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Doença da ganância: Planos de saúde lucram 15 bi nos 3 trimestres de 2020, 66% a mais que em igual período de 2019

Saqueadores e bandoleiros surgem nos momentos mais dramáticos da história da humanidade.

Não é diferente com os planos de saúde durante a pandemia de Covid-19.

O Bradesco saúde não perderia a chance de lucrar muito além dos juros que cobram de seus clientes, chega a ultrapassar a medida do pornográfico com taxas que chegam em média a 400%.

Saúde, saúde, negócios à parte. Este é o lema da ganância doentia da pandemia do capitalismo ultra selvagem.

Se para os civilizados é inexplicável tal ganância que lucra com a dor dos outros, a ambição nesse mundo é fator primeiro para se acumular fortunas.

Para os teóricos do mundo animal do capitalismo, a ganância é o grande combustível dos negócios.

Por isso, o lucro dos planos de saúde cresce durante a pandemia, apesar da crise econômica e do desemprego. A pandemia de coronavírus significou para a sociedade um momento trágico e mais dinheiro em caixa para as operadoras de planos de saúde.

Resumindo, é a desgraça da grande maioria para a riqueza da minoria.

*Da redação

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A frase de Bolsonaro “Não dou bola pra isso”, sobre o atraso do Brasil na vacinação, diz muito da elite brasileira

O jornalista internacional, Jamil Chade, deu uma ótima entrevista ao site Brasil 247, em que narra que a imagem do Brasil, que já havia sido jogada no chão após o golpe em Dilma, está estraçalhada perante os organismos internacionais, mas também perante toda a comunidade mundial, inclusive chefes de Estado de países civilizados.

A selvageria de Bolsonaro fez da imagem do Brasil um país de milícias, com militares protegendo esquadrões da morte, como na ditadura, porque seguem de pijamas sonhando com 1964, pensando no mundo da guerra fria.

Mas esse bando de generais senis não chegou sozinho ao poder. A burguesia brasileira, mas sobretudo a elite paulista, que controla o grosso da economia brasileira é, certamente, a mais provinciana do mundo. E se ela não consegue integração com o próprio universo que a cerca, em São Paulo, que tem uma imensa diversidade étnica, social e cultural, imagina se teria com o Brasil ou com o mundo.

A elite paulista é, com certeza, o núcleo provinciano mais resiliente do Brasil, mais inculto e mais totalmente incapaz de enxergar o mundo a um palmo do seu nariz.

Bolsonaro representa a raiva que essa elite tem do mundo que a cerca, da São Paulo real que avança sobre esse feudo de cartola e casaca empoeirados, absolutamente decadente cultural e intelectualmente.

É um caso a ser estudado. Por isso a frase de Bolsonaro “Ninguém me pressiona pra nada, eu não dou bola pra isso”, sobre o atraso da vacinação no Brasil, um país que sempre foi vanguarda, reconhecido pelo mundo, em termos de vacinação, voltou ao século XIX, em que a aristocracia cafeeira de São Paulo nasceu e ali enterrou seu umbigo, seu cérebro e a própria capacidade de entender o mundo a partir dele e não de um burgo representado pelos bairros chiques de São Paulo.

É essa gente que apoiou Bolsonaro e ainda o segura, por dois motivos, por ser paulista num bairrismo pra lá de provinciano em pleno século XXI e pelo discurso violento contra os pobres, negros, índios, mulheres, homossexuais, já que essa mesma elite se confunde com o patriarcado mais bronco num país que tem arraigado em sua cultura um machismo extremamente violento.

Bolsonaro encarna tudo isso, os PMs assassinos que invadem favelas e provocam chacinas e, hoje, contam os feitos em redes sociais incitando a barbárie, soa como sinfonia para essa elite medieval na Sala São Paulo.

Não há qualquer noção de geopolítica global no mundo dessa gente. Na cabeça dela nada existe além de um balcão de compra e venda em uma cidade que, por mais grandiosa que seja, não passa de entreposto de um grande camelódromo que vive quase que exclusivamente de bugigangas chinesas, já que o pensamento e o desenvolvimento industrial que marcou a metrópole, hoje, nem existe mais.

