sujos”, sugerindo que as empresas gaúchas do ramo contratem apenas argentinos.

O vereador disse, ainda, que a “única cultura” dos baianos é “viver na praia tocando tambor”. A resposta da população não poderia ser mais contundente. Dezenas de pessoas lotaram o plenário da Câmara de Caixas do Sul tocando tambores e berimbaus, instrumentos típicos da música da Bahia, e entoaram palavras de ordem como “fascistas, racistas, não passarão”.

https://twitter.com/lazarorosa25/status/1631342770689384464?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1631342770689384464%7Ctwgr%5E81de7e1f947fc150d5a431497e45f3f1d5e3a4e0%7Ctwcon%5Es1_c10&ref_url=https%3A%2F%2Fd-20024719332035865635.ampproject.net%2F2302171719000%2Fframe.html

*Com Forum

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Política

Vereador que atacou baianos chora para se livrar da cassação: “Minha esposa quer me deixar”

Sob o risco de ser preso e cassado, Sandro Fantinel, após fala xenofóbica contra baianos vítimas do trabalho escravo, agora se diz arrependido e dá justificativa inacreditável para seu ato.

O vereador Sandro Fantinel, sob eminente rico de ser cassado e até mesmo preso após usar a tribuna da Câmara Municipal de Caxias do Sul (RS) na terça-feira (28) para atacar com xenofobia trabalhadores baianos vítimas do trabalho escravo, foi às redes sociais, nesta quinta-feira (5), para tentar se desculpar pela declaração. O bolsonarista chegou até mesmo a chorar e dizer que sua esposa está pensando em deixá-lo, numa tentativa de tentar comover a opinião pública.

Em sua discurso na terça-feira, Fantinel relativizou o escândalo dos mais de 200 trabalhadores – a maioria da Bahia – resgatados em situação análoga à escravidão em uma empresa terceirizada que oferecia mão de obra para as vinícolas Salton, Aurora e Cooperativa Garibaldi, em Bento Gonçalves (RS), e afirmou que os nordestinos, a quem ele se referiu como os “lá de cima”, seriam “sujos”, sugerindo que as empresas gaúchas do ramo contratem apenas argentinos.

O caso gerou enorme repercussão e reações políticas. Nesta quinta-feira, a Câmara de Caxias do Sul aprovou por unanimidade pedidos de cassação contra o vereador e ele é alvo, ainda, de ações no Ministério Público, inclusive com pedidos de prisão.

Diante da situação, Sandro Fantinel gravou um vídeo em que aparece desesperado e afirmando que teve um “lapso mental”.

“Registro que tenho muito apreço ao povo baiano e a todos do Norte e Nordeste do país. Em um momento de lapso mental, proferi palavras que não representam oq eu sinto pelo povo da Bahia e do Norte/Nordeste”, declarou, dizendo ainda que está “profundamente arrependido”.

Em dado momento, o vereador começa a chorar e cita até mesmo sua família. Ele disse que sua esposa está pensando em deixá-lo e que seu filho vem sofrendo ameaças: “Se as pessoas me atacassem a mim (sic), se eu pagasse pelos erros que eu cometi, a gente paga, porque quando a gente erra a gente tem que pagar. Mas o que tá acontecendo, meu povo, é que minha esposa chora noite e dia recebendo mensagens ofendendo ela com todos os pior nome que vocês pode imaginar (sic). Ela tá pensando até em me deixar”.

Pedido de prisão

O PSOL do Rio Grande do Sul anunciou que vai entrar com um pedido de prisão do vereador no Ministério Público com base na lei 7716/89, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor.

Nesta quarta-feira (1), a Educafro e o Centro Santo Dias de Direitos Humanos informaram que vão entrar com uma ação civil contra o vereador. As organizações vão pedir indenização por danos morais coletivos e a condenação do parlamentar para obrigá-lo a frequentar aulas de igualdade e combate à discriminação.

Na noite desta terça-feira, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), classificou a declaração de Fantinel como “nojenta” e disse que os nordestinos são bem vindos no estado.

“O discurso xenófobo e nojento de vereador de Caxias contra o nordeste não representa o povo do Rio Grande do Sul. Não admitiremos esse ódio, intolerância e desrespeito na política e na sociedade. Os gaúchos estão de braços abertos para todos, sempre”, escreveu Leite nas redes sociais.

*Com Forum

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Opinião

Notícias de um país rachado

Igualdade e supremacia digladiam-se em praça pública no ano em que a Declaração Universal dos Direitos Humanos faz 75 anos.

Flávia Oliveira*

A democracia resistiu ao golpe de Estado tentado nos primeiros dias de janeiro, mas o Brasil segue em disputa. Futuro e passado, dignidade e brutalidade, direitos e opressão, igualdade e supremacia digladiam-se em praça pública no ano em que a Declaração Universal dos Direitos Humanos faz 75 anos, em que o pontapé inicial da redemocratização, a emenda Dante de Oliveira por eleições diretas, completa quatro décadas. Na mesma semana em que o terceiro governo Lula relançou o Bolsa Família, uma entidade empresarial de Bento Gonçalves (RS) tornou pública nota que relaciona falta de mão de obra qualificada à política pública de transferência de renda para erradicação da extrema pobreza.

