Centenas de casos de suposto envenenamento foram relatados nos últimos meses nas escolas para meninas, no Irã.
Dezenas de estudantes foram levadas ao hospital neste sábado (8/4), no Irã, por suspeita de envenenamento, segundo informações da imprensa local.
Segundo o Metrópoles, nos últimos quatro meses, centenas de meninas iranianas relataram problemas respiratórios e necessitaram de tratamento hospitalar. O novo caso de suspeita de envenenamento acontece em meio a crise contra a polícia da moralidade que fiscaliza o uso do véu islâmico no país.
Desde o final de novembro do ano passado, escolas para meninas foram afetadas por intoxicações repentinas supostamente provocadas por gases ou substâncias tóxicas. As estudantes deram entrada no hospital com mal-estar e desmaios.
Os novos casos de envenenamento aconteceram em Ardabil, Urmia, Naqdeh, Haftkal, Pardis, Diwandara e Ahvaz.
“Ao menos 60 estudantes foram envenenadas em uma escola para meninas de Haftkal”, desracou uma fonte da agência de notícias Iribnews.
Um balanço do governo iraniano divulgado nessa sexta-feira (7/4) indica que “mais de 5.000 estudantes” foram intoxicadas em mais de 230 unidades de ensino localizadas em 25 províncias, o país possui ao todo 31 províncias.
O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do país, solicitou em nessa quinta-feira (6/4) “sentenças severas”, incluindo a pena de morte, para os responsáveis pelos envenenamentos.
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Um novo conjunto de documentos secretos que revelam os segredos de segurança nacional dos Estados Unidos em temas que vão da Ucrânia ao Oriente Médio e à China apareceu em sites de mídia social nesta sexta-feira (7).
Segundo o jornal The New York Times, os documentos classificados detalham planos estadunidenses e da OTAN para fortalecer as forças armadas ucranianas antes de uma ofensiva planejada contra as tropas russas.
Analistas ouvidos pelo jornal dizem que mais de 100 documentos podem ter sido obtidos. Junto com a sensibilidade dos próprios documentos, podem ser extremamente prejudiciais, disseram autoridades americanas.
“Um alto funcionário da inteligência chamou o vazamento de ‘um pesadelo para os Cinco Olhos’, em uma referência aos Estados Unidos, Grã-Bretanha, Austrália, Nova Zelândia e Canadá, as chamadas nações dos Cinco Olhos que compartilham amplamente inteligência”, afirmou o NY Times.
*247
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O secretário de Segurança da província de Buenos Aires, onde fica a Capital da Argentina, foi agredido a socos e pedradas durante um protesto de motoristas de ônibus. A manifestação foi motivada pelo assassinato de um condutor num assalto durante a madrugada.
Sergio Berni chegou ao local de helicóptero por volta das 11h40 e caminhou até o grupo para conversar, mas logo foi atacado, de acordo com a imprensa local. Ele estava acompanhado do secretário de Transporte, Jorge D’Onofrio, e de uma pequena equipe de policiais.
Os agentes não conseguiram conter os manifestantes, que cercaram o secretário. Os xingamentos escalaram até que eles o encurralaram em um muro, desferindo golpes e jogando objetos, segundo as imagens divulgadas por diferentes emissoras que cobriam a greve.
Em certo momento, já com o nariz inchado e coberto de sangue, ele coloca as mãos no rosto e parece quase desmaiar, mostra o vídeo. A agressão durou cerca de 30 minutos e só se interrompeu porque uma equipe da polícia usou bombas de efeito moral para retirá-lo dali.
Berni foi levado ao Hospital Churruca, da Polícia Federal Argentina. Mais tarde, ele afirmou a jornalistas na porta da unidade que sofreu uma fratura no osso malar (da bochecha) e que os médicos vão avaliar a necessidade de operação, mas minimizou os ferimentos.
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Ex-presidente é o primeiro antigo ocupante da Casa Branca a ser denunciado criminalmente desde que a república americana foi fundada, em 1776.
O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump se apresentará nesta terça-feira à Justiça de Nova York para tomar conhecimento formal das acusações que o transformaram, na quinta-feira, no primeiro antigo ocupante da Casa Branca a ser denunciado criminalmente desde que a república americana foi fundada, em 1776. A segurança na ilha de Manhattan foi reforçada para a audiência, que o republicano sinaliza ter planos de transformar em circo midiático para impulsionar seus planos de voltar à Casa Branca em 2024, informa O Globo.
