Aliados em comum de Jair Bolsonaro e Marcelo Bretas intensificaram nos últimos dias o lobby para que o presidente indique o juiz federal para a vaga do ministro Celso de Mello no Supremo Tribunal Federal (STF).
Essa articulação aumentou principalmente após o decano da corte anunciar, na última sexta-feira (25), que antecipará sua aposentadoria de 1º de novembro para 13 de outubro deste ano.
Aliados em comum de Bretas e Bolsonaro tentam articular um encontro entre o magistrado e o presidente para as próximas duas semanas. O movimento inclui senadores e auxiliares presidenciais.
O nome de Bretas agrada lideranças evangélicas – o magistrado é evangélico – e a alguns integrantes do clã Bolsonaro. Nas últimas semanas, o juiz foi punido por participar de eventos políticos ao lado do presidente.
Em julho de 2019, Bolsonaro afirmou que indicaria um ministro “terrivelmente evangélico” para uma vaga no Supremo. “Poderei indicar dois ministros para o Supremo Tribunal Federal [STF]. Um deles será terrivelmente evangélico”, disse.
No auge do golpe, Dilma foi certeira quando disse que o país atravessava uma crise cultural, o que proporcionou a sua queda.
Ali, perdeu-se qualquer traço civilizatório que fizesse lembrar que o Brasil tinha instituições.
O insistente bordão dos comentaristas da Globo de que “as instituições estavam funcionando” era um aviso claro de que, para derrubar os mais de 54 milhões de votos que Dilma obteve nas urnas, as instituições não poderiam ficar de pé, como não ficaram.
O resultado está aí e se chama Bolsonaro, que não há mais classificação que dê conta de suas atrocidades cotidianas.
Mas como, hoje, não se tem qualquer resquício de base institucional que foi moída para se chegar à condenação, prisão e suspensão dos direitos políticos de Lula e, assim, eleger Bolsonaro, via Lava Jato de Moro, o Brasil não tem caminho de volta, tudo o que acontecer daqui por diante, será uma reconstrução, um novo pacto civilizatório, uma outra coisa rigorosamente inversa a isso que não tem classificação.
Chamam Bolsonaro de conservador, extrema direita ou coisa que o valha, mas o que está claro é que ele representa a chegada pura e simples da contravenção ao poder. Por isso ele joga nessa falsa guerra ideológica a maior quantidade de fumaça para que o ponto nevrálgico de sua biografia ligada à milícia não esteja na capa da imprensa. Imprensa, diga-se de passagem, que foi sócia de sua candidatura por não conseguir controlar o próprio ódio pelas derrotas consecutivas para o PT, mostrando mais uma vez que Dilma tinha razão, pois este é outro sinal da falência cultural da burguesia brasileira.
Hoje, não se sabe mais aonde começa o Mamãe Falei e termina FHC, fora da cronologia que abre o noticiário do dia com o mau-caratismo despudorado de um deputado do MBL, Arthur do Val, (o Mamãe Falei) e termina-se o dia com a inacreditável Vera Magalhães, do Estadão, tentando ressuscitar a múmia de FHC no programa Roda Viva que a deslumbrada tardia comanda.
Tudo isso, junto e misturado, deu no que deu.
A Folha de São Paulo estampa uma manchete lapidar que mostra aonde tudo isso levou o Brasil: “Em 1 ano na PGR, Aras move uma ação contra Bolsonaro e se alinha ao governo mais de 30 vezes”.
O problema dessa direita provinciana, não é Paulo Freire, é o Brasil. Americanófila acha que engana a quem vestindo camisa da seleção?
Ana Paula do vôlei, é a clássica provinciana deslumbrada desse bolsonarismo tosco.
Como mora nos EUA, sua apresentação no twitter é toda em inglês: “Brazilian.Former Pro-volleyball. 4 Olympics, Olympic Medalist. American IntArchitect/Poli Sci/UCLA. Mother. Wife. Dog lover. Sports&Politics Columnist.”
Detalhe: só quem lê e comenta em seu twitter, é brasileiro.