Há aí um casamento perfeito entre essa elite quatrocentona e os herdeiros da ditadura que trocaram o pijama por um terno e que, no passado, no período de chumbo fez grandes parcerias.

Por isso, a frase tosca de Bolsonaro e o apoio canino de uma elite que é o próprio espelho do psicopata que governa o Brasil.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Desmatamento e agressividade ideológica cobrarão preço alto do Brasil

A degradação ambiental e a cruzada ideológica do governo brasileiro, responsáveis por inúmeras tensões internacionais em 2020, deverão impactar de maneira ainda mais significativa a economia do Brasil em 2021, acredita economista ouvido pela Sputnik.

O ano que se encerra foi marcado por muitas trocas de farpas e declarações nada amistosas entre o governo brasileiro e parceiros importantes como a China, membros da União Europeia e o presidente eleito dos Estados Unidos, gerando preocupações sobre as consequências dessas polêmicas para o Brasil.

Ao longo de 2020, esses embates variaram principalmente entre conflitos ideológicos e diferenças de visão sobre a questão ambiental, sem dúvidas, um dos pontos mais sensíveis para a política externa. Considerando as muitas perdas sofridas pelo Brasil e pelo mundo por conta da pandemia da COVID-19 e a necessidade de uma sólida recuperação em 2021, que impactos esses imbróglios poderão ter sobre a economia brasileira no próximo ano?

Para o economista Fábio Sobral, professor da Universidade Federal do Ceará, as polêmicas iniciadas sobretudo pelo grupo mais próximo do presidente Jair Bolsonaro — quando não por ele mesmo — não apenas têm o potencial de provocar revezes para o Brasil como já estão provocando.

Em entrevista à Sputnik Brasil, o especialista cita as recentes decisões da China de aumentar a importação de soja da Argentina e de comprar também da Tanzânia como uma estratégia para reduzir a dependência da soja brasileira, já pensando na possibilidade de as constantes tensões políticas provocadas em Brasília atrapalharem o fornecimento de matéria-prima para o mercado chinês.

“Também do ponto de vista da carne, ela tem investido para uma maciça produção de carne suína na Argentina, no norte da Argentina, com a construção de imensas fazendas de criação de porcos, de suínos. Então, na agropecuária, nós podemos esperar uma concorrência intensa com a soja brasileira e com a carne brasileira. E esses investimentos que poderiam ter vindo para a agropecuária brasileira se dirigem para outras regiões.”

Além da agropecuária, Sobral aponta que Pequim também faz movimentos para fortalecer parcerias com outros países no setor industrial. E, muito provavelmente por conta dos sinais de instabilidade na relação bilateral enviados pelo governo brasileiro, o Brasil está sendo colocado um pouco de lado nessa nova onda de investimentos chineses.

Fora a China, preocupa também o futuro dos laços brasileiros com a União Europeia e com os Estados Unidos de Joe Biden, cuja vitória na eleição presidencial americana gerou incômodos visíveis em Brasília, a ponto de Bolsonaro ser o último a parabenizá-lo entre os líderes do G20.

No caso europeu, já há um boicote, como destaca o professor, à soja brasileira não certificada, que deve ser estendido também para a certificada, uma vez que a UE se prepara para adotar uma postura cada vez mais rígida em relação ao aumento do desmatamento no Brasil. No que diz respeito aos EUA, levando em conta as posições adotadas por Biden, a expectativa é a de que o governo americano promova grandes pressões políticas sobre a administração Bolsonaro para que esta possa se adequar às tendências de combate à degradação ambiental.

“O tema ambiental é um dos que mais afeta para a área da União Europeia e dos Estados Unidos. Então, é uma área significativa. Mas, para a China, o que mais afeta é a forma agressiva com que o governo Bolsonaro tem se inserido naquele país, naquele parceiro comercial.”

