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Ex-empregado diz à Justiça que Bolsonaro sabia de corrupção dos filhos

O ex-empregado da família Bolsonaro Marcelo Luiz Nogueira dos Santos prestou depoimento, por videoconferência, na segunda-feira (18/10) ao Ministério Público do Trabalho no Distrito Federal, e confirmou as afirmações que fez à coluna em entrevista no mês passado, quando disse que o presidente Jair Bolsonaro era quem determinava quem administrava o esquema corrupção nos gabinetes de Flávio e Carlos Bolsonaro em seus gabinetes na Assembleia Legislativa e na Câmara do Rio.

A acusação foi encaminhada ao Ministério Público Federal e ao Ministério Público do Rio de Janeiro, onde Flávio Bolsonaro foi denunciado por organização criminosa, lavagem de dinheiro e peculato (roubo praticado por funcionário público), devido a este caso. Carlos Bolsonaro também é investigado no MPRJ.

Segundo Marcelo Luiz, Bolsonaro tirou o comando das mãos de sua então mulher, a advogada Ana Cristina Siqueira Valle, e passou para os filhos quando descobriu estar sendo traído por ela.

“Eu repeti em audiência o que disse à coluna, que eu recebia do gabinete, mas devolvia o dinheiro”, disse o ex-empregado.

Em entrevista exclusiva à coluna, no mês passado, após se demitir por não receber o salário pedido, Marcelo Luiz detalhou como foram os quase 14 anos que trabalhou para o filho 01 do presidente. O ex-empregado atuou na campanha de 2002 de Flávio para deputado estadual e entre 2003 e 2007, foi lotado no gabinete de Flávio na ALERJ.

Marcelo confessou ter devolvido 80% de tudo o que recebeu no gabinete de Flávio nos quase quatro anos em que foi seu servidor: cerca de R$ 340 mil no total.

*Guilherme Amado

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Moraes determina prisão de Allan dos Santos e ordena extradição dos EUA

O blogueiro bolsonarista está nos Estados Unidos, com visto vencido. Ele é acusado de participar de milícia digital.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisão preventiva do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos. O magistrado ainda pediu que o Ministério da Justiça inicie imediatamente o processo de extradição dele que, atualmente, está com visto vencido nos Estados Unidos.

Moraes ordenou ainda que a Polícia Federal inclua o mandado de prisão na lista da Difusão Vermelha da Interpol para garantir que ele seja capturado e retorne ao Brasil. Também foi acionada a embaixada dos Estados Unidos.

A decisão de Moraes atende a um pedido da Polícia Federal. A Procuradoria-Geral da República se manifestou contra a prisão.

Allan dos Santos é um dos aliados mais próximos da família Bolsonaro. Ele é investigado no Supremo em dois inquéritos: o que apura a divulgação de fake news e ataques a integrantes da Corte e também no que identificou a atuação de uma milícia digital que trabalha contra a democracia e as instituições no país.

Após ser alvo de operações, ele deixou o Brasil e teria entrado em julho nos Estados Unidos com visto de turista que estava vencido desde fevereiro.

*Com informações do Metrópoles

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As grandes redes estão construindo uma espécie de servidão digital impondo limites à liberdade de expressão

Aquela liberdade sonhada que prometia dar voz aos segregados, proteger as pessoas dos abusos institucionais nos tempos mais duros do neoliberalismo, parece que ficou para trás.

Nós do Antropofagista, que já tratamos desse assunto por duas vezes aqui, denunciando a censura que não só o blog, mas os administradores sofreram no Facebook e, em seguida, em paralelo, com a política cada vez mais comum entre os mega empresários donos das redes sociais, numa manipulação grosseira dos algoritmos, para que blogs e vídeos progressistas fiquem invisíveis para a maioria dos internautas.

Lógico que isso tem um objetivo, neutralizar os impactos da livre expressão, que é essencialmente anti-hegemônica, ao mesmo tempo em que sufoca a própria existência do blog ou de quem produz os vídeos para que se transformem em matérias mortas e, consequentemente, reflita pesadamente na monetização dos mesmos, jogando a quase zero a receita construída a duras penas ao longo de anos.

Ou seja, é uma ação combinada comandada por uma ambição perigosa que busca, antes de qualquer coisa, construir uma espécie de esperanto digital que aparelha a natureza livre da web e formata de maneira linear e hegemônica não só o pensamento como o próprio vocabulário, já que numa tutela cruel estabelece até as palavras que podem ou não serem usadas pelas pessoas nas redes, pelos blog e vídeos.

