Quando noticiamos que a motociata do presidente Jair Bolsonaro tinha reunido pouco mais de 5 mil, muitos criticaram e apontaram número maior.
Agora, com auxílio de um software, internautas conseguiram fazer a contagem desde o início do ato e mostram que a motociata reuniu por volta de 6.253 motos.
A partir de uma tecnologia que faz a contagem por cores e quadrados, foi possível levantar o número exato de quantas motos participaram do passeio de moto de presidente Bolsonaro realizado no último sábado (12).
Segundo a tecnologia usada, o primeiro bloco, que acompanhava o presidente Bolsonaro era composto por 43 motos.
Por sua vez, o segundo bloco é composto por 300 motos, depois seguido de 200 e assim sucessivamente o software, a partir da identificação por cores e quadrado vai quantificando o número de motos que estiveram presentes no ato crava: 6.253.
Taxa dos eleitores paulistas que consideram o seu governo ruim ou péssimo saltou de 42,1% no início de maio para 47,8% em junho, segundo o Paraná Pesquisas.
A desaprovação ao governo Jair Bolsonaro cresceu quase cinco pontos no Estado de São Paulo em pouco mais de um mês, segundo levantamentos feitos pelo instituto Paraná Pesquisas.
No período, a aprovação da gestão caiu de 45,6% para 40,1%, enquanto a de desaprovação subiu de 49,4% para 54,7%. O primeiro levantamento foi feito entre 28 de abril e 1º de maio, enquanto o segundo foi realizado entre os dias 7 e 10 de junho.
Quando questionado sobre como avaliam o governo, a taxa de ruim/péssimo subiu de 42,1% para 47,8%, enquanto a de ótimo/bom oscilou de 33,8% para 30,9% — o índice dos que consideram regular foi de 22,7% para 20,2% (veja quadros abaixo).
Na pesquisa mais recente, a desaprovação a Bolsonaro chega a 68,1% entre os jovens de 16 a 24 anos – ela também é alta entre as mulheres (63,1%) e entre os moradores da região metropolitana de São Paulo (62,2%).
Já as maiores aprovações se dão entre os homens (50,3%), entre os moradores do interior e litoral (47,3%) e entre eleitores com ensino médio (43,4%).
Nos dois levantamentos, a margem de erro é de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos. Na pesquisa de junho, foram ouvidos 1.818 eleitores em 84 municípios paulistas.
No último sábado, 12 de junho, Bolsonaro realizou um passeio de motocicleta com simpatizantes no estado — o percurso saiu do sambódromo, seguiu até a cidade de Jundiaí e terminou no Ibirapuera.
O ex-secretário de Saúde do Amazonas Marcellus Campêlo afirmou hoje, em depoimento à CPI da Covid, que discutiu com a servidora Mayra Pinheiro, a “capitã cloroquina”, o chamado “tratamento precoce” —termo que o governo federal utiliza para se referir ao estímulo a medicamentos sem eficácia no tratamento dos sintomas do coronavírus.
O incentivo do governo Jair Bolsonaro a remédios como cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina é um dos pontos de interesse da CPI, no Senado Federal. Os parlamentares apuram se houve erro do Executivo federal, por ação ou omissão, na condução de políticas públicas de enfrentamento à pandemia.
Segundo Campêlo, o primeiro encontro com Mayra, que exerce a função de secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, ocorreu em 4 de janeiro.
À época, Manaus já vivia um cenário de agravamento da pandemia, com escalada da demanda por respiradores e escassez na oferta de oxigênio. Dias depois, a rede de saúde da capital amazonense entraria em colapso.
“Em 4 de janeiro, recebemos a secretária Mayra Pinheiro. Estivemos juntos com o governador e com a presença da imprensa. Vimos uma ênfase da doutora Mayra Pinheiro em relação ao tratamento precoce e relatando um novo sistema que poderia ser utilizado e que seria apresentado oportunamente, o TrateCov”, disse ele à CPI da Covid.
No começo do ano, o estado do Amazonas foi acometido por uma intensa aceleração dos efeitos da pandemia, falta de acesso a oxigênio medicinal e desabastecimento de insumos hospitalares. Reportagem do UOL mostrou hoje que o Ministério da Saúde sabia da escassez de respiradores no Amazonas desde 18 de dezembro, um mês antes da crise se instalar no estado. A primeira equipe da pasta, entretanto, foi ao estado apenas em 4 de janeiro.
Segundo documento enviado pelo Ministério da Saúde aos senadores da CPI, a equipe foi enviada para fazer um “diagnóstico situacional de saúde e apoio emergencial”.
O material detalha, em ordem cronológica, as ações da pasta realizadas in loco a partir de 4 de janeiro. O expediente operacional só teve início, de fato, em 8 de janeiro, após quatro dias de “diagnóstico”.
Na parte do relatório referente a 10 de janeiro consta que a “prioridade zero nos serviços no dia de hoje” era “o suprimento de oxigênio e balas de O2 para os hospitais, SPA, UPAS do estado do Amazonas”, entre outras atividades.
Em depoimento à CPI, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello afirmou ter tomado conhecimento do desabastecimento de oxigênio hospitalar somente em 10 de janeiro. Já Mayra Pinheiro, servidora do ministério conhecida como “capitã cloroquina”, disse à comissão que
Pazuello teria sido informado do problema dois dias antes, em 8 de janeiro, diz Campêlo
O ex-secretário de Saúde do Amazonas disse ter procurado Pazuello do colapso provocado pelo agravamento da covid-19 em Manaus. Na versão dele, logo no primeiro contato, o estado solicitou apoio logístico para levar cilindros de oxigênio de Belém (PA) à capital amazonense.
