Categorias
Política

Mauro Cid desmaiou no STF após saber que sairia de depoimento preso

O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel do Exército, passou mal quando soube da decisão de Moraes.

O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, desmaiou após saber que sairia preso do Supremo Tribunal Federal (STF) depois de prestar depoimento na Corte após áudios vazados em que o militar critica Moraes e a Polícia Federal.

Cid prestou depoimento por cerca 1h30 e após a audiência, foi cumprido mandado de prisão preventiva expedido pelo ministro Alexandre de Moraes contra ele. Quando soube da determinação, o militar passou mal e os brigadistas do STF precisaram prestar atendimento a ele. Cid estava no 2º subsolo da Corte onde foi levado pela viatura da Polícia Federal.

Mauro Cid foi preso novamente “por descumprimento das medidas cautelares e por obstrução à Justiça”. Cid saiu do STF, após ser socorrido pelos brigadistas e foi encaminhado ao Instituto de Medicina Legal (IML) pela PF.

Por volta das 13h30 desta sexta-feira (22/3), o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou à Suprema Corte para ser ouvido pelo juiz instrutor do gabinete do ministro Alexandre de Moraes.

A audiência com Mauro Cid foi presidida pelo desembargador Airton Vieira, juiz instrutor do gabinete de Moraes. Além dele e da defesa, um representante da PGR participou do depoimento.

a noite de quinta-feira (21/3), a revista Veja divulgou áudios nos quais Cid afirma que a PF está com a “narrativa pronta” e que os investigadores “não queriam saber a verdade”. Ele também critica o ministro Alexandre de Moraes, dizendo que o magistrado já tem uma “sentença pronta”.

Cid fala em desabafo
Em nota, a defesa de Cid informou que, em nenhum momento, ele coloca em xeque a independência, funcionalidade e honestidade da Polícia Federal, da Procuradoria-Geral da República ou do STF na condução dos inquéritos em que é investigado e colaborador. “Seus defensores não subscrevem o conteúdo de seus áudios”, completou.

“Referidos áudios divulgados pela revista Veja, ao que parecem clandestinos, não passam de um desabafo em que relata o difícil momento e a angústia pessoal, familiar e profissional pelos quais está passando”, declarou a defesa de Cid.

Categorias
Política

Após ordem de prisão expedida por Moraes, Cid sai preso do STF

Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Cid deixou o STF preso preventivamente por descumprimento das medidas cautelares e obstrução à Justiça.

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), deixou o Supremo Tribunal Federal (STF) preso depois de prestar depoimento na Corte após áudios vazados em que o militar critica Moraes e a Polícia Federal. O depoimento durou quase 1h30, das 13h05 às 14h30.

O STF informou que, “após o término da audiência de confirmação dos termos da colaboração premiada, foi cumprido mandado de prisão preventiva expedido pelo ministro Alexandre de Moraes contra Mauro Cid por descumprimento das medidas cautelares e por obstrução à Justiça”. Segundo o Supremo, Cid foi encaminhado ao Instituto de Medicina Legal (IML) pela PF.

Por volta das 13h30 desta sexta-feira (22/3), o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou à Suprema Corte para ser ouvido pelo juiz instrutor do gabinete do ministro Alexandre de Moraes.

Cid não entrou pelo acesso principal do STF. Ele usou uma porta alternativa para evitar o contato com a imprensa.

A audiência com Mauro Cid foi presidida pelo desembargador Airton Vieira, juiz instrutor do gabinete de Moraes. Além dele e da defesa, um representante da PGR participa do depoimento.

Na noite de quinta-feira, a revista Veja divulgou áudios nos quais Cid afirma que a PF está com a “narrativa pronta” e que os investigadores “não queriam saber a verdade”. Ele também critica o ministro Alexandre de Moraes, dizendo que o magistrado já tem uma “sentença pronta”.