Processo:
Pelo que Trump é acusado? O ex-presidente foi indiciado pelo suposto pagamento US$ 130 mil (R$ 667 mil) em propina à atriz pornô Stormy Daniels em 2016, com quem teria tido um caso extraconjugal em 2006, para abafar um possível prejuízo à sua imagem nas eleições daquele ano com a divulgação do escândalo.
O que está em jogo? Com decisão de quinta-feira, o ex-presidente se tornou oficialmente réu no processo criminal e se apresentará à Justiça nesta terça. Uma audiência de acusação será feita, onde ele será fotografado, terá as digitais colhidas e deverá declarar-se culpado ou inocente.
Trump usará algemas e ficará em cela? É habitual que os acusados que se apresentam sejam algemados, mas um dos advogados do ex-presidente disse que ele será poupado dessa etapa. Outro privilégio deve ser aguardar em uma sala de interrogatório em vez de uma cela tradicional.
Trump poderá ser preso? Como o crime do qual o ex-presidente é acusado não é de natureza violenta, Trump provavelmente não ficará preso e poderá ser solto sem pagamento de fiança. A exceção acontece caso o tribunal entenda que há risco de fuga, o que parece improvável considerando que ele tem escolta permanente do Serviço Secreto americano.
Trump poderá continuar na corrida eleitoral mesmo sendo réu? Sim, ao contrário do Brasil, a legislação americana permite que réus em ações criminais concorram a cargos eletivos.
Pré-candidato à Presidência dos EUA nas eleições de 2024, Trump foi denunciado na quinta-feira por supostamente ter pagado US$ 130 mil (R$ 667 mil) pelo silêncio da atriz pornô Stormy Daniels. O republicano nega as acusações. Uma das testemunhas-chave do processo é seu ex-advogado, Michael Cohen, que prestou depoimento ao Grande Júri, formado por cidadãos aleatórios, para decidir se há elementos suficientes para a abertura de uma ação criminal. Cohen trabalhava para o republicano e disse ter feito o pagamento a Daniels em nome do mandatário, sendo reembolsado posteriormente.
No mesmo dia em que a denúncia foi formalizada, a Promotoria de Manhattan contatou o advogado de Trump para organizar sua “rendição”, que acabou sendo negociada para esta terça-feira. O ex-presidente viajou de Palm Beach, cidade onde mora desde que deixou a Casa Branca em janeiro de 2021, para Nova York na segunda-feira a tarde, num avião com seu nome estampado e as cores da bandeira americana. Ele foi direto para Trump Tower, seu prédio em Manhattan, onde pernoitou e teve reuniões com advogados.
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Uma estadunidense atacou uma brasileira em Massachusetts.
Uma brasileira foi espancada na noite da última quarta-feira por uma mulher estadunidense em um ataque xenófobo. A agressão aconteceu na rua na cidade de Framingham, em Massachusetts, nos Estados Unidos.
De dentro de um carro, a estadunidense gritava para a brasileira, em outro veículo: “Volte para o seu país”. Em seguida, ela posicionou seu carro na frente do veículo da brasileira, foi até ela e começou a espancá-la na cabeça, no rosto e no estômago. A brasileira acabou perdendo um dente e deslocou um braço. Segundo a vítima, a agressora tinha um canivete ou um punhal na mão.
“Eu não reagi para não perder meus direitos. Em todo tempo ela gritava que, por ser americana, nada aconteceria com ela. Eu perdi um dente e desloquei meu braço. Tenho 1,51 cm e ela 1,80 cm. Ela estava armada e filmava tudo pra uma criança ver. Eu só me defendi. Meu rosto ficou deformado”, relatou a vítima em uma rede social.
A estadunidense foi detida e permaneceu sob custódia policial durante uma noite, após a qual pagou uma fiança de cerca de R$ 12,6 mil para ser libertada. Ela enfrenta acusações formais de dois crimes: agressão física e agressão com uma arma perigosa. A polícia alegou que a “arma perigosa” era um conjunto de chaves, enquanto a brasileira afirmou, em uma entrevista a um programa de rádio local na sexta-feira, que se tratava de um canivete ou um punhal.