“Fiz uma ligação ao ministro Pazuello no dia 7 de janeiro por telefone explicando a necessidade de apoio logístico para trazer oxigênio de Belém a Manaus, a pedido da White Martins [fornecedora dos cilindros]. A partir daí, fizemos contato com o Comando Militar da Amazônia, por orientação do ministro, para fazer esse trabalho logístico”, disse Campêlo à CPI.
“Não houve resposta, que eu saiba”, emendou ele.
Outros ofícios foram encaminhados ao ministério e a Pazuello nos dias 9, 11, 12 e 13 de janeiro com pedidos de apoio logístico. Dias depois, o estado sofreria com a falta de leitos para pacientes com covid-19 e o desabastecimento de insumos básicos. Pessoas morreram nos hospitais sem acesso a oxigênio.
Gustavo Veiga, Página 12 – A lupa chegou tarde demais às implicações danosas para o Brasil no Lava Jato e ao papel desempenhado pelo Departamento de Estado dos EUA. Proscrito e preso Lula, e Dilma Rousseff afastada, o ovo da serpente chocou o que já se sabe. A ascensão ao Planalto de um ex-militar que reivindica a ditadura, tortura e cujo governo negacionista multiplicou as consequências da trágica pandemia.
Agora, um grupo de 23 parlamentares democratas aguarda a resposta do procurador-geral dos Estados Unidos, Merrick Garland, para saber como a principal potência mundial se intrometeu na questão interna brasileira. O que parecia impossível com Donald Trump, aconteceu com Joe Biden. Mas isso não significa que os interesses e a estratégia da Casa Branca para o país presidido por Jair Bolsonaro tenham mudado.
Talvez mais detalhes secretos da interferência de Washington na mega causa da corrupção que explodiu em 2014 possam ser aprendidos.Alguns dados foram divulgados há muito tempo. Eles fazem parte da lei (lei e guerra, coisas pelo nome) que acabou com a hegemonia do PT em outubro de 2018 e permitiu que a ultradireita subisse ao poder.
O pedido de explicações ao procurador-geral Garland de representantes do Partido Democrata é um derivado da carta que 77 legisladores brasileiros enviaram aos seus homólogos norte-americanos em 2020. O The Nation, veículo progressista dos EUA, divulgou o pedido de colaboração entre parlamentares. Citando o grupo de 23 democratas, que inclui Alexandria Ocasio-Cortez de Nova York, Susan Wild da Pensilvânia, Ilhan Omar de Minnesota, Rashida Tlaib de Michigan, Raul Grijalva do Arizona e Jesús ‘Chuy’ García de Illinois, entre outros – observou que eles estão preocupados que “os recursos que deveriam ter sido destinados à grande legislação dos EUA dedicada ao combate à corrupção tenham sido mal utilizados”.
A carta para Garland foi assinada – além de representantes no Congresso – organizações trabalhistas dos Estados Unidos, como United Auto Workers, United Food and Commercial Workers e Retail, Wholesale and Department Store Union. Um sindicato automotivo, um sindicato alimentar e um sindicato de trabalhadores de grandes empresas como a Amazon. Todos exigiram na semana passada que as informações relativas à Secretaria de Estado e sua intervenção na Lava Jato sejam divulgadas.
Lawfare
As irregularidades do processo conduzido pelo ex-juiz e ex-ministro do atual governo, Sergio Moro, continuam sendo veiculadas. Embora ainda sem consequências importantes como as esperadas pela sociedade brasileira devido aos efeitos devastadores que a lei teve sobre sua democracia. A BBC News Brasil entrevistou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mendes, que apontou: se mais crimes cometidos pelo Judiciário na Lava Jato forem comprovados, mais sentenças cairiam, como a que prendeu e baniu o ex-presidente Lula.
Alguns fatos já são conhecidos e tiveram os Estados Unidos como protagonistas. Trabalho publicado na página do CELAG (Centro Geopolítico Estratégico da América Latina) pela cientista política argentina Silvina Romano em 28 de maio de 2017 aponta que “a judicialização da política tem objetivos materiais claros. Sem precisar examinar muito, percebe-se que a ‘árvore’ da corrupção parece estar cobrindo uma floresta: o desmantelamento da estrutura econômica brasileira”.
O objetivo assim traçado era muito mais do que investigar práticas de corrupção na multinacional brasileira Odebrecht. O texto do também pesquisador do CONICET é prolífico em antecedentes da guerra judiciária sofrida pelas principais lideranças do PT. Ele explica ainda que “parece claro que uma das motivações para a espionagem foi a Petrobras e o papel do Brasil no mercado mundial de hidrocarbonetos”.
A ex-presidente Dilma Rousseff foi espionada pela NSA (entidade subordinada à CIA) e, em 2013, seu ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, descreveu o incidente como “gravíssimo” e uma “clara violação da soberania brasileira”.
Um dos agentes do FBI que trabalhou lado a lado com a Polícia Federal brasileira e operadores judiciais naquele país a serviço do Departamento de Justiça dos Estados Unidos é Leslie Backschies. Citada pela Associated Press em março de 2019, ela disse sem corar: “Vimos presidentes destituídos no Brasil”. E também observou “muita atividade na América do Sul. Odebrecht, Petrobras… América do Sul é uma região onde vimos corrupção. Temos trabalhado muito lá”. Nada de novo, exceto o interesse unidirecional dos Estados Unidos na corrupção de governos que não seguem como um rebanho sua política hemisférica.