Essa gente detesta Pixinguinha, Villa Lobos, Tom Jobim, Chico Buarque, Canhoto da Paraíba, João Pernambuco, Garoto, porque detesta a música brasileira, assim como detesta o samba, o carnaval e as manifestações espontâneas do povo brasileiro. Todos são comunistas para os imbeciloides, patriotas, antinacionais.
Essa horda é da mesma ninhada dos que, durante a Semana de Arte Moderna de 1922, por ser genuinamente brasileira, vaiaram tudo o que viram e ouviram, tanto que mereceu de Mário de Andrade o poema “Ode ao Burguês” publicado em seu livro “Pauliceia Desvairada”.
Muito pior, essa gente acha que “Macunaíma, o herói sem nenhum caráter”, Mário de Andrade se referia à índole moral do personagem central e não ao seu descompromisso com características culturais predefinidas.
Por que essa direita é tão tapada quando o assunto é Brasil? Porque tem a cabeça colonizada e sempre teve nojo do povo, além de sonhar ser europeia ou norte-americana.
Essa gente não ama por acaso a cavalgadura de Olavo de Carvalho, que é um charlatão que vive pregando mentiras e falando palavrões para disfarçar a importância nenhuma que ele sempre teve para o Brasil como “intelectual”, porque é um monumento de estupidez.
Essa gente detesta Darcy Ribeiro, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Sergio Buarque, Florestan Fernandes, Milton Santos e todos os poetas que tiveram o Brasil e seu povo como inspiração, assim como detestam Portinari, Di Cavalcante, Tarsila do Amaral, Ariano Suassuna, Glauber Rocha, Patativa do Assaré.
Essa gente aplaude de pé Bolsonaro acabar com a pesquisa e a ciência brasileiras, perseguir as universidades públicas. Essa gente detesta negros, índios e caboclos, a quem Bolsonaro culpa pelos incêndios criminosos na Amazônia e no Pantanal e, por isso, é defenestrado no mundo inteiro. Um genocida que, não satisfeito em matar mais de 140 mil brasileiros com seu negacionismo, em submissão ao mercado, manda incendiar as nossas principais florestas para atender todo o tipo de pilantra que quer de alguma forma explorar aquelas terras sagradas.
Essa é a direita brasileira que nem balbuciar o hino nacional consegue e não tem a mínima ideia de quem foi Paulo Freire, pois não sabe nem de si, de onde veio, aonde está e para onde vai, vai saber alguma coisa de um dos nossos maiores intelectuais?
Como a vida não está nada fácil para a grande maior parte dos brasileiros, muitos “jornalistas” se viram como podem, no caso de Caio Coppolla, Alexandre Garcia, Lacombe, Augusto Nunes, Guilherme Fiuza, dentre outros, nada como viver de aluguel do governo Bolsonaro.
O comentarista da CNN Caio Coppola fez um discurso digno de idólatra em defesa de Jair Bolsonaro nesta semana ao comentar as últimas pesquisas de avaliação de governo. Neste domingo (27), recebeu o prêmio: um retuíte do presidente do vídeo com sua fala.
Coppola atribui o apoio de Bolsonaro às críticas feitas a ele na imprensa. De acordo com sua tese, o presidente “sobe” nas pesquisas porque, de tanto ser criticado, passa a ser visto como vítima pela opinião pública.
“As elites estão conseguindo transformar um dos homens mais poderosos do Brasil em uma vítima, porque a tendência natural das pessoas é ter empatia com quem é atacado todo o tempo”, afirma, rebatendo uma série de críticas feitas a Bolsonaro.
A arquiteta Aline Araújo se revoltou na noite deste sábado (26) com duas mulheres se beijando enquanto passavam num carro conversível no Leblon, no Rio de Janeiro, e jogou uma garrafa na dupla. O carro era conduzido por um homem.
Em vídeo postado depois em suas redes sociais, Aline definiu a cena como “pornô ao ar livre”, argumentou que havia duas crianças em sua mesa e disse que as mulheres, que vestiam biquíni, eram “moças da vida” e “drogadas”. Ela deletou o vídeo.
Depois de ter jogado uma garrafa no carro, Aline foi agredida por uma das mulheres, que havia sido atingida pelo objeto. Um homem sentado próximo à arquiteta se levantou e foi revidar contra a mulher que entrou no carro.