A isso podemos tranquilamente chamar de grande e vasto império digital que quer produzir uma espécie de seita em que as palavras ou pensamentos não repartam luzes com a mídia hegemônica e, consequentemente, com as próprias corporações que são atendidas por essa teia macabra que busca uniformizar as ideias através de uma espécie de servidão digital para formar um exército de zumbis que use as redes apenas para alavancar o consumismo e nada mais.

Esse tem sido o principal motivo de nossa insistência na busca por apoio financeiro dos nossos próprios leitores, porque os braços das grandes corporações são bem mais pesados do que se imagina.

Por isso, diante dessa manobra ardil, o que nos resta é recorrer aos leitores para que nos ajudem colaborando com qualquer valor para a manutenção do blog, depositando no PIX ou na conta abaixo, mas também compartilhando as nossas matérias para que possamos resistir à técnica de constrangimento que, pelo que observamos, está atingindo a quase todos que se colocam de forma oposta ao aparelho hegemônico de dimensões gigantescas para tentar calar a própria sociedade.

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Política

El País: O tempo deu razão a Lula

Enquanto a mídia brasileira tenta dourar a pílula de Bolsonaro para tirar das costas dele o peso do genocídio que praticou, a mesma mídia, que ainda se agarra numa quimera policialesca ficcionada por ela própria como exemplo de combate à corrupção, chamada Lava Jato, segue negando a inocência de Lula e o banditismo de Moro.

Mas num mundo cada vez mais globalizado, a imprensa internacional escancara a servidão da mídia nativa que, através de editoriais vazios, termina sempre tendo como ideia central aquilo que foi antecipadamente escrito de forma deliberada pela nossa velha e carcomida oligarquia.

Este editorial do El País que segue abaixo, deixa isso bem claro:

El País – Um ano antes das eleições presidenciais no Brasil, o esquerdista Lula da Silva tem um caminho claro para lutar contra o presidente de extrema direita Jair Bolsonaro. Lula recuperou direitos políticos em março passado, quando o Supremo Tribunal Federal anulou as duas condenações por corrupção que mantiveram o líder do PT na prisão por 19 meses e que, por decisão do mesmo tribunal, o impediram de ser medido nas urnas com Bolsonaro em 2018. A anulação das sentenças foi seguida por outra decisão judicial de longo alcance, que considerou que o juiz Sérgio Moro não foi imparcial no julgamento de Lula. Essa sentença teve um efeito cascata cristalizado em uma série de decisões judiciais que nos últimos meses levaram ao encerramento de praticamente todos os processos contra o homem que presidiu o Brasil de 2003 a 2011. Ele só tem um processo penal aberto, segundo sua defesa.

O tempo está provando que Lula estava certo em dois aspectos: ele sempre proclamou sua inocência e sua confiança na Justiça brasileira. E sempre se considerou vítima de perseguição judicial no âmbito da Operação Lava Jato, investigação de lavagem de dinheiro que acabou descobrindo subornos da Petrobras em quatro países. Especificamente, Lula denunciou ser prisioneiro do juiz Moro, cuja atuação parcial foi demonstrada por seus pares.

Exceto para grande surpresa, tanto Lula quanto Bolsonaro serão candidatos nas eleições de dois turnos marcadas para outubro de 2022. O líder do PT lidera as urnas com facilidade, mas é improvável que os votos da esquerda sozinhas consigam derrotar os ultra. Bolsonaro. Lula precisa forjar uma aliança ampla como aquela que lhe deu sua primeira vitória eleitoral, na quarta tentativa, há quase duas décadas. Tem a seu favor a erosão de Bolsonaro pelas 600.000 mortes que o covid-19 e a crise econômica deixaram no Brasil. Relatório do Senado brasileiro, apresentado ontem, recomenda que o presidente seja indiciado por crimes contra a humanidade pela gestão da pandemia. Mas Lula tem contra a suspeita de boa parte da elite e da mídia, além das restrições devido à pandemia. Se o Bolsonaro reina nas redes sociais, o habitat natural de Lula é o contato direto com eleitores, comícios e abraços.