Brasileira é espancada nos EUA por xenofobia: “Volta para seu país”
"Volta para seu país", dizia a americana antes de espancar a brasileira no meio das ruas de Massachussets, nos Estados Unidos
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Sob investigação, ex-presidentes terão que se explicar às autoridades nos próximos dias.
A vida já foi mais leve para para Donald Trump e Jair Bolsonaro. Depois de serem apeados do poder, os ex-presidentes agora enfrentam problemas com a polícia.
Nesta terça, o americano terá que se explicar sobre a acusação de suborno para silenciar a atriz pornô Stormy Daniels. Na quarta, o brasileiro será ouvido pela PF sobre o escândalo das joias sauditas.
Como sempre, Trump está um passo à frente de seu imitador. O magnata já prestará depoimento na condição de réu.
*Bernardo Mello Franco/O Globo
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Serviço de segurança russo, o FSB, disse ter detido repórter do The Wall Street Journal Evan Gershkovich, a quem acusa de espionar sobre uma instalação militar do país. Prisão é a primeira de jornalista dos EUA na Rússia por espionagem desde a Guerra Fria.
Segundo o G1, o serviço de segurança da Rússia, o FSB, anunciou nesta quinta-feira (30) ter detido o repórter do jornal norte-americano The Wall Street Journal Evan Gershkovich por suspeita de espionagem.
O Kremlin acusa Gershkovich, que é cidadão dos Estados Unidos, de coletar informações classificadas como segredo de estado sobre uma instalação militar da Rússia. O The Wall Street Journal negou a acusação e exigiu a libertação imediata de Gershkovich.
Em um comunicado, o FSB afirma que o jornalista foi preso na cidade de Ecaterimburgo, no centro-oeste da Rússia, enquanto tentava obter informações governamentais secretas.
“Foi estabelecido que E. Gershkovich, agindo sob uma missão do lado norte-americano, estava reunindo informações classificadas como segredo de estado sobre a atividade de uma das empresas do complexo militar-industrial da Rússia”, disse o FSB em seu comunicado.
O jornalista é o primeiro repórter de um meio de comunicação dos Estados Unidos a ser preso por acusações de espionagem na Rússia desde a Guerra Fria. O caso ocorre em meio ao acirramento das tensões entre Moscou e Washington por conta da guerra na Ucrânia.
O FSB disse ainda que abriu um processo criminal por suspeita de espionagem contra Gershkovich, que escreve para o jornal.
A ministra de Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou que a prisão não tem nenhuma relação com as atividades jornalísticas do repórter. Zakharova disse que ele realizava “funções não jornalísticas” em Ecaterimburgo.
“O Wall Street Journal nega veementemente as alegações do FSB e busca a libertação imediata de nosso confiável e dedicado repórter, Evan Gershkovich. Somos solidários com Evan e sua família”, disse o jornal norte-americano, em comunicado.
O jornal e o governo dos Estados Unidos ainda não haviam se pronunciado sobre a suposta detenção até a última atualização desta notícia.
Segundo a agência de notícias Reuters, Gershkovich, que escreve sobre a Rússia desde 2017, já trabalhou também no jornal The Moscow Times e na agência de notícias francesa Agence-France Presse. Nos últimos meses, ele cobriu principalmente a política russa e o conflito na Ucrânia.
Seu celular não foi localizado por geolocalização na quinta-feira, e, segundo o serviço de mensagens Telegram, ele esteve on-line pela última vez na quarta-feira às 13h28, no horário de Moscou (07h29 no horário do Brasil).
Sua reportagem mais recente, publicada no The Wall Street Journal no início desta semana, falava sobre a desaceleração da economia russa em meio às sanções ocidentais impostas quando as tropas russas entraram na Ucrânia no ano passado.
A última vez em que um jornalista dos EUA foi detido na Rússia acusado de espionagem foi em setembro de 1986. Na ocasião, o repórter Nicholas Daniloff, correspondente em Moscou do U.S. News and World Report, foi preso pela KGB – a antecessora da FSB.
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Serviços de emergência foram acionados para atender ‘vários pacientes’, sem especificar quantas pessoas ficaram feridas ou mortas. Polícia local confirmou que a atiradora está morta.