Segundo o jornal Extra, as mulheres atacadas vão processar a agressora. Em seu perfil no Instagram, Priscilla Dornelles, que estava no banco da frente do Peugeot, afirmou que está sendo ofendida pela arquiteta.
“Ela está querendo nos difamar. Saímos de uma festa na lancha, na praia, e resolvemos dar uma volta de biquíni mesmo para curtir. Mas uma recalcada simplesmente não gostou do que viu, não sei o que incomodou tanto ela, porque estávamos somente nos divertindo. Eu acho que difamação é um crime muito sério. Só pra avisar que vai ter processo sim”, disse. Segundo o DCM, Aline Araújo é bolsonarista e antipetista.
Mobilização é organizada por ativistas e coletivos, com participação de dezenas de cidades no Brasil e no exterior.
Está marcada para 11 de outubro a terceira edição da ação mundial “Stop Bolsonaro”, em protesto contra as políticas adotadas ou negligenciadas pelo presidente Jair Bolsonaro.
A mobilização é organizada por ativistas e coletivos, com presença no Brasil e no exterior – já há confirmação da participação de brasileiros que vivem em Estocolmo, Madrid e Amsterdam, por exemplo.
Segundo os organizadores, o movimento busca denunciar “a destruição da nação brasileira promovida por um governo fascista, genocida e ecocida”. “O movimento Stop Bolsonaro Mundial vem, desde junho deste ano, denunciando as atrocidades cometidas por uma gestão voltada aos interesses da elite, dos bancos e dos ricos”, afirmam os participantes.
Entre outros temas, o Stop Bolsonaro denuncia a destruição das florestas, a ausência de políticas públicas de proteção sanitária, a insegurança alimentar, o negacionismo com relação à covid-19 e a submissão ao capital estrangeiro.
A jornada terá presença nas ruas e nas redes. No evento virtual, das 8h às 20h (horário de Brasília), haverá debates e entrevistas que abordarão temas como as eleições norte-americanas e os possíveis reflexos no Brasil, o meio ambiente e as eleições municipais.
A programação completa será divulgada nas redes sociais do Stop Bolsonaro, nos próximos dias.
(Tóquio - Japão, 22/10/2019) Presidente da República, Jair Bolsonaro conversa com a Imprensa na saída para a Cerimônia de Entronização.
Foto: José Dias/PR
Em menos de dois anos na cadeira da presidência, Bolsonaro conseguiu formar um consenso na sociedade de que ele não tem a mínima ideia de como se governa o país.
Na verdade, Bolsonaro nunca se propôs a isso. A mão invisível do mercado faria esse papel, segundo Paulo Guedes.
Governar requer caráter e inteligência e Bolsonaro não tem cisco dessas duas virtudes. Bolsonaro faz política, mas fazer política não é governar.
Tanto isso é verdade que nesse tempo em que está na presidência, ele não se ocupou de outra coisa, que não seja a de fazer política, mas jamais a de governar o país.
Seu governo é gerido por pessoas insanas que têm objetivos insanos e, por isso, os resultados são trágicos tanto para a economia, relações internacionais, saúde, meio ambiente, quanto para o esporte, educação, cultura, ciência, segurança pública, cidadania, direitos humanos, ou seja, todas as áreas estão deficitárias.
Isso não é outra coisa que não incompetência comprovada do mandante da nação.
O fato é que Bolsonaro insistentemente mostra que não tem competência para governar nada, que fará um país como o Brasil. A maioria dos brasileiros já despertou para isso.
Estadão – O governo de Jair Bolsonaro atingiu o maior patamar de aprovação desde sua posse, mostra pesquisa do Ibope recentemente divulgada. No levantamento, 40% dos entrevistados disseram considerar o governo “ótimo” ou “bom”, 11 pontos porcentuais acima do verificado em dezembro do ano passado – antes, portanto, da pandemia de covid-19. A avaliação negativa caiu de 38% para 29% no mesmo período.