Muitos brasileiros se arrependeram de ter votado no militar aposentado, mas isso não significa vontade de apoiar o Partido dos Trabalhadores dentro de um ano, embora o ódio a Lula e seu partido perca força à medida que avança o anti-bolsonarismo. Lula, que ao longo de sua carreira tem se mostrado um bom estrategista, terá que pisar bem para construir uma coalizão que dilua a rejeição que ainda desperta e reúne forças para transformar a presidência do populista de extrema direita Jair Bolsonaro em um pesadelo passageiro .

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Bolsonaro é destaque na imprensa internacional por acusação de crime contra a humanidade

O presidente negou as acusações nesta quarta-feira. “Nós sabemos que não temos culpa de absolutamente nada. Sabemos que fizemos a coisa certa desde o primeiro momento”, declarou Bolsonaro em evento no Ceará.

A acusação de crimes contra a humanidade, um dos nove crimes pelo qual o presidente Jair Bolsonaro foi acusado, nesta quarta-feira (20/10), pelo relatório final da CPI da Covid no Senado, foi o principal destaque da cobertura da imprensa internacional sobre o caso.

O jornal americano The New York Times, que noticiou a conclusão da CPI em seus principais boletins noticiosos, reportou que “Líder brasileiro é acusado de crimes contra a humanidade na resposta à pandemia”, apontando que a CPI concluiu que Bolsonaro “intencionalmente deixou o coronavírus se alastrar pelo país e matar centenas de milhares de pessoas em uma aposta fracassada de atingir imunidade de rebanho e reviver a maior economia da América Latina”.

O presidente negou as acusações nesta quarta-feira. “Nós sabemos que não temos culpa de absolutamente nada. Sabemos que fizemos a coisa certa desde o primeiro momento”, declarou Bolsonaro em evento no Ceará.

Na Inglaterra, o jornal The Guardian destacou o Brasil em sua manchete principal, que dizia: “Bolsonaro deve ser indiciado por crimes contra a humanidade, aponta investigação sobre covid”.

Ao todo, o presidente brasileiro foi acusado de nove crimes pelo relatório da CPI: epidemia, charlatanismo, incitação ao crime, falsificação de documentos, uso irregular de verbas públicas, prevaricação, violação de direito social, crime de responsabilidade e crimes contra a humanidade.

O relatório do senador Renan Calheiros (MDB-AL) sugere o indiciamento do presidente da República e de outras 65 pessoas – incluindo ministros, ex-ministros e filhos de Bolsonaro – e duas empresas.

“A comissão que analisou a gestão da crise sanitária aponta o mandatário como responsável pela disseminação do vírus no país, o mais afetado do continente”, noticiou o jornal argentino La Nación.

O jornal francês Le Monde afirmou, porém, que as “acusações sérias” devem ter “um alcance mais simbólico, (uma vez que) o presidente de extrema direita conta com um apoio do Parlamento capaz de impedir a abertura de um processo de impeachment. Da mesma forma, o procurador-geral da República, Augusto Aras, aliado de Bolsonaro, pode bloquear qualquer indiciamento (contra o presidente).”

Na mesma linha, o jornal americano Miami Herald republicou texto da agência Bloomberg destacando que a conclusão da investigação do Senado “provavelmente não terá impacto de curto prazo no destino político do presidente”.

O periódico alemão Der Spiegel também chamou atenção para a acusação de crimes contra a humanidade, apontando que “o relatório levanta sérias acusações contra o populista de direita”.

Destacando a relativa blindagem com a qual Bolsonaro conta no Congresso e na Procuradoria-Geral da República, o jornal alemão afirmou que, “mesmo assim, o relatório pode prejudicar politicamente o presidente, que se candidatará à reeleição no próximo ano”.

A rede Al Jazeera também reportou sobre a conclusão da CPI brasileira, afirmando que “o inquérito começou em abril alegando que Bolsonaro declinou oportunidades, no início da pandemia, de adquirir vacinas – atrasando a campanha de imunização brasileira, com um custo de 95 mil vidas (uma estimativa feita durante o depoimento do epidemiologista Pedro Hallal à comissão, em junho). O inquérito foi marcado por depoimentos emocionantes de testemunhas e revelações assustadoras”.