Durante a Lava Jato – para a qual foi designada em 2014 – a integrante do FBI conheceu a chamada República de Curitiba. Ela viajou para a capital catarinense com frequência semelhante à que Moro viajou para os Estados Unidos. Já em julho de 1998 e com apenas 25 anos, o ex-ministro estrela de Bolsonaro participava do Programa de Instrução para Advogados na Escola de Direito de Harvard. Desde então, ele nunca mais interrompeu suas viagens aos Estados Unidos. Em julho de 2016 e com a Lava Jato caçando corruptos, ele deu uma conferência em Washington sobre a importância da mídia no apoio às investigações criminais.
O resultado de Moro no gabinete do atual presidente brasileiro é conhecido. Por seus bons ofícios, Backschies foi premiada com um destino na cidade do sol, Miami. Desde 2019, ele chefia a Unidade Internacional de Corrupção (UCI) do FBI, que ficou famosa por Edgar Hoover, o chefe misógino e racista que o liderou por quase 40 anos.
A política contínua de interferência dos Estados Unidos na América Latina para fins comerciais tem um marco na Lei de Práticas de Corrupção no Exterior (FCPA) de 1977. É a ferramenta mais útil do Departamento de Justiça para sancionar outros estados quando os crimes econômicos são cometidos fora da jurisdição dos Estados Unidos É um dos precursores – depois outros foram acrescentados – na instalação do conceito de extraterritorialidade, tão exposto nas políticas de Washington em relação a Cuba e à Venezuela. Desde março de 2015, o FBI estendeu sua influência nas investigações de casos de corrupção além de suas fronteiras. A do Brasil foi uma paradigmática que hoje recupera o interesse pelo Capitólio. O pedido de esclarecimentos ao procurador-geral dos Estados Unidos chega tarde, mas pode seguir assombrando a Lava Jato.
O ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia se ofereceu para colaborar com o programa de governo e nas articulações da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva para a Presidência da República em 2022.
Os dois tiveram uma conversa fechada no Palácio da Cidade, sede da Prefeitura do Rio de Janeiro, na última sexta-feira (11), da qual também participaram o prefeito, Eduardo Paes (PSD), e a presidente do PT Gleisi Hoffman.
Maia foi expulso ontem do DEM após desentendimentos públicos com o presidente do partido, ACM Neto. Ele deve se filiar ao PSD que já abrigou Paes. Por ter sido expulso, o deputado federal não perde o mandato.
Na conversa de 20 minutos com Lula, Maia disse que poderia ajudar a fazer a interlocução de sua campanha com políticos e setores da sociedade que hoje rejeitam o PT, em razão do histórico de escândalos e problemas econômicos dos últimos anos de governo do partido. Também se ofereceu para organizar debates e discutir soluções para a crise provocada pela pandemia da Covid-19.
Aliados dizem que o ex-presidente considera o apoio estratégico para trazer o apoio de eleitores de centro, e vai trabalhar para incorporar Maia ao time. Especula-se, no entorno de Lula, que Maia deseje uma vaga de vice na chapa petista.
Por enquanto, porém, não há discussões a respeito, uma vez que o presidente do PSD, Gilberto Kassab, defende publicamente a candidatura do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, para o Palácio do Planalto.
Lula, por sua vez, procura um empresário para compor a chapa. Seu preferido é Josué Alencar, dono da Coteminas e filho do ex-vice de Lula, José Alencar, morto em 2011.
Depois da conversa a portas fechadas, Maia se juntou a secretários de Paes para participar do almoço que o prefeito do Rio ofereceu a Lula e sua comitiva. Não houve registro fotográfico e nem declarações públicas dos dois a respeito do encontro. Procurado, Maia também não comentou a conversa com Lula.
Até as 19h desta segunda-feira (14), os organizadores confirmaram a realização das manifestações contra Bolsonaro em 180 cidades do Brasil e do exterior no sábado, o 19J. De manhã, eram 74 confirmadas. O número deve aumentar aceleradamente durante a semana. São três as bandeiras dos atos: Fora Bolsonaro, vacinação imediata e auxílio emergencial de R$ 600. O Brasil 247 está acompanhando passo a passo a organização dos protestos e a TV 247 irá acompanhar ao vivo no sábado. Confira abaixo se já está confirmada a manifestação da sua cidade.
Para participar das manifestações será obrigatório o uso de máscara, álcool gel e manutenção do distanciamento social.