Bolsonaro obviamente não atingiu esse nível de aprovação em razão do modo destrambelhado como está lidando com a pandemia. Sua gestão da crise é um desastre em todos os aspectos – e os quase 140 mil mortos falam por si. O mais provável é que, ao contrário, o presidente, ao isentar-se sistematicamente de qualquer responsabilidade no que diz respeito à doença e a seus efeitos sociais e econômicos, terceirizou a impopularidade, sentida muito mais pelo Congresso e, principalmente, por governadores e prefeitos – obrigados, estes sim, a enfrentar o desafio da pandemia, contando com escassa ajuda federal e em muitos momentos sendo hostilizados pelo próprio presidente.
Pode-se especular que, para parte significativa dos entrevistados, a covid-19 não passava mesmo de uma “gripezinha”, como a ela jocosamente se referiu Bolsonaro, que a todo momento estimulou aglomerações e a “volta à normalidade”, como se isso fosse possível. As imagens de praias lotadas mesmo diante das evidências de que o pior ainda não passou são mais eloquentes do que qualquer pesquisa.
Assim, o crescimento da popularidade de Bolsonaro, a despeito de tudo, é uma espécie de elogio à irresponsabilidade, traduzida não somente em sua infame campanha a favor do uso da cloroquina, espécie de elixir bolsonarista, mas principalmente na conclusão do presidente segundo a qual quem ficou em isolamento na pandemia é “fraco” e se “acovardou”.
Ao mesmo tempo, Bolsonaro segue colhendo os frutos eleitorais do auxílio emergencial para os mais necessitados. Entre os entrevistados com renda familiar de até um salário mínimo, a popularidade presidencial saltou de 19% para 35% desde dezembro. Entre os que estudaram até a 8.ª série, a aprovação de Bolsonaro passou de 25% para 44%. Nada semelhante a isso se verificou nas faixas socioeconômicas intermediárias e superiores da população.
O governo provavelmente vai explorar a pesquisa como prova de que o presidente sempre esteve certo e o resto do mundo, errado. É preciso deixar claro, contudo, que popularidade nem sempre é sinônimo de bom governo – que o diga Dilma Rousseff, que na metade de seu primeiro mandato tinha aprovação superior a 60% e que conseguiu se reeleger em 2014 a despeito de seu desempenho calamitoso na Presidência.
Como mostra o caso de Dilma Rousseff, a propósito, nenhum governo se sustenta somente com base na mistificação e na embromação. A popularidade da presidente petista, que era de 63% em março de 2013, caiu para 31% em julho daquele ano, em meio a grandes protestos, e estava em 10% um mês antes da admissão de seu processo de impeachment pela Câmara, em abril de 2016.
Por enquanto, Bolsonaro se sustenta graças a uma combinação de populismo barato com uma assombrosa capacidade de fingir que é presidente sem exercer o cargo. Mais cedo ou mais tarde, contudo, a ausência de um plano claro de governo, fruto da patente inaptidão de Bolsonaro para desempenhar a função para a qual foi eleito, será percebida pela população.
Até lá, a única pesquisa de opinião que realmente importa, e que projeta um futuro nada glorioso, é a que se dá entre investidores, especialmente os estrangeiros. E a opinião destes parece clara: neste ano, até agosto, US$ 15,2 bilhões deixaram o País, o maior montante no período desde 1982, quando o Banco Central começou a fazer esse levantamento.
A irresponsabilidade de Bolsonaro pode até lhe render algum apoio entre os brasileiros incapazes, por diversas razões, de enxergar além de seus estreitos horizontes pessoais. Já para aqueles que dependem de confiança e racionalidade para investir, o presidente não engana mais ninguém.
Brazil's President-elect Jair Bolsonaro marches during an event to celebrate the 73rd anniversary of Brazilian Paratrooper Infantry Brigade in Rio de Janeiro, Brazil November 24, 2018. REUTERS/Ricardo Moraes
O possível é apenas sondar os traços anedóticos que lhe dão forma e grotesco; e rir.
Um riso mal contido, pode ser, talvez envergonhado. Como na extravagância de alguns tombos, sobretudo os vistos. E é disso mesmo que se trata: cenas patéticas de um tombo, o deste país.
