Política

O bolsonarismo dá passagem ao “lamarçal” que pode ser muito pior

Converso aqui com meus botões. Não será Pablo Marçal um perigo maior do que foi Bolsonaro quando se elegeu em 2018? Sei que há uma grande diferença entre eles: Bolsonaro se elegeu presidente da República. Marçal sequer se elegeu ainda prefeito de São Paulo.

Bolsonaro poderia atentar contra o Estado de Direito Democrático, e até o fez. Em mais de uma ocasião no seu governo, pressionou os militares a aplicarem um golpe. Se ele não conseguiu, por que um prefeito, mesmo da maior cidade do país, conseguiria?

Nós, jornalistas, estamos dando a Marçal uma atenção extrema porque a Bolsonaro não demos até que ele levasse a facada em Juiz de Fora. Fomos surpreendidos, eu pelo menos fui, pela ascensão de Bolsonaro. Não queremos ser pela de Marçal. De resto…

Com o surgimento das redes sociais e devido à crise do jornalismo enquanto negócio, faltam-nos recursos para cobrir as eleições num país-continente. Daí o foco na eleição de São Paulo, nas entrevistas e debates travados entre candidatos, no fenômeno de nome Marçal.

Bolsonaro vestiu a fantasia de candidato antissistema, mas nem ele nem seus filhos foram ou são antissistema. Enriqueceram como membros do sistema que dizem combater e vivem às custas dele. Marçal, sim, pode se oferecer como candidato antissistema.

Esperto, malandro, capaz de mandar às favas todos os escrúpulos e de desafiar as leis, um dia foi pobre, hoje é um homem rico. Enriquecerá ainda mais disputando eleições daqui por diante, mesmo que as perca. Teve 300 mil votos para deputado federal em 2018.

Por ter cometido irregularidades durante a campanha, não assumiu o mandato graças a uma intervenção da justiça. Seus adversários suplicam a Deus para que a justiça casse o registro de sua candidatura a prefeito de São Paulo. Sentem-se fracos para vencê-lo.

Uma vez derrotado ou impedido, Marçal será candidato a presidente em 2026, ou a senador. E seu exemplo será seguido por centenas ou milhares de pessoas país a fora que pensam como ele. Os extremistas de direita não precisarão mais se dizer bolsonaristas.

Por sinal, o bolsonarismo míngua com a decadência e a inelegibilidade daquele que já foi tratado como Messias. Bolsonaro não conseguiu criar um partido para chamar de seu e acabou como cabo eleitoral bem remunerado do PL de Valdemar Costa Neto.

*Noblat

Marçal já não se constrange com odor de PCC que exala do PRTB

A coerência é uma virtude facilmente contornável para Pablo Marçal. Durante os últimos dez dias, o candidato referiu-se ao seu partido num timbre de navio prestes a abandonar os ratos. De repente, o fedor de PCC que escapa da cabine de comando do PRTB deixou de ser um incômodo.

Marçal confraternizou com Leonardo Avalanche, o mandachuva do PRTB, num evento com candidatos a vereador. “Esse cara não é do PCC”, declarou o candidato, antes de se autodesmentir, negando o constrangimento que dizia sentir. “Eu não tenho um pingo de vergonha de estar ao lado dele.”

A culpa é da malvada imprensa, que expôs o áudio no qual Avalanche admite vínculos com o PCC. “Constrangedor é o massacre que vocês fazem”, declarou Marçal aos jornalistas.

Na semana passada, Marçal disse que estava “usando” o PRTB por falta de alternativa. Realçou que, depois da eleição, “posso sair” do partido. Agora, diz estar comprometido com o projeto partidário. É como se Marçal tivesse sido alertado sobre a inconveniência de cuspir num prato em que ainda pode ser proibido de comer.

A boa notícia para os partidários de Marçal é que o índice de incoerência do candidato não subiu. Continua nos mesmos 100%.

*Josias de Souza/Uol

Pablo Marçal: ensaio sobre a estupidez, a burrice e a preguiça da turba

O que explica Pablo Marçal já abraçar quase 25% das intenções de votos, na maior cidade da América do Sul, sendo que jamais expressou uma só ideia para geri-la?

Qual a explicação de um marginal que se tornou milionário pelas redes sociais, um estelionatário golpista já condenado pela justiça, um indivíduo totalmente boçal e mentiroso como Pablo Marçal, de um partido político totalmente desconhecido e com vínculos detectados com o crime organizado, já abraçar nas pesquisas quase 25% das intenções de votos, na maior cidade da América do Sul, sendo que jamais expressou uma só ideia para geri-la?

