Ministério da Saúde confirma primeiro óbito fetal por febre oropouche

Transmissão da febre oropouche ocorreu de gestante para o feto, de 30 semanas, em Pernambuco.

O Ministério da Saúde confirmou o primeiro caso de óbito fetal causado por febre oropouche, em Pernambuco. O feto, de 30 semanas, foi contaminado por transmissão vertical, ou seja, a partir da mãe, de 28 anos.

“Continuam em investigação oito casos de transmissão vertical de Oropouche. São quatro casos em Pernambuco, um na Bahia e três no Acre. Quatro casos evoluíram para óbito fetal e quatro casos apresentaram anomalias congênitas, como a microcefalia”, informou o ministério.

Especialistas trabalham em conjunto com secretarias estaduais de Saúde, acompanhados pelo Ministério da Saúde, “para concluir se há relação entre Oropouche e casos de malformação ou abortamento”.

Entenda a doença

O vírus causador da doença, o Orthobunyavirus oropoucheense (OROV), foi registrado no Brasil pela primeira vez em 1960, mas os casos são mais comuns na região Amazônica. A doença é transmitida para os seres humanos principalmente pelo mosquito conhecido como maruim quando ele pica um animal ou pessoa infectados e depois pica uma pessoa sem o vírus.

No geral, os sintomas são parecidos com os da dengue, como dor muscular, náusea, dor de cabeça e diarreia.

Não existe um tratamento específico para a doença, por isso, as autoridades recomendam evitar viagens para regiões com alta incidência dos casos e se proteger contra a picada a partir de roupas que cubram a maior parte do corpo e repelentes.

Rebeca Andrade, 2 x prata!

Rebeca Andrade conquistou mais uma medalha de prata em Paris 2024, consolidando-se como uma das maiores medalhistas olímpicas do Brasil. Com dois saltos impecáveis e graciosos, ela garantiu sua quinta medalha olímpica, igualando-se aos velejadores Torben Grael e Robert Scheidt no panteão dos heróis olímpicos brasileiros.

ÉVencedora em Tóquio 2020, desta vez Rebeca ficou atrás apenas de Simone Biles, que executou o salto Biles II, considerado impossível por muitos. A americana mais uma vez desafiou a gravidade, realizando um elemento que só ela consegue. Sua compatriota Jade Carey conquistou a medalha de bronze.

Com suas notas na final do salto em Paris 2024, Rebeca Andrade alcançou 15.100 com seu Cheng, enquanto Simone Biles obteve 14.900 no mesmo salto. No segundo salto, Rebeca apresentou um Amanar deslumbrante, recebendo 14.833 e terminando com uma média de 14.966. No entanto, Simone Biles, com seu Biles II de dificuldade 6.4, conseguiu uma nota de 15.700 e uma média de 15.300, garantindo o ouro.

Vestindo um collant branco decorado com pedrinhas azuis, Rebeca encantou a Bercy Arena com um Cheng impecável, atingindo a nota de 15.100 para um salto com dificuldade 6.4. No Amanar, de dificuldade 5.4, ela repetiu a performance que lhe garantiu o ouro em 2020, obtendo 14.833 e fechando com uma média de 14.966.

Simone Biles iniciou com o Biles II, o salto mais difícil e impressionante da ginástica artística feminina, conseguindo 15.700. Com um Cheng igualmente belo, ela recebeu 14.900, finalizando com uma média de 15.300.

A prova começou com Valentina Georgieva, da Bulgária, que obteve 14.100 em seu primeiro salto, de dificuldade 5.0, e 13.866 no segundo, com dificuldade 4.8, alcançando uma média de 13.983. Chang An, da Coreia do Norte, apresentou um DTY cravado, conseguindo 14.066 e, em seguida, um Cheng, recebendo 14.366 e finalizando com uma média de 14.216.

A canadense Shallon Olsen alcançou 13.366 com um Cheng e um DTY, enquanto sua compatriota Elizabeth Black obteve médias de 13.933 com 14.100 e 13.766 nos respectivos saltos.

“Brasil e China constroem uma comunidade com futuro compartilhado”, diz embaixador chinês Zhu Qingqiao

“A humanidade encontra-se em uma nova encruzilhada”, disse ele, no evento Brasil-China: 50 anos de amizade.