Uma mulher adolescente entrou em uma escola em Nashville, Tennessee, nos Estados Unidos, nesta segunda-feira (27), onde atirou matando 3 crianças e 3 adultos, segundo a polícia local. A atiradora também morreu no confronto com a polícia.
O porta-voz da polícia de Nashville, Don Aaron, disse que responderam a um chamado de um tiroteio por volta das 10h30 da manhã no horário local. Ao chegar na escola, os policiais ouviram tiros no segundo andar da escola. Lá encontraram a atiradora com dois rifles e uma pistola.
A Polícia Metropolitana de Nashville confirmou que a atiradora foi morta em um confronto com policiais. Com ela, o total de mortos no incidente são 7 pessoas.
O porta-voz disse que uma pessoa ficou ferida com estilhaços de vidro, indicando que não tinha informações de mais feridos ou vítimas.
Os outros alunos foram escoltados em segurança para uma área próxima da escola, onde foram recebidos pelos seus pais.
A Covenant School é uma instituição Presbiteriana para estudantes até 12 anos, com cerca de 200 alunos e 33 professores, de acordo com o site da escola.
*Com G1
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Ação ocorre em resposta aos exercícios militares realizados nos últimos dias por EUA e Coreia do Sul.
De acordo com a Folha, o teste ocorreu em resposta aos exercícios militares conjuntos de EUA e Coreia do Sul. Desde a semana passada, as potências aliadas vêm realizando treinamentos que figuram como os maiores entre as nações nos últimos cinco anos para fortalecer as capacidades de defesa e resposta dos países.
Segundo a KCNA, a “arma secreta” de Pyongyang, apelidada de “Haeil” —tsunami—, foi colocada sob a água em frente à província de Hamgyon do Sul na última terça (21). Ela teria navegado debaixo d’água a uma profundidade de 80 a 150 metros por mais de dois dias. Nesta quinta, uma ogiva de teste foi detonada ao largo da costa leste.
“Esse drone de ataque submarino pode ser implantado em qualquer costa e porto, ou ser rebocado por um navio de superfície para o seu funcionamento”, reportou a agência, reforçando a capacidade do equipamento de fazer ataques furtivos em águas inimigas.
Não se sabe se a Coreia do Norte desenvolveu ogivas nucleares miniaturizadas para caber em armas menores. Aperfeiçoar essas ogivas, segundo analistas, provavelmente seria um objetivo importante caso o país retomar os testes nucleares.
A tensão na região se acentuou com demonstrações de força militar das três nações envolvidas. A Coreia do Norte diz que os exercícios realizados pelos sul-coreanos e pelos americanos são uma preparação para invasão e afirma considerar que as potências estão levando a situação na península a um “ponto irreversivelmente perigoso”.
Os movimentos, ressalta o regime de Kim Jong-un, exigem que o país “se prepare para uma guerra total e reforce sua força nuclear, tanto em qualidade como em quantidade”.
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Estes flagrantes foram registrados no aeroporto El Dorado, Bogotá, Colômbia, dia 28 de janeiro deste ano.
No foco, uma família de brasileiros deportada sumária e ilegalmente no dia anterior pelo serviço de imigração do aeroporto internacional Benito Juarez, na capital do México.
A acusação é de que os vistos deles para entrar no país eram falsos.
No momento das fotos, estavam à espera de encaixe em voo para o Brasil.
Durante as cerca de 12 horas que durou a escala, a família ficou sob vigilância permanente de seguranças colombianos.
É visível o desconforto pelas ”acomodações”.
Ajeitam-se como podem nos “aposentos’’ disponíveis.
Na cadeira dura, Diego de Oliveira Souza (36 anos) recorre à mochila para repousar a cabeça como se ela fosse travesseiro.
A esposa Neuzianne (36), os filhos Valentim (1 ano) e Joaquim (3) e a sogra Neuza (67) usam o chão como cama, a exemplo de milhares de brasileiros forçados a dormir nas ruas de todo o País.
Sentada, Neuzianne amamenta Valentim, enquanto, deitado, Joaquim brinca com o tablet.
Noutro flagrante, dona Neuza cochila junto com Joaquim.