O novo desenho retoma a focalização e as exigências em saúde e educação, que permitem a superação da vulnerabilidade. Mas o Centro da Indústria, Comércio e Serviços do município gaúcho escreveu, sobre o escândalo do trabalho em condições análogas à escravidão na colheita da uva no estado, que “há larga parcela da população com plenas condições produtivas que, mesmo assim, encontra-se inativa, sobrevivendo através de um sistema assistencialista que nada tem de salutar para a sociedade”. Empresários subscrevem tal mensagem num país com 33 milhões de habitantes em situação de fome, 10 milhões de desempregados e quase 40 milhões ocupados informalmente — portanto, sem nenhuma proteção das legislações trabalhista e previdenciária.

O STF está decidindo sobre a validade de provas obtidas em abordagem policial baseada em filtragem racial, aquela que considera pessoas negras naturalmente suspeitas. Até aqui, três votos a um contra a tese, que abriria atalho no enfrentamento ao racismo materializado nos protocolos que fazem um negro ter quatro vezes e meia mais chance de sofrer uma “dura” da polícia do que um branco.

O CNJ, na terça-feira passada, aprovou a criação do Fórum Nacional do Poder Judiciário pela Equidade Racial, com participação da sociedade civil, Movimento Negro Unificado, Educafro, Coalização Negra por Direitos, OAB, Ceert, Geledés e Criola. O grupo tem como missão elaborar estudos e propor medidas para aperfeiçoamento do sistema judicial. A recém-sancionada lei que equiparou os crimes de racismo e injúria racial, além de tipificar a discriminação recreativa, religiosa e em ambientes esportivos, nasceu de proposta de um grupo de juristas à Câmara dos Deputados.

Dias atrás, um vereador de Caxias do Sul desqualificou trabalhadores baianos, 214 ao todo, escravizados no estado, acenando à contratação de argentinos. Sandro Fantinel provou que o imaginário nacional segue refém de uma História que valoriza a mão de obra estrangeira branca, enquanto ignora ou despreza as mãos negras que ergueram o país, sob chibatadas, trabalho forçado, sem políticas de reparação nem inclusão social no pós-abolição.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, se reuniu com o assessor especial da Casa Branca, John Kerry, para alinhavar a convergência no enfrentamento à emergência climática e aporte de recursos no Fundo Amazônia. O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, discursou no Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, prometendo enfrentar trabalho escravo, devolver território e dignidade aos povos indígenas, esclarecer os assassinatos de Marielle Franco, Bruno Pereira e Dom Phillips. Em Brasília, a senadora Damares Alves tentou integrar a comissão do Senado que acompanha a crise humanitária dos ianomâmis. Justo ela que, ministra dos Direitos Humanos, enviou ao presidente Bolsonaro pedido para que não enviasse aos indígenas, em plena pandemia da Covid-19, água potável, leitos de UTI, materiais de higiene. Alegara que os povos originários não tinham sido consultados pelo Congresso Nacional.

Ontem, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, foi anunciada como uma das 12 mulheres de destaque de 2022 pela revista Time. No mesmo dia, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública reportou recorde de violência contra as brasileiras. Ao todo, 18,6 milhões sofreram ofensa verbal, perseguição, chutes e socos, espancamento ou tentativa de estrangulamento, ameaça com faca ou arma de fogo. Companheiros, maridos, namorados ou ex foram responsáveis por 58% das agressões; mais da metade dos casos ocorreu em casa; dois terços das vítimas são negras; 57% têm filhos.

Estudo do Ipea estimou em 822 mil o total de estupros cometidos no Brasil em 2019. Foram dois casos por minuto. Apenas 8,5% chegaram às delegacias, e metade disso, 4,2%, ao sistema de saúde.

— Além da impunidade, muitas das vítimas ficam desatendidas em termos de saúde — alerta o autor, Daniel Cerqueira, especialista em análise de dados de segurança pública.

O Brasil fraturado das urnas assim segue. Que vença o lado da luz.

*O Globo

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Política

Jean Paul Prates: Paridade internacional de preços é “dogma” e “abstração”

“Petrobras vai praticar preços competitivos de mercado nacional conforme ela achar que tem que ser”, afirma Jean Paul Prates.

Em sua primeira entrevista coletiva como presidente da Petrobras, nesta quinta-feira (2/3), o ex-senador Jean Paul Prates voltou a criticar o Preço de Paridade Internacional (PPI), adotado pela companhia desde 2016, no governo de Michel Temer (MDB).

A atual política de preços da Petrobras é vinculada à flutuação do valor praticado no mercado internacional. Até então, quem definia os preços era o governo. Para conter a inflação, a Petrobras era obrigada a vender gasolina e diesel a preços abaixo do mercado.

“Não existe bala de prata. O próprio PPI é uma abstração, parece que virou um dogma. Não é necessariamente assim. O mercado brasileiro é diferente”, afirmou Prates, que sempre foi um crítico da paridade de preços.

“A questão da política de preços do país é uma questão de governo. A Petrobras vai praticar preços competitivos de mercado nacional conforme ela achar que tem que ser, para garantir sua fatia de mercado. Se é o PPI o melhor preço, por acaso, que seja. Mas, na maior parte das vezes, talvez não seja. O PPI, para a Petrobras, só garante ao concorrente uma posição confortável”, disse Prates.

As declarações do novo comandante da Petrobras corroboram a posição predominante no PT. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann, também defendem a mudança na política de preços da estatal.

Ainda segundo Prates, “o governo atual também não gosta do PPI”. “O governo não acha o PPI adequado como referência nacional para um país autossuficiente em petróleo. E ele pode não gostar. Para mim, tanto faz. Eu estou gerindo uma empresa que vai praticar o melhor preço para ela”, concluiu.

*Com Metrópoles

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