Em um evento especial realizado pelo Brasil 247, pela TV 247 e pela Vallya para comemorar os 50 anos de relações diplomáticas entre Brasil e China, o embaixador chinês Zhu Qingqiao fez um discurso enfático sobre a importância da parceria entre os dois países e os desafios e oportunidades que o futuro reserva. O embaixador Zhu Qingqiao abriu seu discurso agradecendo às autoridades brasileiras presentes e elogiou o papel do Brasil 247 na organização do seminário. Ele destacou que o Brasil 247 tem sido um veículo de notícias essencial para apresentar uma imagem verdadeira e objetiva da China ao público brasileiro e salientou que o evento foca em temas cruciais como o desenvolvimento verde e a cooperação econômica e comercial, refletindo a importância da relação bilateral. “Nos últimos anos, a cooperação em áreas emergentes como veículos elétricos, transporte moderno, tecnologia da informação e comércio eletrônico tem se desenvolvido rapidamente”, disse ele.

O embaixador relembrou a trajetória histórica das relações entre China e Brasil desde o estabelecimento de laços diplomáticos em 15 de agosto de 1974. Ele ressaltou que, ao longo de cinco décadas, os dois países construíram uma relação baseada no respeito mútuo e na cooperação vantajosa para ambos. O embaixador mencionou a visita do Presidente Lula à China no ano anterior e os resultados frutíferos da sétima sessão da COSBAN, co-presidida pelo Vice-Presidente Han Zheng e pelo Vice-Presidente Geraldo Alckmin.

Segundo Zhu Qingqiao, a China é, há 15 anos consecutivos, o maior parceiro comercial do Brasil e uma importante fonte de investimentos. O embaixador destacou projetos conjuntos de longa data, como o programa Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres, e mencionou a rápida evolução da cooperação em áreas emergentes, como veículos elétricos e tecnologia da informação. O embaixador Zhu também sublinhou a importância da colaboração em questões ambientais e climáticas, evidenciada pela criação de um Subcomitê de Meio Ambiente e Mudança Climática.

Diante dos desafios globais atuais, como a recuperação econômica lenta e a instabilidade geopolítica, Zhu afirmou que a humanidade está em uma nova encruzilhada, onde oportunidades e desafios coexistem. Ele defendeu que o desenvolvimento deve ser a chave para resolver os problemas da humanidade e destacou os esforços da China em promover a modernização econômica e abrir novas oportunidades de desenvolvimento para outros países, incluindo o Brasil.

O embaixador expressou a disposição da China em fortalecer a cooperação com o Brasil, promovendo a integração nas cadeias de produção e fornecimento, e explorando novas áreas de cooperação, como a economia digital e a agricultura de baixo carbono. Ele também incentivou a expansão da cooperação financeira e o aumento da liquidação em moeda local. “Ambos os lados devem seguir a orientação do planejamento estratégico dos presidentes dos dois países para injetar mais conteúdo do nosso tempo na Parceria Estratégica Global China-Brasil e promover conjuntamente a construção de uma comunidade com futuro compartilhado para a humanidade. Devemos promover a sofisticação da cooperação econômica e comercial pragmática entre os dois países. Ao mesmo tempo em que fortalecemos a cooperação nas áreas tradicionais de comércio, energia, mineração, agricultura e infraestrutura, devemos otimizar a estrutura comercial e promover a integração do comércio e dos investimentos nas cadeias de produção e fornecimento. Precisamos criar mais pontos de crescimento em cooperação nas áreas de economia digital, agricultura de baixo carbono e agricultura inteligente, biotecnologia, inteligência artificial, aeroespacial, saúde e medicina”, afirmou.

Zhu concluiu seu discurso com uma mensagem de otimismo, afirmando que a China está comprometida em unir esforços com o Brasil para construir uma comunidade com um futuro compartilhado, trazendo benefícios para os povos de ambos os países e contribuindo para a estabilidade global. Ele expressou esperança de que o próximo capítulo das relações sino-brasileiras seja ainda mais promissor, marcando os próximos 50 anos com uma parceria ainda mais forte e frutífera. Assista:

Eleições na Venezuela dão vitória a Maduro, mas atas podem ser publicadas em 30 dias

Apesar de obrigatórias, na Venezuela, um candidato pode ser proclamado presidente e 30 dias depois publicadas as atas de votação.

O sistema eleitoral da Venezuela proclamou, novamente, a vitória de Nicolás Maduro reeleito presidente do país. Esperava-se que o anúncio desta sexta-feira (02) ocorresse com a apresentação das “Atas de Escrutínio”, como são chamados os registros das mesas usados para a totalização de votos, o que não ocorreu.