Categorias
Política

Caso Marielle: delação de Lessa tem semelhanças com fala de falsa testemunha em 2018: ‘A mulher está me atrapalhando’

Delator diz que o mandante reclamou de parlamentar e que ela estaria lhe causando problemas, conversa parecida com a versão da farsa desmontada pela PF sobre a ‘investigação da investigação’.

A delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, assassino confesso da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, traz “coincidências” com o relato de outro ex-PM, que surgiu logo no início das investigações do caso, em maio de 2018, numa farsa desvendada pela Polícia Federal, conhecida como “investigação da investigação”. A história contada pelo então cabo da PM Rodrigo Jorge Ferreira, o Ferreirinha, era praticamente a mesma, só que com personagens diferentes.

Na época, Rodrigo procurou, espontaneamente, um delegado da Polícia Federal para contar que viu o miliciano Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando da Curicica, com o então vereador Marcello Siciliano, numa mesa de um bar e restaurante, no Recreio dos Bandeirantes, planejando a execução de Marielle. Em tom teatral, a suposta testemunha disse ter visto Siciliano bater na mesa e falar alto: “Tem que ver a situação de Marielle. A mulher está me atrapalhando”. Rodrigo ainda descreveu que, o então vereador olhou para o miliciano e disse: “Precisamos resolver isso logo”.

Como a apuração do duplo homicídio estava a cargo da Polícia Civil, o delegado da PF se juntou a mais dois colegas e levou a então “testemunha-bomba” Rodrigo para depor diante do titular da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), Giniton Lages, encarregado do caso. A corporação estadual aceitou a versão e passou a se dedicar a extrair do então policial militar, que havia sido da organização criminosa de Curicica, provas que o incriminassem inclusive em outros homicídios, diz O Globo.

A história foi desmontada em inquérito da Polícia Federal, que investigou o trabalho da Polícia Civil, conduzido pelo delegado federal Leandro Almada — atual superintendente da PF no Rio. Ele constatou a farsa de Rodrigo num relatório de 600 páginas, apelidado de “investigação da investigação”. Almada percebeu que a “testemunha-bomba” montou uma farsa apontando Curicica, que o havia jurado de morte. Além disso, o plano de Rodrigo era o de se apropriar das áreas de domínio do rival.

Na delação de Lessa, cuja negociação começou em agosto do ano passado, o atirador de Marielle conta que se encontrou com um dos dois mandantes, como o blog Segredos do Crime informou com exclusividade. A semelhança nas duas versões, de personagens diversos, é que a pessoa que deu ordem para executar a vereadora também disse à Lessa sobre a necessidade de fazer o serviço, ou seja, matá-la logo, porque Marielle o atrapalhava.

Chama atenção ainda que, na “investigação da investigação” da Polícia Federal, Almada chegou a apurar a participação do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Domingos Brazão na farsa, uma vez que o seu chefe de gabinete era um agente federal aposentado. No entanto, nas páginas finais de seu relatório, o delegado da PF observa não fazer sentido ele se envolver no caso, porque até o final de abril de 2018, portanto, um mês após o crime, o político “não foi incomodado pela investigação desenvolvida pela delegacia de homicídios”. Almada escreve ainda que “plantar” uma testemunha seria “temerário e injustificável”.

O inquérito da PF foi concluído no primeiro semestre de 2019 e entregue ao Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio e à Procuradoria-geral da República (PGR).

O conselheiro só passou a ser investigado no papel de mando meses depois do duplo homicídio. Brazão, em entrevista ao GLOBO em janeiro deste ano, negou qualquer participação no crime.

Rodrigo responde pelos crimes de obstrução de Justiça e de homicídio. Ele ingressou no sistema prisional em 31 de maio de 2019 e, atualmente, encontra-se preso no Presídio Joaquim Ferreira de Souza, no Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio.

Ao retomar as investigações das mortes de Marielle e Anderson, em fevereiro do ano passado, a PF revisitou o caso para puxar um fio da meada para descobrir quem mandou matar a parlamentar e o motorista, além da motivação do crime. Com a delação de Lessa, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, ao anunciar na última terça-feira que o acordo foi homologado, informou ainda que: “brevemente teremos a solução”.