Em resumo, de acordo com o especialista, o Brasil deverá sofrer com pressões internacionais a partir de dois motivos distintos:

“O da área ambiental, o outro por uma escolha ideológica do governo em parecer medieval ou então retornar aos tempos da Guerra Fria como se o Brasil pudesse ser um ator decisivo e determinante nas pressões sobre a China”, avalia o economista.

Para uma economia que sofre com a desaceleração, o desemprego e com muitas incertezas, é relevante, segundo Sobral, não apenas o que o Brasil pode perder por suas escolhas equivocadas mas, principalmente, o que pode deixar de ganhar.

“Então, nós deixamos de ganhar investimento, mais adiante, nós deixaremos de ter acesso a mercados e, o pior, isso será, mesmo que o governo Bolsonaro saia, difícil de ser revertido no curto prazo.”

 

*Do Sputnik

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Vídeo: Jamil Chade: “A imagem do Brasil está destruída”

“O Brasil também sai de uma diplomacia progressista, que buscava ampliar direitos, para uma diplomacia reacionária”, alertou o jornalista Jamil Chade, que há décadas cobre o Itamaraty. Em entrevista à TV 247, Chade destaca que a imagem do Brasil sob Bolsonaro já era “extremamente negativa” com a Amazônia e ficou ainda pior com o descaso ante a pandemia. “Brasil virou um país a ser evitado”.

“A imagem do Brasil está destruída”. Esse é o alerta do jornalista Jamil Chade, que há 20 anos mora em Genebra, Suíça, e tornou-se um especialista em questões referentes à Organização das Nações Unidas (ONU) e à diplomacia brasileira. Em entrevista concedida à TV 247, ele disse que “o Brasil deixou de ser o país do diálogo” com o Itamaraty nas mãos de Jair Bolsonaro e Ernesto Araújo.

“O governo Bolsonaro estabelece um antes e um depois na política externa. O Brasil nunca havia declarado uma aliança a um governo, como fez com Trump. Brasil também sai de uma diplomacia progressista, que buscava ampliar direitos, para uma diplomacia reacionária”, expôs o jornalista.

Chade afirmou também que “o mundo não conhecia os absurdos que Bolsonaro dizia”. “A imagem se torna extremamente negativa com a Amazônia e fica ainda pior com a pandemia.O Brasil virou um país a ser evitado”, completou.

Histórico recente da diplomacia brasileira

O jornalista fez um breve balanço dos papéis dos governos anteriores frente ao Itamaraty. Segundo ele, “houve coerência na política externa dos governos FHC, Lula e Dilma. O objetivo era fortalecer a posição do Brasil” e que “o ativo brasileiro era o diálogo”.

“FHC reinseriu o Brasil em vários tratados. Lula deu mais protagonismo ao Brasil e Dilma representou continuidade. O abalo vem a partir do governo Temer, mas até ele tinha como regra o diálogo”, concluiu o jornalista.

Assista:

 

*Do 247

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De mãos vazias, Bolsonaro faz pronunciamento à nação sem mostrar um feito sequer em 2 anos de governo

Independente de sua política genocida durante a pandemia, o que coloca o Brasil em 2º lugar em números absolutos de morte por Covid, o governo Bolsonaro não tem o que mostrar, mas o que esconder depois de 2 anos de um governo débil economicamente, flácido de ideias, sem força moral para propor alguma coisa útil para o povo e, sobretudo, franzino em seu caráter institucional.

O Brasil é governado por um tolo, um fraco, sem qualquer empenho no comando do país.

O Brasil nunca se viu tão desanimado, instável e débil.

Não é uma questão de mudança de direção, é falta de direção, que fará padrão, essa palavra que significa um mínimo de civilidade.

As pessoas ainda não entenderam que o Brasil está totalmente à deriva sendo escorado pelos interesses e normas do mercado e pela burocracia do Estado.

Ou seja, temos uma administração fraudulenta até para um padrão de administração de condomínio.

O governo Bolsonaro não é uma crise permanente por acidente. É projeto de quem não tem a mínima ideia de como se governa um país.