O objetivo desse ensaio é lançar luz sobre esse escândalo!

A burrice não é inócua; ela pode mesmo se tornar extremamente perigosa e isso tanto mais quando se mistura ao ressentimento e ao ódio, pais da estupidez. Na verdade, a burrice é um fenômeno histórico, sendo múltipla, multifacetada e chega a se travestir de “forma de uma adulta sabedoria” e a distribuir frases feitas nas redes sociais, elaboradas precisamente por aqueles que desejam despertar nas massas os preconceitos e o ódio. Tanto a burrice, quanto a estupidez, a truculência e preguiça são sempre expansivas, com o advento das redes sociais, tornaram- se tentaculares, avassaladoras mesmo.

Se os pobres de espírito, por outro lado, são as principais vítimas da retórica agressiva, há uma legião daqueles também aqueles dotados de uma forma de preguiça interessada! Por isso, a preguiça não pode ser subestimada em nossa sociedade.

A estupidez é na multidão que ela melhor se propaga. As propagações do medo, do ódio, da violência juntam as mãos ao ressentimento, ao consumismo e ao egoísmo. Por seu lado, a burrice odeia a solidão, ela sempre requer ressonância e reverberação, busca sempre as multidões.

De uma maneira geral, todos os estúpidos se acham visionários; pensam ter descoberto a chave que abre todas as portas do universo, o segredo que revela todos os pontos mais sombrios da alma.

E a inveja é um dos maiores corrosivos da personalidade de um estúpido! Aliás, prima irmã do ódio e não há combustível mais incendiário para o ódio que o medo! O medo da fome, o medo dos fenômenos naturais, o medo do vizinho, medo de Deus e de Satanás, o medo da solidão.

O mundo líquido e gosmento da internet
No mundo líquido da internet, tem se a combinação bombástica de opiniões sem conhecimento, da mentira proposital. Da mentira que se traveste de “ponto de vista”. Da combinação de opinião sem cabimento, da distorção da realidade com a ausência de experiência, surge o caos.

E os líderes dos estúpidos acometem os borbotões. O que significa a chupeta usada por um Nikolas Ferreira em sua campanha eleitoral, que o tornou o deputado federal mais votado no Brasil? Ele procura-se caricaturar para destruir, mentir, enganar e distorcer a realidade o que é, muitas vezes, a melhor forma de se mostrar na mídia sem controle.

Qual a explicação de um marginal milionário pelas redes sociais, um estelionatário golpista já condenado pela justiça, um indivíduo totalmente boçal e mentiroso como Pablo Marçal, de um partido político totalmente desconhecido e com vínculos detectados com o

crime organizado, já abraçar nas pesquisas quase 25% das intenções de votos, na maior cidade da América do Sul? Pablo Marçal jamais expressou uma só ideia para gerir São Paulo!

O fascismo sempre se nutre da estupidez, da burrice e do ódio! Do “amor a Deus e à pátria”
“É preciso maltratar a estupidez” (Nietsche), porque ela sempre se renova e se estabelece. Essa é principal missão da lucidez: Como vencer a turba enfurecida dos estúpidos! Por isso, muitas vezes, a única saída ante a tolice é o silêncio e a certeza de que o tempo traz consigo o esquecimento. Contra a estupidez orgulhosa não há argumentos. Um falso moralista é falso, antes de tudo porque a moralista.

Já burrice age em escaramuças, pronta a se fazer presente! De certa forma, ela se aproxima e às vezes entrelaça suas mãos com a loucura. Mas não se trata de qualquer tipo de “loucura”, mas sim, em sua versão torpe, na sua capacidade de corrosão de tudo que é correto.

*Carlos Russo Jr./Diálogos do Sul

Pablo Marçal e Renato Cariani, quem queima mais o filme do outro?

Um, condenado e preso por fazer parte de uma quadrilha de ladrões de banco que, atualmente é acusado de proximidade de ligação política e empresarial com pessoas do tráfico. O outro, réu por suposto fornecimento de material químico para produtores e traficantes de cocaína e crack.

A princípio, Marçal, perguntado sobre suas relações entrelaçadas com Cariani, disse que essa relação era meramente ligada a sua atividade física e Cariani seria seu personal.