Apesar de obrigatória a apresentação destes dados, na Venezuela, um candidato pode ser proclamado presidente e, em um prazo de 30 dias depois, são publicadas as íntegras dos dados de votação. O GGN recorreu à Legislação da Venezuela para explicar, abaixo, como o processo eleitoral é validado no país:

A Lei Orgânica do Processo Eleitoral da Venezuela [confira a íntegra ao final] diz que os organismos eleitorais devem apresentar no documento de totalização de votos todos os dados registrados nas Atas de Escrutínio, “ata por ata, tal como foram incluídos na totalização, apresentados na forma de uma tabela”.

Somente com estes documentos é que o Conselho Nacional Eleitoral poderá proclamar os candidatos eleitos. A proclamação da reeleição de Nicolás Maduro foi feita na segunda-feira (29) e repetida em novo boletim nesta sexta-feira (02).

No anúncio, o Conselho Nacional Eleitoral informou que Nicolás Maduro foi reeleito com 51,95% dos votos (6.408.844) contra 43,18% do candidato da oposição, Edmundo González (5.326.104), o que significa uma diferença de mais de 1 milhão de votos para o atual presidente.

A diferença entre os dois boletins é que no dia seguinte às eleições, o órgão eleitoral informou ter feito o escrutínio de 80% das mesas eleitorais e, nesta sexta, 96,87% de todas as seções teriam sido escrutinadas pelas Juntas Eleitorais do país. No resultado do início da semana, Maduro tinha obtido 51,2% dos votos e González 44,2%. Em ambos os anúncios, os registros usados para essa totalização não foram apresentados.

A Legislação eleitoral venezuelana prevê que a totalização dos votos é feita de maneira automatizada, mas o sistema processa todas as chamadas “Atas de Escrutínio”. Essa contagem é feita por uma comissão de totalização do CNE, responsável pela organização, supervisão e controle do processo de totalização.

Conforme explicado, para fazer essa totalização, o CNE deve, obrigatoriamente, ter tido acesso às atas apresentadas pelas Juntas Eleitorais, com os dados de todas as seções, mesa a mesa.

No artigo 116 do Capítulo I, “Ato de Totalização”, do Título X da Lei Orgânica de Processos Eleitorais, estabelece que a Junta Nacional Eleitoral e as Juntas Eleitorais “têm a obrigação de realizar o processo de totalização no lapso de quarenta e oito (48) horas” e que “a totalização deverá incluir os resultados de todas as Atas de Escrutínio da circunscrição respectiva”.

*GGN

Conselho Eleitoral da Venezuela atualiza contagem de votos e ratifica vitória de Maduro

Presidente foi reeleito com 51,95% dos votos, contra 43,18% de Edmundo González.

O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela atualizou nesta sexta-feira (2) a contagem dos votos da eleição presidencial do último domingo (28). O presidente Nicolás Maduro foi reeleito com 51,95% — Edmundo González teve 43,18%.

Segundo o CNE, foram apuradas 96,87% das urnas. Houve participação de 59,97% dos eleitores. O Conselho, no entanto, não apresentou as atas da eleição.

Conselho: resultado
Urnas

Votantes: 12.386.669
Participação: 59,97%
Votos válidos: 12.335.884
Votos nulos: 50.785 (0,41%)
Candidatos

  • Nicolás Maduro: 6.408.844 — 51,95%
  • Edmundo González: 5.326.104 — 43,18%
  • Luis Eduardo Martínez: 153.360 — 1,24%
  • Antonio Ecarri: 116.421 — 0,94%

Prisão
Nesta sexta-feira (2), o presidente venezuelano Nicolás Maduro afirmou ter prendido mais de 1.200 pessoas durante os protestos que ocorreram após a eleição do último domingo (28).

Em postagem na rede social X, Maduro também prometeu levar para a prisão outros mil manifestantes.

“Todos os criminosos fascistas vão para Tocorón e Tocuyito, para prisões de segurança máxima, para que paguem pelos seus crimes perante o povo”, escreveu Maduro no X.

Estados Unidos
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou na quinta-feira (1º) que Edmundo González, adversário de Nicolás Maduro, obteve o maior número de votos na eleição presidencial da Venezuela. O comunicado do governo norte-americano reforça a posição da oposição na Venezuela de não reconhecer o resultado das eleições presidenciais venezuelanas.

O documento de Blinken cumprimenta González pelo “sucesso da campanha” e diz que “é hora de as partes venezuelanas iniciarem discussões sobre uma transição respeitosa e pacífica, de acordo com a lei eleitoral venezuelana e os desejos do povo venezuelano”.