A Central de Mídia das Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo confirmou a lista das manifestações já confirmadas:
Norte AC – Rio Branco – Passeata Gameleira até o Palácio Rio Branco | 15h AM – Manaus – Passeata Praça da Saudade | 15h AP – Macapá – Praça da Bandeira | 16h PA – Belém – Caminhada Mercado de São Brás até Praça da República | 8h PA – Santarém – Praça São Sebastião | 16h RO – Guajará-Mirim – Parque Circuito | 9h RO – Ji-Paraná – Casa do Papai Noel | 9h RO – Porto Velho – Passeata Praça das 3 caixas d’água | 8h RO – Porto Velho – Carreata 7 de setembro com a Farquar | 8h RR – Boa Vista – Carreata e ato Centro Cívico até Jaime Brasil | 9h TO – Palmas – JK Entrada Leste do Palácio Araguaia (Lado da Serra) | 8h30
Nordeste
AL – Maceió – Carro, moto ou a pé Praça Centenário | 9h AL- Palmeira dos índios – Praça São Cristovão | 9h BA – Jacobina – Praça do Garimpeiro | 8h30 BA – Jequié – Praça Ruy Barbosa | 9h BA – Feira de Santana – (Aguardando Infos) BA – Paulo Afonso – Carreata | 9h (Aguardando Infos) BA – São Luís do Curu – Saída de ônibus rumo à Fortaleza (Aguardando Infos) BA – Salvador – Largo do Campo Grande até Farol da Barra | 14h BA – Serrinha – Carreata | 14h (Aguardando Infos) BA – Vitória da Conquista – Praça 09 de Novembro | 8h30 CE – Fortaleza – Av. Leste Oeste Santa Edwiges | 15h CE – Fortaleza – Praça da Gentilândia | 15h30 CE – Tianguá (Região da Ibiapaba) – Em frente ao Mix Atacarejo | 7h PE – Recife – Praça do Derby indo pela Conde da Boa Vista até Guararapes | 9h PB – Campina Grande – Praça da Bandeira | 9h PB – Cajazeiras – Praça das Oiticicas | 9h PB – João Pessoa – Caminhada e carreata Lyceu Paraibano, rumo ao ponto de Cem Réis | 9h PI – Piripiri – Praça da Bandeira | 10h PI – Teresina – Praça Rio Branco | 8h RN – Mossoró | praça Cícero Dias em frente ao Teatro Municipal | 16h RN – Natal – Midway Mall até Natal Shopping Center | 15h SE – Aracaju – Praça da Bandeira | 9h SE – Itabaiana – Carreata, Calçadão Airton Teles (Anfiteatro) | 16h
Centro-Oeste
DF – Brasília – Carreata Praça do Buriti (até a Esplanada) | 8h DF – Brasília – Caminhada Biblioteca Nacional | 9h GO – Cidade de Goiás – Praça do Chafariz | 9h30 GO – Goiânia – Caminhada e Carreata Praça Cívica | 9h MT – Cuiabá – Prainha – Ato Simbólico | 6h MT – Cuiabá – Carreata SESC Arsenal – Sentido Santa Isabel | 8h MT – Cuiabá – Praça Alencastro | 11h MS – Bonito – Praça da Liberdade | 16h MS – Campo Grande – Praça do Rádio | 9h MS – Corumbá – Concentração na Frei Mariano com a Dom Aquino | 8h30 MS – Dourados – Praça Antônio João | 9h30 MS – Três Lagoas – Praça do Relógio | 9h
Sudeste ES – Vitória – Carro, Bike e a pé UFES até Assembléia Legislativa | 15h MG – Alfenas – Praça da Rodoviária Antiga | 15h30 MG – Araguari – em frente ao Bosque John Kennedy |10h MG – Barbacena – em frente à Policlínica | 10h MG – Belo Horizonte – Praça da Liberdade até Praça da Estação | 13h30 MG – Betim – Viaduto do Jacintão | 9h MG – Brumadinho- Concentração no Letreiro e caminhada até a Praça da Rodoviária | 10h MG – Campo Belo – Praça dos Expedicionários | 9h30 MG – Caratinga – Praça da Estação | 15h MG – Conselheiro Lafaiete – Praça Barão de Queluz | 13h MG – Divinópolis – Rua São Paulo | 9h MG – Divinópolis – Praça Santuário | 10h MG – Governador Valadares – Praça da Estação | 10h MG – Ipatinga Praça Primeiro de Maio | 9h MG – Itabira – Rodoviária | 9h MG – Itaúna – Praça da Matriz | 9h MG – Juiz de Fora – Parque Halfeld | 10h MG – Lafaiete – Praça Barão de Queluz | 13h MG – Lavras – Praça Dr. Augusto Silva | 10h MG – Montes Claros – Praça do automóvel clube | 9h MG – Muriaé – Parque de Exposições | 9h MG – Ouro Preto – Praça Tiradentes | 10h MG – Passos – Estação Cultura | 10h MG – Ribeirão das Neves – Praça de Justinópolis | 9h MG – São Sebastião do Paraíso – Carreata – Rua José Braz Neves n° 100 | 15h MG – São João Del Rei – Em frente ao Dom Bosco | 10h MG – São Lourenço – Calçadão II | 14h30 MG – Sete Lagoas – Praça Tiradentes | 9h MG – Ubá – Av. Comendador Jacinto Soares de Souza Lima | 15h30 MG – Uberaba – Praça Rui Barbosa | 9h MG – Uberlândia – Praça Ismene Mendes | 9h30 MG – Varginha – Praça do ET | 10h MG – Viçosa – 4 Pilastras | 9h30 SP – Bauru – Praça Rui Barbosa | 14h SP – Campinas – Caminhada Largo do Rosário até Centro | 10h SP – Caraguatatuba – (Aguardando Infos) SP – Carapicuíba – Ato Simbólico na Vila Dirce e ida à Av. Paulista | 10h SP – Diadema – Terminal Diadema | 14h SP – Ilhabela – Praça da Mangueira | 15h SP – Indaiatuba – Av. Francisco de Paula Leite esquina do SESI em frente ao posto BR | 14h SP – Jacareí – Pátio dos Trilhos – 9h30 SP – Jaú – Em frente ao Cemitério | 9h SP – Laranjal Paulista – Carreata Cemitério da Saudade | 13h30 e Ato Simbólico Largo São João | 14h30 SP – Lorena – Praça Arnolfo Azevedo | 9h SP – Piracicaba – Praça José Bonifácio | 10h SP – Ribeirão Preto – Passeata Esplanada do Teatro Pedro II | 9h SP – Santo André – Praça do Carmo | 10h SP – Santo André – Paço Municipal | 13h SP -São Bernardo – Carreata Rua Odeon (Colégio Vereda atrás do Terminal Ferrazópolis) | 10h SP – Santos – Estação da Cidadania | 16h SP – São José dos Campos – Praça Afonso Pena | 9h SP – São Luiz do Paraitinga – Carreata – Bairro do Orris | 15h SP – São Paulo – MASP | 16h SP – São Sebastião – Costa Sul – Praça Por do Sol – Boiçucanga | 16h SP – Sorocaba – Praça Coronel Fernando Prestes (Catedral) | 10h SP – Taubaté – Bolsão Avenida do Povo | 9h SP – Ubatuba – Rotatória do Pescador | 16h SP – Osasco – Caminhada Rua Antônio Agu/Estação de Osasco | 13h30 RJ – Angra dos Reis – Praça do Papão | 9h RJ – Barra do Piraí – Carreata Rua Angélica (Light) | 8h30 RJ – Barra Mansa | (Aguardando Infos) RJ – Bom Jesus de Itabapoana | Praça Governador Portela | (Aguardando Infos) RJ – Campos – Praça São Salvador | 9h RJ – Itaperuna | Concha Acústica | 16h RJ – Macaé – Praça Veríssimo de Melo | 9h30 RJ – Nova Friburgo – Praça Demerval Barbosa | 14h RJ – Nova Iguaçu – Praça Direitos Humanos Via Light | 9h RJ – Petrópolis | Praça da Inconfidência | 11h RJ – Resende – Mercado Popular | 10h RJ – Rio das Ostras – Posto de saúde da Família Âncora | 9h RJ – Rio de Janeiro – Monumento Zumbi dos Palmares até Candelária | 10h RJ – Santo Antônio de Pádua | (Aguardando Infos) RJ – Teresópolis | Praça do Sakura | 9h RJ – Valença – Jardim de Cima | 10h RJ – Volta Redonda – Vila UFF | 9h
Sul PR – Curitiba – Praça Santos Andrade | 15h PR – Londrina – Em frente ao Teatro Ouro Verde | 16h PR – Ponta Grossa – Praça Barão de Guaraúna | 15h RS – Porto Alegre – Ato 150 anos da CARRIS (Aguardando Infos) RS – Porto Alegre – Largo Glênio Peres | 15h RS – Porto Alegre – Mercado Municipal em marcha até Largo Zumbi dos Palmares | 15h RS – Caçapava do Sul – Caminhada a partir das 15h com saída da praça do Noca até o largo da matriz. SC – Araranguá – Relógio do Sol | 9h SC – Blumenau – Praça do Teatro Carlos Gomes | 10h SC – Brusque – Ato distribuição de máscaras e arrecadação de alimentos Praça Gilberto Colzani (Praça do Chafariz) | 10h SC – Chapecó – Praça Coronel Bertaso em frente à Catedral | 9h30 SC – Criciúma – Praça da Chaminé | 9h SC – Florianópolis – Praça Tancredo Neves (Praça da ALESC) | 9h SC – Garopaba – Carreata e Bicicletada Rua Álvaro E. Nascimento | 15h SC – Itajaí – Calçadão da Hercílio Luz | 10h SC – Joinville – Praça da Bandeira | 10h SC – Lages – Praça João Costa (Calçadão) | 15h SC – Rio do Sul – Ato e Arrecadação de alimentos Praça Ermembergo Pellizzetti | 9h30 SC – São Miguel do Oeste – Ato no Trevo | 10h SC – Tubarão – Carreata e Caminhada Praça da Arena Multiuso | 13h30 SC – Xanxerê – Ato na Praça | 9h30
Atos no Exterior 18/06 EUA – Washington – Consulado do Brasil em Washington – 1030 15th St NW | 12h (horário local)
19/06 Alemanha – Berlim – Pariser Platz Brandenburger Tor | 11h45 (horário local) Alemanha – Colônia – Roncalli Platz | 16h (horário local) Alemanha – Frankfurt – Romënberg (descer na Estação Römer)| 15h (horário local) Alemanha – Leipzig – (Aguardando Infos) Alemanha – Munique – Geschwister-Scholl-Platz | 16h (horário local) Bélgica – Bruxelas – em frente à Embaixada do Brasil | 16h (horário local) Canadá – Montreal – no Monument à George-Étienne Cartier| (Aguardando Infos) Canadá – Quebec – (Aguardando Infos) Dinamarca – Aarhus – Mølleparken | 15h (horário local) Espanha – Madrid – Saída de Cibeles até Sol| 18h (horário local) Espanha – Barcelona – (Aguardando Infos) Espanha – Palma de Maiorca – Parc de la Mar (em frente ao Painel Joan Miró) | 20h (horário local) EUA – Nova York – Union Square| 16h (horário local) EUA – Boston – Consulado do Brasil em Boston| 14h (horário local) EUA – Chicago – (Aguardando Infos) EUA – Los Angeles – em frente ao Federal Building (11000 Wilshire Blvd, LA) | 10h (horário local) EUA – Flórida – Delray Beach | 9h (horário local) EUA – Flórida – Deerfield Beach | 10h (horário local) França – Paris – (Aguardando Infos) Grécia – Atenas – (Aguardando Infos) Holanda – Amsterdam – Dam 1 | 14h30 (horário local) Inglaterra – Londres – Embaixada do Brasil | 12h (horário local) Inglaterra – Londres – Embaixada do Brasil | 14h (horário local) Inglaterra – Oxford – Fernando’s Cafe City Center | 13h (horário local) Irlanda – Dublin – Spire| 10h (horário local) Irlanda – Cork – Dount Square| 10h (horário local) Irlanda – Galway – Spanish Arch | 14h (horário local) Itália – Bolonha – (Aguardando Infos) Portugal – Coimbra – Praça 8 de Maio | 11h (horário local) Portugal – Lisboa – Parque Eduardo VII (Junto à Bandeira de Portugal) | 15h30 (horário local) Portugal – Porto – Centro Português de Fotografia, Largo Amor de Perdição | 16h (horário local) Portugal – Porto – Av. dos Aliados | 18h (horário local) Reino Unido – Londres – Embaixada do Brasil | 12h (horário local) Reino Unido – Londres – Embaixada do Brasil | 14h (horário local) Reino Unido – Oxford – Fernando’s Cafe City Center | 13h (horário local) República Tcheca – Praga – Národnímu Muzeu | 15h Suíça – Zurich- LandesMuseum| 11h (horário local) Suíça – Genebra – (*Aguardando Infos)
20/06 Itália – Roma – Piazzale Del Verano 20h (horário local)
O Globo – O Tribunal de Contas da União (TCU) constituiu na última sexta-feira a comissão que vai apurar se o auditor Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques cometeu irregularidades. Ele está afastado desde a semana passada, depois de ser apontado como o autor de um documento da corte de contas que questionou o número de mortos vítimas da Covid-19. A análise feita por Marques embasou declarações de Bolsonaro colocando dúvida a quantidade de mortos.