*Com informações do Correio Braziliense

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Política

Vídeo: A CPI terminou com a gargalhada da impunidade de Flávio Bolsonaro

Omar Aziz começou a CPI como o tigrão e terminou como um gatinho de estimação do Palácio do Planalto, miando fino depois que o Globo fez um editorial dizendo que, mesmo Bolsonaro sendo cúmplice do vírus e provocando a morte, em números oficiais, de mais de 600 mil brasileiros, é um absurdo ser chamado de genocida.

É lógico que nessa posição estão envolvidas questões políticas e quem tem um mínimo de consciência, tem a percepção de que esse “bom senso” exigido pelos Marinho foi prontamente atendido pelo presidente da CPI, Omar Aziz.

Isso escancara duas questões, a primeira delas é que, quanto mais Bolsonaro derrete, mais ele transfere votos pra Lula e não para a terceira via. Então, o que falou mais alto foi o antipetismo, o antipobre, o antipreto, porque tudo indica que a mídia já escolheu um lado, que é o mesmo de 2018, o lado do antipetismo que, a princípio apareceu chamando isso de terceira via e que também rejeitava Bolsonaro.

A questão é que a terceira via não decola, porque ela é estruturada com vários pangarés políticos e, nesse caso, essa gente quer fazer campanha e votar tranquilamente em Bolsonaro sem ter que assumir que está votando e apoiando um genocida. Simples assim.

Assista:

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“O Agro não é pop, o agro mata”: estudo aponta que a fome é resultado do agronegócio

Para pesquisadores, o setor não só não mata a fome, como fomenta a desigualdade que a cria

Dificilmente alguém não conhece as imagens coloridas e modernas da campanha “Agro é pop”, transmitidas na rede Globo desde 2016 e que passam uma ideia do agronegócio como o motor do país: a “riqueza do Brasil”.

Em contraposição à narrativa que busca construir esse consenso, é publicado nessa quinta-feira (21) o estudo O Agro não é tech, o Agro não é pop e muito menos tudo, da Associação Brasileira de Reforma Agrária (Abra) em parceria com a FES Brasil.

Os autores Marco Antônio Mitidiero Júnior e Yamila Goldfarb demonstram que o agronegócio não só não traz alimentos para a população brasileira – que só vê aumentar o alarmante nível da fome.

Ao contrário: de acordo com a pesquisa, o setor fomenta a desigualdade, que faz com que atualmente 55% da população não tenha certeza se terá o suficiente para se alimentar no dia seguinte.

O lançamento do documento acontece com um debate ao vivo entre autores e convidados, transmitido pelo Youtube da FES Brasil na quinta (21) às 19h30.

A partir da análise de dados da balança comercial, do PIB e do IBGE, a pesquisa aponta que o agro pouco contribui com o Produto Interno Bruto (PIB), traz altos custos ao Estado, gera poucos empregos e é o grande responsável por devastações ambientais.

Para entender os principais argumentos apresentados de que “o agro não é tudo”, o Brasil de Fato conversou com o geógrafo Marco Mitidiero, co-autor do estudo e professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

Brasil de Fato: O nome do estudo que vocês acabam de lançar faz referência e contraposição ao marketing que retrata o agronegócio como fundamental para a sociedade brasileira. Quais são os principais argumentos levantados no estudo que revelam uma realidade diferente dessa que é retratada na publicidade?

Marco Antônio Mitidiero Jr.: A análise nos mostra que, embora o agronegócio seja o setor da economia que exporte mais, ele leva o Brasil ao que estamos chamando de reprimarização da economia.

Ou seja, uma economia pautada em produzir matérias-primas e importar produtos industrializados. E embora seja um dado mundial, o Brasil aparece como um dos cinco países que sofre o maior processo de desindustrialização. Isso nos aponta a uma interpretação, que é a inserção subalterna do Brasil no mercado mundial.

O segundo ponto foi pensar na produção de riqueza, analisamos os dados do PIB, divididos nos três setores da economia: agropecuária, indústria e comércio. Os dados do IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística] mostram que o agronegócio é o que menos contribui com a produção de riqueza. A média de participação do agronegócio na riqueza nacional é de 5%.

E a questão dos créditos ao setor, da renegociação e perdão das dívidas e a baixa arrecadação?

É o terceiro ponto: o agronegócio dá muito custo ao Estado. É o Estado brasileiro o responsável pela maior quantidade dos créditos disponibilizados à agricultura e à pecuária. O agro recebe um monte de dinheiro enquanto a agricultura camponesa ou familiar recebe pouco recurso público.