O Brasil a ameaçar de represália os grandes países que sustem importações de produtos brasileiros, em reação à sanha destruidora na Amazônia. Cada grão de soja e grama de carne que deixem de importar é um rombo na economia bolsonara. E logo quem a propalar a ameaça, o general Heleno, não propriamente do alto de sua lucidez.
Fiel ao sentimento de que o cinismo não tem limite, nem para traição à memória de seus ídolos torturadores e matadores, Bolsonaro a dizer à ONU que “a liberdade é o bem maior da humanidade”. Depois de atribuir a interesses internacionais na riqueza da Amazônia uma campanha para “prejudicar o governo e o próprio Brasil”. No que foi corrigido pelo general Heleno, que, a partir do nível um tanto prejudicado da sua visão do mundo, identificou outra motivação etérea do mundo: é uma “campanha internacional para derrubar Bolsonaro”.
Tamanho nonsense sufoca todo resquício de gravidade que se queira atribuir-lhe, consideradas as responsabilidades funcionais dos emitentes. O possível é apenas sondar os traços anedóticos que lhe dão forma e grotesco. E rir.
Acima e abaixo dos delírios, o problema é que os militares influentes do Exército não compreenderam que a Amazônia é um amálgama de características de flora e de fauna, geológicas, climáticas, fluviais e pluviais, todas em mútua dependência. E que a entrega desse mundo de peculiaridades interligadas à exploração humana resultará, é inevitável, em que não será mais a Amazônia.
Da mata atlântica, por exemplo, restam no máximo 16%, em estimativa otimista. Do Nordeste ao Sul, por toda a costa e por entradas até o interior profundo, o que há são terras descascadas, depauperadas, ocupadas do modo mais desordenado. Cidades em que tudo se amontoa com vastidões vazias em torno. Poluição, agravamentos climáticos —é a realidade que tomou o lugar da mata atlântica. Assim seria com a entrega da Amazônia à exploração humana: não mais Amazônia.
A “exploração racional e planejada” é balela. Iniciado o processo, será o mesmo de sempre. Os aldeamentos logo se transformam em vilas, daí em cidades, a necessidade de infraestrutura e mais exploração transformam mais áreas, e assim em sucessivas destruições ambientais. A entrega da Amazônia à exploração industrial terá, porém, consequências climáticas muito maiores no Brasil todo, e por extensão no mundo, do que o miserável fim da mata atlântica.
Apesar disso, a ocupação da Amazônia é uma tese dita estratégica dos militares do Exército. Ricardo Galvão, cientista e ex-diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, desmontou o argumento do vice Hamilton Mourão para criação de uma agência para concentrar todos os monitoramentos da Amazônia. Uma agência sob controle militar. “Como o norte-americano NRO” é um argumento aqui muito forte. Mas errado, se de boa ou má-fé, fica por clarear. A verdade é que o NRO está proibido de atuar no território dos EUA. E o monitoramento por lá é civil.
Mas a agência militarizada seria apenas a porta-estandarte do Exército. Atrás viria o que consiste no projeto real: não só o monitoramento, mas o controle absoluto da Amazônia pelo Exército. Um grande território militar, sonhado como o meio eficaz de neutralizar a presumida ganância de uma ou de outra potência sobre a posse da Amazônia. Até décadas recentes, e por muito tempo, o delírio era a guerra inevitável com a Argentina —motivo até de promoção a general por mérito de planejamentos, como foi o caso do último algoz de João Goulart, o seu amigo Amaury Kruel. No mapa, da Argentina para a Amazônia são centímetros possíveis.
Enquanto o nonsense comanda, o fogo está autorizado a antecipar o serviço.
Paraíso O Conselho Nacional do Ministério Público vai decidir se suspende por 90 dias o procurador Diogo Castor de Mattos, como proposto pelo corregedor Rinaldo Reis Lima. Ex-integrante do grupo de Deltan Dallagnol em Curitiba, Castor patrocinou enorme outdoor na cidade com fotos do seu chefe e de Sergio Moro. Falta disciplinar e, entre nós outros, ética.