Ministros do TCU afirmam que a comissão é “linha duríssima” e que fará uma ampla investigação sobre as irregularidades que Marques pode ter cometido ao elaborar o documento. O grupo instituído pela presidente do TCU, Ana Arraes, é formado pelos auditores Márcio André Santos de Albuquerque, que presidirá a comissão, Frederico Julio Goepfert Junior e Pedro Ricardo Apolinário de Oliveira.
A expectativa é que a comissão seja muito rigorosa na apuração dos fatos, já que auditores viram a atuação do colega como uma “traição” e “deslealdade institucional”. Os três auditores terão 60 dias para concluir as investigações.
Novo procurador do Tribunal Penal Internacional vai decidir se investiga Bolsonaro por violar direitos dos índios na pandemia, além de delitos ambientais.
José Casado, Veja – Na quarta-feira, o advogado britânico Karim Asad Ahmad Khan QC, de 50 anos, assume a Procuradoria-Geral do Tribunal Penal Internacional em Haia, na Holanda.
É um organismo relativamente novo, com 19 anos de existência, jurisdição permanente e reconhecida por mais de 120 países das Nações Unidas, entre eles o Brasil, para investigar, processar e julgar indivíduos acusados de crimes contra os direitos humanos.
Khan, eleito em fevereiro, terá um mandato de nove anos num tribunal habitualmente criticado pela concentração em casos de políticos africanos.
Ele assume com uma pilha de casos pendentes. Terá de decidir, por exemplo, se abre ou não uma investigação preliminar contra Jair Bolsonaro e seu governo por “violação dos direitos dos povos indígenas que constituem crimes contra a humanidade”.
O risco para Bolsonaro no TPI é percebido no exterior há meses. Em maio de 2019, como relatou ao Itamaraty o então embaixador brasileiro em Tel Aviv, Paulo Cesar Meira de Vasconcellos, o primeiro ministro israelense Benjamin Netanyahu — derrubado ontem pela oposição — reconheceu o “risco real de que o presidente Bolsonaro venha a ser investigado naquele tribunal por genocídio de povos indígenas”. A correspondência diplomática está no acervo da CPI da Pandemia e foi revelada pelos repórteres Yasmim Perna e Alexandro Martello, da TV Globo.
A mais recente denúncia contra Bolsonaro foi apresentada no último 21 de dezembro por Raoni Metuktire, chefe da tribo Kayapó, do vale do rio Xingu, Almir Suruí, líder dos Paiter-Suruí, que vivem entre Mato Grosso e Rondônia, e a associação Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). Eles são representados pelo advogado francês William Bourdon.
Bolsonaro já havia sido denunciado ao TPI por crimes contra a humanidade pelo fracasso governamental — supostamente deliberado — na política de saúde que influenciou na propagação da Covid-19. Até ontem, haviam morrido 487 mil brasileiros — número duas vezes e meia maior que o de vítimas da bomba atômica em Hiroshima, na IIª Guerra Mundial. O tribunal descartou essas acusações de genocídio.
Porém, admitiu para avaliação da procuradoria a denúncia de perseguição e extermínio, generalizado e sistemático, de Bolsonaro contra uma parte da população — os povos indígenas. É a primeira vez que o TPI aceita analisar um caso contra um presidente brasileiro.
O novo procurador-geral vai decidir se abre uma investigação preliminar contra Bolsonaro por ação intencional e grave contra direitos básicos dos índios na pandemia, com supressão de serviços de saúde pública, restrições na assistência alimentar e deslocamento forçado de pessoas nas áreas que habitam, reconhecidas na Constituição brasileira.
Além disso, há a acusação de ações sistemáticas do presidente em crimes ambientais, sobretudo na Amazônia.
Ecocídio é um tipo penal novo legitimado pelo Parlamento Europeu no início deste ano, que recomendou seu enquadramento na legislação criminal dos integrantes da União Europeia, com jurisdição do Tribunal Penal Internacional. Continua após a publicidade
O governo de Emmanuel Macron saiu na frente, estimulando o debate parlamentar na França, que deve regulamentar punições ao crime de ecocídio até 2023.
Uma decisão de Khan sobre o caso dos índios contra Bolsonaro vai levar tempo. O suficiente, por exemplo, para verificação dos resultados da CPI da Pandemia, do Senado. E, também, dos desdobramentos da ação no Supremo Tribunal Federal, aberta em 29 de junho do ano passado, quando índios pediram intervenção judicial para obrigar o governo a levar serviços de saúde às tribos indígenas amazônicas.
A resistência governamental se confirmou numa série de respostas evasivas — também registradas na denúncia ao Tribunal Penal Internacional.
Desde então, o juiz Luis Roberto Barroso, do STF, tem determinado que o governo apresente um plano de proteção à saúde indígena. Nos últimos doze meses, foram entregues quatro versões, todas questionadas pelo Supremo. Os índios continuam morrendo de Covid-19, mas até agora o governo não fez nada do que foi prescrito sair do papel para a vida real na selva.