Depois fomos ver o quanto ele nos devolve. O estudo apontou que o agronegócio praticamente não paga imposto. Então não é à toa que está todo mundo exportando enquanto está faltando comida no Brasil.

Outro ponto: geração de renda e emprego. Fomos aos dados do IBGE. Quem gera menos postos de trabalho com carteira assinada e tem o menor salário é a agropecuária. Então o discurso do agro de que gera emprego e renda é uma falácia.

Durante a pandemia o agro não parou: bateu recorde de produção. E o desemprego no agro continuou crescente.

Por fim, rumamos ao impacto ambiental, que não foi o foco do estudo, mas devia aparecer.

Inevitável, né?

Nesse momento em que o mundo inteiro está discutindo os impactos climáticos, a preocupação com a crise hídrica e essa coisa nova cinematográfica dos últimos 20 dias: as nuvens de areia! Mostramos que o agronegócio sim está aliado à devastação ambiental.

Nesse momento em que o mundo inteiro está discutindo os impactos climáticos, a preocupação com a crise hídrica e essa coisa nova cinematográfica dos últimos 20 dias: as nuvens de areia! Mostramos que o agronegócio sim está aliado à devastação ambiental.

Um estudo recente feito pela Rede PenSSAN aponta que cerca de 20 milhões de pessoas no Brasil hoje estão realmente sem ter o que comer e, ao mesmo tempo em que a gente vê essa curva crescente da fome em contexto de desemprego e de pandemia, os dados apontam que o agronegócio no Brasil tem prosperado. O que isso nos diz?

A produção da fome por esse setor foi desnudada. O rei está nu. O agronegócio, com a sua narrativa, não engana mais ninguém: a população está passando fome! Não tem arroz, não tem feijão, não tem carne. Agora não tem ovo. No começo das filas da fome nós víamos brasileiros fazendo fila porque um açougueiro de Cuiabá estava doando ossos. Agora nós estamos vendo fila para comprar ossos.

O agronegócio é, portanto, nada mais e nada menos do que um negócio. O agronegócio não está preocupado em alimentar a população em nenhum lugar do planeta.

Se o agronegócio não é o motor do país, nem o caminho para que todo mundo possa dormir tendo a certeza que vai poder comer no dia seguinte, então quais são os caminhos que você considera interessantes para o combate à fome no Brasil?

A reforma agrária é, sem dúvida, a principal política pública que o Estado brasileiro deveria encampar para a produção de alimentos para a sua população.

Outra questão que vem desde o governo Temer e agora no governo Bolsonaro a gente já decretou praticamente o sepultamento, são as políticas públicas de apoio dos pequenos produtores rurais. Precisam ser retomadas.

Talvez o nosso estudo deixe transparecer, e eu aproveito para dizer que não é bem assim, uma ideia de que bastava o agronegócio então produzir para a sua população, que bastava a gente apostar na industrialização. Não é essa a ideia, mas pensar um outro mundo.

O que fizemos no texto foi cumprir o papel de advogado do diabo: até do ponto de vista do capitalismo, o agronegócio é um mau negócio.

*Com informações do Brasil de Fato

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Bolso vazio: ANP indica novo aumento nos combustíveis e gás de cozinha

Valor médio do gás chega a R$ 100,44, subindo a R$ 135 em algumas regiões do país. Combustíveis, na média mensal, tiveram alta de 3,57%. Todas as mudanças aconteceram após reajuste da Petrobras, que alertou que ainda podem vir mais aumentos pela frente.

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) publicou relatório em que indica, pela primeira vez na história, um valor de três dígitos para o gás de cozinha. Na semana passada, o preço médio era de R$ 100,44, variando de acordo com a região. Essa alta está ligada ao reajuste de 7,2% no Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) feito pela Petrobras no início do mês.

O valor mais alto foi registrado no Norte do país, seguido da região Centro-Oeste — R$ 106,10 e R$ 105,40, respectivamente. Em cidades como Sinop, no Mato Grosso do Sul, o valor praticado para uma botija de 13 kg chega a R$ 135.

São duas as regiões em que os valores estão mais amenos, mas não mais baratos. No Sudeste, o produto pode chegar até R$ 98,86; no Nordeste fica em R$ 98,34.