Categorias
Política

Delação aproxima milícia ligada a clã Bolsonaro do assassinato de Marielle Franco

Se o assassinato de Marielle Franco teve como pano de fundo os interesses imobiliários das milícias do Rio de Janeiro na Zona Oeste da cidade, a família Bolsonaro estaria indiretamente envolvida. Além da relação, de conhecimento público, do clã junto às milícias do estado, as milícias que comandavam a Zona Oeste trabalharam com a família do ex-presidente, notadamente com Flávio Bolsonaro.

Em delação à Polícia Federal, o ex-policial militar Ronnie Lessa teria informado a expansão imobiliária das milícias do Rio como uma das motivações para o assassinato da vereadora Marielle Franco.

Marielle teria entrado em choque com grupos milicianos e interessados no setor imobiliário do Rio, informa coluna de Bela Megale, no Globo, desta quinta-feira (21).

A relação com a família Bolsonaro
Reportagem de 2020 de Luis Nassif mostrava um dos pontos de ligação justamente das milícias da Zona Oeste do Rio de Janeiro com a família Bolsonaro. À época, uma Operação da Polícia Federal (Quarto Elemento) foi deflagrada contra os integrantes.

Entre os envolvidos, os milicianos gêmeos Alan e Alex Rodrigues de Oliveira atuaram como segurança de Flávio Bolsonaro. O gêmeo Alex atuou ativamente em eventos de campanha de Flávio Bolsonaro em 2018.

A irmã deles, Valdenici de Oliveira Meliga, foi tesoureira-geral do PSL no Rio, quando o diretório era presidido por Flávio, e foi lotada no ex-Gabinete de Flavio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

Além disso, Nassif recuperou que os principais chefes do grupo de milicianos alvos da Operação Quarto Elemento, movida pelo Grupo de Atuação Especial ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Rio de Janeiro, foram homenageados por Flávio quando ele era deputado estadual.

“A estratégia econômica das milícias, além da venda de proteção e de gás, são investimentos em terraplanagem e moradias populares”, já expunha o jornalista, na reportagem.

Além dos alvos daquela operação, a milícia do Rio tinha como um dos comandantes o ex-agente do Bope Adriano da Nóbrega, com trânsito livre e amigo da família Bolsonaro.

Também é de conhecimento público que a esposa e a mãe de Adriano, por exemplo, foram contratadas pelo gabinete de Flávio Bolsonaro.

Outros das peças principais apontadas na morte de Marielle, no setor político, a família Brazão – Domingos e Chiquinho Brazão – como o GGN narrou aqui, também tinham bom trânsito junto ao clã Bolsonaro e receberam, inclusive, passaporte diplomático do governo do ex-presidente.

*GGN

Categorias
Política

Vídeo: Em lançamento do Juventude Negra, Lula critica herança da escravidão e convoca juventude a participar da política: ‘seja o político que você quer que o Brasil tenha’ (

Lula lembrou a “herança trágica da escravidão” e frisou que “é preta” a cor da maioria dos encarcerados no país, “muitos deles posteriormente declarados inocentes, mas para sempre marcados pelo preconceito e pela dor.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lançou nesta quinta-feira (21) em Ceilância (DF) o ambicioso Plano Juventude Negra Viva. Durante o evento, Lula não apenas apresentou o plano, mas fez um apelo fervoroso aos jovens para que se engajassem ativamente na política.

Em seu discurso, Lula enfatizou a importância dos sonhos e da persistência, instigando os jovens a não abandonarem a política. Ele compartilhou sua própria experiência, reconhecendo os momentos de descrença, mas ressaltando a necessidade de continuar a luta. “O político honesto, trabalhador, decente, inteligente que você deseja possivelmente está dentro de você”, declarou.“Então assuma a sua responsabilidade política e seja o político que você quer que o Brasil tenha. Se você assumir a sua tarefa, você percebe que pode chegar lá”.