Mass não é bem assim, Pablo, agora já admite que é sócio de Renato Cariani. Os dois têm um cuidado de marketing, de se venderem como milionários para atrair seguidores e devotos.

Na verdade, todo o aparato de imagem que eles trabalham, não funcionou como eliminador de odores, do lado pouco cheiroso de suas biografias, sobretudo dos seus quintais, porque piora quando se vê que eles têm muito mais interesses incomuns do que aparentava.

Surgiu a notícia da união dessas duas figuras enroladas com a justiça, coisa, hoje, pública, principalmente nas páginas policiais.

Então, fica a pergunta, quem queima mais o outro, Marçal ou Cariani?

Pablo Marçal, o prefeito de internet

Para cada palavra, duas mentiras, para cada mentira gratuita, dez sofismas, cem empresas e sabe-se lá quantos milhões.

Essa é a iniciativa privada de internet, do fitness dos grandes negócios chamado Pablo Marçal. Com ele não há debate, sabatina, proposta, programa, nada. Ele é apenas um monumento megalomaníaco em que o seu maior projeto é contar a mais gigantesca mentira para agradar o mais gigantesco idiota.

Não, não me venham com desculpas políticas para justificar por que tantos trouxas compram  as baboseiras ridículas de Marçal, porque tudo é muito grosseiro, mais que caricato, é uma espécie de ditadura da fábula do super milionário.

Mas Pablo consegue arrumar quem compartilhe com suas inacreditáveis mentiras, justamente porque vive de frases angulosas e grandiloquentes,

Na verdade, seus seguidores mais entusiasmados não compartilham exatamente de suas ideias, mas do sonho de ficar multimilionário e divulgar seu suposto império. Tudo turbinado por uma fala bem treinada, pré-concebida e, lógico, não responder nada que não seja a partir de suas fantasias, sobretudo aquela em que a pessoa precisa destravar o bloqueio que não a deixa ser feliz, milionário.

Qualquer coisa fora do script, ele não responde, ataca quem lhe perguntou e aproveita a condição de patrão para dar uma resposta totalmente fora do contexto, mas que sirva para seu exército de cortadores de vídeos produzirem mais um embuste do super prefeito de internet, onde tudo pode, nada é impossível. Todos serão ricos, prósperos e felizes nas suas verborragias megalomaníacas,

Licitação do Exército entra na mira do TCU por possível favorecimento à Starlink, de Elon Musk

Reportagem do ‘UOL’ mostra como a contratação da empresa pelo Comando Militar da Amazônia chegou ao Tribunal de Contas.

Um processo licitatório do Exército Brasileiro que só teve uma empresa concorrente, a Starlink – companhia de internet via satélite de propriedade do bilionário Elon Musk –, chegou ao Tribunal de Contas da União (TCU) por suspeita de favorecimento.

O caso foi revelado nesta terça-feira 3 pelo site UOL. O contrato em questão é fruto de um edital publicado pelo Comando Militar da Amazônia neste ano com critérios que faziam com que a companhia de propriedade de Musk fosse a única apta a concorrer.

A investigação sobre o caso começou após publicação, em maio, de reportagem do jornal Folha de S. Paulo que apontava apontando “série de parâmetros que eliminam a concorrência e direcionam a contratação” da Starlink. Isso chamou atenção do Ministério Publico junto ao TCU. O valor total do contrato é de 5,1 milhões de reais.

Conforme publicou o UOL, o ministro Aroldo Cedraz, do Tribunal de Contas, acionou o Comando Militar da Amazônia com uma série de questionamentos sobre a lista de exigências da licitação que, na prática, deixava a empresa de Musk como única concorrente.

Neste momento, as respostas enviadas pelo Exército estão sob análise da área técnica do TCU. O diálogo com os militares ocorre sob sigilo. Não há prazo definido para novos movimentos do caso no Tribunal.

O Exército se negou a responder perguntas do UOL, informando que “as dúvidas relacionadas quanto aos questionamentos levantados pelo TCU deverão ser demandadas àquele órgão.” A Starlink também foi procurada pelo site, mas não comentou o tema.

Empresas de Musk na mira
Na esteira do descumprimento de ordens judiciais pelo X, como a de bloquear perfis investigados e a de indicar um representante legal no Brasil, o ministro Alexandre de Moraes decidiu bloquear as contas da Starlink no Brasil, a fim de garantir que a rede social pague as multas impostas pela Corte.