Os problemas se agravam. Neste semestre, garimpeiros, madeireiros e seus financiadores intensificaram invasões quase simultâneas em diferentes terras indígenas, áreas reconhecidas na Constituição como bens da União inalienáveis, indisponíveis e com direitos imprescritíveis dos índios habitantes.
Em maio, Barroso mandou a Polícia Federal preparar a proteção nas áreas mais atacadas. Como a polícia depende do apoio logístico das Forças Armadas, o Ministério da Justiça e Segurança Pública enviou um pedido ao Ministério da Defesa.
A Defesa respondeu de forma burocrática: “Sobre o assunto, esse Estado-Maior Conjunto informa que aguarda a disponibilização de recursos extraordinários (…) Dessa forma, o apoio previsto ser postergado, condicionado ao recebimento dos referidos créditos”.
Em despacho na primeira semana de junho, o juiz do Supremo escreveu: “Registro com desalento o fato de que as Forças Armadas brasileiras não tenham recursos para apoiar uma operação determinada pelo Poder Judiciário para impedir o massacre de populações indígenas.”
O desfecho desse processo com Barroso tende a ocorrer em breve, provavelmente antes da decisão do procurador-geral do Tribunal Penal Internacional.
Se Khan achar necessário avançar numa investigação preliminar, Bolsonaro terá de se defender e vai ficar exposto como acusado de crimes contra a humanidade em mais de uma centena de países integrantes do TPI — incluindo o Brasil.
O preço político nesses casos costuma ser alto, como podem testemunhar vários líderes africanos denunciados, investigados e processados. Em geral, os ritos no tribunal de Haia ultrapassam o tempo de duração dos mandatos dos governantes. Eles são surpreendidos quando já estão na planície, bem longe do poder.
Dados estão em documentos de origem florestal, do Ibama; empresas negam irregularidades e afirmam agir dentro da lei.
Segundo a Folha, madeireiras suspeitas de exportação ilegal para os EUA e a Europa e que estão no centro das investigações envolvendo o ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente) movimentaram no país cargas de madeira avaliadas em R$ 83,6 milhões. Essas cargas foram transportadas em 2020 e nos primeiros meses de 2021.
Ao todo, foram deslocados 151 mil m3 de espécies da Amazônia como andiroba, ipês amarelo e roxo, maçaranduba, jatobá e garapeira. A comercialização de toda essa madeira, remetida de endereços no Pará, foi feita por apenas quatro empresas.
Os dados estão registrados nos chamados DOFs (documentos de origem florestal), necessários para o transporte de madeira dentro do país e também com destino à exportação.
A Folha sistematizou as informações a partir de dados abertos do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), que torna públicos os DOFs emitidos no mercado da madeira.
Em 19 de maio, a Polícia Federal deflagrou a Operação Akuanduba, a partir de uma autorização do STF (Supremo Tribunal Federal). A PF investiga um suposto esquema de exportação ilegal de madeira para os EUA e a Europa, com a suposta participação de Salles e do presidente do Ibama, Eduardo Fortunato Bim. Bim foi afastado do cargo por 90 dias, por determinação do STF.
Ao todo, a PF fez buscas e apreensões nos endereços de 23 alvos, Salles e Bim entre eles. Também houve quebras de sigilo bancário e fiscal e o afastamento de nove servidores da área ambiental.
O cerne da investigação é um suposto favorecimento a madeireiras no Pará, após lobby dessas empresas para alterar as regras do jogo.
Segundo a PF, Salles e Bim agiram para mudar as regras e regularizar, assim, cargas de madeira apreendidas no exterior. A PF investiga suspeita de corrupção de autoridades, servidores e madeireiras.
O presidente do Ibama elaborou um despacho interpretativo que dispensou a necessidade de autorização de exportação para o envio da madeira a outros países. Passaram a ser necessários apenas os DOFs, que são usados para o deslocamento do produto de um ponto a outro. O STF também suspendeu a validade desse despacho, e as autorizações voltaram a ser necessárias.
Enquanto eram multadas pelo próprio Ibama por exportações ilegais, madeireiras faziam intenso tráfego de madeira dentro do país, o que evidencia a dimensão e a rentabilidade desses negócios.
A existência dos DOFs, com o registro do transporte, aponta para a aparente legalidade desse deslocamento, mas as madeireiras investigadas foram recorrentemente autuadas pelo Ibama por infrações ambientais.
A Ebata Produtos Florestais, investigada na Operação Akuanduba, transportou 101,8 mil metros cúbicos de madeira em 2020 e no começo de 2021. As cargas estavam avaliadas em R$ 55 milhões, conforme os DOFs tornados públicos pelo Ibama.
Os principais pontos de origem desse transporte foram as cidades de Oriximiná, Terra Santa e Belém, no Pará. Entre as espécies amazônicas transportadas estão angelim, jatobá e maçaranduba.
Relatórios de inteligência financeira elaborados pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), usados pela PF nas investigações, apontam operações suspeitas da madeireira, envolvendo créditos de R$ 5,5 milhões. Os relatórios registram movimentação de recursos incompatível com o patrimônio e fragmentação de saques.
A empresa teria participado de pressão ao Ibama para regularizar cargas de madeira, conforme as investigações. Ela exportou de forma ilegal e foi autuada em R$ 12,9 mil pelo Ibama, segundo a PF. As espécies vendidas, itauba e angelim-pedra, estão ameaçadas de extinção.
Desde 2010, a empresa já recebeu multas do Ibama que somam R$ 345,2 mil, como consta em relatório policial.
A madeireira não respondeu aos questionamentos da reportagem.