Lula lembrou a “herança trágica da escravidão” e frisou que “é preta” a cor da maioria dos encarcerados no país, “muitos deles posteriormente declarados inocentes, mas para sempre marcados pelo preconceito e pela dor”

Além disso, Lula condenou veementemente a violência contra a população negra, mencionando casos recentes de racismo, como o do jogador de futebol Vinícius Júnior, do Real Madrid. Lula destacou a persistência do racismo em diversos aspectos da sociedade e exigiu uma mudança urgente.

Em relação ao Plano Juventude Negra Viva, Lula enfatizou que não se trata apenas de um compromisso retórico, mas de medidas concretas para garantir o pleno desenvolvimento da juventude negra. Ele ressaltou a importância de acesso à educação, saúde, cultura, segurança e emprego de qualidade como componentes essenciais para uma vida digna.

O presidente também fez um apelo aos jovens para que assumissem a responsabilidade de divulgar e implementar o programa, criticando a falta de cobertura da imprensa tradicional. “Se depender da nossa gloriosa imprensa democrática, vocês não saberão do programa. Vai depender muito de vocês”, afirmou.

Categorias
Política

Ronnie Lessa aponta exploração imobiliária das milícias como “pano de fundo” para o assassinato de Marielle

Vereadora entrou em choque com pessoas que defendiam a expansão de terrenos que abastecem milícia do Rio.

A expansão e exploração imobiliária conduzida por milícias no Rio de Janeiro, em especial, na região oeste da cidade, é o pano de fundo da delação do assassino confesso de Marielle Franco, o ex-policial militar Ronnie Lessa.

Segundo informa a colunista Bela Megale, do jornal O GLOBO, o ex-policial detalhou em seu relato à Polícia Federal como a vereadora entrou em choque com pessoas que defendiam a expansão de terrenos que abastecem um grupo ligado a milícia do Rio. O fato teria culminado na contratação de Ronnie Lessa para executar a parlamentar, em 2018.

A delação do ex-PM foi assinada com a Polícia Federal e homologada nesta semana pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

A expansão e exploração imobiliária é hoje um importante braço financeiro do crime organizado na cidade. Dados da prefeitura do Rio mostram que, entre 2021 e 2022, mais de 1.300 construções irregulares ligadas a milícias foram demolidas, o que gerou um rombo financeiro estimado em R$ 646 milhões para os criminosos.

Em janeiro, a repórter Vera Araújo revelou que a Polícia Federal investigava a disputa por um terreno em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, como possível motivo do assassinato de Marielle Franco. Conforme a reportagem, Lessa contou aos investigadores que o mandante do assassinato da vereadora defendia a regularização de uma área sem obedecer o critério de interesse social, para usá-la como especulação imobiliária. Já Marielle atuava para que a ocupação do terreno se desse por pessoas de baixa renda.

Categorias
Política

A irritação de Bolsonaro com Caiado ao lado de Tarcísio, em Israel

Jair Bolsonaro mostrou a aliados que não gostou da presença do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, nas agendas realizadas em Israel ao lado de seu pupilo político, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.

Bolsonaro deixou claro a parlamentares próximos que ainda tem ressalvas em relação a Caiado, por terem entrado em choque durante a pandemia. Médico de formação, o governador de Goiás foi na contramão de Bolsonaro, ao defender a vacinação e o isolamento social para combater a Covid-19.

Como informou a coluna, Bolsonaro chegou a vetar a possibilidade de Caiado se filiar ao seu partido, o PL. O governador goiano, porém, tem buscado se reaproximar do ex-presidente, na tentativa de se cacifar como nome da direita para disputar a eleição presidencial de 2026. Caiado foi um dos governadores que estiveram presentes na manifestação de apoio a Bolsonaro, no mês passado.

O capitão reformado chegou a ser convidado para fazer a mesma viagem a Israel e se encontrar com o presidente Isaac Herzog e com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Como está com o passaporte apreendido pela Polícia Federal, Bolsonaro não pode deixar o Brasil.