BOGOTÁ, AEROPORTO: CONFINAMENTO, VIGILÂNCIA E HUMILHAÇÃO
Diego e a família ficaram nessas condições no aeroporto de Bogotá até o embarque para o Brasil.
Para piorar, tiveram que ficar restritos à área que se vê nas fotos. Confinamento compulsório, mesmo.
Também não podiam circular sozinhos pelo aeroporto como os demais passageiros.
Para fazer qualquer coisa, eram escoltados por seguranças.
“Até para ir ao banheiro ou à lanchonete!”, diz, indignado, Diego, em entrevista exclusiva ao Viomundo.
“Teve um horário que o meu filho [Joaquim] chorou de fome. Naquele momento não tinha ninguém para ir comigo. Ele ficou chorando por mais meia hora”, lamenta. “Só pude sair para comprar algo para ele comer quando um policial chegou para me acompanhar.”
”Afora tudo isso, a vergonha, o vexame”, revolta-se. ”É muito humilhação andar com seguranças a teu lado, com todo mundo olhando”.
“Mas, ao contrário dos truculentos agentes da imigração mexicana, os seguranças colombianos foram cordiais, não nos trataram mal”, pontua Diego.
BOLSA DO CNPQ E ACEITE DA UNIVERSIDADE MEXICANA
Diego de Oliveira Souza é pesquisador e professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL).
Leciona na graduação e na pós-graduação dos cursos de enfermagem e serviço social.
Saúde do trabalhador é sua área de investigação.
Em 2022, após processo seletivo (edital nº 26/2021), foi contemplado com uma bolsa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), para pós-doutorado no exterior.
Também não podiam circular sozinhos pelo aeroporto como os demais passageiros.
Para fazer qualquer coisa, eram escoltados por seguranças.
“Até para ir ao banheiro ou à lanchonete!”, diz, indignado, Diego, em entrevista exclusiva ao Viomundo.
“Teve um horário que o meu filho [Joaquim] chorou de fome. Naquele momento não tinha ninguém para ir comigo. Ele ficou chorando por mais meia hora”, lamenta. “Só pude sair para comprar algo para ele comer quando um policial chegou para me acompanhar.”
”Afora tudo isso, a vergonha, o vexame”, revolta-se. ”É muito humilhação andar com seguranças a teu lado, com todo mundo olhando”.
“Mas, ao contrário dos truculentos agentes da imigração mexicana, os seguranças colombianos foram cordiais, não nos trataram mal”, pontua Diego.
BOLSA DO CNPQ E ACEITE DA UNIVERSIDADE MEXICANA
Diego de Oliveira Souza é pesquisador e professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL).
Leciona na graduação e na pós-graduação dos cursos de enfermagem e serviço social.
Saúde do trabalhador é sua área de investigação.
Em 2022, após processo seletivo (edital nº 26/2021), foi contemplado com uma bolsa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), para pós-doutorado no exterior.
Seu sonho era fazer parte do pós-doutorado na Universidade Autônoma da Cidade do México (UACM).
O mais difícil conseguiu. Foi aceito na UACM.
Ofício de 21 de outubro de 2022, assinado pela própria reitora, a UAMC autoriza a sua estadia lá.
A mensagem (na íntegra, abaixo) destaca (o negrito é nosso):
As atividades pós-doutorais fazem da parte da pesquisa do projeto Riscos e exigências do/no trabalho em Enfermagem frente à Pandemia de Covid-19 em Alagoas. Esta investigação faz parte do edital do CNPq: Apoio à Investigação Científica, Tecnológica e de Inovação: Bolsas no exterior
O professor Diego é o coordenador da pesquisa citada.
Confirmadas a bolsa do CNPq e a autorização da UAMC, o professor Diego passou a se programar para o pós-doutoramento no México.
A preparação incluiu a família, que o acompanhou. Neuzianne, por exemplo, teve de ajeitar a sua vida profissional.
A previsão era ficar lá cerca de 40 dias.
“Imaginávamos uma grande experiência acadêmica para mim e pessoal/cultural para todos nós; por isso, a família foi junto”, explica.
“A universidade abriu as portas me receber, organizando tudo lá”, relembra. “Estávamos muito entusiasmados”.