A Starlink é uma empresa de internet via satélite operada por uma subsidiária da companhia aeroespacial SpaceX. Foi autorizada a operar em solo brasileiro pela Anatel em 2022, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), um admirador de Musk.

*Uol/Carta Capital

Financial Times dá razão a Alexandre de Moraes e vê Musk como “míssil geopolítico desgovernado”

Jornal que é a Bíblia do mercado financeiro vê o fim da impunidade nas redes sociais

Em um artigo publicado nesta segunda-feira (2), o editor de Assuntos Internacionais do Financial Times, Gideon Rachman, descreveu o bilionário Elon Musk como um “míssil geopolítico desgovernado”, cujas intervenções imprevisíveis e imensas capacidades tecnológicas e financeiras podem alterar os rumos dos assuntos mundiais.

Recentemente, Musk se envolveu em uma disputa pública com o Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil, que suspendeu as operações da X no país. Segundo o Financial Times, esta medida marca um ponto de virada importante, indicando que “o tempo de impunidade das redes sociais no mundo democrático está chegando ao fim”.

O editor do jornal britânico observa que a suspensão da X no Brasil e outras ações recentes mostram que as redes sociais “poderão ser reguladas de maneira mais rigorosa, semelhante aos meios de comunicação tradicionais”.

A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, de suspender as operações da X no Brasil, representa uma declaração de que a soberania e a justiça do Brasil não podem ser facilmente subjugadas por interesses estrangeiros ou pela riqueza, diz o 247.

Musk e a conspiração da ultradireita

Por Luís Nassif

Há também uma ofensiva de estados nacionais para enquadrar as redes sociais. E a aliança erá com o tal libertarismo da ultradireita.

O alerta foi dado por Pedro Costa Jr na TV GGN 20 horas. Há um conjunto preocupante de indícios de uma armação geral para o 7 de setembro e nas vésperas das eleições municipais.

Primeiro, foi a ofensiva da Folha de S. Paulo contra o Ministro Alexandre Moraes, em cima de arquivos de celular levantados no ano passado. O material foi enviado a Glenn Greenwald. Desde que foi censurado no The Intercept, em denúncia que escrevera sobre as ligações do filho de Joe Biden na Ucrânia, Glenn aproximou-se da ultradireita norte-americana e tornou-se habitual do programa de Tucker Carlson, o principal comentarista de ultradireita do país.

Em seguida, ampliam-se as provocações de Elon Musk contra Alexandre Moraes, até chegar ao enfrentamento final, que levou à retirada do X. Agora, está aproveitando o episódio para potencializar ao máximo os ataques a Moraes e estimular as manifestações de 7 de Setembro.

Não apenas isso. Parlamentares da ultradireita da Califórnia tentam emplacar uma legislação de represália ao Brasil. Musk acenou com a possibilidade de “apreensão recíproca” de ativos do estado brasileiro. Simultaneamente, os Estados Unidos apreenderam o avião de Nicolás Maduro.

Nesse mesmo curto período, militares brasileiros mostraram insatisfação com a interrupção dos serviços da Starlink – a empresa de satélites de Musk -, e com a interrupção de negociações com Israel, para adquirir tanques de guerra, em um momento de orçamento apertado.

Musk é essencialmente um empresário que depende dos estados nacionais. A Starlink é bancada pelo Departamento de Estado. O apoio de Musk a Milei tem como meta o controle das minas de lítio na Argentina.

Finalmente, Eduardo Bolsonaro, que atua como representante da ultradireita de Steve Bannon na América Latina, revogou a proibição de se atacar o Supremo nas manifestações do dia 7 de Setembro.

Matéria do The New York Times relata:

“Musk, 52, usou repetidamente uma parte de seu império empresarial — X, anteriormente conhecido como Twitter — para apoiar vocalmente políticos como Milei, Jair Bolsonaro do Brasil e Narendra Modi da Índia. Na plataforma, Musk apoiou suas visões sobre gênero, festejou sua oposição ao socialismo e confrontou agressivamente seus inimigos. Musk até interveio pessoalmente nas políticas de conteúdo do X de maneiras que pareciam ajudar Bolsonaro, disseram dois ex-funcionários do X”.

Ao mesmo tempo, Mark Zuckerberg, CEO da Meta, deu declarações reforçando as narrativas da ultradireita, sendo censurada. Na segunda-feira da semana passada, enviou carta ao Comitê Judiciário da Câmara, denunciando supostas “pressões” para censurar conteúdos durante a pandemia.