Categorias
Política

Jair Renan Bolsonaro é denunciado pelo Ministério Público por fraude em empréstimo bancário

O MP também aponta que Jair Renan teria se beneficiado ilegalmente de parte dos valores obtidos.

O Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios (MPDFT) denunciou Jair Renan Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pelos crimes de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e uso de documento falso. A acusação surge após uma investigação que aponta o uso de informações falsas para obtenção de um empréstimo bancário não quitado.

De acordo com o inquérito da Polícia Civil, Jair Renan teria se valido de uma declaração de faturamento de R$ 4,6 milhões da empresa Bolsonaro Jr. Eventos e Mídia, na qual atua como sócio, para embasar um empréstimo no Banco Santander, juntamente com seu sócio Maciel Alves. No entanto, as autoridades constataram indícios de falsificação nesse documento, tanto material quanto ideologicamente, conforme destacado no relatório final do caso.

Segundo as investigações, além do empréstimo em questão, a dupla teria contraído outros dois empréstimos no mesmo banco. O MP aponta que Jair Renan teria se beneficiado ilegalmente de parte dos valores obtidos, utilizando-os para pagar a fatura do cartão de crédito de sua empresa, no valor aproximado de R$ 60 mil.

Em seu depoimento, Jair Renan negou reconhecer suas assinaturas nas declarações de faturamento suspeitas e refutou ter solicitado os empréstimos. No entanto, peritos, testemunhas e evidências, como imagens de seu login no aplicativo bancário, contradizem sua versão.

Ao ser indagado sobre o assunto, o advogado Admar Gonzaga, que representa Jair Renan, optou por não comentar, alegando sigilo do caso. Por outro lado, Pedrinho Villard, advogado de Maciel Alves, expressou confiança na absolvição de seu cliente.

Categorias
Política

Deputado federal investigado por dados falsos de vacinação tinha cartão com 3ª dose aplicada antes da 1ª

Documento com erros foi apreendido na residência do parlamentar Gutemberg Reis (MDB-RJ). Polícia também identificou problemas nos dados de lote de outra das doses registradas.

deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ) tinha um cartão físico de vacinação contra a Covid-19 com registro da segunda dose da vacina aplicada antes da primeira, além de dados incompatíveis entre os registros físicos e os feitos no sistema do Ministério da Saúde.

A Polícia Federal (PF) indiciou o parlamentar por inserção de dados falsos em sistema de informações públicas e associação criminosa. O deputado disse que não irá se manifestar até que sua defesa tenha acesso integral ao processo.

As informações constam de relatório final do inquérito que investiga Além de Gutemberg, foram indiciados o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-ajudante de ordens da Presidência Mauro Cid e outras 14 pessoas.

Mensagens
A PF identificou o cartão com dados errados em conversas entre Cláudia Helena Acosta, servidora da prefeitura de Duque de Caxias, e Célia Serrano, então funcionária da Secretaria Municipal de Saúde e eventualmente secretária. Ambas também foram indiciadas pela PF.

Nas mensagens de 18 de novembro de 2022, Serrano envia a Cláudia Helena uma foto do cartão físico de vacinação de Gutemberg com o que a PF chama de um “erro crasso”. Os investigadores destacam que:

“A data de aplicação da 2ª dose da vacina da fabricante Janssen é anterior à data inserida no documento como sendo de aplicação da 1ª dose da mesma fabricante”; e
“é possível observar o registro do que seria uma terceira dose da fabricante Pfizer anotada fora do local adequado, de forma amadora.”

Imagem do cartão de vacinação do deputado Gutemberg Reis (MDB-RJ), apreendido pela PF. — Foto: Reprodução

Categorias
Política

Governo gastou mais de R$ 30 milhões em rádios e TVs de pastores que apoiam Bolsonaro

Agência Pública – Secom pagou R$ 28 milhões para agências veicularem campanhas na Record de Edir Macedo
Pastor dono de TV e rádio alegou prejuízo financeiro com pandemia
Igrejas e veículos de pastores que se reuniram com presidente devem mais de R$ 194 milhões ao governo.