Mas nada disso é novidade. Todos sabiam de sua total incapacidade por ter atuado 28 anos no legislativo sem apresentar um único projeto sequer de sua autoria.

O camarada é um nulo, um inútil convicto.

Bolsonaro só disse bobagens em cadeia de rádio e televisão e, na contramão dos discursos de outros líderes mundiais, ele não citou o distanciamento social nem a vacinação, dizendo que o Brasil é referência mundial de combate à Covid.

É um cínico? É. Mas o que ele falaria em seu pronunciamento?

Não se trata de um idiota que não pensa antes de agir. É um idiota apoplético, que vive vermelho de cólera, exaltado e furioso porque tem uma família de criminosos.

Sobre governar o país, ele não sabe aonde começa a cabeça e termina o rabo do bicho.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Bolsonaro esvazia comissão contra trabalho infantil

Decreto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) recriou a Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil (Conaeti), que ele extinguira em 2019, mas excluiu a participação de entidades nacionais, internacionais e da sociedade civil.

Segundo o decreto, de 14 de dezembro, a Conaeti passa a ser uma comissão tripartite, com seis representantes do governo, seis de confederações empresariais e seis de centrais sindicais.

Os representantes do governo serão dos ministérios da Economia; da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; da Educação; da Cidadania; da Saúde e da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

O texto diz ainda que poderão ser convidados até seis especialistas representantes de outros órgãos, entidades ou organismos internacionais para participarem das reuniões, mas eles não terão direito a voto —na prática, atuarão como observadores.

mbros plenos, com direito a voz e voto, as entidades tinham papel na elaboração, coordenação e avaliação de ações e no monitoramento do Plano Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil.

“Houve um retrocesso social muito grande”, afirmou a procuradora Ana Maria Villa Real, coordenadora nacional da Coordenadoria Nacional de Combate à Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente (Coordinfância).

“Sem desmerecer a importância das entidades sindicais, a especificidade da defesa e da promoção dos direitos da criança e do adolescente transcende os interesses que são inerentes às lutas classistas, travadas tradicionalmente entre os sindicais laborais e patronais.”

Desde que a comissão foi extinta, em abril de 2019, até agora, o plano nacional ficou paralisado, diz a procuradora. Nisso, segundo ela, o governo brasileiro descumpriu o artigo 227 da Constituição Federal, que dá prioridade absoluta aos direitos da criança e do adolescente, além das convenções 138 e 182 da OIT, que estabelece a idade mínima do trabalho e proíbe as piores formas de trabalho infantil, respectivamente.

Chamou a atenção ainda o fato de o decreto ter sido publicado às vésperas da virada para 2021 –designado pela ONU como Ano Internacional para a Eliminação do Trabalho Infantil, com vistas a erradicação de todas as formas de trabalho infantil em 2025.

“Essa demora [na recriação da comissão] distanciou o Brasil do alcance dessa meta e também sinalizou que a prevenção e a erradicação do trabalho infantil não são prioridade do Estado brasileiro.”

Segundo o IBGE, de 2016 a 2019, caiu de 2,125 milhões para 1,768 milhão o contingente de 5 a 17 anos no trabalho infantil, uma redução de 357 mil crianças e adolescentes. Ainda são 706 mil os submetidos às piores formas de trabalho.

“O cumprimento da meta [de 2025] torna-se ainda mais improvável devido ao agravamento da crise socioeconômica por causa da pandemia de Covid, pela desestruturação de políticas públicas de prevenção e erradicação do trabalho infantil e da ausência de apoio às famílias em situação vulnerável e pela redução dos recursos financeiros para as ações de fiscalização do trabalho pelo governo federal”, disse Isa Oliveira, secretária executiva do Fnpeti em nota.

“Os efeitos sobre o atual contexto devem ser captados pelas pesquisas de 2020 e 2021.”

“É alarmante, preocupante”, afirmou Carlos Silva, vice-presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait), categoria responsável pela fiscalização do trabalho infantil. “Esse cenário de adversidades tão agigantado pela pandemia vai exigir uma resposta de maior articulação do governo brasileiro.”