Na ocasião da deflagração da Operação Akuanduba, a madeireira afirmou que todas as suas movimentações financeiras são registradas e regulares. A origem da madeira é comprovadamente lícita, e questões sobre autorização de exportação foram tratadas por associações empresariais, não pela própria empresa, disse.
Outra madeireira investigada é a Tradelink Madeiras, que também teve cargas retidas em outros países. A madeira da Tradelink está na origem das investigações, por ter despertado a atenção de autoridades ambientais norte-americanas.
A reportagem não localizou DOFs no nome da empresa. Mas, segundo a PF, duas empresas ligadas a uma associação de concessionárias florestais são a “origem da maior parte das cargas exportadas” pela Tradelink e apreendidas nos EUA.
Essas duas empresas fizeram um intenso tráfego de madeira no país em 2020 e nos primeiros meses de 2021, segundo os DOFs abertos pelo Ibama: 49 mil metros cúbicos de madeira, avaliados em R$ 28,3 milhões. Os pontos de partida foram Belém, Itaituba e Altamira, no Pará.
“Não somos extratores, nem concessionários e não possuímos serrarias. A empresa compra toda sua matéria-prima de diferentes fornecedores que são cadastrados, fiscalizados e autorizados a operar pelo poder público”, afirmou a Tradelink, em nota.
Há rigorosos padrões de segurança, baseados em normas ambientais e trabalhistas, e parte da madeira foi extraída de concessões florestais federais, segundo a empresa.
A PF afirma que a madeireira é uma “infratora contumaz”. As multas aplicadas de 1996 a 2020 somam R$ 7,8 milhões, como consta no relatório da Operação Akuanduba.
O Coaf registra cinco comunicações de operações suspeitas, segundo a PF. Os créditos envolvidos somam R$ 114,5 milhões desde 2019. São apontadas fragmentação de saques em espécie e movimentação de valores incompatível com o faturamento mensal, além de suspeitas em transferências internacionais.
Contêineres da Tradelink, carregados com madeira brasileira, foram apreendidos nos EUA sem autorização de exportação. O mesmo ocorreu na Bélgica e na Dinamarca. Representantes da empresa passaram a pressionar o Ibama pela regularização, conforme a PF.
“As cargas da empresa foram exportadas de acordo com a legislação e procedimentos estadual e nacional vigentes”, afirmou a empresa.
Quanto aos autos de infração, a madeireira disse exercer seu direito de defesa, “contribuindo para o aprimoramento dos processos de controle de fiscalização”. Toda a movimentação de recursos está registrada no Banco Central, afirmou.
A Wizi Indústria, Comércio e Exportação de Madeira também é investigada pela PF. A empresa exportou produtos sem autorização e já foi multada em R$ 1 milhão pelo Ibama desde 2016, conforme o relatório da PF.
Os transportes registrados de madeira, porém, são bem inferiores aos das demais madeireiras. Em 2020 e começo de 2021, foram 300 metros cúbicos, avaliados em R$ 370 mil.
A reportagem não localizou um contato da empresa para pedir uma posição sobre as informações apuradas.
O Ibama não respondeu aos questionamentos da reportagem. Desde a deflagração da Operação Akuanduba, o órgão nega irregularidades, desqualifica as investigações da PF e afirma que “todas as dúvidas serão respondidas em juízo”.
Salles também critica a operação e diz que há exageros da PF. A defesa do ministro afirma que há uma mistura de fatos anteriores com fatos que não são criminosos, com um “claro propósito para induzir o STF em erro”.
As movimentações financeiras do escritório de advocacia que Salles mantém com a mãe, consideradas suspeitas pela PF, já foram objeto de investigação anterior, com esclarecimentos ao Ministério Público, segundo a defesa do ministro.
Luís Costa Pinto revela que o empresário Carlos Wizard tentou estabelecer uma “ponte” para conseguir ser desconvocado de depor na CPI.
No programa “Sua Excelência, O Fato” desta segunda-feira (14) o jornalista Luís Costa Pinto revela que o empresário bolsonarista Carlos Wizard, convocado para depor na quinta-feira (17/06) à CPI do Genocídio, tentou insistentemente estabelecer alguma “ponte” que conseguisse fazer os senadores da comissão desistirem de convocá-lo. Ao menos uma pessoa que trabalha na área do lobby empresarial em Brasília, e que é fonte de Costa Pinto, foi contactada por Wizard para esse fim. Consultor de relações institucionais, o profissional declinou de qualquer possibilidade de cumprir a “missão” e aconselhou o formulador do gabinete paralelo da cloroquina a se preparar para o embate.
O jornalista Eumano Silva, que também integra a bancada do Sua Excelência, O Fato, lembrou no programa que a CPI do Genocídio já foi muito além do tripé de investigações inicialmente proposto – falta de vacinas, negacionismo científico a administração de medicamentos sem eficácia e ausência de plano nacional de contenção à disseminação do vírus. “Agora, a CPI precisa sentar para analisar os documentos que a CPI a tem a fim de preparar as denúncias”, diz Eumano. “Acho que ela está falha e lenta nesse aspecto”.
Costa Pinto e Eumano foram muito duros, ainda ao advertir para as manobras do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que manobra o Parlamento claramente no sentido de aprovar uma lei que obrigue a instituição voto impresso em 2022, como quer Jair Bolsonaro, e do modelo eleitoral de distritão. “Insistir no voto impresso é uma forma de interditar o debate e preparar as bases para um golpe”, diz Costa Pinto, que leu durante o programa trechos de artigo do sociólogo Celso Rocha de Barros publicado na Folha de S Paulo e que alerta para o que chama de “o golpe de 2022”. Eumano Silva, por sua vez, ressalta que o distritão desqualifica a representação política e destrói os partidos ao privilegiar a eleição de pastores, youtubers, palhaços e comunicadores.