Mais de R$ 30 milhões – esse é o valor que a Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) gastou em campanhas veiculadas em rádios e TVs de líderes religiosos que apoiam Jair Bolsonaro. Segundo levantamento da Agência Pública, o governo pagou com verba pública ações publicitárias em cinco veículos ligados a pastores de igrejas evangélicas que se reuniram com o presidente no início de junho, em Brasília. Na ocasião, os líderes se encontraram com Bolsonaro para “interceder pela nação e levantar um clamor pelo Brasil”, como afirmou Silas Malafaia, um dos organizadores do encontro.

Segundo a reportagem apurou, o valor gasto pela Secom em campanhas nesses veículos equivale a quase 10% de tudo que a secretaria desembolsou desde o início do governo Bolsonaro. Na semana passada, ela foi incorporada ao Ministério das Comunicações, recriado pelo presidente.

Parte do valor gasto cobre os custos das agências de comunicação contratadas pelo governo para desenvolver as campanhas, mas a maioria vai para as próprias redes de TV e rádio, como anúncio publicitário. Segundo a apuração, dos mais de R$ 30 milhões contratados pela Secom, R$ 25,5 milhões foram pagos aos veículos. Os valores apurados se referem ao período de janeiro de 2019 a maio de 2020.

Gastos da Secom em emissoras de pastores da “Comitiva de Bolsonaro”

Universal do Reino de Deus 

TV Record – R$ 28,6 milhões

Record News – R$ 1 milhão

Rádio Guaíba – R$ 22 mil

Sara Nossa Terra

Fundação Sara Nossa Terra – R$ 741 mil

Assembleia de Deus

Rede Boas Novas – 472 mil

Renascer em Cristo

Fundação Evangélica Trindade R$ 402 mil

Igreja Internacional da Graça

Nossa TV – R$ 1,5 mil

A maior parte do valor pago pela Secom foi para campanhas na rádio e TV Record, controlada pelo bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus. A secretaria pagou mais de R$ 28 milhões para campanhas publicitárias veiculadas na rádio e TV da emissora e na Record News. Desse total, R$ 25,1 milhões foram pagos diretamente aos veículos para custear os anúncios publicitários. O bispo Eduardo Bravo representou Edir Macedo na comitiva que esteve com Bolsonaro no dia 5.

A Secom pagou também cerca de R$ 30 mil em campanhas em emissoras afiliadas à Record. A TV Pajuçara, afiliada em Alagoas, recebeu R$ 12 mil.

Segundo a reportagem apurou, a maioria da verba pública gasta na Record foi para promover a reforma da Previdência. O governo contratou cerca de R$ 11 milhões em ações apenas na emissora de Edir Macedo, cerca de 15% de tudo que a Secom gastou para promover a reforma. A campanha é a mais cara já realizada desde a posse de Bolsonaro, com mais de R$ 70 milhões contratados ao todo.

Além de promover as mudanças na aposentadoria dos brasileiros, a Secom usou verba pública na Record para veicular campanhas de prestação de contas do governo, sobre segurança pública, no combate à violência contra a mulher e ações para divulgar uma imagem favorável do governo federal, como a “Agenda Positiva”. A reportagem encontrou mais mais de R$ 700 mil gastos pela Secom para veicular a campanha na Record, cerca de 12% de tudo que a secretaria já contratou para a ação, feita para mostrar “como cada ato do governo beneficia diretamente o cidadão e faz mudar seu dia a dia para melhor”. A Pública havia revelado que o governo já gastou R$ 14,5 milhões com a Agenda Positiva e manteve gastos milionários mesmo durante a pandemia do novo coronavírus.

A reportagem encontrou R$ 510 mil gastos na campanha “Dia da Amazônia” apenas em veiculações na Record. A ação foi anunciada em setembro de 2019, após críticas internacionais sobre queimadas na floresta amazônica. Segundo o governo, a campanha, que já custa mais de R$ 3,1 milhões, serve para reafirmar “soberania do Brasil em relação ao território” e “mostrar como o Brasil defende e conserva o bioma”.