De fato, entre as várias atividades previstas, o professor Diego apresentaria a sua pesquisa no Seminário Permanente do Centro de Estudos da Cidade, da UAMC, e daria aulas no curso Metrópoles e saúde (veja abaixo).
Nos dias 6 e 16 de fevereiro, falaria sobre A determinação social no processo saúde-doença.
Teria, portanto, que viajar no final de janeiro, início de fevereiro.
CONSULADO DO MÉXICO NO RIO: ENTREVISTAS E VISTOS APROVADOS
O professor mora em Arapiraca, a segunda maior cidade de Alagoas.
Já as entrevistas para obtenção do visto aconteceram no Consulado do México do Rio de Janeiro.
Foram agendadas para a manhã de 23 de janeiro.
Por precaução, ele, a esposa, os filhos e a sogra (acompanhou-os para ajudar a cuidar da rotina das crianças) viajaram para o Rio na noite de 22 de janeiro.
Abaixo, os horários de cada entrevista.
A do professor foi a primeira, às 10h.
O consulado fica à avenida Atlântica, nº 1.130, 5º andar, Copacabana, edifício ABC.
A família chegou às 9h30.
Mas só poderiam subir às 9h45, informaram-lhes na portaria do prédio.
Voltaram para fila na calçada.
No horário autorizado subiram.
Às 9h54min, Neuzianne pagou as taxas dos vistos.
Valor total: R$ 1.410, como mostra o documento abaixo.
Ou seja, o pagamento das taxas aconteceu antes das entrevistas.
A primeira, como já dissemos, foi a do professor, agendada para as 10h.
Seguiram-se:
Joaquim, 10h30
Dona Neuza, 11h
Neuzianne, 11h30
Valentim, 12h
Com os vistos aprovados, deixaram o consulado por volta de 12h30, 13h.
“Não me lembro com exatidão a hora da saída’’, diz Diego. “Almoçamos ali perto, já eram mais de 13h30.”
SONHO DECOLOU NO GALEÃO, DESABOU NO BENITO JUAREZ
Finalmente, marcada a data da tão sonhada viagem: 27 de janeiro.
A família madrugou no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro.
Às 3h20, check-in. Às 6h20, embarque. Às 7h30, decolagem rumo ao México, com escala em Bogotá.
Bilhetes do voo Brasil-Colômbia-México, realizado em 27 de janeiro
Catorze horas depois chegaram ao tão almejado destino.
A diferença de fuso horário é de 3 horas para menos em relação ao Brasil.
Os relógios da cidade do México marcavam 18h05 (no Brasil, 21h05), quando a família (cansada mas entusiasmada) desembarcou no aeroporto Benito Juarez.
Em minutos, porém, o entusiasmo deu lugar a uma profunda consternação.
Sem maiores explicações, Diego, Neuzianne, Neuza, Joaquim e Valentim foram retidos, presos e sumariamente deportados pela polícia mexicana de imigração,
— Em algum momento cogitou tal pesadelo?
Não, a gente se organizou muito para essa viagem. Fiz tudo com antecedência, planejado, para que nada atrapalhasse. Estranhamente, ao passarmos pela polícia mexicana de imigração, tudo veio abaixo.
— Como foi?
Fui o primeiro a passar pela polícia de imigração. Fui retido. O mesmo aconteceu com a minha família. Acusaram-nos de estar usando visto falso para entrar no México.
Nesse momento, me separaram da minha família. Eles [agentes do serviço de imigração] me levaram para um dormitório, a minha família para outro. Alegaram que precisava ter separação de gênero. Não era verdade. Minha esposa contou que no dormitório que ficou tinha homem também.
Fui revistado, todos os meus pertences retirados, inclusive celular e cadarço do tênis. Fizeram o mesmo com a minha família.
Me jogaram então no dormitório junto com contrabandistas, coiotes tentando passar para os Estados Unidos…
— O que disse aos agentes da imigração?
De pronto, já disse: Sou pesquisador, estou viajando a convite da Universidade Autônoma da Cidade do México e a serviço do governo brasileiro.
Apresentei as cartas-convite oficiais, assinadas pelas autoridades da UACM.
Disse-lhes também que poderia estar havendo algum mal-entendido.
Foram inflexíveis. Nem a idade dos meus filhos, 1 e 3 anos de idade, os sensibilizou.