Lula comemora ouro de Bia Souza no judô e destaca importância do Bolsa Atleta

Programa completa 20 anos em 2024 e já empenhou cerca de R$1,7 bilhão em bolsas.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comemorou nesta sexta-feira (2) a conquista do ouro pela judoca brasileira Bia Souza nos Jogos Olímpicos de Paris, a primeira medalha dourada do país nesta edição. A fala de Lula ocorreu durante uma agenda no Ceará para a sanção de um fundo voltado para obras de infraestrutura social e a política nacional de hidrogênio de baixa emissão de carbono, além da expansão do programa Pé-de-meia.

Lula aproveitou a oportunidade para exaltar o programa Bolsa Atleta, iniciativa do governo federal criada em 2004 e que já empenhou cerca de R$1,7 bilhão em bolsas, se tornando a principal política pública de apoio ao esporte no Brasil. “Eu recebi um recado aqui: a nossa companheira Beatriz Souza, no judô, acaba de ganhar a primeira medalha de ouro do Brasil nas Olimpíadas. É importante lembrar que 80% dos atletas que estão em Paris recebem uma coisa chamada Bolsa Atleta, que nós criamos em 2004”, disse.

O presidente também explicou o funcionamento do Bolsa Atleta e a sua importância para o esporte nacional. “Você tem várias faixas salariais, mas todo mundo ganha. Uns ganham R$ 10 mil, outros ganham R$ 15 mil, outros ganham R$ 3 mil, outros ganham R$ 4 mil. E por que a gente fez isso? Porque quando o atleta fica famoso ele tem patrocínio, aí os bancos vão atrás dele, os empresários vão atrás. Mas enquanto ele não é famoso, às vezes ele não tem um tênis para andar, não tem um lugar para uma menina jogar bola, saltar, dançar. Não é bonito a gente ver aquilo na televisão? Por que a gente não garante que as nossas crianças nascidas nos lugares mais pobres tenham direito de chegar ali? Por que a gente não garante? É só a gente direcionar o dinheiro público para isso”, afirmou.

Maduro pede que EUA ‘tirem o nariz’ da Venezuela e chama opositor de ‘Guaidó 2′

Declaração foi dada após chefe da diplomacia americana ter reconhecido vitória de Edmundo González.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, mandou os Estados Unidos “tirarem o nariz” da Venezuela, depois de o chefe da diplomacia em Washington, Antony Blinken, reconhecer vitória da oposição nas eleições presidencias do último domingo, 28.

“Os Estados Unidos saem para dizer que a Venezuela tem outro presidente. Os Estados Unidos devem tirar o nariz da Venezuela, porque o povo soberano é quem governa na Venezuela, quem nomeia, quem escolhe”, disse Maduro, que foi proclamado reeleito pela autoridade eleitoral, de viés governista, em meio à denúncias de fraude da oposição.

Mais cedo na quinta-feira, 1º, o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, afirmou que o candidato opositor venezuelano, Edmundo González Urrutia venceu as contestadas eleições presidenciais.

“Dada a esmagadora evidência, está claro para os Estados Unidos e, mais importante, para o povo venezuelano, que Edmundo González Urrutia ganhou a maioria dos votos nas eleições presidenciais da Venezuela em 28 de julho”, disse Blinken em um comunicado.

Blinken não disse que os Estados Unidos estavam reconhecendo González como presidente da Venezuela.

“Parabenizamos Edmundo González Urrutia por sua campanha bem-sucedida”, disse Blinken. “Agora é o momento para os partidos venezuelanos começarem as discussões sobre uma transição respeitosa e pacífica, de acordo com a lei eleitoral venezuelana e os desejos do povo venezuelano.”

Em uma entrevista coletiva com jornalistas internacionais após o comunicado de Blinken, Maduro acusou os Estados Unidos e a imprensa estrangeira de incitar uma “guerra civil” na Venezuela. Ele descreveu González como um “Juan Guaidó Parte 2″, em referência ao ex-líder da oposição que se declarou presidente interino da Venezuela e foi reconhecido como tal pelos Estados Unidos e uma série de outros países, mas, no final das contas, não conseguiu destituir Maduro.

O anúncio dos EUA ocorreu após apelos de vários governos, incluindo aliados próximos de Maduro, para que o Conselho Eleitoral Nacional da Venezuela divulgasse contagens detalhadas de votos, como fez em eleições anteriores. Também nesta quinta-feira, Brasil, Colômbia e México emitiram uma declaração conjunta pedindo às autoridades eleitorais da Venezuela que “avancem rapidamente e divulguem publicamente” dados detalhados da votação.