Há uma lógica nessa articulação e explica parte da sensação de poder de Musk:.

  • as grandes corporações sempre foram extensão do poder americano;
  • Hoje em dia, o único setor com predomínio norte-americano, além da defesa, são as grandes redes sociais.
  • Há uma relação umbilical das Forças Armadas brasileiras, tão umbilical e humilhante a ponto das comunicações serem transmitidas pelo sistema Starlink, que é bancado pelo Pentágono;
  • Há também uma ofensiva de estados nacionais – incluindo a União Europeia – para enquadrar as redes sociais. E a aliança natural será com o tal libertarismo da ultradireita nesses países.

*GGN

Marçal confirma que discutiu com jornalista ‘só para gerar cortes’ para redes sociais

No Roda Viva, candidato do PRTB à prefeitura de São Paulo diz que entrevistadores terão ‘que aguentar os cortes’ e volta a bater boca,

O empresário Pablo Marçal (PRTB) confirmou que reagiu de forma agressiva a uma pergunta da jornalista Clarissa Oliveira durante sabatina da CNN Brasil, no dia 26, apenas para produzir cortes para as redes socais. Após o programa, a colunista do canal revelou que Marçal deu uma explicação inusitada para o descontrole. “Olha, aquilo ali foi só para gerar cortes, viu?”, teria dito ainda dentro do estúdio.

— Falei isso mesmo — disse Marçal, no programa Roda Viva, da TV Cultura, nesta segunda-feira, atribuindo a tática a uma exposição menor do que os seus adversários fora das redes sociais. — Estou sem fundão, sem padrinho político, sem tempo de TV. Vocês vão ter que aguentar os cortes.

Na CNN, a jornalista havia perguntado sobre o envolvimento de Marçal, em 2005, com uma quadrilha que disparava e-mails para invadir contas bancárias e subtrair valores de correntistas. Ela argumentou que Marçal deveria ter cumprido a pena de quatro anos e cinco meses de prisão, em regime semiaberto, mas o caso acabou prescrito. Antes de terminar a pergunta, no entanto, o candidato a interrompeu e disse que a entrevistadora deveria “estudar um pouquinho”.

No Roda Viva, Marçal também se irritou ao ser chamado de “coach” e bateu boca com jornalistas em diversos momentos, incomodado com as perguntas. O candidato discutiu com a colunista do GLOBO, Malu Gaspar, sobre uma reportagem a respeito de planos para criar um partido político e pretender atrair o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Marçal adotou um tom ríspido ao pedir que não o interrompessem sempre que tinha a resposta comentada, ainda que tergiversasse sobre os assuntos ou aproveitasse o tempo para falar de outros temas. Perguntado sobre o uso de raps na campanha, o candidato respondeu cantando a música Diário de um detento, dos Racionais MC’s, enquanto o jornalista tentava concluir a pergunta.

Marçal disse não ter ideia de quanto gastou com os “campeonatos de cortes”, que premiam usuários que geram maior alcance com vídeos curtos relativos ao ex-coach nas redes sociais e que se tornou objeto de ação na Justiça Eleitoral por abuso de poder econômico. Ele negou, no entanto, que as suas empresas tenham mantido pagamentos desde que anunciou a intenção de concorrer à prefeitura de São Paulo.

— Não faço ideia quanto que já gastei com isso. Foi um dinheiro razoável — declarou.

Por outro lado, rebateu os indícios de que um dos desafios tenha gerado ganhos eleitorais. No Discord, houve promessa de pagamento para os melhores colocados em um campeonato que exigia o uso da hashtag #prefeitomarcal nos posts para concorrer às premiações.

— Não teve pagamento. Pedi para parar porque sabia que ia dar problema — justificou, antes de se dizer “perseguido” pela Justiça Eleitoral na ação movida pelo PSB de Tabata Amaral e que resultou no desligamento dos seus perfis nas redes sociais sob o argumento de preservar a isonomia da disputa. Marçal fala em “censura prévia”.

PCC, ‘despachante’ e STF
Sobre o tema que gerou a polêmica na CNN, Marçal disse, ao Roda Viva, que se envergonha de ter se envolvido com uma quadrilha que disparava e-mails para invadir contas bancárias e subtrair valores e afirmou que “não é bandido”.

— Os candidatos falam: “Você roubava velhinhas”. Nem sei quem são essas pessoas. Eu trabalhei para um cara que fez isso, que inclusive pegou cadeia e foi condenado. Eu fui prescrito porque não tinha nenhum crime na minha vida antes — disse o candidato.