O GLP não foi o único a sofrer mudanças no valor, o mesmo reajuste foi feito para os combustíveis. A gasolina teve aumento de 3,3%, acompanhado do etanol que subiu 0,92%, registrando, assim, uma alta de 3,57% no preço médio mensal do combustível brasileiro.

A gasolina está acima de R$ 7 o litro, em seis estados do país: Acre (R$ 7,30), Mato Grosso (R$ 7,04), Minas Gerais (R$ 7,17), Rio Grande do Sul (R$ 7,49), Rio de Janeiro (R$ 7,39) e Piauí (R$ 7,15). O valor mais alto registrado é de R$ 7,499 o litro, em Bagé, no Rio Grande do Sul; e o mais baixo é de R$ 5,299 em Cotia, São Paulo.

Também na semana passada, os preços médios do etanol subiram em mais da metade do país. Em 18 estados mais o Distrito Federal, o acréscimo foi de 0,92% nas bombas, fazendo com que o litro passasse de R$ 4,775 para R$ 4,819. O maior preço praticado foi no Rio Grande do Sul. Apesar da alta generalizada, oito estados recuaram.

A Petrobras informou ainda que nas próximas semanas poderão haver novos aumentos, pois os preços internos dos derivados de petróleo e gás natural não estão completamente alinhados aos do mercado internacional.

*Com informações do Correio Braziliense

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Vídeo – Escárnio: Flávio Bolsonaro faz chacota com mortos pela covid

Arrogante, em entrevista coletiva antes da leitura do relatório final da CPI, o senador gargalhou ao ser questionado sobre os crimes atribuídos ao seu pai.

Em menos de uma semana o senador Flávio Bolsonaro voltou a debochar das vítimas da Covid-19. Desta vez, o escárnio desumano se deu durante conversa com os jornalistas momentos antes do início da leitura do relatório final da CPI.

Ao ser questionado sobre os crimes imputados ao seu pai, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e como ele recebeu a informação, o senador debochou. “Ele recebeu da seguinte forma, conhece aquela gargalhada dele ‘hahahahaha’… não tem o que fazer diferente disso”, respondeu o 01.

https://twitter.com/GeorgMarques/status/1450824274814672896?s=20

*Com informações da Forum

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Política

Frente Parlamentar dos Caminhoneiros notifica governo sobre greve

A Frente Parlamentar Mista dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas notificou o governo federal e autoridades parlamentares sobre a paralisação dos caminhoneiros, prevista para 1º de novembro, e o estado de greve da categoria desde o último sábado (16). “Motivada pelos sucessivos aumentos no preço dos combustíveis e outras pautas”, afirmou a entidade.

No documento enviado a autoridades do Executivo e Legislativo e assinado pelo presidente da bancada, deputado federal Nereu Crispim (PSL-RS), a Frente diz que está disposta a “auxiliar nos diálogos e propostas de solução com representantes dos caminhoneiros”.

Transportadores rodoviários prometem interromper suas atividades caso as reivindicações da categoria não sejam atendidas pelo governo. No documento enviado ao governo, a frente relatou que a deliberação da greve decorreu diante do “inconformismo” dos caminhoneiros sobre os sucessivos aumentos de preços dos combustíveis e derivados básicos de petróleo, entre outras pautas.

“Esta Frente Parlamentar não tem atributos para endossar, ou não, a deliberação dos caminhoneiros em relação ao estado de greve e suas motivações”, destacou.

A bancada também criticou a política de preços da Petrobras para combustíveis, alegando que é baseada em critérios “antieconômicos”. “É de conhecimento público que a Petrobras tem praticado medidas com critérios antieconômicos sobre o preço dos combustíveis, derivados de petróleo e gás natural, elevando periodicamente os preços do diesel, da gasolina e do gás, sem qualquer critério econômico nacional”, alegou.

Por fim, a frente reiterou que se dispõe a auxiliar na interlocução entre as lideranças do Executivo, Legislativo e da categoria para que sejam encontradas “soluções com brevidade, antes que se confirme o trauma da paralisação anunciada”.

Os ofícios foram enviados nesta terça e endereçados ao presidente Jair Bolsonaro, ao ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira Filho, ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, ao ministro da Economia, Paulo Guedes, ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, ao presidente do Senado, senador Rodrigo Pacheco, ao presidente da Câmara dos Deputados, deputado Arthur Lira, e ao presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna.

*Com informações do Estadão

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