Maduro foi anunciado como o vencedor da eleição de domingo pelo Conselho Nacional Eleitoral, controlado pelo governo chavista, com 51% dos votos contra 44% de González. A oposição, enquanto isso, diz que os próprios registros do governo, assim como pesquisas de boca de urna independentes, indicam que González ganhou o dobro de votos.

Pouco antes da declaração de Blinken, Maduro escreveu em um post no X que “sempre dialogou, se o governo dos EUA estiver disposto a respeitar a soberania e parar de ameaçar a Venezuela, podemos retomar o diálogo”.

*Com Agências internacionais

Carro de repórter da Al Jazeera e fotógrafo assassinados por Israel tinha identificação da imprensa

Israel disparou míssil contra carro mesmo marcado com os sinais “TV” e “PRESS”; sobe para 157 o número de jornalistas assassinados pelo Estado sionista desde 7/10.

O falecido Gershon Knispel escreveu: “Na guerra, a primeira a ser assassinada é a verdade”… Assim, o Estado ocupante, Israel, assassinou 157 jornalistas e trabalhadores da mídia desde o início da guerra de genocídio na Faixa de Gaza, em 7 de outubro passado. As vítimas mais recentes foram os colegas jornalistas Ismail Al-Ghoul, correspondente da Al Jazeera, e o fotógrafo Ramy Al-Rifi, que trabalhava para a Agência Nacional de Informação.

Eles foram atingidos por um míssil disparado contra o carro marcado com os sinais “TV” e “PRESS”, no qual estavam após uma cobertura de mídia perto da casa do chefe do escritório político do Hamas, Ismail Haniyeh, com o objetivo de matá-los e silenciá-los, apesar de estarem vestindo coletes e capacetes de imprensa. Esse ato é um covarde assassinato premeditado, somando-se ao registro de crimes de guerra de genocídio.

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Aqui em Gaza, que vive 300 dias de guerra de genocídio contínua contra o povo palestino, especialmente contra a comunidade jornalística, participei de um encontro com os colegas Ismail Al-Ghoul e Ramy Al-Rifi, além de outros jornalistas, para ouvir sobre os desafios e perigos que enfrentam ao desempenhar suas funções profissionais na cobertura e documentação dos crimes de genocídio e na transmissão da mensagem sobre o que está acontecendo na Faixa de Gaza. Que suas almas descansem em paz e se juntem aos mártires da imprensa que os precederam.

O Estado ocupante erra se pensa que assassinar jornalistas e suas famílias vai intimidá-los e interromper sua jornada de cobertura dos crimes de guerra de genocídio na Faixa de Gaza e sua divulgação para o mundo. Os jornalistas estão determinados a continuar a cobertura e a expor os crimes de guerra cometidos pelo Estado ocupante contra o povo palestino, que já resultaram em mais de 50 mil mortos e desaparecidos, mais de 90 mil feridos e milhares de detidos.

Está claro que o Estado ocupante não se contenta em matar civis, destruir casas sobre seus ocupantes e devastar a infraestrutura. Eles também visam matar a verdade, esconder suas implicações e intimidar as testemunhas desses crimes, matando cerca de 157 jornalistas e trabalhadores da mídia, assassinando dezenas de seus familiares, destruindo cerca de 100 escritórios de instituições de mídia, e prendendo mais de 100 jornalistas, a maioria ainda detida nas prisões do Estado ocupante. Quatro colegas jornalistas estão desaparecidos sem que se saiba seu destino até hoje, de acordo com relatórios de direitos humanos do Sindicato dos Jornalistas Palestinos.

*Diálogos do Sul

 

Rebeca Andrade é prata no individual geral dos Jogos Olímpicos

Entre os meros mortais, Rebeca Andrade é a ginasta mais completa do mundo. Ela é a maior medalhista mulher da história do Brasil.

Entre os meros mortais, Rebeca Andrade é a ginasta mais completa do mundo. O bicampeonato de Simone Biles no individual geral se torna um detalhe para os brasileiros diante de mais uma prata incontestável do nosso fenômeno. Com 57.932 pontos e apresentações que levantaram a Arena Bercy, Rebeca conquistou seu segundo pódio em Paris 2024 e, de quebra, tornou-se a mulher brasileira com mais medalhas em Jogos Olímpicos.