Outra polêmica abordada foi o suposto envolvimento do presidente do PRTB, Leonardo Avalanche, com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Ele se negou mais uma vez a dar mais detalhes sobre a conversa que teve com Avalanche em que teria pedido o seu afastamento, mesmo em um momento em que promete transparência na gestão pública.

— Peço que ele tenha bom senso. Eu resolvi me afastar, particularmente, dele, e estou seguindo a minha campanha em paz, porque é constrangedor o tempo inteiro ter que responder essas questões, segundo Samuel Lima, O Globo.

Marçal também se justificou por ter dado uma procuração para Florindo Miranda Ciorlin representá-lo junto a órgãos federais para realizar o trâmite de aquisição de um jatinho por R$ 9,1 milhões. Florindo já foi preso pela Polícia Federal, denunciado pelo Ministério Público e se tornou réu na 1ª Vara Federal Cível e Criminal de Cáceres (MT) por suspeitas de fornecer aviões para traficantes transportarem 5,1 toneladas de cocaína da Bolívia para o Brasil. As informações foram reveladas pelo site “Metrópoles”.

— Não fiz negócio com ele, não. Era um despachante. É que nem ir no Detran. Foi só para a compra da aeronave, ele transferiu para mim e acabou. Comprei de um empresário do interior de São Paulo que não tem nada a ver com ele — disse.

As suspeitas de envolvimento de pessoas do seu partido e do seu círculo pessoal, como o influenciador fitness Renato Cariani, com o crime organizado levantou dúvidas sobre a capacidade de Marçal conseguir prevenir a infiltração em seu eventual governo. Ele já defendeu secretariado político com “processo seletivo”. O candidato desviou do assunto diversas vezes, alegando que o PCC já se encontra nos serviços públicos e que pretende afastar quem apresentar problemas.

Em um aceno ao eleitorado de Bolsonaro, o ex-coach opinou no “Roda Viva” que existe um “desequilíbrio” dentro do Supremo Tribunal Federal (STF) e que os ministros agem politicamente, sem observar os limites da Constituição no que se refere, por exemplo, a usurpar a função legislativa do Congresso Nacional.

— O Supremo está muito político. Ele está tentando dosar uma radicalidade que tivemos no passado e acho que já passou do limite. Com todo o respeito aos 11 togados, já passou essa onda. O Brasil precisa ser unificado. A gente precisa baixar essa pressão. Nós confiamos na Justiça, mas não precisamos de uma Corte política. Não precisa legislar e nem atuar politicamente. Eles estão fazendo isso — afirmou.

O empresário, no entanto, evitou chamar o ministro Alexandre de Moraes, o principal alvo bolsonarista no STF, de “ditador”, nem respondeu se apoia ou não o seu impeachment. Defendeu apenas que supostos abusos cometidos pelo magistrado “tem que ser apurados”.

Marçal foi confrontado sobre a hipótese de que evitaria ataques diretos a Alexandre de Moraes para não provocar a inelegibilidade da própria chapa. Em áudio, o presidente do PRTB, Leonardo Avalanche, disse que teria “pilotado” uma decisão do ministro que permitiu a convenção da sigla, e consequentemente a indicação de Marçal à candidatura.

O principal dado que as três novas pesquisas de SP trarão sobre Pablo Marçal

As campanhas dos candidatos à prefeitura de São Paulo usarão as pesquisas divulgadas nesta semana para medir se a estratégia agressiva adotada por Pablo Marçal (PRTB) segue funcionando ou se já se esgotou.

Monitoramentos diários das equipes de Guilherme Boulos (PSOL) e do prefeito Ricardo Nunes (MDB) têm apontado uma estagnação do influencer entre o eleitorado. A expectativa nas campanhas é se as pesquisas trarão esse dado ou se mostrarão um crescimento de Marçal acima da margem de erro, diz Bela Megale, O Globo.

Nesta terça-feira será publicado o levantamento da Real Time Big Data, na quinta-feira, o do Datafolha e, na sexta-feira, o da Paraná Pesquisas.

Em todas as pesquisas realizadas até o momento , Marçal aparece na casa dos 20% das intenções de voto. A aposta nas campanhas é que a estratégia agressiva do influencer já tenha cansado o eleitorado e que os levantamentos mostrem que Marçal atingiu um teto.