Não me ouviam nem explicavam o que estava acontecendo.
Fui detido mais ou menos às 18h15, horário do México, e não dormi mais.
A última imagem que a minha esposa teve de mim foi eu sendo cercado por três policiais. Ela tentou ir atrás. Eles a impediram, e, com truculência, ficaram me empurrando.
A partir daí, a gente ficou por quase 10 horas sem se falar, sem saber o que estava acontecendo nem o que iria acontecer.
Eu só pensava nos meus filhos pequenos. Será que tinham comida? Como estava a questão das fraldas? Estavam sendo trocadas?
— Teve direito a fazer uma ligação a algum conhecido?
Não!
— Pediu para ligar para o Consulado do México no Rio de Janeiro ou que as próprias autoridades migratórias fizessem o contato com o consulado aqui?
Pedi, sim. Ignoraram.
— Foi possível contatar a UACM? Afinal, foi a instituição mexicana que o levou para lá!
Também não.
— A polícia mexicana de imigração tratou-o como bandido então?
Pior do que bandido. Porque o bandido ainda tem o direito de fazer uma ligação. Direito que nem eu nem a minha família tivemos.
Nós estávamos ali com os direitos humanos violados, inclusive os meus filhos.
Eles nos ”sequestraram”, nos deixaram encarcerados e incomunicáveis. A gente ficou totalmente desorientado.
Só às 4h da manhã do dia seguinte (horário do México), eu pude reencontrar a minha família.
Aí, já nos levaram direto para o avião, para sermos deportados para o Brasil, fazendo escala em Bogotá.
— Alguma foto do que enfrentaram no aeroporto mexicano?
Não, porque eles nos privaram de tudo, inclusive do celular.
Na hora da deportação, as autoridades mexicanas de imigração arrancaram a página do passaporte do professor Diego que continha o visto do Consulado no Rio de Janeiro. Além disso, obrigaram-no a assinar documentos sem a devida leitura.
Fizeram o mesmo nos passaportes dos pequenos Valentim e Joaquim.
Atente aos rasgos da parte inferior da montagem. Aí, estavam as páginas arrancadas do passaporte de Diego, Joaquim e Valentim, contendo os vistos aprovados pelo Consulado do México no RJ
No passaporte de sua esposa e da sogra, escreveram em letras garrafais: CANCELADO.
DESAMPARADOS POR MAIS DE 33 HORAS!
Da detenção, no México, ao desembarque, no aeroporto do Galeão, transcorreram mais de 33 horas.
É só fazer as contas de todo o sufoco:
Detenção no aeroporto Benito Suarez, no México: quase 10 horas
Trecho México-Bogotá: 4 horas e meia
Escala no aeroporto de Bogotá, que mostramos no início desta reportagem: 12 horas
Trecho Bogotá-Galeão, Rio de Janeiro: ao redor de 6 horas e meia
As autoridades migratórias do México, além de submeter Diego, esposa, sogra e filhos (de 1 e 3 anos) à violência física e psíquica, inviabilizaram qualquer tipo de apoio à família.
Inclusive é um dos pontos da carta pública de professores e pesquisadores da UAMC (na íntegra, aqui) às autoridades migratórias e aos responsáveis pela Política Externa do Governo do México:
“O corpo jurídico de nossa Universidade não pôde intervir por meio de um amparo, visto que recebemos comunicação da situação após as 8h da manhã de 28 de janeiro de 2023. Às 10h da mesma manhã, quando recebemos nova comunicação, o Sr. Diego de Oliveira Souza já havia sido deportado’’.
A carta é dura.
Nela, os professores e pesquisadores manifestam indignação pelos maus-tratos sofridos por Diego e família, violando os seus direitos humanos.
Repudiam o fato de as autoridades migratórias terem ignorado as cartas-convite oficiais apresentadas pelo professor Diego, assinadas inclusive pela reitora da UACM.
Também denunciam o desrespeito ao artigo 78 da Lei de Migração do México, que diz:
No caso de ser determinada a rejeição de uma pessoa estrangeira, a autoridade de imigração entregará uma cópia da resolução a essa pessoa e à empresa que motivou a sua chegada ao território nacional“.