Esta é quarta em duas edições do evento, ultrapassando Fofão, do vôlei, e Mayra Aguiar, do judô, com três cada. Na capital francesa, a paulista liderou tecnicamente o grupo que conquistou o inédito bronze na disputa por equipes no feminino. Em Tóquio 2020 foi prata no individual geral e campeã olímpica no salto.

Pela primeira vez em uma final olímpica do individual geral, Flavia Saraiva encantou o público com atuação sólida na trave e o Cancã no solo e fechou sua participação em Paris em 9º lugar com 52.032 pontos.

Até o momento, o Time Brasil tem seis medalhas no quadro geral. Também nesta quinta-feira Caio Bonfim foi prata na marcha atlética de 20km, mesma cor da medalha de William Lima, do judô. São três bronzes até o momento: com a equipe feminina da ginástica artística, Larissa Pimenta, do judô, e Rayssa Leal, do skate.

Seguindo a ordem olímpica, as melhores da classificatória se apresentaram primeiro no salto, depois nas barras assimétricas, na trave e encerrariam no solo. No primeiro grupo, Rebeca se apresentaria em todos os aparelhos, exceto a trave, antes de Biles. No salto, um início espetacular, cravando a chegada com um Cheng: 15.100. Biles, apesar do desequilíbrio na chegada, teve uma nota de dificuldade altíssima e liderou: 15.766.

Flavinha iniciou sua trajetória nas assimétricas, aparelho no qual tomou um susto no aquecimento da competição por equipes. Mais uma vez, assim como na conquista da medalha na última terça-feira, foi segura em sua apresentação e praticamente cravou a saída, recebendo 13.900.

Nas assimétricas, Rebeca assumiu a liderança e ficou à frente da americana por 0.267. Tirou 14.666 em uma prova limpa, enquanto Biles teve um grave desequilíbrio na troca da barra maior para a menor e recebeu 13.733. No somatório, 29.766 para a brasileira contra 29.299 da americana. Entre elas, na classificação parcial, ficou a argelina Kailya Nemour, especialista no aparelho e dona da maior nota dele na noite, um 15.533 de respeito.

Na segunda rotação, Flavinha estava na trave, a aparelho em que foi duas vezes finalista olímpica, na Rio 2016 e em Tóquio 2020. A brasileira não decepcionou. Mostrou segurança da entrada à saída e saiu radiante com o próprio desempenho, pelo qual recebeu nota 14.266, suficiente para levá-la à sétima posição geral. A comissão técnica do Brasil ainda recorreu para tentar um aumento, mas o pedido foi negado.

A terceira rotação levou o grupo líder das classificatórias à trave, com Biles abrindo a sequência. A americana teve dois desequilíbrios, mas nada que comprometesse uma série excelente. Os 14.566 no telão levaram até Rebeca a se juntar à multidão e aplaudir. A brasileira foi apenas a última a subir no aparelho. Teve um pequeno desequilíbrio e tirou 14.133, nota que a deixava na segunda colocação, atrás de Biles.

No solo, Flavinha encantou com seu Cancã, mas infelizmente escorregou na segunda passada e caiu. O lamento do público foi audível. Nossa pequena gigante concluiu a série com dignidade e o carisma habituais e agradeceu pelos aplausos e o apoio. Levou 12.133 dos jurados e terminou a rodada em 11º lugar. Terceira a saltar na última rotação, Flavinha tirou 13.633 e, com 52.032 no total, encerrou a competição em um excelente 9º lugar.

A medalha estava ao alcance de Rebeca na última rotação, em que o grupo passaria pelo solo. A americana Sunisa Lee, campeã olímpica do individual geral em Tóquio, fez uma grande apresentação e recebeu 13.666, que a levaram momentaneamente à liderança e garantiram no mínimo o bronze, já que faltavam apenas Rebeca e Biles a se apresentarem

Rebeca teve o nome gritado pelo público antes de começar. Foi segura em todas as passadas, tendo apenas um desconto por pisar fora na primeira delas. Recebeu 14.033 e ultrapassou Sunisa com 57.932, garantindo ao memos a prata.

Simone, última a se apresentar, provou mais uma vez que não faz parte do hall dos mortais. Tirou 15.066 e sagrou-se bicampeã olímpica. Nada que ofuscasse o brilho da nossa Rebeca, maior nome da história da ginasta artística brasileira, agora também a maior medalhista mulher do país em Jogos Olímpicos em todos os tempos.

*Texto por: Comitê Olímpico Brasileiro (COB)