“É preciso que tenhamos um sistema de fiscalização forte e que existam sistemas e políticas públicas de prevenção, e isso só funciona quando é articulado com todos os representantes de todos os níveis da federação.”

“Essa nova formação da comissão é governista e corporativista, o que compromete o cumprimento das atribuições do órgão. É notório que o governo Bolsonaro não tem interesse na erradicação da exploração do trabalho infantil; o próprio presidente deu declarações em defesa”, afirmou o advogado Ariel de Castro Alves, especialista em direitos da infância e juventude.

Esta não é a primeira mudança em políticas voltadas à criança e ao adolescente do governo Bolsonaro.

Em setembro, o governo recriou a Comissão Intersetorial de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, que ele tinha extinto em 2019, mas retirou suas principais atribuições.

A comissão deixou de ter papel de articulação de políticas públicas para tornar-se órgão de consulta e estudos. Outro retrocesso foi a omissão, em relatório do Disque Direitos Humanos, do encaminhamento dado e das respostas recebidas a denúncias de violações, apontada por reportagem da Folha.

Em nota, o Ministério da Economia afirmou que o enfrentamento adequado ao trabalho infantil “só pode ser alcançado através da ação integrada de diversos órgãos de governo dos mais diferentes níveis (federal, estadual e municipal) e setores (trabalho, educação, assistência social, saúde, entre outros); do sistema de garantia de direitos; de entidades da sociedade civil; do Ministério Público; com apoio, inclusive, de organismos internacionais”.

Mas não explicou por que esses órgãos passaram a ter caráter consultivo, afirmando, por outro lado, que o “tripartismo é a principal forma de diálogo social, princípio fundador da OIT”.

Disse ainda que pediu para as entidades que indiquem especialistas.

 

*Carolina Vila-Nova/Folha

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Justiça Federal impõe mais uma derrota à Lava Jato

A Justiça Federal do Distrito Federal rejeitou a denúncia que a Operação Lava Jato fez contra os ex-ministros Antônio Palocci e Guido Mantega, acusados de terem recebido propina da empreiteira Odebrecht para aprovar medidas provisórias no Congresso Nacional.

Os ex-ministros foram denunciados por corrupção passiva, ativa e lavagem de dinheiro com base no depoimento de delação premiada do empresário Marcelo Odebrecht.

Para o juiz Marcus Vinicius Reis Bastos, da 12ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal, a denúncia apresentada não apresentava elementos que justificassem a abertura de uma ação penal. As informações foram publicadas nesta quarta-feira (23) pelo portal G1.

“A extensa peça acusatória original, cuja narrativa transita no limite tênue da inépcia por não descrever, objetivamente, todas as circunstâncias dos fatos ilícitos, como exige o Código de Processo Penal, imputa aos demais denunciados condutas atípicas e desprovidas de elementos mínimos que lhe deem verossimilhança”, escreveu.

O Ministério Público Federal (MPF) afirmou que, entre 2008 e 2010, Marcelo Odebrecht, Antônio Palocci e Guido Mantega negociaram medidas para permitir a solução de questões tributárias da empreiteira.

Reis Bastos disse que os elementos repassados pelos delatores não poderiam ter sido interpretados como provas.

“Anoto que mensagens eletrônicas trocadas entre os réus colaboradores, bem como planilhas de controle financeiro elaboradas e alimentadas com dados por estes fornecidos equivalem às declarações que prestaram em termo de colaboração, porquanto inoficiosas e produzidas unilateralmente”, afirmou.

O juiz determinou ainda a suspensão do processo dos delatores Marcelo Odebrecht, João Santana e Mônica Moura.

 

*Com informações do Sputnik

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Desembargador confronta STJ e não expede alvará de soltura de Crivella

Joaquim Domingos de Almeida Neto, do TJ-RJ, proferiu despacho dizendo que não caberia a ele tomar providências para libertar o prefeito Marcelo Crivella e que enviaria o processo para a relatora, a desembargadora Rosa Helena Macedo, tomar as providências necessárias.