As autoridades policiais, relembramos, obrigaram Diego a assinar documentos sem ler.
“É alarmante que o obrigassem a assinar documentos sem a oportunidade de lê-los e sem responder ou explicar o que estava acontecendo”, condenam os signatários da carta pública.
A UAMC foi a primeira instituição a sair em defesa do professor Diego (na íntegra, aqui).
Além da carta pública, fizeram abaixo-assinado online.
Na sequência, várias instituições brasileiras se manifestaram (leia todas aqui)
CÔNSUL EM BRASÍLIA CONVOCADO A DAR EXPLICAÇÕES
O Ministério das Relações Exteriores, em Brasília, e a Embaixada do Brasil no México acompanham o caso, disseram-nos em resposta aos questionamentos que fizemos acerca do lamentável caso.
A Embaixada do Brasil revelou ainda que enviou comunicados a órgãos mexicanos, “manifestando indignação”. Também que o cônsul do México em Brasília foi convocado para prestar esclarecimentos.
Abaixo, a íntegra da resposta da Embaixada do Brasil no México ao Viomundo:
CONSULADO NO RIO NÃO RESPONDE PERGUNTAS DO VIOMUNDO
Tentamos de várias formas contatar o Consulado do México no Rio.
Os números disponíveis no próprio site não atendiam.
Deixamos mensagens no Facebook e no Twitter do consulado.
Também mandamos vários e-mails.
Inicialmente, para o endereço eletrônico geral.
Depois, três vezes, direto, para cônsul-geral Hector Humberto Valezzi Zafra.
Nenhum retorno.
Na segunda-feira da semana passada, 6 de março, o consulado, em mensagem ao professor Diego, finalmente reconheceu que o visto dele e de seus familiares eram verdadeiros.
Na prática, a declaração acima responde a primeira pergunta que fiz ao cônsul:
— Estaria o Consulado do México na cidade do Rio de Janeiro fornecendo vistos falsos?
Abaixo, reproduzo as demais não respondidas:
— O que de fato aconteceu? Por que Diego e família foram detidos e deportados?
— O que senhor cônsul tem a dizer a respeito do lamentável episódio?
— Professor Diego e família serão ressarcidos pelas perdas financeiras e emocionais?
Agora, acrescento mais duas:
— Por que o Consulado do México no Rio de Janeiro demorou 36 dias para reconhecer a autenticidade dos vistos, tirados no próprio consulado?
— Quem errou, as autoridades mexicanas de migração ou o consulado no Rio de Janeiro?
“NÃO TRATAM EUROPEU OU ESTADUNIDENSE COMO ME TRATARAM”
— E, agora, professor Diego?
Fico pensando nas pessoas que passam por situação semelhante à nossa e não têm dinheiro para comprar a comida. Sem dinheiro e sem apoio, vão passar fome. Na imprevista escala de 12 horas em Bogotá, se eu não tivesse dinheiro, nós íamos passar fome também.
— E os teus filhos como seguraram essa barra?
Ainda bem que a inocência da infância os protege. Como são bem pequenos, não entendiam o que estava acontecendo, ficaram brincando. No aeroporto de Bogotá, dormindo no chão.
Mas para mim é muito revoltante toda a humilhação vivida, a violação dos meus direitos humanos, da minha liberdade, da minha dignidade.
— Como fica o seu pós-doutorado?
Vou adiar o sonho do pós-doutorado para um outro momento, quando eu estiver recomposto.
— Pretende voltar ao México?
Pelo menos a médio prazo, de maneira alguma. Embora eu tenha feito amigos lá, a UAMC tenha aberto generosamente as portas para mim, a política de imigração do México tem um trato muito questionável com os latinos e eu não pretendo me submeter a isso novamente.
— Como ficam os danos acadêmico, emocional e financeiro?
Os danos são inegáveis. A gente estuda, faz mestrado, doutorado, faz uma carreira como pesquisador, acha que está dando um passo a mais. E, de repente, parece que estão tirando tudo de você.
Mas não retiraram, não. Eu tenho a minha família, tenho os meus amigos, tem o pessoal me apoiando.
Em função do apoio recebido de todos eles, vou seguir em frente.
Estou convencido de que autoridades migratórias do México não tratam europeu ou estadunidense da forma como me trataram, sendo latino.
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