Mas não só. Castor o fez com identidade falsa, usando nome de pessoa que nem ao menos foi informada. No paraíso corporativista, mesmo para tal fraude bastam 90 dias de suspensão. Para os de fora da patota, processo criminal e possibilidade até de cadeia.
Mais que ironia A Bolívia tem na América Latina, como constatado pela ONU, a segunda melhor condição para as mulheres em direitos políticos e em paridade política com os homens (só o México a supera, sendo o Brasil o 3º pior). As bolivianas vieram das últimas colocações para o topo com as conquistas introduzidas, muitas, e outras incentivadas, por Evo Morales como presidente eleito e legítimo, caso raro na história boliviana.
As mulheres congressistas foram uma força decisiva no golpe que derrubou Morales. E uma delas usurpou-lhe a Presidência, que exerce até hoje ilegalmente, com apoio da OEA e de muitos países latino-americanos. Entre os quais, é claro, o Brasil.
Mais que mentiras, Bolsonaro, em seu discurso na ONU, deu ao mundo provas de sobra de sua incompetência.
Mas um líder incompetente, não é incompetente sozinho. Para ser 100% incompetente como neste caso, precisa liderar gente mais incompetente que ele, porque a incompetência gera a insegurança e esta gera a mentira.
Por isso nenhuma pasta do governo Bolsonaro funciona. São quase dois anos sem que nenhum de seus liderados apresentasse um mínimo de benefício ao país.
Assim, a mentira, a falsa polêmica e a agressividade são as únicas armas que os incompetentes têm. E não é isso que se vê transbordar nesse governo liderado por um incompetente.
Bolsonaro não quer ministros, quer bajuladores. E o general Augusto Heleno é um, o pior, o mais bajulador entre os bajuladores de um governo cravejado de inúteis, de ministros nulos que desprezam o conhecimento e a ciência porque os consideram inimigos da sua falta de conhecimento.
Na verdade, Bolsonaro chegou ao poder por incompetência da direita em derrotar o PT e Bolsonaro foi o enterro dos ossos da sobra de incompetentes que governaram o país e o jogaram num abismo, como foi o caso de FHC, Collor e Sarney, os três que, de maneira direta ou indireta, participaram do golpe contra Dilma.
O ódio e o rancor promovido pela direita em parceria com a mídia também é fruto dessa mesma incompetência e, por isso foram derrotados seguidamente, porque não têm projeto de país. E não têm projeto de país por não ter competência para isso, para entender o país e buscar soluções.
O método oficial da direita sempre foi contraproducente para a população, é só pegar o histórico dos governos de direita, civil ou militar, o resultado sempre foi trágico e não será diferente com um governo que tem um sujeito de baixíssimo nível como principal guru de um inútil, um nulo como Bolsonaro.
E por que aqui se chama a atenção para isso? Porque o próprio ombudsman da Folha chama a atenção para algo que não está limitado ao jornal, mas de todos os brasileiros que acaba por achar normal os absurdos, as mentiras e o resultado trágico de um governo que não tem a mínima compreensão de como administrar a máquina pública que fará colocá-la a serviço da sociedade.
Nós brasileiros estamos entorpecidos pela acomodação de acreditar que o famoso “novo normal” é a estupidez estatutária, é o limite protocolar que, na verdade, é o limite de um governo, porque é o máximo que as instituições cobram desse pensionato de generais da reserva que são comandados pelo supremo engodo chamado Augusto Heleno, o homem de confiança de Bolsonaro.
É difícil imaginar uma atitude tão infantil, fuleira de alguém de quem se espera, no mínimo, uma atitude menos primitiva.
O twitter do general é um festival de baixarias que mostra de que tipo de pobreza intelectual é nutrido esse ambiente de magnífica estupidez que governa o país.
Segue abaixo um tira-gosto do nível dessa gente, o que explica a barafunda em que o Brasil está enfiado, a quantidade de vítimas mortais da Covid-19, a vista grossa dos militares para os crimes do clã e os incêndios recordes na Amazônia e no Pantanal que formam um pacote de delinquência que assombra o planeta.
Essa postagem feita pelo general Heleno diz tudo sobre quem governa o Brasil. E é dessa gente que partiu o discurso proferido por Bolsonaro na ONU.