Lamentavelmente, o Rio parece viver uma perigosa e inaceitável queda de braço entre as instâncias do Poder Judiciário, com risco ao estado democrático de direito. Apesar de o presidente do STJ, ministro Humberto Martins, ter mandado soltar o prefeito Marcelo Crivella, transferindo-o para a prisão domiciliar, o desembargador plantonista do Tribunal de Justiça do Rio, Joaquim Domingos de Almeida Neto, decidiu nesta quarta-feira não expedir o alvará de soltura .

Ao receber nesta manhã a ordem do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para enviar Crivella à prisão domiciliar, Joaquim Domingos de Almeida Neto proferiu um despacho às 9h47 dizendo que não caberia a ele tomar providências e que enviaria o processo para a relatora, a desembargadora Rosa Helena Macedo, tomar as providências necessárias. Com isso, o prefeito do Rio permanece preso, apesar de o presidente do STJ ter determinado sua saída da prisão.

 

*Do Agenda do Poder

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Mesmo a República de Curitiba desmoralizada, Lava Mídia não larga o osso

Bretas, o Moro carioca, levou uma espinafrada do desembargador Antonio Ivan Athié pelo bloqueio de bens aceito por Bretas contra Moreira Franco. O desembargador deu um recado claro a todo o sistema transformado em modus operandi dos lavajatistas e escreve:

“Preocupante e perigosa é a efetivação dessa desejada “asfixia financeira””, mormente quando, a pretexto de combater uma suposta organização criminosa, a acusação elege um inimigo público para personificá-la”

E segue espinafrando o papel xerox de Moro, Marcelo Bretas:

“Delação premiada não é suficiente para bloquear bens”, e assim Athié detonou a decisão do mais provinciano, mais deslumbrado, mais ridiculamente exibicionista juiz e celebridade da Lava Jato, Marcelo Bretas.

O desembargador associou esse caso à escola básica construído com adesão maciça da imprensa massiva, e continuou “muitas pessoas são influenciadas por formadores de opinião, incluindo juízes”.

Lógico que esse fato não está na grande mídia. A Globo sequer toma conhecimento, pois não quer promover a própria desmoralização, já que nunca a Lava Jato se pautou por provas ou pelos autos, mas pelo impacto das manchetes, como é comum em esquemas lawfare em que constrói-se argumentos pífios com ares, imagens e sons de suspense para embotar os olhos de uma parcela da sociedade e agradar a outra, a vampiresca que vive à caça de sangue, como quem busca curar as feridas de suas próprias frustrações através da dor do outro, não importando se culpado ou inocente.

Tudo isso a mídia brasileira sabe, e os programas mundo cão estão aí para provar que esse receituário tem demanda de doentes suficientemente forte para consumo de histórias da dor alheia.

O que a mídia não consegue ver quando sustenta uma mentira, da qual ela é a principal protagonista, é que, com o fracasso do governo Bolsonaro, que já colhe amargos frutos nas eleições para prefeitos, sobraria Moro para a direita trabalhar e fazer com que os bolsonaristas metabolizassem o ex-herói de Curitiba que se transformou em traidor número um do mito.

Por isso, a mídia, mas sobretudo a Globo, não aceita jogar terra no único osso que lhe sobrou, o que não deixa de ser revelador, principalmente se pararmos para pensar que todos os dias os já carcomidos comentários da grande mídia são o de que a esquerda acabou, o que, na verdade, na vida concreta, é absolutamente o inverso, ainda mais com o mundo desabando na cabeça de Bolsonaro em 2021, como já prevê até a mídia internacional.

Então, não sobra mesmo nada para a Globo, a não ser se agarrar no vestido da noiva curitibana e abolir qualquer crítica, qualquer reflexão sobre a maior farsa jurídica midiática da história do Brasil.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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MP: Esquema do ‘QG da propina’ de Crivella rendeu R$ 53 milhões

Na denúncia apresentada à Justiça, o Ministério Público do Rio apontou que o esquema do “QG da Propina” arrecadou mais de R$ 53 milhões durante o mandato do prefeito Marcelo Crivella (Republicanos). Os pagamentos, ainda segundo o MP, eram feitos de modo pulverizado para mais de 20 empresas de fachada, em nome de laranjas, criadas pelo grupo de Crivella, e somavam de R$ 1,5 milhão a R$ 2 milhões por mês.

Em coletiva de imprensa, investigadores do MP e da Polícia Civil negaram haver motivação política e justificaram a necessidade de prisão preventiva do prefeito afirmando que o esquema continuou mesmo após início das investigações. “Essa organização criminosa prosseguiu mesmo após duas operações de busca e apreensão, mesmo sabendo que a investigação estava em curso. Nem assim as atividades cessaram”, disse o subprocurador-geral de Justiça Ricardo Martins. Outro motivo foi a iminência de alteração do foro da investigação em janeiro, quando Crivella deixaria a prefeitura.

As investigações começaram a partir da delação do doleiro Sérgio Mizrahy, que relatou como funcionava o “QG da Propina” dentro da prefeitura carioca. No esquema supostamente comandado pelo prefeito, o operador Rafael Alves, que não era nomeado mas despachava na prefeitura, aliciava empresas que queriam firmar contratos com o governo ou precisavam receber restos a pagar por serviços prestados. Para poderem furar a fila, elas pagavam um porcentual de 3% a 5% – em propina – sobre os valores.

Segundo a desembargadora Rosa Helena Penna Macedo, que autorizou a prisão de Crivella e de outras seis pessoas, o prefeito “(…) não só anuía com os esquemas criminosos, mas deles também participava, chegando, inclusive, a assinar pessoalmente documentos a fim de viabilizar os negócios do grupo criminoso”.

O MP apontou envolvimento de servidores, empresários e “laranjas” que “interfeririam nas tomadas de decisão, agilizando pagamentos a empresas específicas e interferindo nos processos de licitação para beneficiar empresas que consentiam em pagar propinas a agentes públicos, como o homem de confiança do prefeito Marcelo Crivella, Rafael Alves, que, por sua vez, contava com o doleiro Sérgio Mizrahy para ‘branquear os valores recebidos'”.

Segundo a juíza, o delator apontou o pagamento de propina a Crivella. “Relatou ainda o colaborador Sérgio Mizrahy que Rafael Alves cobrava propina para autorizar o pagamento de faturas atrasadas a empresas credoras, destinando o porcentual de 20% a 30% a Marcelo Alves, seu irmão, então presidente da Riotur, e outro porcentual ao prefeito Marcelo Crivella.”

De acordo com os investigadores, a lavagem de dinheiro funcionava por meio de empresas de fachada. O MP e a Polícia Civil afirmam que só a “Assim Saúde”, contratada para gerir o plano de saúde dos servidores do município, corresponde a R$ 45 milhões do esquema. O contrato, no valor total de R$ 210 milhões, durou um ano na administração Crivella e foi renovado por mais 24 meses por causa dos pagamentos ilegais, segundo os promotores. No caso da Assim, foram criadas outras firmas que prestavam, em tese, consultorias para justificar a movimentação financeira.
Universal

Perguntados sobre a possível participação da Igreja Universal do Reino de Deus no esquema – uma vez que Crivella é bispo licenciado da igreja, e a agremiação é citada no processo -, os promotores afirmaram haver indícios, mas ponderam que é cedo para confirmar.

“Ela foi citada pelo Coaf em relatórios de movimentação financeira por valores exorbitantes. Em razão das movimentações atípicas e de mensagens do próprio Rafael Alves, que dizia que podia acabar com o governo e com a igreja. Essas informações juntas indicam que a Universal era usada no esquema. Mas a questão da lavagem de forma mais completa é um dos desdobramentos que vai decorrer dessa investigação”, apontou o promotor Fabio Miguel.

 

*Com informações do Estadão

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